Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

2º Trimestre de 2010

 

Título: Jeremias, esperança em tempos de crise

Comentarista: Claudionor de Andrade

 

 

Lição 12: A opção pelo Povo de Deus

Data: 20 de Junho de 2010

 

TEXTO ÁUREO

 

Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo(Hb 11.25,26).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Como homens de Deus, esta é a única alternativa: optar em permanecer com o povo de Deus, ainda que isto nos custe sacrifícios, perdas e até a própria vida.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Gn 12.1-4

A opção de Abraão

 

 

Terça - Gn 45.5-7

A opção de José

 

 

Quarta - Hb 11.25,26

A opção de Moisés

 

 

Quinta - Et 4.14-16

A opção de Ester

 

 

Sexta - Jr 40.6

A opção de Jeremias

 

 

Sábado - Fp 2.1-11

A opção de Cristo

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Jeremias 40.1-6.

 

1 - Palavra que veio a Jeremias, da parte do SENHOR, depois que Nebuzaradã, capitão da guarda, o deixou ir de Ramá, quando o tomou, estando ele atado com cadeias no meio de todos os do cativeiro de Jerusalém e de Judá, que foram levados cativos para a Babilônia;

2 - porque o capitão da guarda levou a Jeremias e lhe disse. O SENHOR, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar;

3 - e o SENHOR o trouxe e fez como tinha dito, porque pecastes contra o SENHOR e não obedecestes à sua voz; pelo que vos sucedeu tudo isto.

4 - Agora, pois, eis que te soltei, hoje, das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para a Babilônia, vem, e eu velarei por ti; mas, se te não apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir. Olha: toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai.

5 - Mas, como ele ainda não tinha voltado, disse-lhe: Volta a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a quem o rei da Babilônia pôs sobre as cidades de Judá, e habita com ele no meio do povo; ou, se para qualquer outra parte te aprouver ir, vai. Deu-lhe o capitão da guarda sustento para o caminho e um presente e o deixou ir.

6 - Assim, veio Jeremias a Gedalias, filho de Aicão, a Mispa e habitou com ele no meio do povo que havia ficado na terra.

 

INTERAÇÃO

 

Caro professor, a vida de Jeremias evidencia que a retórica do viver é mais convincente que a do falar. Portanto, além do estudo e da preparação da lição, do aprofundamento do assunto e da didática empregada, é imprescindível que a sua vida esteja coerente com suas palavras, ou seja, seu viver deve ser uma pregação autêntica, a fim de que até mesmo os ímpios possam reconhecer o poder de Deus em sua vida (Jr 40.1-5).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Identificar na história de Israel o cumprimento das profecias de Jeremias.
  • Comparar a vida de Jeremias a de outros personagens bíblicos que se sacrificaram pelo povo.
  • Refletir a respeito de suas escolhas ao longo da jornada cristã aqui na terra.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

No primeiro tópico, abordamos o cumprimento das profecias de Jeremias. Portanto, para introduzi-lo, convide os alunos a pesquisarem no livro tais profecias e seu cumprimento. Para auxiliá-lo, aí vão algumas sugestões:

 

     A invasão dos Babilônios e a destruição de Israel (Jr 4.5-7);

     A destruição dos inimigos (Jr 12.14);

     O estado de calamidade de Israel ao longo da execução do juízo divino (Jr 19.7-9);

     A destruição de Israel por Nabucodonosor (Jr 21.4-7);

     Juízo contra os reis de Judá (Jr 22.11,12,18,19,24-26,28-30);

     Duração do cativeiro de Israel na Babilônia (Jr 25.11);

     Retorno do cativeiro (Jr 30.3).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Opção: Ato ou faculdade de optar; livre escolha.

 

O que Jeremias profetizara, cumpriu-se. Jerusalém foi destruída; o povo jaz cativo; os mortos acumulam-se nas ruas e nas praças!

Em meio à tragédia, o comandante babilônio oferece uma opção ao profeta. Se quisesse, poderia ficar em Judá com o remanescente. Ou, então, ser levado a Babilônia onde seria tratado com real deferência. Uma vez mais, demonstrando sua fidelidade a Deus e sacrificando-se pelo povo a quem tanto amava sem ser amado, opta Jeremias por permanecer em Judá.

Neste domingo, o Senhor também nos chama a fazer uma opção. Pela fé, optou Moisés pelo povo de Deus: “Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa” (Hb 11.25,26).

