Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2010

 

Título: Jeremias, esperança em tempos de crise

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 3: Anunciando ousadamente a Palavra de Deus

Data: 18 de Abril de 2010

 

TEXTO ÁUREO

 

E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra(2 Cr 7.14).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A Palavra de Deus não é para ser proclamada apenas aos incrédulos. Ela tem de ser ouvida e, incondicionalmente, acatada por aqueles que se chamam pelo nome de Deus.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Jr 7.2

Jeremias prega na porta do Templo

 

 

Terça - Jr 7.3

Jeremias chama os adoradores ao arrependimento

 

 

Quarta - Jr 7.4

Jeremias combate a teologia do Templo

 

 

Quinta - Jr 7.11

Jeremias defende a pureza do Templo

 

 

Sexta - Jr 7.12

Jeremias condena o mau uso da liberdade

 

 

Sábado - Jr 7.10

Jeremias fala sobre o futuro do Templo

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Jeremias 7.1-11.

 

1 - A palavra que foi dita a Jeremias pelo SENHOR, dizendo:

2 - Põe-te à porta da Casa do SENHOR, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do SENHOR, todos de Judá, vós os que entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR.

3 - Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar.

4 - Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, Templo do SENHOR, Templo do SENHOR é este.

5 - Mas, se deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras fizerdes juízo entre um homem e entre o seu companheiro,

6 - se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal,

7 - eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, de século em século.

8 - Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada são proveitosas.

9 - Furtareis vós, e matareis, e cometereis adultério, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes,

10 - e então vireis, e vos poreis diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Somos livres, podemos fazer todas estas abominações?

11 - É, pois, esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isso, diz o SENHOR.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, esta lição trata do discurso pronunciado por Jeremias na porta do Templo. Um discurso de repreensão e exortação, pois os israelitas haviam escolhido o caminho da perdição, da adoração aos ídolos. Longe de Deus, eles não mais conseguiam ver o Templo como um lugar sagrado de adoração ao único Deus. O Templo tornou-se uma espécie de talismã, capaz de livrá-los de todo mal. Estavam cegos espiritualmente. Mas Jeremias, com coragem e ousadia, declara que não era o Templo que iria livrá-los, mas sim uma mudança radical de atitude.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender o porquê de Jeremias ter pregado na porta do Templo.
  • Explicar o que era a teologia do Templo.
  • Saber que a Palavra de Deus não é para ser proclamada apenas aos incrédulos.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, peça a seus alunos para lerem Jeremias 7.8,9. A seguir, solicite que citem os pecados de Judá apontados pelo profeta Jeremias nestes versículos. À medida que os alunos forem falando, anote-os no quadro-de-giz. Afirme que os israelitas tornaram-se apóstatas e explique que atualmente também estamos vendo o número de apóstatas aumentarem assustadoramente. Alguns já não pregam mais o evangelho da cruz e a renúncia ao pecado (Rm 8.13). Estes, como os falsos profetas do tempo de Jeremias, enganam o povo de Deus com discursos bonitos, mas falsos e vazios de conteúdo bíblico.

Precisamos estar atentos. Leia Gálatas 1.6-10 e ressalte o fato de que em nossos dias muitos que experimentaram da graça de Deus, já abandonaram a “fé recebida”, trocando-a por “outro evangelho”.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Templo: Do lat. templum. Santuário erigido em Jerusalém e consagrado ao culto do Único e Verdadeiro Deus.

 

Como a situação moral e espiritual de Judá era crítica, Deus ordenou ao seu profeta que se postasse na porta do Santuário; e, aqui, entre os adoradores e os ministros do altar, proferisse um duríssimo sermão. Era o derradeiro alerta à casa de Israel.

Se os filhos de Israel não viessem a se arrepender de suas apostasias, haveriam eles de ser entregues aos caldeus que lhes destruiriam as cidades, profanariam Jerusalém e deitariam por terra o mais caro de seus símbolos: o Templo Sagrado.

