Título: O Poder e o Ministério da Oração — O relacionamento do cristão com Deus
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 3: A oração sábia
Data: 17 de Outubro de 2010
“E, acabando Salomão de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do SENHOR encheu a casa” (2 Cr 7.1).
Apregoar a fidelidade do Senhor e adorá-Lo com humildade leva-nos a interceder pelo próximo.
Segunda - 1 Rs 3.7-12
Salomão pede a Deus sabedoria
Terça - 1 Jo 5.14
A oração é subordinada à vontade de Deus
Quarta - 1 Rs 3.7,9,11,12
A oração que agrada a Deus
Quinta - Lc 12.31
A oração prioriza o Reino de Deus
Sexta - 2 Cr 6.18-20
Salomão consagra o Templo em oração
Sábado - 2 Cr 7.12-16
O Senhor responde a oração de Salomão
2 Crônicas 6.12,21,36,38,39.
12 - E pôs-se em pé perante o altar do Senhor, defronte de toda a congregação de Israel, e estendeu as mãos.
21 - Ouve, pois, as súplicas do teu servo, e do teu povo de Israel, que fizerem neste lugar; e ouve tu do lugar da tua habitação, desde os céus; ouve, pois, e perdoa.
36 - Quando pecarem contra ti (pois não há homem que não peque), e tu te indignares contra eles e os entregares diante do inimigo, para que os que os cativarem os levem em cativeiro para alguma terra, remota ou vizinha;
38 - e se converterem a ti com todo o seu coração e com toda a sua alma, na terra do seu cativeiro, a que os levaram presos, e orarem para a banda da sua terra que deste a seus pais, e desta cidade que escolheste e desta casa que edifiquei ao teu nome,
39 - ouve, então, desde os céus, do assento da tua habitação, a sua oração e as suas súplicas, e executa o seu direito, e perdoa ao teu povo que houver pecado contra ti.
Prezado professor, esta lição trata da oração mais longa já realizada em toda literatura bíblica: a oração do rei Salomão (1 Rs 8.22-53). Depois de concluir “o santuário real”, no décimo primeiro ano do seu reinado (1 Rs 6.38), Salomão inaugurou o Templo oferecendo sacrifícios ao Senhor (1 Rs 8). O rei estendeu as mãos para os céus e ofereceu uma oração de dedicação. Ele orou pelo o povo, pedindo a Deus que respondesse todas as petições que ali fossem feitas. Rogou para que a salvação e a benevolência do Senhor estivessem em suas vidas. Salomão encerra a dedicação do Templo oferecendo sacrifícios pacíficos, ofertas queimadas e ofertas de manjares ao Eterno (1 Rs 8.62-66).
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, reproduza o esquema abaixo no quadro-de-giz ou tire cópias para os alunos. Ao introduzir o tópico II, peça que os alunos leiam e discutam as principais petições de Salomão de acordo com o esquema. A seção Auxílio Bibliográfico II (p.25) o auxiliará no uso do esquema. Leia Mateus 22.37-39 e conclua explicando que o princípio norteador das petições de Salomão é a preocupação com a necessidade do próximo, conforme o ensino de Jesus. Boa aula!
introdução
Palavra Chave
Sabedoria: Qualidade de sábio; caráter do que é dito ou pensado sabiamente.
Salomão amava ao Senhor, e seguia os conselhos de seu pai Davi. Certa vez Salomão, num ato de adoração ao Senhor, ofereceu mil sacrifícios em Gibeão (1 Rs 3.4). Lá estava o tabernáculo e o altar de bronze que Moisés havia erigido no deserto (2 Cr 1.2-5). Naquela mesma noite, o Senhor apareceu em sonhos a Salomão. Neste sonho, Deus faz ao rei uma pergunta, dando-lhe a oportunidade de pedir o que desejasse, e sua resposta foi: sabedoria para governar o povo de Israel (1 Rs 3.3-10). Ao acordar do sonho, ele voltou à Jerusalém, ao tabernáculo, e ofereceu mais sacrifícios a Deus. Naquela noite, Salomão teve uma experiência com Deus que marcou seu reinado e, enquanto esteve perante o altar do Senhor, reinou com notória sabedoria e sucesso.
I. VIVENDO A DIFERENÇA
1. O lar de Salomão. Salomão viveu num lar marcado por sucessivos problemas morais como o incesto entre seus irmãos Tamar e Amnom (2 Sm 13.1-17); o assassinato de Amnom (2 Sm 13.23-29), a usurpação do trono de Davi por seu filho Absalão (2 Sm 15.1-8), que, mais tarde; prostituiu-se com as concubinas de seu pai (2 Sm 16.20-23). Embora Davi tenha sido um ótimo rei em Israel, deixou muito a desejar como pai.
2. Salomão e o altar de Deus. As experiências de Salomão com Deus no altar da oração evidenciam que é possível, a qualquer crente, permanecer firme e inabalável na fé, independente do meio no qual esteja, como é o caso de José (Gn 39.7-21), Daniel (Dn 1.8,9), Misael, Hananias e Azarias. Muitos crentes através da história sofreram ao ter de viver a sua fé em ambientes hostis, no entanto, permaneceram fiéis ao Senhor (Hb 11.36-38).
