Título: 2 Coríntios - “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas”
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 5: Tesouro em Vasos de Barro
Data: 31 de Janeiro de 2010
“Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7).
Embora sejamos frágeis, Deus nos usa para proclamar as Boas Novas e dá-nos poder para realizarmos sua obra.
Segunda - Is 45.9
Cacos de barro
Terça - Is 64.8
Barro nas mãos do oleiro
Quarta - Jr 18.6
O vaso do oleiro
Quinta - Rm 9.21
Vaso para honra
Sexta - At 9.15
Um vaso escolhido
Sábado - 2 Co 4.5
Vasos utilizados na obra de Deus
2 Coríntios 4.7-12.
7 - Temos, porém, esse tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós.
8 - Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados;
9 - perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 - trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos.
11 - E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne mortal.
12 - De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida.
Professor, com certeza você já deve ter ouvido a seguinte afirmação: “os perfumes mais caros estão nos menores frascos”. Às vezes o recipiente é pequeno, mas o conteúdo é de grande valor. Paulo desejava mostrar essa premissa aos coríntios, por isso, ele utilizou a figura de um vaso de barro para fazer ver que o conteúdo que carregamos é muito precioso, de valor inestimável. Você sabe que conteúdo é este? A mensagem da salvação em Jesus Cristo. Deus confiou a nós, “frascos frágeis e imperfeitos”, a grande mensagem redentora. Ele habita em nós e quer nos usar para este propósito.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, escreva no quadro-de-giz a palavra vaso. Pergunte aos alunos o que vem à mente deles quando ouvem este termo. À medida que forem falando, vá relacionando as palavras no quadro. Depois de ouvi-los, explique que, ao usar a figura do vaso de barro, Paulo indicava a fragilidade e a pequenez de tal utensílio diante de sua riqueza interior. Os vasos de barros eram baratos e quebravam-se com muita facilidade, por isso não eram muito valorizados pelas donas de casas. Depois, peça que os alunos leiam as características e as referências do quadro abaixo.
“VASO DE BARRO”
introdução
Palavra Chave
Vaso: Utensílio geralmente de barro, frágil e barato, muito utilizado no século I para conter substâncias líquidas ou sólidas.
Os seis primeiros versículos do capítulo 4 são, na verdade, uma continuação do capítulo 3, a respeito da defesa que Paulo faz de seu ministério e sua autorrecomendação. Na sequência, ele se coloca como um “vaso de barro”, pequeno e frágil, porém capaz de guardar um tesouro indestrutível. Evidentemente isso só era possível porque o poder de Deus o capacitava a ser digno de guardar o glorioso tesouro.
Já no versículo 1, Paulo declara que a misericórdia divina foi o dom imerecido que tornou possível ao seu ministério revelar a nova aliança como superior à luz do esplendor de Moisés (3.6-18). O apóstolo não estava fazendo comparações de seu ministério com o de Moisés, mas sentia-se privilegiado pelo Senhor de trazer à tona o que estava encoberto. Esse privilégio deu-lhe conta de sua própria indignidade (1 Tm 1.12-17), mas, ao mesmo tempo, ofereceu-lhe a oportunidade de demonstrar a glória de Deus. Esta lição nos mostrará que, a despeito de nossa fragilidade, o Senhor nos usa na expansão de seu Reino.
I. PAULO APRESENTA O CONTEÚDO DOS VASOS DE BARRO (4.1-6)
1. Um conteúdo genuíno (v.1). Nos versículos de 1 a 6, Paulo prossegue na defesa de seu ministério e, ao usar a figura do “vaso de barro”, indica a debilidade e a pequenez de tal utensílio diante de sua riqueza interior. Em síntese, Paulo apresentou, de fato, o caráter sobrenatural do seu ministério. Naqueles dias, surgiam pregadores que falavam como meros profissionais, sem nenhum compromisso com a veracidade daquilo que pregavam. Eram discursos vazios, com elementos falsos, à semelhança dos comerciantes desonestos, que adulteram as substâncias originais de seus produtos, misturando-as com algo mais barato para enganar seus clientes.
Nesse contexto, o apóstolo surge com uma mensagem de esperança e, agindo como bom mestre, declara que o conteúdo de seu ensino não é falsificado (v.2).
2. Um conteúdo que rejeitava coisas falsificadas (vv.1,2). O fato de Paulo utilizar, no versículo 2, o plural “rejeitamos”, indica que ele referia-se a si mesmo e aos seus companheiros de ministério. Mas o que eles rejeitavam? Qualquer coisa falsa, ou vergonhosa, que corrompesse a mensagem do Evangelho de Cristo. Seus oponentes acusavam-nos de que havia conteúdos adulterados e falsos em seus discursos, no entanto, Paulo refuta essa acusação, afirmando que a mensagem que ele e seus companheiros anunciavam era genuína e verdadeira.
