Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

1º Trimestre de 2011

 

Título: Atos dos Apóstolos — Até aos confins da Terra

Comentarista: Claudionor Corrêa de Andrade

 

 

Lição 5: Sinais e maravilhas na Igreja

Data: 30 de Janeiro de 2011

 

TEXTO ÁUREO

 

Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo [...](Hb 2.4).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A igreja evangelizadora e missionária jamais deixará de operar milagres e prodígios, pois o Deus do impossível tem um sério compromisso com os que proclamam as Boas Novas.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - 1 Co 12.10

Operação sobrenatural da parte de Deus na igreja

 

 

Terça - At 3.5,6

Os milagres são realizados em nome de Jesus

 

 

Quarta - At 3.12

Não são para ostentação pessoal

 

 

Quinta - At 5.11

Devem trazer temor à igreja

 

 

Sexta - At 2.44

Deve trazer união à igreja

 

 

Sábado - 2 Co 12.12

São um testemunho para a pregação

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Atos 3.1-11.

 

1 - Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.

2 - E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.

3 - Ele, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola.

4 - E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós.

5 - E olhou para eles, esperando receber alguma coisa.

6 - E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.

7 - E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram.

8 - E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.

9 - E todo o povo o viu andar e louvar a Deus;

10 - e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à Porta Formosa do templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro pelo que lhe acontecera.

11 - E, apegando-se ele a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles no alpendre chamado de Salomão.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, você crê que Deus continua realizando milagres e maravilhas por intermédio da sua Igreja? Se sua resposta for afirmativa, com certeza você não terá dificuldades em trabalhar o conteúdo dessa lição com seus alunos. Infelizmente, muitos cristãos, alguns até pentecostais, não crêem mais na operação de milagres e maravilhas. Estes se esquecem de que o nosso Deus é imutável e que Ele tem um compromisso com a sua Igreja e com aqueles que proclamam a sua Palavra. Os milagres são realizados por Deus com um propósito específico: glorificar seu nome e expandir o seu reino. Não esqueçamos porém, que o maior milagre que existe é a conversão de um pecador a Cristo.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender porque os milagres e maravilhas eram sinais tão comuns à Igreja Primitiva.
  • Explicar quais os objetivos de Deus ao realizar milagres e maravilhas.
  • Conscientizar-se de que a proclamação da Palavra é mais importante que o milagre.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, sugerimos que você reproduza em uma cartolina o quadro abaixo. Utilizando este recurso, explique aos alunos que no livro de Atos encontramos muitos milagres e maravilhas. Os milagres contribuíram para que muitos recebessem, de bom grado, a palavra pregada pelos apóstolos, entregando suas vidas a Cristo. Os irmãos da Igreja Primitiva não usaram os milagres para ficarem famosos ou ricos. A glória e a honra eram dadas a Jesus. O nome do Mestre era glorificado e a cada dia mais e mais pessoas rendiam-se a Jesus Cristo, experimentando o maior de todos os milagres, a salvação.

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Sinais e Milagres: Prodígios operados pelos discípulos por intermédio da ação do Espírito Santo.

 

Por que os sinais e maravilhas eram tão comuns à Igreja Primitiva? Qual o segredo daqueles cristãos? Não havia segredo algum. Havia uma obediência amorosa e consciente à Grande Comissão que o Senhor Jesus confiou aos seus discípulos. Quanto mais evangelizavam e faziam missões, mais o Cristo neles operava por intermédio do Espírito Santo.

O mesmo não ocorre hoje com as igrejas que levam a sério o imperioso “ide” de Cristo? Leia com atenção os últimos versículos do Evangelho de Marcos e constate, em nossa própria realidade, o cumprimento pleno desta promessa: “E estes sinais seguirão aos que crêem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17,18).

Vejamos, pois, o papel e as funções dos sinais e maravilhas, operados pelo Espírito Santo, na vida da Igreja.

 

I. SINAIS E MARAVILHAS, A AÇÃO SOBRENATURAL DA IGREJA

 

O milagre tem de ser visto não como algo que ficou nos tempos bíblicos, mas como um recurso que o Espírito Santo nos coloca à disposição para que glorifiquemos a Deus e disseminemos o evangelho de Cristo.

