Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2011

 

Título: A Missão Integral da Igreja — Porque o Reino de Deus está entre vós

Comentarista: Wagner Gaby

 

 

Lição 1: O Projeto original do Reino de Deus

Data: 3 de Julho de 2011

 

TEXTO ÁUREO

 

Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas(Mt 6.33).

 

VERDADE PRÁTICA

 

O Reino de Deus consiste numa vida de amor, justiça, devoção, paz e alegria no Espírito Santo.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Mt 3.1-3

O Reino de Deus anunciado por João Batista

 

 

Terça - Mt 6.33

O Reino de Deus confirmado pelo Senhor Jesus

 

 

Quarta - Jo 3.1-3

O Reino de Deus e o novo nascimento

 

 

Quinta - Mt 5.3-12

O Reino de Deus e as Bem-aventuranças

 

 

Sexta - Mt 21.42-44; Cl 1.13,14

O Reino de Deus e a Igreja

 

 

Sábado - Ap 20.4-6; 21.15

O Reino de Deus e a consumação dos séculos

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Marcos 4.1-3,10-12; Lucas 17.20,21.

 

Marcos 4

1 - E outra vez começou a ensinar junto ao mar, e ajuntou-se a ele grande multidão; de sorte que ele entrou e assentou-se num barco, sobre o mar; e toda a multidão estava em terra junto ao mar.

2 - E ensinava-lhes muitas coisas por parábolas e lhes dizia na sua doutrina:

3 - Ouvi: Eis que saiu o semeador a semear.

10 - E, quando se achou só, os que estavam junto dele com os doze interrogaram-no acerca da parábola.

11 - E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do Reino de Deus, mas aos que estão de fora todas essas coisas se dizem por parábolas,

12 - para que, vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo, ouçam e não entendam, para que se não convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.

 

Lucas 17

20 - E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior.

21 - Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o Reino de Deus está entre vós.

 

INTERAÇÃO

 

Caro professor, neste trimestre estudaremos um tema extremamente relevante para os nossos dias — a Missão Integral da Igreja. Veremos que a Missão Integral é consequência da manifestação do Reino de Deus em nossas vidas.

O comentarista das lições é o pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby. Presidente da Assembleia de Deus em Curitiba, advogado, autor de vários livros publicados pela CPAD e membro da Casa de Letras Emílio Conde. Desejamos, com as lições desse trimestre, que a Igreja do Senhor busque, com zelo, estabelecer os valores do Reino de Deus através de suas ações.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Compreender o conceito bíblico de Reino de Deus.
  • Saber que o Reino de Deus está presente nas Escrituras.
  • Explicar as manifestações do Reino de Deus.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, reproduza o quadro abaixo no data show, retroprojetor ou tire cópias para os alunos. Utilizando o quadro, faça um resumo panorâmico a respeito do tema do trimestre. Explique que a Missão Integral da Igreja vai além da evangelização. O zelo e o cuidado pelo nosso planeta também é parte da Missão Integral. Ressalte que em nossa prática missionária, precisamos ter uma visão integral do homem (corpo, alma e espírito). Conclua enfatizando que a Missão Integral faz parte do projeto original do Reino de Deus para o mundo.

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Reino: Monarquia governada por um rei; domínio, âmbito.

 

Deus é soberano (Sl 24.1,2) e tem o governo dos céus e da terra (Dt 10.14; 1 Co 10.26). Pois foi Ele quem os criou (Gn 1—2; Hb 1.10; 11.3). Não obstante, pouco se estuda acerca de nossa participação no governo do Reino de Deus: nossos deveres e obrigações no cuidado e na mordomia de tudo que Ele nos confiou (Gn 2.15-17,19; 1 Co 3.16,17; 6.19,20).

Assim, o propósito desta lição é estudar o Reino de Deus nas Escrituras, bem como suas manifestações no presente e no futuro, porque desejamos que a Igreja do Senhor, na atualidade, busque intensamente estabelecer os valores do Reino de Deus através de sua prática e vivência.