3. Um conteúdo de coisas espirituais transparentes. Pelo menos três sinônimos aparecem nos versículos 2 e 3 como elementos do conteúdo desse tesouro guardado em “vasos de barro”: “Palavra de Deus”, “verdade” e “Evangelho”. Os cristãos judaizantes, opositores de Paulo, acusavam-no de haver distorcido a mensagem, todavia, o apóstolo defende-se com os seguintes argumentos: o que pregava era algo revelado, a Palavra de Deus, a verdade do Evangelho, as Boas Novas. Por ser algo tão glorioso, Paulo sente-se animado a seguir proclamando o Evangelho com franqueza e audácia.
No versículo 4, Paulo chama Satanás de “deus deste século”, a fim de mostrar que o opositor rege o pensamento predominante no mundo. A palavra “século” aparece no grego bíblico como aion e pode significar, dependendo do contexto, “era”, “época”, “tempo”. Neste caso, aion se traduz por “era” e pode ser entendido como “pensamento que predomina numa época”. Portanto, quando Paulo fala do Diabo como “deus deste século”, refere-se à ação entorpecente do pecado que obstrui os entendimentos dos incrédulos, impossibilitando-os de captarem o conteúdo do Evangelho. Para esses, a mensagem estava obscura, porque não podiam ver a sua luz (vv.3,4). Os que rejeitam o Evangelho põem-se sob o poder das trevas, que os impede de conhecer o Senhor Jesus Cristo.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os cristãos judaizantes opositores do ministério de Paulo o acusavam de distorcer a mensagem, mas o apóstolo declara, sem medo, que o que pregava era algo revelado, porque era a Palavra de Deus, a verdade do evangelho, que são as boas novas públicas a todos os homens.
II. PAULO EXPÕE A FRAGILIDADE DOS VASOS DE BARRO (4.7-12)
1. A metáfora do vaso de barro (v.7). Paulo extasia-se diante do contraste entre o glorioso Evangelho e a indignidade e fragilidade de seus proclamadores. Em vez de a mensagem de salvação ser revelada mediante uma demonstração sobrenatural, a glória do Evangelho é manifesta através de homens frágeis - vasos de barro. Deus tem poder sobre o barro e sobre os vasos; Ele é o Oleiro. Por isso, Paulo sente-se fraco fisicamente, mas o Senhor toma-lhe a fraqueza, tornando-o capaz de revelar a glória do Evangelho aos judeus e gentios (vv.8,9).
2. O paradoxo dos sofrimentos (vv.8-10). Nos versículos 8 e 9, quatro contrastes são apresentados por Paulo para exemplificar suas experiências (cf. 1 Co 4.11-13). Os sofrimentos foram terríveis, entretanto, não chegaram a abatê-lo. No versículo 10, Paulo faz uma descrição dessas experiências, identificando-as com a morte de Jesus; um sentimento de participação nos sofrimentos do Filho de Deus. Contudo, o mesmo poder que ressuscitou a Jesus é o que produziu vida no corpo mortal de Paulo (vv.10,11).
3. Sofrer pela Igreja (vv.11,12). No sofrimento físico de Paulo, Deus o aperfeiçoou, produzindo no apóstolo um senso de total dependência (v.11). Se, por um lado, os sofrimentos experimentados por Paulo fizeram-no chegar bem próximo da morte física, por outro, serviram para beneficiar a Igreja de Cristo (v.15). Paulo, aliás, não tinha dificuldade em enfrentar a morte por amor à Igreja: “De maneira que em nós opera a morte, mas em vós, a vida” (v.12).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Deus manifesta a glória do evangelho através de homens frágeis, tais como vasos de barro. O Senhor tem poder sobre o barro e sobre os vasos que Ele fabrica.
III. PAULO FALA DA GLORIFICAÇÃO FINAL DESSES VASOS DE BARRO (4.13-18)
1. O poder que transformará os vasos de barro (vv.13,14). Quando falamos de “vasos de barro”, referimo-nos à fragilidade e à pequenez de nossos corpos ilustradas pelo apóstolo Paulo. Enquanto temos vida física, Deus dignifica-nos a sermos guardiões de um valiosíssimo tesouro - o Evangelho. A esperança que dominava o coração de Paulo - e que não se restringe somente a ele, mas abrange todos os crentes em Cristo - era a glorificação do corpo mortal. Os versículos 13 e 14 indicam que o ato de crer e anunciar baseia-se na verdade de que, assim como Jesus ressuscitou, os crentes também um dia ressuscitarão. Seus corpos transitórios e corruptíveis serão transformados em corpos gloriosos.
