Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

1º Trimestre de 2011

 

Título: Atos dos Apóstolos — Até aos confins da Terra

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

Lição 3: O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes

Data: 16 de Janeiro de 2011

 

TEXTO ÁUREO

 

Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias(At 1.5).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Cremos na atualidade do batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais, conforme prometeu o próprio Cristo e ensinaram os santos apóstolos nas Escrituras.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Is 44.3

A profecia de Isaías

 

 

Terça - Jl 2.28-31

A profecia de Joel

 

 

Quarta - Mt 3.11

A profecia de João Batista

 

 

Quinta - At 1.5

A promessa de Jesus

 

 

Sexta - At 2.38-40

A proclamação do Evangelho

 

 

Sábado - At 2.42

Maior perseverança em Deus

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Atos 2.1-6,12.

 

1 - Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;

2 - e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.

3 - E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.

4 - E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.

5 - E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.

6 - E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.

12 - E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?

 

INTERAÇÃO

 

A plenitude do Espírito Santo é chamada de “a promessa do Pai”. Há muitas promessas no texto bíblico, mas esta promessa específica tem a ver diretamente com o derramamento do Santo Espírito. Profetas como Ezequiel (39.29), Joel (2.28), Isaías (32.15; 44.3) e João Batista (Mt 3.11; Lc 3.16), proclamaram, durante seus ministérios, um futuro derramamento do Espírito Santo sobre a casa de Israel, e sobre toda a carne, como o evento que marcaria os últimos dias. Essa promessa foi corroborada pelo Rei dos reis e o maior de todos os profetas: Jesus Cristo (At 1.4-8).

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender o que significa o batismo com o Espírito Santo.
  • Explicar o fundamento bíblico e histórico do Batismo com o Espírito Santo.
  • Saber os objetivos do Batismo com o Espírito Santo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, atualmente diversos estudiosos, com pressupostos cessacionistas, negam o batismo com o Espírito Santo com a evidência inicial de falar em outras línguas, bem como a atualidade dos dons espirituais. Porém, as supostas provas apresentadas por eles não se sustentam ante a hermenêutica bíblica. Para concluir o tópico II da lição, reproduza na lousa, em cartolina ou data show o esquema abaixo ou tire cópias. Explique aos alunos que o batismo com o Espírito Santo, como bênção distinta da conversão, e a atualidade dos dons espirituais são bíblicos, possíveis e necessários de serem desfrutados nos dias hodiernos. Boa aula!

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Batismo: significa [do grego baptisma] mergulho; submersão.

 

No Centenário das Assembléias de Deus no Brasil, urge reafirmarmos este artigo de fé que nos tem caracterizado desde Daniel Berg e Gunnar Vingren: “Cremos na atualidade do batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais” Como não admitir uma realidade bíblico-teológica tão evidente? E como desprezar a experiência de milhões de crentes que, desde o Pentecostes, vêm recebendo o batismo com o Espírito Santo com a evidência inicial e física do falar em outras línguas?

Nesta lição, com o auxílio de Nosso Senhor, haveremos de mostrar quão sólidas são as bases bíblicas e teológicas do batismo com o Espírito Santo. Você já foi revestido do poder do alto? Já fala novas línguas? A promessa diz respeito a você também. Voltemos ao cenáculo. Jesus quer batizar a todos os que nEle crêem.

 

I. O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

 

O teólogo pentecostal inglês, Donald Gee (1891-1966), testemunha-nos acerca de sua experiência pentecostal: “Um louvor crescente afluia agora em minha alma, até que comecei a falar em outras línguas publicamente. Cantava muito em línguas. Toda a minha experiência cristã foi revolucionada”. Mas o que é o batismo com o Espírito Santo?

1. O batismo com o Espírito Santo. Prometido pelo Senhor Jesus Cristo, o batismo com o Espírito Santo é o revestimento de poder que nos introduz numa nova dimensão espiritual, habilitando-nos a proclamar o evangelho com mais eficácia, a devotar a Deus um amor mais ardente e sacrifical e a ter uma vida mais santa e irrepreensível (Lc 24.49; At 1.8).

2. A evidência inicial e física do batismo com o Espírito Santo. O batismo com o Espírito Santo é evidenciado pelo falar noutras línguas. Lucas realça o fato em pelo menos três ocasiões distintas (At 2.1-3; 10.45-48; 19.1-7).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O batismo com o Espírito Santo tem como evidência inicial, e física, o falar em línguas.

 

 

II. FUNDAMENTOS DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

 

Ao contrário do que supõem os inimigos da Obra Pentecostal, o batismo com o Espírito Santo não é uma prática destituída de doutrina; acha-se assentada num forte e inamovível fundamento bíblico-teológico. Os escritores do Antigo e do Novo Testamento referem-se ao derramamento do Santo Espírito nestes últimos dias que começaram no Pentecostes.

