Título: Jeremias, esperança em tempos de crise
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 9: Esperando contra a esperança
Data: 30 de Maio de 2010
“Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” (Jó 14.7).
O que confia em Deus jamais será subvertido pelo desespero; em meio às crises, brotará a esperança.
Segunda - Jó 31.24
A esperança do crente não está no ouro
Terça - Sl 39.7
A esperança do crente está em Deus
Quarta - Sl 65.5
Deus é a esperança de toda a terra
Quinta - Pv 23.18
A esperança do crente não será frustrada
Sexta - Jr 14.8
Deus é a esperança no tempo da angústia
Sábado - Lm 3.26
Bom é ter esperança
Jeremias 30.7-11.
7 — Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela.
8 — Porque será naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço e quebrarei as tuas ataduras; e nunca mais se servirão dele os estranhos,
9 — mas servirão ao SENHOR, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei.
10 — Não temas, pois, tu, meu servo Jacó, diz o SENHOR, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei das terras de longe, e a tua descendência, da terra do seu cativeiro; e Jacó tornará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize.
11 — Porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te salvar, porquanto darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida e, de todo, não te terei por inocente.
Como ter esperança em meio ao caos? Não é fácil, mas é possível! Basta observamos a vida do profeta Jeremias. Aprendemos com ele que podemos ter esperança mesmo enfrentando adversidades. Jeremias conhecia o sofrimento: perseguido pela família, amigos e falsos profetas; rejeitado, impedido de se casar e ter filhos. Porém, sua esperança não se esvaiu, pois confiava no Pai. A situação era crítica, Jerusalém estava sitiada (32.1), mas Jeremias sabia que Deus estava pronto para acompanhar seu povo.
Caso você, professor, esteja sentindo que sua esperança está se esvaindo, creia que “bom é o Senhor para os que se atêm a Ele, para a alma que o busca”.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Sugerimos que você escreva no quadro-de-giz o vocábulo “esperança”. Pergunte aos alunos o que vem à mente deles quando ouvem esta palavra. Depois de ouvir os alunos com atenção, mostre o significado da palavra apresentado no primeiro tópico da lição. Em seguida, escreva no quadro-de-giz algumas características das pessoas que já não têm mais esperança: apatia, ressentimento, desilusão, mau humor, antipatia e isolamento. Enfatize que os que confiam em Deus jamais será subvertidos pelas crises e dificuldades; pois é justamente em meio às crises que brota a esperança.
Explique que encontramos nos capítulos 30 e 31 do livro de Jeremias palavras de esperança e consolo para o povo de Deus.
introdução
Palavra Chave
Esperança: Uma das virtudes fundamentais da fé cristã, através da qual, o crente é motivado a crer no impossível e a vislumbrar a intenção divina nos momentos mais críticos.
A terra de Judá achava-se prestes a ser subvertida. Desta vez, não se limitariam os caldeus a levar os judaítas em cativeiro. Haveriam de destruir tudo; da mais singela cidade à imponente Jerusalém, tudo deitariam por terra. Até o Santo Templo, onde se achava a arca sagrada, pereceria. As tribulações dos filhos de Abraão não terminariam aí; seu futuro seria de apertos e estreitezas. No final dos tempos, seriam os judeus de tal forma provados, que o profeta chama este período de a “Angústia de Jacó”.
Não obstante, Jeremias encontra forças para ter esperanças. Deus lhe mostra que, no porvir, olharia favoravelmente para Israel, transladando-o à sua terra, e restabelecendo-o como nação soberana.
Com o profeta Jeremias, aprenderemos hoje a crer contra a própria esperança (Rm 4.18). Àquele que confia em Deus, mesmo que a esperança venha a lhe morrer e seja ela sepultada, há de ressurgir em glória.
I. O QUE É A ESPERANÇA
1. Definição. A palavra esperança significa, entre outras coisas, a expectativa de se auferir algum bem ou benefício futuro. No âmbito das Sagradas Escrituras, é a certeza do cumprimento das promessas que nos foram feitas por Deus (2 Co 1.20).
2. A esperança no livro de Jeremias. Embora conhecido como o profeta das lágrimas, devido aos seus muitos lamentos, pode Jeremias ser considerado também o profeta da esperança (Jr 14.8). Um dos momentos mais dramáticos de suas profecias dá-se quando ele, vislumbrando o mais longínquo porvir, mescla a esperança da restauração futura de Israel com a angústia presente de Jacó.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O profeta Jeremias confiava inteiramente na bondade de Deus, por isso, sua esperança não se desvanecia.
II. A ANGÚSTIA DE JACÓ
No texto que hoje estudamos, Jeremias antecipa-nos uma grande e singular tribulação que se abaterá sobre Israel: “Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela” (Jr 30.7). Mas, o que vem a ser esta angústia?