3. A oração de Salomão na inauguração do Templo. A oração de Salomão revela a sua bondade e a grandeza de seu coração para com o povo (2 Cr 6.12-42), bem como manifesta o seu conhecimento sobre o que Deus é capaz de fazer por meio da oração, algo que todo crente deve meditar (2 Cr 7.1,12-18). A confiança no poder de Deus demonstrada por Salomão também deve estar presente na vida dos crentes.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Salomão viveu a diferença através da aproximação com o altar de Deus, exposta na oração inaugural do Templo, em meio ao contexto vivencial no palácio de seu pai.
II. AS CARACTERÍSTICAS DA ORAÇÃO DE SALOMÃO
1. Salomão confessou que Deus é único (2 Cr 6.14). Em sua oração, Salomão enfatizou o fato de o Senhor ser o único Deus e, portanto, os demais deuses das religiões politeístas serem falsos (Dt 6.4; Is 43.10; 45.22). Que em nossas orações sigamos o exemplo de Salomão, adorando e exaltando ao Criador, porque Ele é o Deus verdadeiro, o único a quem devemos tributar honras, glórias e louvores (Rm 16.27; 1 Tm 1.17; 1 Co 8.6).
2. Salomão proclama a fidelidade de Deus (2 Cr 6.14,15). A fidelidade de Deus, seu poder e sua perfeição, são a essência de seu ser. Ele cumpre a sua Palavra em tudo o que promete (2 Tm 2.13). Salomão estava vivendo o cumprimento das ricas e infalíveis promessas divinas feitas, antes do seu nascimento, a Davi, seu pai (1 Cr 22.9,10; 2 Sm 7.12-16). A confiança do crente na fidelidade de Deus, manifesta em suas orações de petição e gratidão, determinará a maneira como seus descendentes verão a Deus e nEle crerão e confiarão. A vida espiritual santa e abundante dos piedosos cristãos de hoje despertará o povo de amanhã a conhecer ao Senhor.
3. Salomão era sensível ao bem-estar de seu povo. A oração feita por Salomão (vv.12-4; 1 Rs 8.22-54) demonstra o seu amor e a sua preocupação pelas necessidades sociais e espirituais do povo; é o ministério de intercessão; da benevolência (Rm 12.13-20).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A confissão da unicidade de Deus, a proclamação de sua fidelidade e a sensibilidade pelo bem-estar do povo são características marcantes da oração de Salomão.
III. A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA
1. No Antigo Testamento. Salomão demonstrou a mesma sensibilidade espiritual vista em Abraão, quando intercedeu diante de Deus, antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 18.22-33). O mesmo sentimento teve Moisés, concernente ao povo de Deus escravizado no Egito. Ele não só orava, mas também sofria pelo povo (Hb 11.24-26). Em angústia, suplicava por socorro ao Senhor, que lhe respondia (Êx 6.1-10; 14.15).
2. No período interbíblico. O vocábulo interbíblico significa “entre a Bíblia”, ou seja, período entre o Antigo e o Novo Testamento. Sabemos que neste período não houve nenhuma revelação divina escrita, porém, acreditamos que os piedosos servos de Deus deste período oravam, aguardando a vinda do Messias e a redenção em Jerusalém (Lc 2.36-38).
3. Em o Novo Testamento. Ana, a profetisa, filha de Fanuel, viúva de quase 84 anos, não cessava de orar no Templo na época do nascimento de Jesus (Lc 2.36-38). Seu assunto central nas orações era a redenção em Jerusalém (v.38). Todo crente foi chamado por Deus para fazer parte do reino sacerdotal do Senhor (1 Pe 2.5,9). A tarefa do sacerdote no Antigo Testamento era interceder pelo povo perante o Senhor. Hoje o crente desempenha para Deus a missão de intercessor, clamando em favor do povo de Deus e dos pecadores.
A oração intercessória de Salomão pode ser comparada, em sua sensibilidade, com a dos protagonistas nos períodos do Antigo Testamento, o Interbíblico e o Novo Testamento.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A oração intercessória de Salomão pode ser comparada, em sua sensibilidade, com a dos protagonistas nos períodos do Antigo Testamento, o Interbíblico e o Novo Testamento.
CONCLUSÃO
A prática da oração intercessória leva o crente a sensibilizar-se diante das necessidades do próximo. Você tem orado pelos outros? Salomão não pediu nada para si, mas pediu sabedoria para governar seu reino. Quando orar, não seja egoísta. Aprenda com Salomão e ore ao Senhor, rogando-lhe sabedoria para servir a Ele e, por conseguinte, ao próximo.
Impregnado: Que se impregnou; embebido; encharcado;
profundamente influenciado.
Unicidade: Qualidade ou estado de ser único; singularidade.
SOUZA, E. A. Guia Básico de Oração:
Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. RJ: CPAD, 2002.
GEORCE, J. Orações Notáveis da Bíblia. RJ: CPAD, 2007.