1. Moisés. Pressionado pelos encargos de sua missão, Moisés queixa-se a Deus para que o alivie daquele insuportável fardo (Nm 11.24,25). Responde-lhe o Senhor, então, que haverá de repartir-lhe o Espírito entre setenta varões idôneos e incorruptíveis.

E os setenta puseram-se a profetizar, inclusive Eldade e Medade, que se encontravam fora do arraial. Josué, porém, já enciumado pelo profeta, fez-lhe uma recomendação carente de oportunidade acerca de ambos: “Senhor meu, Moisés, proíbe-lho” (Nm 11.28). Voltando-se para seu valoroso servo, o servo de Jeová repreendeu-o: “Tens tu ciúmes por mim? Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!” (Nm 11.29).

Nesta passagem de Números, os israelitas já podiam ter um vislumbre, embora pálido, do que seria o Pentecostes.

2. Isaías. Conhecido como o evangelista do Antigo Testamento, Isaías vaticina a efusão do Espírito Santo: “Porque derramarei água sobre o sedento e rios, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes” (Is 44.3).

3. Joel. Ele recebe o justo epíteto de profeta pentecostal, descerra a História da Salvação e mostra a descida do Espírito Santo como a inauguração do período conhecido como os derradeiros dias: “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. Há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo” (Jl 2.28,32a).

4. João Batista. O predecessor de Nosso Senhor Jesus Cristo prediz o batismo com o Espírito Santo: “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11).

5. Jesus. O Filho de Deus promete a efusão do Espírito: “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele), de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.4,5).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Os Escritores do Antigo e do Novo Testamentos fundamentam a promessa do batismo com o Espírito Santo nesses últimos dias, como iniciado no Pentecostes.

 

 

III. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO NA HISTÓRIA DA IGREJA

 

O batismo com o Espírito Santo não é um modismo teológico nem uma criação eclesial do Século 20. É uma promessa feita pelo Pai, ratificada pelo Filho e operada pelo Consolador. A história da Igreja Cristã mostra que, do Pentecostes em Jerusalém, aos dias de hoje, houve continuidade na dispensação dessa tão inefável promessa.

Eis o testemunho de Agostinho (354-430): “Nós faremos o que os apóstolos fizeram quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, pedindo que o Espírito Santo caísse sobre eles: esperamos que os convertidos falem novas línguas”.

Poderíamos citar outros testemunhos. Mas falta-nos espaço. O que diremos de Lutero? Wesley? Finney?

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O Batismo com o Espírito Santo não é modismo, pelo contrário, é uma promessa feita pelo Pai, confirmada pelo Filho e manifestada pelo Divino Consolador.

 

 

IV. OS OBJETIVOS DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

 

William W. Menzies, um dos mais notáveis teólogos das Assembléias de Deus dos Estados Unidos, leciona acerca da experiência pentecostal: “O batismo com o Espírito Santo permite-nos experimentar uma plenitude espiritual (Jo 7.37-39; At 4.8), uma reverência mais profunda por Deus (At 2.43; Hb 12.28) e uma intensa consagração por Cristo, por sua Palavra e pelos perdidos” (Mc 16.20).

1. Poder e unção a fim de proclamar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. O evangelista, missionário e teólogo metodista Stanley Jones é incisivo (1884-1973): “A vida do cristão começa no Calvário, mas o trabalho eficiente, no Pentecostes”.

Os apóstolos do Cordeiro, antes do Pentecostes, andavam de timidez em timidez. Já revestidos de poder, correram a alcançar Jerusalém, a Judeia e os confins da terra com o evangelho. E o que diremos de Daniel Berg e Gunnar Vingren que, intrépida e corajosamente, percorreram o Brasil empunhando a flama pentecostal? (At 1.8).

2. Reverência diante das coisas de Deus. A efusão do Espírito Santo levou os discípulos, agora como Igreja, a devotar uma reverência ainda maior ao Senhor Jesus Cristo: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais se faziam pelos apóstolos” (At 2.42,43).

O autêntico avivamento pentecostal plenifica nossa reverência a Deus.

3. A experimentação da plenitude espiritual. Não podemos conformar-nos com a nossa vida espiritual. Deus tem muito mais a dar-nos, conforme promete o Senhor Jesus: “Se alguém tem sede, que venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isso disse Ele do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (Jo 7.37-39).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

 

O batismo com o Espírito Santo permite o crente obter poder e unção para proclamar o Evangelho de Cristo, reverência diante das coisas de Deus e a experiência de uma plena espiritualidade.

 

 

CONCLUSÃO

 

Você já foi batizado com o Espírito Santo? Se ainda não, saiba de uma coisa: a promessa diz respeito a todos os que crêem e aceitam o Filho de Deus como o seu único e suficiente Salvador.