Infelizmente, as palavras de Jeremias caíram em ouvidos moucos e enfermos. Achavam os judeus que, pelo fato de estar a Casa de Deus entre eles, nenhum mal os alcançaria apesar de seus pecados.

 

I. JEREMIAS É CHAMADO A PREGAR NA PORTA DO TEMPLO

 

Por que a porta do Templo? Não seria mais cômodo o altar? Ou a praça central de Jerusalém? Por que teria o profeta de proclamar a Palavra de Deus num lugar nada convencional?

1. O ambiente da pregação. Era grave a situação de Judá. Jeremias, por conseguinte, não dispunha de tempo para expor um sermão diferençado aos sacerdotes, nem uma mensagem mais apropriada ao povo. Ele deveria proclamar a Palavra de Deus a todos os filhos de Judá (Jr 7.1,2). Por isso, ordenou-lhe o Senhor que se pusesse ele na porta do átrio exterior, pois assim teria acesso também ao átrio interno. E todos haveriam de lhe ouvir perfeitamente a voz.

Quão espinhosa era a missão do profeta!

2. Nossa responsabilidade. Nestes últimos dias, insta-nos o Senhor a expor a sua Palavra tanto ao mundo quanto à Igreja. Esta é nossa responsabilidade.

Proclamemos toda a Palavra de Deus enquanto é tempo. Confirmemos o restante que está por morrer (Ap 3.2). Se compactuarmos com o mundo, como nos haveremos diante do Cordeiro?

Sua igreja, obreiro, sabe que Cristo, em breve, virá buscar os santos? Suas ovelhas primam por uma vida de santidade como está escrito em 1 Pedro 1.15, “sede vos também santos em toda a vossa maneira de viver”? Ou se acham sem o azeite do Espírito para recepcionar o Noivo? Proclame a Palavra de Deus com amor, ousadia e integridade (At 20.27).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Jeremias deveria proclamar a Palavra de Deus a todos os filhos de Judá, por isso, foi para a porta do Templo, onde todos haveriam de lhe ouvir.

 

 

II. A MENSAGEM DE JEREMIAS

 

1. O alcance da mensagem de Jeremias. O profeta é energicamente inclusivo: do sumo sacerdote ao menor dos adoradores, todos são conclamados ao arrependimento: “Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar” (Jr 7.3).

2. O chamado ao primeiro amor. Não está o Espírito Santo a conclamar-nos a voltar ao primeiro amor? (Ap 2.4,5). Obedecerá você a voz de Deus? Chorará aos seus pés até que lhe seja restabelecida a plena comunhão com o Cristo? Não há alternativas! Como escaparemos nós se negligenciarmos tão grande salvação? (Hb 2.3; 1 Pe 4.17).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A mensagem de Jeremias era uma só: Do sumo sacerdote ao menor dos adoradores, todos deveriam abandonar os seus maus caminhos.

 

 

III. JEREMIAS COMBATE A TEOLOGIA DO TEMPLO

 

Apesar das provações que, em breve, abater-se-iam sobre Judá, os judeus recusavam-se a ouvir a Palavra do Senhor. Rebatendo as advertências do profeta, alegavam: “Templo do Senhor; Templo do Senhor; Templo do Senhor é este” (Jr 7.4).

1. A teologia do Templo. Acreditavam eles que o Senhor jamais permitiria que Jerusalém fosse destruída, porque nela encontrava-se o Santo Templo. Como, pois, consentiria Ele na profanação da Cidade Santa? Afinal, o Templo custodiava-lhe a arca e perenizava-lhe o nome. Por isso, pressupunham-se, arrogantemente, seguros.