1. Definição. Os sinais e maravilhas descritos na Bíblia, principalmente em o Novo Testamento, são operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus no âmbito das coisas naturais. São uma suspensão das leis da natureza. Somente o que criou todas as coisas pode agir natural e sobrenaturalmente em todas as coisas, porque tudo lhe é possível (Mc 10.27).

2. Objetivos do milagre. Dois são os objetivos do milagre: glorificar a Deus e expandir-lhe o Reino (Mc 2.12; Lc 5.26; Jo 11.4). Em Atos, os prodígios operados pelos apóstolos abriram-lhes as portas da Palavra, a fim de que anunciassem com poder e destemor o evangelho. Haja vista o ocorrido na Porta Formosa (At 3.1-11). E o ocorrido em Listra? (At 14.8-18). A intervenção sobrenatural de Deus visa também beneficiar o ser humano. Alguém que é curado do câncer, por exemplo, enaltece o nome do Senhor pelo favor imerecido.

O milagre, por conseguinte, não tem por objetivo criar um espetáculo. Foi por isso que o Senhor emudeceu-se e nada fez ante a curiosidade de Herodes (Lc 23.8,9). Somente os que buscam a própria glória transformam os sinais e maravilhas em um show.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Os sinais e maravilhas são operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus com o propósito de glorificar o nome do Senhor e expandir-lhe o Reino.

 

 

II. O MILAGRE NA PORTA FORMOSA

 

Em Atos capítulo três, Pedro e João dirigiam-se ao Santo Templo a fim de orarem, quando se depararam com aquele coxo de nascença que, diariamente, era trazido ao lugar sagrado para esmolar (At 3.2). Observemos que os apóstolos subiam juntos à Casa de Deus para buscar ao Senhor. Se juntos clamavam ao Senhor, juntos estavam prestes a realizar um grande milagre.

1. Oração e milagre. Sem oração não há poder. Moisés e Jesus, que operaram grandes e portentosos sinais, viviam em constante oração e jejum (Êx 24.12-18; Mt 4.2). Se nós obreiros desta geração quisermos também realizar milagres e maravilhas é mister que, juntos, à hora da oração, subamos ao templo. A mão do nosso Deus não está encolhida para efetuar o sobrenatural.

2. Quando nem ouro nem a prata fazem a diferença. Ao ver os apóstolos, esperava o coxo receber deles alguma coisa. Todavia, declarou-lhe Pedro: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).

Hoje, há muitas igrejas ricas e poderosas. Algumas destas, porém, já não conseguem mostrar o poder que operava nos apóstolos. Sim, elas possuem muita prata e muito ouro, mas nenhum poder. O ouro e a prata somente são eficazes quando utilizados na expansão do Reino de Deus. Caso contrário, de nada valem diante daquele que disse: “Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos” (Ag 2.8). Portanto evangelizemos e façamos missões!

3. O milagre na Porta Formosa. O mendigo achava-se justamente na Porta Formosa do Santo Templo (At 3.2). Que contraste! Diante de toda aquela suntuosidade, um mendigo. A porta era formosa e rica, mas achava-se fechada para aquele homem enfeado pela doença e empobrecido por sua condição social.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Pedro e João oram em nome de Jesus e um milagre é realizado na porta do Templo chamada Formosa.

 

 

III. O MILAGRE ABRE A PORTA DA PALAVRA

 

Realizado o milagre, o que fizeram os apóstolos? Certamente não trabalharam o seu marketing pessoal nem foram abrir uma igreja independente. Sabendo que a excelência estava em Cristo e não em si, aproveitaram a ocasião a fim de proclamar o evangelho. Como tem você agido quando Deus usa-o na realização de um milagre ou prodígio? Chama a glória toda a si? Ou glorifica o Senhor da glória? Observe o modo como os apóstolos trataram o prodígio.

A proclamação da Palavra é mais importante que o milagre. Não resta dúvida de que um portento fora realizado. Era notório a todos (At 4.16). Era algo simplesmente inegável. Todavia, os apóstolos estavam prestes a mostrar que aquela ocasião era mais do que propícia à proclamação da Palavra de Deus. Hoje, temos muitas terças e quintas-feiras de milagres. Mas que todos os dias sejam dedicados à pregação do evangelho. O Senhor Jesus estará presente entre nós operando sinais e prodígios diariamente.