 

VOCABULÁRIO

 

Eclesial: Pertencente à Igreja.
Epíteto: Palavra ou frase que qualifica a pessoa; cognome.
Era patrística: Período que predomina o pensamento dos “Pais” da Igreja.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

PALMA, A. D. O Batismo no Espírito Santo e com fogo. 1.ed. RJ: CPAD, 2002.
GEE, D. Como receber o Batismo no Espírito Santo. 1.ed. RJ: CPAD, 2001.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que é o batismo com o Espírito Santo?

R. O batismo com o Espírito Santo é o revestimento de poder.

 

2. O que disse Joel acerca do batismo com o Espírito Santo?

R. “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. Há de ser que todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo” (Jl 2.28,32a).

 

3. Que profecia enunciou João Batista concernente ao batismo com o Espírito Santo?

R. “E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3.11).

 

4. Por que o batismo no Espírito Santo não é um modismo?

R. Porque é uma promessa feita pelo Pai, ratificada pelo Filho e operada pelo Consolador.

 

5. O que o autêntico avivamento pentecostal plenifica?

R. A nossa reverência a Deus.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Bibliográfico

 

“Falar em Línguas (Glossolalia)

Glossolalia’ é um termo técnico freqüentemente utilizado para o falar em línguas; é uma forma combinada das palavras gregas lalia (‘discurso’, ‘fala’) e glossa (‘língua’, ‘linguagem’). O fenômeno de falar em línguas, ao contrário do vento e do fogo, é integral para os discípulos que são cheios do Espírito. ‘E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia a verbalização inspirada’ (At 2.4 — [tradução do autor]).

O registro diz que os discípulos ‘começaram [archomai] a falar noutras línguas’ (At 2.4). Não existe indicação de que os discípulos tenham iniciado, ou de que eles mesmos ‘começaram’ o falar em línguas. [...] O significado de ‘eles começaram a falar em línguas’ é simplesmente ‘eles falaram em línguas’. [...] Os discípulos em Pentecostes falaram em línguas ‘conforme o Espírito ia dando-lhes verbalização inspirada’ [tradução do autor], não sob o próprio ímpeto deles. A expressão ‘conforme’ (kathos) pode ser traduzida como ‘na medida em que’ (Ver Mc 16.17; At 2.4; 10.46; 19.6; 1 Co 12.10,28,30; 13.8; 14.2,4-6,13,14,18,19,22,23,26)”.

(PALMA, A. D. O Batismo no Espírito Santo e Com Fogo. Os Fundamentos Bíblicos e a Atualidade da Doutrina Pentecostal. 1.ed. RJ: CPAD, 2002, pp.61-63)

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Devocional

 

O Testemunho Pessoal de Donald Gee

“[...] numa noite de quarta-feira, em março de 1913, toquei órgão no culto de meio de semana na igreja Congregacional (que terminava às 21h pontualmente), e depois corri para desfrutar do restante da reunião de Highbury New Park. Depois do término da reunião (aproximadamente às 22h30min), o irmão que vinha dirigindo o culto, um respeitável pastor irlandês, colocou-me à prova numa espécie de catecismo.

— Tem certeza da salvação?

— Sim.

— Já é batizado? — Sim.

— Já é batizado com o Espírito Santo?

— Não.

— E por que não?

Expliquei-lhe minha aversão a ‘esperas’ que pareciam uma eternidade. Ele incentivou-me dizendo que isso não era necessário. E, abrindo sua Bíblia, leu para mim Lucas 11.13, e depois Marcos 11.24. Então perguntou-me se eu acreditava nesses versículos. Garanti-lhe que sim e, no momento em que demonstrei-lhe minha fé, era como se Deus jorrasse do Céu para o interior do meu coração, uma certeza absoluta de que essas promessas estavam sendo realmente cumpridas em mim. [...]

Desde aquele instante, minha alegria e satisfação foram intensas, [...]. Experimentei uma nova plenitude acima das palavras, e descobri que tornava-me cada vez mais difícil adequar à minha voz todo o louvor existente em minha alma. Essa situação continuou durante duas semanas aproximadamente [...].

Um louvor crescente afluía agora em minha alma, também nas reuniões, até que comecei a falar em outras línguas publicamente. Cantava muito em línguas também quando a pequena congregação era levada pelo Espírito Santo a esse fim durante nossos momentos de oração e adoração. Toda minha experiência cristã foi revolucionada. Eu não procurava mais aqui e ali por uma satisfação espiritual — eu a havia encontrado. Todo meu prazer estava na oração, no estudo da Bíblia e nos irmãos em Cristo. Isso aconteceu apenas seis semanas antes do meu casamento, e um velho pastor batista, que veio para tentar questionar-me sobre minha recente bênção, teve de admitir que nunca havia conhecido um rapaz tão próximo de um acontecimento feliz, e ainda assim tão interessado nas coisas espirituais. Minha esposa, felizmente, sentia tudo da mesma forma que eu; e nós nos alegrávamos juntos”.

(GEE, D. Como receber o Batismo no Espírito Santo. Vivendo e testemunhando com poder. 1.ed. CPAD, 2001, pp.13-15)