Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2010

 

Título: O Ministério Profético na Bíblia — a voz de Deus na Terra

Comentarista: Esequias Soares

 

 

Lição 11: O Dom Ministerial de Profeta e o Dom de Profecia

Data: 12 de Setembro de 2010

 

TEXTO ÁUREO

 

E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente, apóstolos, em segundo lugar, profetas, em terceiro, doutores, depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas(1Co 12.28).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Os dons espirituais e ministeriais são distintos, no entanto, ambos provêm de Deus e são indispensáveis à Igreja de Cristo.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — At 13.1

Os profetas na liderança da igreja

 

 

Terça — At 15.32

Silas é chamado de profeta

 

 

Quarta — 1Co 14.29

Os profetas no culto cristão

 

 

Quinta — 1Co 14.32

Os profetas e seu autocontrole

 

 

Sexta — 1Co 12.8-10

O dom de profecia entre os demais dons espirituais

 

 

Sábado — Rm 12.6

O uso do dom de profecia

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Efésios 4.11-14; 1 Coríntios 14.3.

 

Efésios 4

11 — E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,

12 — querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo,

13 — até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo,

14 — para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

 

1 Coríntios

3 — Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação.

 

INTERAÇÃO

 

No AT podemos ver Deus falando com o seu povo através dos profetas. E Ele continua a falar e a revelar a sua vontade mediante a profecia. Vivemos tempos trabalhosos e muitos já não crêem na ação e na existência dos autênticos profetas. Todavia, a Igreja do Senhor não pode desprezar as profecias (1Ts 5.19-21), pois este dom foi concedido para a edificação, exortação e consolo da Igreja. O povo de Deus precisa ter discernimento para reconhecer os verdadeiros profetas. Esse discernimento é fruto do conhecimento bíblico e, dificilmente uma igreja, ou um cristão, que prioriza o estudo das Sagradas Escrituras será enganado ou confundido.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Estabelecer a diferença entre os dons ministeriais de apóstolos, evangelistas, pastores e doutores.
  • Explicar as semelhanças e diferenças entre o profeta do Novo e do Antigo Testamentos.
  • Definir o dom de profecia.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, é importante que os alunos compreendam e saibam estabelecer as diferenças entre dons espirituais e ministeriais. Sugerimos a utilização do quadro abaixo. Explique aos alunos que, embora haja variedade de dons espirituais, todos vêm do Espírito Santo e devem ser usados para a edificação do corpo de Cristo. Os dons não podem, em hipótese alguma, ser utilizados para manipular as pessoas ou trazer divisão à igreja. Precisamos usá-los com sabedoria, amor e para a glória de Deus.

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Palavra Chave

Dom: [Do lat. domum], dádiva, presente de Deus.

 

O assunto desta lição diz respeito a um dos aspectos decisivos da vida da igreja: a profecia no contexto neotestamentário. Tais manifestações devem passar pelo crivo das Escrituras Sagradas para que cumpram a sua finalidade: exortar, edificar e consolar (1Co 14.3). Em 1 Coríntios 12, o apóstolo Paulo tratou do assunto, considerando os dois tipos de dons de profecia. Aquele que pode ser concedido pelo Espírito a qualquer crente (1Co 12.10), e o outro destinado a crentes com chamada específica para esse ministério (1Co 12.28).

 

I. OS DONS MINISTERIAIS

 

1. Distinção entre o colégio apostólico e o dom ministerial de apóstolo. É importante que façamos uma distinção entre o apóstolo, como dom ministerial, e os doze apóstolos de Cristo — os apóstolos do Cordeiro (Ap 21.14). Estes formavam um grupo distinto na Igreja Primitiva (Lc 6.12-16) e, por haverem recebido revelações especiais de Deus (Ef 3.5; Jd v.17), foram os responsáveis pelo alicerce doutrinário da Igreja (At 2.42; Ef 2.20). Quanto aos apóstolos dados à igreja, por intermédio do dom ministerial e cuja função é de “embaixador” (cf. 2Co 8.23) e “enviado” (cf. Fp 2.25), são estes igualmente imprescindíveis à obra de Deus.