 

I. AS PROFECIAS DE JEREMIAS SE CUMPREM

 

1. A destruição de Jerusalém. Aquele ano jamais seria esquecido: 586 a.C. No calendário hebreu, corria o décimo mês do nono ano do rei Zedequias (Jr 39.1). Nesta data, os exércitos de Babilônia derribam os muros de Jerusalém e profanam a mais formosa das cidades. Em seguida, deitam por terra o Santo Templo, matam ao rei Zedequias e levam cativos, à Babilônia, os judeus mais aquinhoados e ricos. Na terra, já tomada pela desolação e pavor, deixam apenas os pobres e desvalidos.

Para se ter uma imagem mais clara desta tragédia, leia as seguintes passagens: Jeremias 39; 2 Reis 25 e 2 Crônicas 36.

2. O fiel cumprimento das palavras de Jeremias. Cumprem-se as palavras de Jeremias; nenhuma delas cai por terra. Ali estava um homem de Deus que falou em nome de Deus, mas o povo de Deus não lhe deu ouvidos. Onde, agora, os profetas que, superficialmente, curavam as feridas do povo? Onde aqueles que prometiam paz e prosperidade? Que esta lição seja devidamente considerada por todos nós.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Todas as profecias de Jeremias em relação à destruição de Israel se cumpriram.

 

 

II. A OPÇÃO DE JEREMIAS

 

1. Jeremias sob custódia. Com a captura de Jerusalém, o profeta fica sob a custódia de Nebuzaradã (Jr 40.1,2), que o encontrara nas cercanias de Ramá, localizada a poucos quilômetros ao norte de Jerusalém. Esta cidade, pertencente a tribo de Benjamim, serviu provavelmente de centro de triagem para separar os judeus que seguiriam a Babilônia dos que permaneceriam na terra.

Algemado, o profeta é levado à presença do capitão babilônio que, seguindo a instrução de seus superiores, trata-o com respeito e consideração (Jr 40.1,4). Afinal, Jeremias sempre aconselhara os reis de Judá a não se arvorarem contra Babilônia nem a bandearem para o lado dos egípcios.

2. A teologia em boca de ímpio. Quando o capitão da guarda babilônica encontrou a Jeremias, pôs-se a teologizar: “O SENHOR, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar; e o SENHOR o trouxe e fez como tinha dito, porque pecastes contra o SENHOR e não obedecestes à sua voz; pelo que vos sucedeu tudo isto” (Jr 40.3,4).

Como um gentio idólatra e estranho à comunidade de Israel poderia ter uma ideia tão clara da justiça de Deus? De qualquer forma, havia ele entendido perfeitamente a justiça divina, enquanto que os judeus, iludidos pelos falsos profetas e pregadores, esperavam uma paz que não existia e uma prosperidade que já era miséria.

É hora de despertarmos dessa letargia, e passar a entender o que nos tem reservado o Senhor (Ef 5.14-18). Se perseverarmos na fé, herdaremos as eternas bem-aventuranças. Caso contrário: seremos destruídos (Is 30.21).

3. A opção de Jeremias. O mesmo Nebuzaradã oferece uma opção a Jeremias: “Agora, pois, eis que te soltei, hoje, das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para a Babilônia, vem, e eu velarei por ti; mas, se te não apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir. Olha: toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai” (Jr 40.5).

O profeta poderia ter optado por Babilônia onde certamente haveria de ser bem tratado. Mas lá já estavam dois profetas: Daniel e Ezequiel. Ao passo que, em Judá, nenhum pastor havia para aquela gente abandonada. Por isso, opta Jeremias por ficar com os restantes do povo de Deus. Assim, põe-se sob a proteção de Gedalias - um nobre judeu encarregado de governar a terra em nome do governo babilônio.

Você já fez a sua opção pelo povo de Deus? O povo de Deus necessita de quem lhe cuide da alma e lhe unte as feridas.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Jeremias escolheu permanecer com o povo de Israel em Judá ao invés de ir para a Babilônia.

 

 

III. COMO OS HERÓIS DA FÉ FIZERAM SUAS OPÇÕES

 

À semelhança de Jeremias, muitos foram os homens e mulheres que optaram pelo povo de Deus. Vejamos alguns deles.

1. A opção de Abraão. Vivia o patriarca confortavelmente em Ur dos Caldeus, quando Deus o chamou a peregrinar até à terra de Canaã, onde dele faria o Senhor uma grande nação. E diz a Bíblia que Abraão saiu, em obediência à Palavra do Senhor, sem saber para onde ia (Gn 12.1-3). Ao fazer a sua opção, Abraão não era nem israelita nem judeu; não passava de um gentio que, pela fé, aceitara plenamente a vontade divina (Dt 26.5).