BRANDT, R. L.; BICKET, Z. J. Teologia Bíblica da Oração. 4.ed.
RJ: CPAD, 2007.
1. O que aprendemos mediante as experiências de Salomão com Deus no altar da oração?
R. Que é possível a qualquer crente permanecer firme e inabalável na fé, independente do meio no qual ele necessite estar.
2. O que a oração de Salomão na inauguração do Templo revela acerca de sua pessoa?
R. Revela a sua bondade e a grandeza de seu coração para com o povo (2 Cr 6.12-42).
3. Cite duas características da oração de Salomão.
R. Confissão de que Deus é único; Sensibilidade pelo bem-estar do povo.
4. O que significa período interbíblico?
R. Significa “entre a Bíblia”, ou seja, o período entre o AT e o NT.
5. Qual era o assunto central nas orações de Ana?
R. A redenção em Jerusalém.
Subsídio Devocional
Devemos aprender com Salomão
“Os tipos de intercessão aqui referidos estão relacionados com o povo de Deus, com a comunidade de que somos parte, aqueles que entre nós precisam de ajuda, de mãos fortes dos que exercem o ministério sacerdotal, neste aspecto bíblico da oração.
Outro exemplo aprendemos de Salomão, quando este ora e intercede pelos de fora. Pede ao Senhor: ‘Também ao estrangeiro, que não for do teu povo Israel, porém vier de terras remotas, por amor do teu grande nome, e por causa de tua mão poderosa e do teu braço estendido, e orar, voltado para esta casa, ouve tu dos céus, do lugar da tua habitação, e faze tudo o que o estrangeiro te pedir, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, para te temerem como o teu povo Israel, e para saberem que esta casa, que eu edifiquei, é chamada pelo teu nome’ (2 Cr 6.32,33).
Quando nossa alma está avivada e abrasada peio fogo do Espírito Santo, não somente pregamos aos pecadores, mas também intercedemos por eles, como expressão de ardente desejo de vê-los salvos. Isto é parte do ministério cristão, é coisa que pode e deve ser feita por todos os salvos.
Orar e interceder pelos fracos da igreja e pelos perdidos do mundo é importante missão a ser desempenhada pelos que tem no coração o amor de Deus. Não ore de forma mecânica. Ore, suplique e interceda. Há muitos por quem orar!”.
(SOUZA, E. A. Guia Básico de Oração: Como Orar com Eficácia no seu Dia-a-Dia. RJ: CPAD, 2002, p.197)
Subsídio Devocional
A oração de Salomão (1 Rs 8)
“A oração de Salomão apresenta três divisões facilmente identificáveis:
1. Um apelo geral para que Deus honrasse sua palavra a Davi e ouvisse a oração de seu servo, Salomão (vv.22-30).
2. Sete petições especiais (vv.31-50). Essas petições foram expressas mediante paralelismos poéticos. Suas colocações foram colocadas de um modo condicional, contrapondo-se o vocábulo ‘quando’ (ou ‘se’) à palavra ‘então’.
Quando um homem for obrigado a prestar algum juramento, então ouve do céu e age (vv.31,32).
Quando o povo de Israel confessar o seu pecado, então ouve do céu e perdoa o seu pecado (vv.31,32).
Quando se converterem do seu mau caminho, porque os afligiste, então ouve do céu e perdoa-lhes o pecado (vv.35,36).
Quando o povo enfrentar fome, ou praga, e voltar-se para ti em oração, então retribui a cada um segundo o seu coração (vv.37-40).
Quando chegar um estrangeiro e orar voltado para o templo, por causa do teu grande nome, então faze tudo o que ele clamar a ti (vv.41-43).
Quando enviares o teu povo à guerra, e eles orarem, então ouve do céu e sustenta a causa deles (vv.44,45).
Quando forem levados em cativeiro, se abandonarem o seu pecado e orarem, então ouve a sua oração e perdoa-lhes o pecado (46-51).
3. Um apelo final, solicitando o cuidado especial de Deus sobre o povo que escolhera para que fosse seu, entre todos os povos da terra (51-53).
Digno de destaque na oração de Salomão é sua consciência de que as bênçãos e as provisões de Deus estão relacionadas a ações concretas no sentido de satisfazer aos requisitos e condições divinos. Esquecer esse fato é orar em vão.
O versículo 27, ao reconhecer a onipresença de Deus como o faz revela a percepção que Salomão tinha da grandeza e infinidade divinas, certamente um ingrediente vital na oração eficaz. Quão completamente gratificante é abandonarmos nossas limitações humanas e nos voltarmos para o Deus Todo-Poderoso! Pois não há quem se iguale àquEle que é, ao mesmo tempo, infinito e eterno, que não pode ser contido numa mera casa terrestre, e tampouco no Céu dos céus. Nosso Deus não habita nos espaços limitados do tempo, nem está subordinado à sucessão infinita dos anos. Quão grande é o Senhor!”.
(BRANDT, R. L.; BICKET, Z. J. Teologia Bíblica da Oração. RJ: CPAD, 4. ed., 2007, pp. 143-4)