2. Uma consideração acerca dos dons ministeriais.

a) Apóstolos. Quando o Senhor Jesus Cristo proferiu uma de suas mais célebres afirmações “[…] edificarei a minha igreja” (Mt 16.18), não revelou como a edificaria. Em 1 Coríntios 3.10-14, Paulo menciona que, como sábio arquiteto, pôs o “fundamento, e outro edifica”. O apóstolo dos gentios referia-se ao trabalho seqüencial de edificação da igreja de Corinto que, na realidade, era fruto de seu labor missionário e da assistência pastoral dos líderes que passaram a atender àquele rebanho. A edificação da Igreja se dá através de homens a quem o Senhor Jesus qualificou para isso (1Co 3.6-8).

b) Evangelistas. A igreja sempre necessita do dom de evangelista; trata-se de um pregador cheio do Espírito Santo e da Palavra, enviado à seara do Senhor (At 21.8; 2Tm 4.5). Ele auxilia os pastores na expansão da igreja local, ganhando almas para Cristo.

c) Pastores e doutores. Alguns expositores do Novo Testamento entendem “pastores e doutores” como um só ministério. Talvez porque o texto não diz “e outros, doutores”. Pastores e doutores são distintos, porém, não díspares; tratam-se de ministérios que se complementam. A tarefa do pastor é alimentar e proteger o rebanho; a do doutor, instruir a Igreja, assistindo os membros com a elucidação de questões doutrinárias e preservando a fé genuína. A responsabilidade de ambos, portanto, é cuidar do rebanho de modo que cada membro seja instruído e guiado e, por meio do ensino e do exemplo, mantenham a unidade da igreja, tendo a plenitude de Cristo como medida (Ef 4.13).

3. Objetivo dos dons ministeriais (Ef 4.12-14). É importante entender que o Senhor Jesus deu esses dons à igreja a fim de equipar os crentes para a obra do ministério (Ef 4.12). Dessa forma, o ensino bíblico constante e progressivo, sob a unção de Deus, atuará em suas vidas com o objetivo de impedi-los de serem levados por “todo o vento de doutrina” (Ef 4.14).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Os dons ministeriais descritos pelo apóstolo Paulo em sua carta aos efésios (4.11-14) têm por finalidade o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e a edificação do Corpo de Cristo.

 

 

II. “OUTROS PARA PROFETAS” (Ef 4.11a).

 

1. A importância do tema. Apesar de o termo “profeta” haver sido devidamente abordado nas lições anteriores, dado o seu caráter especial no contexto neotestamentário, é imprescindível considerá-lo à parte. Faz-se necessário entender que o seu emprego em o Novo Testamento é ainda mais amplo do que nas Escrituras veterotestamentárias.

2. A distinção entre apóstolo profeta e profeta. O emprego do termo profeta em Efésios 4.11 apresenta sentido distinto daquele encontrado anteriormente nos textos de 2.20 e 3.5. Nessas duas passagens, trata-se de um mesmo grupo: os apóstolos-profetas. Paulo afirma, porém, em Efésios 4.11, que o Senhor Jesus “deu uns para apóstolos, e outros para profetas” deixando claro que se trata de ministérios diferentes. O contexto mostra que essa passagem (Ef 4.11) refere-se a pregadores irresistivelmente cheios do Espírito Santo, que cooperavam na edificação da Igreja (At 13.1), dedicando-se ao ensino e à interpretação da Palavra de Deus. Eles também dedicavam-se a explicar o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, e punham-se a exortar, edificar e consolar a Igreja de Cristo.

3. As principais funções do profeta. Assim como no Antigo Testamento, o profeta do Novo não tem como função primária predizer o futuro. Sua atuação é, antes de tudo, atender às necessidades da igreja, uma vez que transmite a mensagem de Deus em tempos de crise (1Co 14.3).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

O profeta no contexto neotestamentário possui como função primordial proclamara revelação divina.