1. A angústia de Jacó. É a tribulação que haverá de recair sobre Israel e também sobre os gentios, logo após o arrebatamento da Igreja. Será o momento mais difícil para a descendência de Abraão. Os profetas Ezequiel, Daniel, Zacarias e o próprio Cristo discorrem acerca desse acontecimento, que culminará com a conversão nacional do povo israelita.
2. Profecia de Ezequiel. Nos capítulos 38 e 39 de seu livro, o profeta fala sobre a invasão de Israel pelas tropas de Gogue e Magogue. Mas o Senhor dos Exércitos, conforme mostra claramente Ezequiel, intervirá em favor de seu povo, destruindo os exércitos que se houverem levantado contra a descendência de Abraão.
3. Profecia de Daniel. Em suas 70 semanas, prevê o profeta que o príncipe do povo que há de vir, firmará uma aliança com Israel por uma semana (Dn 9.27). Mas, na metade da semana, romperá a aliança, passando, a partir daí, a perseguir o povo judeu. Israel, porém, não será abandonado; o arcanjo Miguel levantar-se-á para lutar em favor do povo eleito (Dn 12.1).
4. Profecia de Zacarias. O profeta descreve que, no final dos tempos, exércitos de todas as partes ajuntar-se-ão para lutar contra Jerusalém. Mas no auge da luta, revelar-se-á o Senhor: “E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul” (Zc 14.4). Será por essa época que todo o Israel reconhecerá o Senhor Jesus como o Messias prometido nas Escrituras (Zc 12.10).
Que ninguém se engane! As alianças que o Senhor Deus firmou com os patriarcas acham-se mais do que firmes. Israel não será esquecido nem abandonado por Deus. Ele jamais permitirá que o seu povo seja destruído (Rm 11.26).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Israel e os gentios, logo depois do arrebatamento da Igreja, vão experimentar um período de angústia.
III. O RESTABELECIMENTO DE ISRAEL
Embora estivesse a testemunhar o pior momento da história de Israel no Antigo Testamento, Jeremias sabia perfeitamente que o Senhor resgataria o seu povo: “Não temas, pois, tu, meu servo Jacó, diz o SENHOR, nem te espantes, ó Israel; porque eis que te livrarei das terras de longe, e a tua descendência, da terra do seu cativeiro; e Jacó tornará, e descansará, e ficará em sossego, e não haverá quem o atemorize” (Jr 30.10).
Vejamos como esta profecia começou a ser cumprida:
1. A volta de Israel à sua terra. A nação de Israel começou a ser dispersa em 722 a.C., quando os assírios destruíram o Reino do Norte, levando cativas as dez tribos de Israel. Segundo se especula, as dez tribos perderam a sua identidade, misturando-se aos povos de sua dispersão. A profecia de Ezequiel, porém, diz o contrário: todas as tribos, inclusive a de Dã, voltarão à Terra de Promissões onde recuperarão sua formosa herança (Ez 48.1,2,32).
2. O restabelecimento do Estado de Israel. Quem diria que, três anos após o término da Segunda Guerra Mundial, estaria sendo proclamado o Estado de Israel? Deus fez o impossível acontecer. Mesmo com os seis milhões de judeus assassinados pela Alemanha de Hitler, Israel tornou-se realidade: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra em um só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66.8).
No dia 14 de maio de 1948, era proclamado o Estado de Israel que, apesar de todas as oposições gentias, vem representando um eloquentíssimo e cabal testemunho do cuidado de Deus em relação ao seu povo.
3. A retomada de Jerusalém. Afirmou o Senhor Jesus em seu Sermão Profético: “E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24).
Podemos datar a inauguração do tempo dos gentios a partir de 586 a.C., ocasião em que os babilônios conquistaram e destruíram Jerusalém. No entanto, Deus começou a reverter tal situação em junho de 1967, quando os exércitos israelenses retomaram o lado oriental da Cidade Santa. Em 1980, o então primeiro-ministro Menachen Begin proclamou Jerusalém como a capital una e indivisível de Israel.
Dias atribulados estão reservados a Jerusalém, mas o Senhor tem um firme compromisso com Sião, e jamais a desamparará.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Embora Israel viesse a experimentar um período de grande tribulação, o Senhor iria restaurar seu povo.
CONCLUSÃO
Em todas aquelas dificuldades e tribulações, pôde Jeremias vislumbrar a esperança, mesmo crendo contra a esperança. De igual modo, acontece com cada um de nós individualmente: apesar das vicissitudes presentes, há um grande refrigério para todo aquele que ama e teme a Deus.
Deus é o que nos inspira a esperança mesmo onde não mais há esperança.