2. A desmistificação da teologia do Templo. Jeremias rebate energicamente a ilusória teologia. O compromisso de Deus não é com os símbolos ou com os ícones que o homem sedento de glória teima em criar; seu compromisso é com os que lhe guardam a Palavra e observam-lhe as alianças. Se lhe ouvirmos a voz e lhe observarmos os mandamentos, certamente Ele cumprirá a sua parte no concerto que firmou com o seu povo (Dt 4.40). Todavia, se lhe desconsiderarmos as ordenanças, arcaremos com todas as consequências de nossa rebeldia (2 Tm 2.12).

3. O comportamento reprovável dos judeus. Iludidos pelas falsas premissas de sua teologia, os judeus puseram-se a andar de apostasia em apostasia. Desprezavam a Deus. Adoravam as abominações dos gentios. E já maltratando os pobres e espezinhando os estrangeiros, em nada diferiam dos pagãos. Viviam como se lei não existisse. Adulteravam, roubavam e sangue inocente derramavam. Depois, escarneciam dos mensageiros de Jeová. Em maldades, excediam as nações vizinhas. Como se nada tivesse acontecido, punham-se a exclamar: “Templo do Senhor; Templo do Senhor; Templo do Senhor é este”.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O compromisso de Deus não é com símbolos ou com ícones, mas com todos os que guardam a sua Palavra e observam suas alianças.

 

 

IV. A LIÇÃO DE SILÓ

 

Buscando demovê-los daquela falsa segurança, declara-lhes Jeremias que ao Santo Templo estava reservado um destino semelhante à tenda de Siló, onde o nome do Senhor fora celebrado por longo tempo (Jr 7.14,15). Assim como aquele tabernáculo fora arruinado, arruinado também seria o Santo Templo em Jerusalém.

1. As teologias modernas. Muitas são as teologias que estão sendo erguidas para afrontar o Cordeiro. Tais aleijões vêm induzindo os fiéis a blasfemarem contra Deus e a se portarem irreverentemente diante do Cristo. Como se tudo isso não bastasse, somos assaltados ainda por arremedos homiléticos e litúrgicos, cujo único objetivo é corromper a sã doutrina, profanar o culto, espoliar os santos e deixar os pastores fiéis e verdadeiros em dificuldades. O sangue de Jesus tem poder!

2. O perigo de nossos triunfos. Que Deus nos guarde de nossos triunfos e monumentos! À semelhança dos contemporâneos de Jeremias, podemos ser tentados a presumir sejamos poderosos em nós mesmos. Não! A nossa força vem daquEle que se fez fraco por amor de nós. Se andamos de vitória em vitória é porque Cristo está à nossa frente.

O Senhor não trabalha com monumentos; trabalha com homens, mulheres, jovens e crianças que se dispõem a servi-Lo e a viver somente para Ele.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

Precisamos estar atentos, pois atualmente muitos arremedos homiléticos e litúrgicos têm surgido com o objetivo de corromper a sã doutrina.

 

 

CONCLUSÃO

 

Se os filhos de Judá se arrependessem de suas apostasias, o Senhor não os expulsaria da formosa terra nem permitiria fossem eles destruídos. Infelizmente, não perceberam o tempo de sua visitação.

Dias de trevas se aproximam! Como poderemos subsistir se não atentarmos com diligência à Palavra de Deus?

Igreja, preparemo-nos para a volta de Nosso Senhor!

 

VOCABULÁRIO

 

Arremedo: Imitação, cópia.
Espezinhar: Oprimir, humilhar, rebaixar.
Espoliar: Roubar.
Mouco: Que não ouve, ou que ouve pouco ou mal.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HENRY, M. Comentário Bíblico. 1.ed. RJ: CPAD, 2002.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Qual a importância do sermão pregado por Jeremias na porta do Templo?

R. A importância está no fato de que a mensagem de Jeremias refutava a falsa crença de que Deus não deixaria que dano algum sobreviesse ao Templo ou àqueles que viviam na cidade.