2. A esperança capaz de superar os sofrimentos (vv.15,16). Paulo reitera, no versículo 15, que todo o sofrimento experimentado por ele era por amor aos coríntios. Sua fraqueza física manifestaria o poder do Espírito Santo, a fim de que a obra de Deus fosse realizada por meio dele. Ainda que tenha enfrentado a morte muitas vezes, o coração do apóstolo não desfaleceu (v.16). Por isso, ele diz que, exteriormente, nossos corpos físicos se desgastam, mas a esperança da ressurreição garante a vida eterna.
3. Tribulação temporária e glória eterna (vv.17,18). Quando Paulo menciona, no versículo 17, o peso da sua aflição como “leve e momentâneo”, queria, de fato, realçar o peso da glória que Deus tem reservado aos fiéis. Desse modo, revela o apóstolo as causas que o sustentaram em meio aos sofrimentos durante seu ministério: amor à obra, confiança na ressurreição, e gozo eterno. As mesmas causas podem sustentar a todos os crentes que padecem por amor a Cristo.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O ato de crer e anunciar baseia-se na verdade de que, assim como Jesus ressuscitou, os crentes também um dia ressuscitarão. Seus corpos transitórios e corruptíveis serão transformados em corpos espirituais.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos a enxergar nossos corpos como frágeis vasos de barro. Todavia, em sua fragilidade, guardam um tesouro incomparável - o conhecimento do Evangelho. Portanto, compartilhe este tesouro com aqueles que ainda não o possuem.
Praxe: Rotina, uso, costume.
Tenacidade: Afinco, constância.
RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia. 1.ed. RJ: CPAD, 2005.
HORTON, S. M. I & II Coríntios: Os Problemas da Igreja e suas Soluções. 1.ed. RJ: CPAD, 2003.
1. O que Paulo queria indicar ao usar a figura do vaso de barro?
R. Paulo queria indicar a fragilidade e a pequenez de tal utensílio diante de sua riqueza interior.
2. De acordo com a lição, quais são os três termos sinônimos que aparecem nos versículos 2 e 3?
R. Palavra de Deus; Verdade e Evangelho.
3. Quando Paulo fala do Diabo como deus deste século, a que ele se refere?
R. Refere-se à ação entorpecente do pecado que obstrui os entendimentos e impossibilita as pessoas não-crentes de captarem o conteúdo do evangelho.
4. De acordo com a lição, cite três causas que sustentaram Paulo em meio aos sofrimentos.
R. O amor à obra; confiança na ressurreição e gozo eterno.
5. Que lição, para sua vida pessoal, você pode extrair dos sofrimentos de Paulo?
R. Resposta pessoal.
Subsídio Teológico
“O Paradoxo dos Sofrimentos de Paulo (4.7-11)
Os versículos 8,9 contêm quatro conjuntos de contrates que ilustram tanto a fraqueza de Paulo em executar sua chamada apostólica, como o poder de Deus para superar esta fraqueza e libertá-lo: Paulo conheceu aflições que o pressionavam de todos os lados, porém nunca foi cercado a ponto de ser esmagado. Encontrou circunstâncias desnorteantes, mas nunca chegou a ponto de se desesperar. Seus inimigos haviam perseguido seus passos, mas Deus nunca o deixou cair em suas garras. Abateram-no até o chão, porém foram impedidos de dar o golpe fatal. Em resumo, Paulo descreve estas experiências em termos físicos, identificando-as com a morte de Jesus ou até mesmo como participando desta (v.10), de forma que Deus poderia revelar seu poder de ressurreição. Este poder infunde ao corpo mortal de Paulo a vida de Jesus, preservou-o apesar das tribulações e das ameaças contra sua vida (vv.10,11). Estas não são somente as consequências destas tribulações, mas também o propósito de Deus. [...] Paulo percebe que embora seus sofrimentos o trouxessem face a face com a morte física, são os meios que Deus usou para trazer vida aos coríntios (v.12). A revelação do poder de Deus através da fraqueza humana e da concessão da vida através da morte são temas que residem no âmago da compreensão de Paulo quanto o Evangelho e de sua própria chamada como um apóstolo”.
(Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. RJ: CPAD, 2004, p.1091)
Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2Tm 2.15)