Esvair: Desfalecer, esmorecer.
Postergar: Adiar.
Bélico: Próprio da guerra.
MERRILL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. 1.ed.
RJ: CPAD, 2001.
PHILLIPS, J. Explorando as Escrituras:
Uma Visão Geral de Todos os Livros da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD,
2004.
1. O que é a esperança?
R. É a certeza do cumprimento das promessas que nos foram feitas por Deus (2 Co 1.20).
2. Por que Jeremias é o profeta da esperança?
R. Porque ele conseguia vislumbrar o mais longínquo porvir, mesclando a esperança da restauração de Israel com a angústia de Jacó.
3. O que é a angústia de Jacó?
R. É a tribulação que haverá de recair sobre Israel e também sobre os gentios, logo após o arrebatamento da Igreja.
4. Cite alguns fatos que comprovam o cumprimento profético de Jeremias na vida de Israel.
R. A criação do Estado de Israel, após o término da Segunda Guerra Mundial; a proclamação de Jerusalém como a capital una e indivisível de Israel.
5. Como está a esperança de Deus em sua vida?
R. Resposta pessoal.
Subsídio Teológico
As descrições de Jeremias acerca da restauração futura
“[...] Jeremias anunciou que o exílio duraria setenta anos, mas a restauração da nação não seria automática. Dependia de um genuíno arrependimento nacional (29.10).
Em 536 a.C., um remanescente retornou para a terra, cumprindo a profecia de Jeremias acerca dos setenta anos de exílio (2 Cr 36.22; Ed 1.1). Daniel, no entanto, informa que a descrição apresentada por Jeremias de uma gloriosa restauração do reino (Dn 9.1,2) não se cumpriu completamente no século VI a.C., mas foi postergada e deverá se cumprir no futuro (Dn 9.24-27). Um remanescente arrependeu-se, mas a nação não voltou para Deus nem permaneceu fiel durante o período pós-exílico (Ag 1.2-11; Ml 1.6-14).
Jeremias predisse o exílio babilônico, mas também previu um dia em que Deus restauraria os exilados. Deus traria de volta os exilados de Judá e Israel, reunificando a nação. Aparentemente, eles viriam de todas as partes e de todas as nações. Formariam uma grande multidão, incluindo até aqueles que normalmente seriam incapazes de viajar, como os cegos, os coxos e as mulheres grávidas prestes a dar à luz (31.7,8). Esta grandiosa libertação seria como um ‘segundo êxodo’, que empalideceria a primeira libertação do Egito”.
(LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. RJ: CPAD, 2008, p.190)
Subsídio Devocional
• A nova aliança — “A segurança nacional dependia da reforma moral, não do Templo. Vale notar a ênfase na justiça As alianças bíblicas explicam com detalhe o que Deus irá fazer. A aliança é o pronunciamento de Deus. ‘Eu farei’. Todavia, o cumprimento das promessas geralmente se posiciona muito à frente do tempo. Uma aliança é diferente, porque define como Deus se envolvia com os crentes do Antigo Testamento enquanto aguardava pelo final da história. Essa aliança era a aliança da lei, já a nova, que torna a lei mosaica irrelevante, orienta Israel em como se comportar. Especifica as bênçãos aos israelitas que obedecem à lei de Deus e as punições aos que a desobedecerem. Por outro lado, sob a nova aliança (31.33), Deus promete aos crentes a transformação interior; os crentes saberão que Deus, de maneira pessoal, perdoará seus pecados que, por sua vez, responderão aos anseios interiores do coração de Deus” (RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005, p.466).
Subsídio Doutrinário
• Futuras bênçãos e salvação — “Jeremias previu um dia — posterior aos juízos de Deus sobre as nações gentílicas e o resgate de Israel do exílio — em que os gentios se arrependeriam da idolatria e abraçariam somente a Jeová (16.19-20). Esta salvação dos gentios acompanharia a divina restauração da Judá arrependida (4.2). As nações dariam louvores e glórias a Deus ao verem Jerusalém ser livre e coberta de bênçãos (33.9)” (LAHAYE, T. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. RJ: CPAD, 2008, p.193).
Subsídio Geográfico e Histórico
• Israel — “Desde a proclamação de sua independência, Israel tem enfrentado diversos conflitos bélicos: em 1948, a Guerra da Independência; em 1956, a Guerra de Suez; em 1967, a Guerra dos Seis Dias; em 1973, a Guerra do Yom Kippur; e, em 1982, a Guerra do Líbano. Em todos esses embates, as forças judaicas têm saído vencedoras, porque o Senhor dos Exércitos está ao seu lado” (ANDRADE, C. Geografia Bíblica. 22.ed. RJ: CPAD, 2009, p.193).