 

2. Qual a essência deste sermão?

R. “Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar” (Jr 7.3).

 

3. O que era a Teologia do Templo?

R. Acreditar que Deus jamais permitirá que Judá fosse destruída, pois em Judá encontrava-se a Cidade Santa.

 

4. Por que a teologia do Templo era perigosa?

R. Porque iludia os israelitas fazendo com que permanecessem em seus pecados.

 

5. Que perigo hoje corremos com as falsas teologias e modismos?

R. O perigo de acharmos que não mais temos a obrigação de considerar a Palavra de Deus.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Bibliológico

 

Proibido Interceder

“Era necessário uma coragem incomum para uma pessoa sensível como Jeremias proclamar uma mensagem tão devastadora. Ele involuntariamente começa a clamar em oração em favor da sua amada nação, mas Deus o proíbe de interceder (7.16). Deus ainda não tinha acabado com a sua acusação contra o seu povo, e a revelação também não tinha terminado (Jr 7.17). ‘Os filhos [...] os pais [...] as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à deusa chamada Rainha dos Céus’ (Jr 7.18). O povo tinha se tornado completamente descarado em seu pecado, a ponto de estar oferecendo sacrifícios a outros deuses abertamente nas ruas. A Rainha dos Céus evidentemente refere-se a Ishtar, a deusa de um ritual de fertilidade babilônico, que havia sido importada por Judá. Ela é mencionada aqui para indicar a profundidade do pecado em que o povo havia caído. O ponto a que o povo havia chegado marca o início do fim dessa nação. Deus declarou: ‘Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este lugar’; uma perversidade como essa não pode passar impune. Em seguida, Jeremias ataca o uso errado do ritual religioso. Ele deixa claro que a cerimônia religiosa sem o conteúdo ético é vazia. Se os sacrifícios não reforçavam ou fortaleciam a moralidade da nação, não tinham valor algum. Isso vale para todo ritualismo na religião. A menos que a cerimônia religiosa formal (ou informal) reforce a moralidade e o viver santo, ela é um esforço despendido em vão”

(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 4: Isaías a Daniel. RJ: CPAD, 2005, p. 285)

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Doutrinário

 

    Reforma moral - “A segurança nacional dependia da reforma moral, não do Templo. Vale notar a ênfase na justiça social constante do versículo 6. Judá deve deixar a idolatria, mas também precisa: 1) abandonar a opressão; 2) não mais levar vantagem sobre o pobre (‘o órfão e a viúva’), e 3) manter um sistema judiciário honesto. 0 louvor a Deus e a moralidade são os pilares duplos sobre os quais a sociedade deve repousar” (29.10-14) (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.453).

 

 

Subsídio Devocional

 

    Um covil de salteadores (7.11) - “O ‘covil’ era o refúgio onde os salteadores escondiam o produto furtado enquanto buscavam a próxima vítima. A analogia é devastadora. Como poderia o povo de Deus roubar, matar, cometer adultério e perjúrio, adorar outros deuses (v. 9) e, ainda assim, declarar que ‘estamos seguros’, pela casa do Senhor?” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.453).

 

 

Subsídio Sociológico

 

    O Templo - “Quando os judeus se instalaram no território de Canaã, o tabernáculo tomou uma forma mais permanente em Siló (Js 18.1; Jz 18.31). Passou a ser permanente o bastante para que vivessem a chamá-lo de templo, para que Samuel e Eli morassem nele e para que portas de entrada fossem abertas e fechadas (1 Sm 3.2,15). Mesmo depois dos filisteus terem destruído Siló, se apossado da Arca da Aliança e a devolvido aos judeus via Bete-Semes (1 Sm 6.1-10) e Quiriate-Jearim, ele continuava sendo uma espécie de tenda-templo e ficou ali até que Salomão construísse um templo permanente.

O templo de Salomão seguiu o mesmo princípio geral que o tabernáculo.

O propósito era que o templo servisse de santuário para todo o povo judeu (Dt 12.11), mas havia também outros centros de adoração”. (Adaptado de Usos e Costumes dos Templos Bíblicos de Ralph Gower. 1.ed. RJ: CPAD, 2002, p.341).