A proclamação da Palavra deve ser feita a tempo e a fora de tempo. É o que recomenda Paulo a Timóteo: “Conjuro-te, pois diante de Deus e do Senhor Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.1,2).

Por conseguinte, Pedro e João aproveitaram a oportunidade a fim de proclamar o Evangelho de Cristo tanto para o povo quanto para os sacerdotes. Leia com vagar os capítulos três e quatro de Atos dos Apóstolos. E veja quantas portas a pregação da Palavra foram abertas através do milagre operado pelos apóstolos na Porta Formosa. Tem você aproveitado as oportunidades para anunciar a mensagem da cruz? Ou acha que o milagre não passa de um espetáculo? É chegado o momento de se pregar a tempo e fora de tempo que Cristo Jesus morreu e ressuscitou para salvar o pecador.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Os milagres realizados em nome de Jesus abriram as portas para que a Palavra de Deus fosse proclamada.

 

 

CONCLUSÃO

 

Os sinais seguem aos que crêem. Mas quando estes seguem aqueles, a igreja começa a ter problemas. Vejamos, pois, os milagres e prodígios como oportunidades para anunciarmos o Evangelho de Cristo até aos confins da terra.

Por acaso não agiam assim os apóstolos de Nosso Senhor? Por que, então, agiríamos de outro modo? À semelhança de Pedro e João, declaremos com autoridade e ousadia: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6).

 

VOCABULÁRIO

 

Enteado: O filho de matrimônio anterior com relação ao cônjuge atual de seu pai ou de sua mãe.
Frontões: Fachada.
Portentoso: Maravilhoso, extraordinário.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

PEARLMAN, M. Atos. E a igreja se Fez Missões. 1.ed. RJ: CPAD, 1995.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. RJ: CPAD, 2007.

 

EXERCÍCIOS

 

1. O que são os sinais e maravilhas?

R. São operações extraordinárias e sobrenaturais de Deus no âmbito das coisas naturais.

 

2. Quais as funções do milagre?

R. Dois são os objetivos do milagre: glorificar a Deus e expandir-lhe o Reino

 

3. Por que o milagre não deve ser encarado como um espetáculo?

R. Porque o Senhor nada fez ante a curiosidade das pessoas.

 

4. Realizado o milagre, o que fizeram os apóstolos?

R. Eles proclamaram a Palavra de Cristo.

 

5. O que diz Marcos nos últimos versículos de seu evangelho sobre os sinais e maravilhas?

R. “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas [...]”

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“A natureza teológica de um milagre

Cada uma destas três palavras que se referem a eventos sobrenaturais (sinal, maravilhas e poder) delineia um aspecto do milagre. Um milagre é um evento incomum (maravilha) que transmite e confirma uma mensagem incomum (sinal) por intermédio de uma habilidade incomum (poder). Do ponto de vista divino privilegiado, o milagre é um ato de Deus (poder) que atrai a atenção do povo de Deus (maravilhas) para a Palavra de Deus (por meio de um sinal). [...] Eles são normalmente utilizados como sinais para confirmar um sermão; como maravilhas para verificar as palavras de um profeta; como milagre para ajudar a estabelecer a sua mensagem (Jo 3.2; At 2.22). Um milagre, portanto, é uma intervenção divina, ou uma interrupção, no curso regular do mundo que produz um evento com um objetivo definido, o qual, apesar de incomum, não ocorreria (ou não poderia ocorrer) de outra forma. Nessa definição, as leis naturais são compreendidas como sendo a forma normal regular e geral pela qual o mundo funciona. Entretanto, o milagre ocorre como um ato incomum, não-padronizado e específico de um Deus que transcende o universo. Isto não significa que os milagres são contrários às leis naturais; significa simplesmente que eles são originados em uma fonte que está além da natureza”.

(GEISLER, N. Teologia Sistemática. Vol.1. 1.ed. RJ: CPAD, 2010, pp.43-44)