 

 

III. O DOM DE PROFECIA

 

1. A promessa do dom de profecia. O Senhor Deus, através do profeta Joel, prometeu derramar abundantemente do seu Espírito sobre os seus servos (Jl 2.28-32). Tal promessa, que iniciou o seu cumprimento a partir do Dia de Pentecostes e inclui especificamente o dom de profecia (Jl 2.28-32; At 2.16-21). Qualquer crente salvo pode ter o dom de profecia na nova dispensação (1Co 14.24), independentemente de idade, sexo, status social e posição na igreja (At 2.17,18), tal como vemos nas quatro filhas de Filipe “que profetizavam” (At 21.9).

2. Definição. O dom de profecia, aqui abordado, é uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo, como um dos dons espirituais prometidos, e não um ministério. O maior valor da profecia é que ela, sendo de Deus, ao contrário das línguas estranhas, uma vez proferida, edifica a coletividade e não unicamente o que profetiza (1Co 14.3-5).

3. Características. A Bíblia ensina que a profecia deve ser julgada na igreja e que o profeta deve obedecer ao ensino bíblico (1Co 14.29-33). Não podemos esquecer que a profecia, nesse contexto, não se reveste da mesma autoridade da dos profetas e apóstolos das Sagradas Escrituras. Ninguém mais, depois deles, recebeu igual autoridade divina. O dom de profecia, na presente era, não é infalível e, portanto, é passível de correção. Pode acontecer de o profeta receber a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, falar além do que devia. Quem profetiza, portanto, deve ter o cuidado de falar apenas o que o Espírito Santo mandar, não alegando estar “fora de si” ou “descontrolado”, pois “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1Co 14.32).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O dom de profecia é uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo que visa edificar, exortar e consolar a igreja.

 

 

CONCLUSÃO

 

O nosso Deus nunca deixou de se comunicar com o seu povo. Ele continua a falar conosco, inclusive por meio do dom de profecia. O Senhor sempre cuida do progresso e edificação de sua Igreja. Por essa razão, Jesus deu à sua Noiva, apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.

 

VOCABULÁRIO

 

Arauto: Emissário, mensageiro.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

HORTON, S. M. I & II Coríntios: Os problemas da Igreja e suas soluções. 1.ed. RJ: CPAD, 2003.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quais os tipos de dons que o apóstolo Paulo alistou em 1Co 12.28?

R. Apóstolos, profetas, doutores, como chamada específicas para esses ministérios.

 

2. De acordo com o contexto neotestamentário, o que significa “profeta” em Efésios 4.11?

R. Pregadores irresistivelmente cheios do Espírito Santo.

 

3. Qual a razão de Jesus ter concedido os dons ministeriais à sua Igreja?

R. Para cooperarem na edificação da igreja, na dedicação ao ensino e na interpretação da Palavra de Deus.

 

4. O que é o dom de profecia?

R. É uma manifestação momentânea e sobrenatural do Espírito Santo.

 

5. Qual deve ser o cuidado de quem profetiza?

R. Falar apenas o que o Espírito Santo mandar.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

 

Subsídio Teológico

 

“No contexto de uma unidade mantida portais expressões de amor como humildade, mansidão, longanimidade e tolerância, são exercidos os dons distribuídos por Cristo, e se cumprem os objetivos de Cristo em seu corpo e a favor do seu corpo (4.7-10). Surpreendentemente, estes objetivos não se cumprem nos líderes que Cristo dá à igreja, mas nos leigos. Os líderes são servos cujo papel é equipar o povo de Deus para sua ‘obra do ministério’. Por meio dos esforços de todos os seus membros, o corpo de Cristo é edificado (4.11-13). E por meio da participação ativa em um corpo que cresce, e que ministra de forma constante, o crente amadurece individualmente (4.14-16). Quer os líderes tenham grandes áreas de responsabilidade (apóstolos, profetas, evangelistas) ou somente responsabilidades locais (pastores e doutores), eles são ordenados para servir os leigos”.

(RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. RJ: CPAD, 2007, pp.423,425)