2. A opção de José. O jovem governante do Egito bem poderia ter ignorado a penúria de seus irmãos, e havê-los castigado como eles o mereciam. Mas o que fez José? Optou por socorrê-los na angústia, pois para isto fora guindado a um cargo tão elevado (Gn 45.3-8).

3. A opção de Moisés. Moisés abriu mão de toda a luxúria do Egito, pois não ignorava a missão que lhe confiara o Senhor (Hb 11.23-26).

4. A opção de Ester. Ester também poderia haver optado por ficar no palácio de Assuero, desfrutando de todas as benesses e cortesanias, enquanto seu povo era trucidado pelo malvado Hamã. Mesmo com o risco de perder a vida, enfrentou ela o perigo. E, assim, com oração e jejum salvou os judeus de morte certa (Et 4.14-16).

5. A opção de Jesus. Que incomparável exemplo nos oferece o Senhor Jesus! Embora igual a Deus, renunciou a glória que sempre desfrutara junto ao Pai, a fim de morrer por nós pecadores. Este é o exemplo que devemos seguir. Esvaziou-se de sua glória para que viéssemos a compartilhar de todos os bens que nos preparou o bondoso Deus (Fp 2.5-11).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Muitos personagens bíblicos optaram por sacrificar suas próprias vontades, conforto e até mesmo a vida em prol do povo de Deus.

 

 

CONCLUSÃO

 

Já fez sua opção pelo povo de Deus? Ou ainda está a divertir-se com os privilégios oferecidos por este mundo? Quantos obreiros que, ao invés de levar adiante o ministério que lhes confiou o Senhor Jesus, não estão a trocar a glória de Deus por aquilo que não é de nenhum valor! E quantos jovens que, desprezando o chamamento ministerial de Deus, não estão a optar pelo efêmero e passageiro mundo (1 Jo 2.17).

Jeremias optou por sofrer com o povo de Deus, levando alento àquela gente que já não tinha qualquer esperança. Qual a sua opção?

 

VOCABULÁRIO

 

Benesses: Lucro gratuito.
Cercanias: Vizinhança, arredores.
Cortesanias: Modos de cortesão.
Desvalidos: Desprotegido, desamparado.
Guindado: Empolado, afetado, enfático.
Insurreição: Rebelião, revolta.
Letargia: Estado de insensibilidade, apatia, sono profundo.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Que opção foi oferecida a Jeremias?

R. Ficar na Babilônia onde haveria de ser bem tratado.

 

2. Que decisão tomou o profeta?

R. Ele optou por ficar com o restante do povo de Deus.

 

3. Cite alguns exemplos de opções pelo povo de Deus nas Sagradas Escrituras?

R. Moisés, José.

 

4. Qual o maior exemplo de renúncia?

R. Jesus Cristo.

 

5. Como você demonstra a sua opção pelo povo de Deus?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Bibliológico

 

“O período no qual os profetas bíblicos dizem ter ministrado à nação israelita está apoiado por numerosas evidências de inscrições e de importância histórica. Sem mostrar deferência a pessoas, os profetas chamaram igualmente reis e cidadãos a prestar contas, desviando-os da idolatria quando atendiam as advertências de Deus, mas sofrendo com eles no exílio quando resistiam ao gesto de Deus. A arqueologia pode apresentar as razões práticas que provocaram tais indiciações proféticas, revelar os lugares que eram o assunto das profecias e identificar as pessoas que fizeram ouvido de mercador para com as predições. Deste modo, a arqueologia oferece algumas evidências para a realidade da profecia em si.

No antigo Oriente Próximo, onde todas as culturas circunjacentes a Israel tinham múltiplas deidades, o contexto da fé de Israel era muitas vezes uma competição entre deuses nacionais. Nesta batalha pela crença, o deus cujas colheitas fossem abundantes, ou de cujo exército saísse vitorioso, era considerado o mais poderoso. No aspecto teológico, esta era uma das maiores ameaças ao povo de Deus e, lamentavelmente, era uma guerra espiritual que os israelitas perdiam com frequência (vide Jr 11.13). Os profetas de Israel tiveram de competir com nações que diziam aos israelitas que a inabilidade deles de resistir à imposição de pagamentos de tributo ou mesmo o exílio por potências mais fortes, era prova de que o Deus de Israel era inferior (vide 2 Rs 18.32-35; Ez 36.20)”.

(PRICE, R. Arqueologia Bíblica. 5.ed. RJ: CPAD, 2006, pp.214-215)