 

I. CONCEITO BÍBLICO DE REINO DE DEUS

 

1. Definição de Reino de Deus. A expressão Reino de Deus aparecerá algumas vezes no decorrer da lição. Você sabe o seu significado? Podemos definir o Reino de Deus como a soma de “todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus”.

2. Os aspectos do Reino de Deus. De acordo com as Sagradas Escrituras, o Reino de Deus apresenta tanto aspectos presentes quanto futuros:

a) Presente. Na atualidade, o reino divino está presente na vida dos filhos de Deus, a saber, os salvos em Cristo. Estes foram libertos das trevas e transportados ao “Reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). A partir desta experiência salvífica, é possível afirmar que toda pessoa, nascida de novo em Cristo Jesus, é dirigida pelo Espírito Santo e, consequentemente, tem a sua vida governada através dos valores do Reino (Ef 2.10).

b) Futuro. O aspecto futuro do Reino de Deus está ligado ao reino milenar de Cristo sobre a terra por ocasião da sua segunda vinda em glória (1 Co 15.23-25). Até mesmo a criação inanimada “espera” por esse glorioso dia (Rm 8.19-23). E você? Aguarda ansiosamente a vinda de Jesus Cristo, o Rei dos reis?

3. O governo do Reino. Deus criou os céus e a terra (Gn 1.1). Ele tem o governo de todas as coisas. Seu domínio, soberania e autoridade real jamais terão fim. Os reinos deste mundo são transitórios, mas o de Deus é eterno. O Deus soberano governa o mundo todo. O Eterno intervém na criação e na história, manifestando seu poder, sua glória e suas prerrogativas contra o domínio do pecado.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

O Reino de Deus é a soma de “todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus”.

 

 

II. O REINO DE DEUS NAS ESCRITURAS

 

1. No Antigo Testamento. Apesar da expressão Reino de Deus não aparecer no Antigo Testamento, o Senhor é apresentado como o Rei de Israel (Is 43.15), da terra e de todo o universo (Sl 24; 47.7,8; 103.19). Estas e outras referências manifestam a prerrogativa soberana de Deus sobre a criação. Ele reina para sempre (Sl 29.10).

2. Em o Novo Testamento. A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus. Este foi apregoado por João Batista (Mt 3.2) e confirmado pelo ensino de Jesus Cristo (Mt 6.33).

a) Na pregação de João Batista. João veio pregando no deserto: “Arrependei-vos porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2). O fato de uma pessoa ser israelita e “filho da promessa” (Gl 4.28) não lhe assegurava o direito de entrar no Reino de Deus. Era preciso produzir frutos dignos de arrependimento. Pois, as boas obras são o resultado de um autêntico arrependimento (Lc 3.8).

b) No ensino de Jesus. A proclamação e a concretização do Reino de Deus foram o propósito central do ministério de ensino de Jesus. O Reino dos Céus foi o tema de sua mensagem e ensino na terra (Mt 4.17). No Sermão da Montanha, Jesus conclamou a multidão que o ouvia a buscar, com diligência e em primeiro lugar, o Reino de Deus (Mt 6.33). Ele estava ordenando a todos nós, seus seguidores, a buscar a Deus resolutamente e a fazer a sua vontade. Querido irmão, você tem procurado com diligência o governo soberano do Altíssimo em todo o seu modo de viver?

3. Reino de Deus ou Reino dos Céus. Nos evangelhos de Marcos e Lucas a expressão “Reino de Deus” aparece com frequência. Todavia, no Evangelho de Mateus, a expressão mais usada pelo evangelista (aparece cerca de trinta e quatro vezes) é “Reino dos Céus”. A maioria dos eruditos bíblicos concorda que o emprego da expressão “Reino dos Céus” foi aplicado por Mateus devido à rejeição do povo israelita ao uso indiscriminado do nome de Deus. Logo, as expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus”, quando comparadas entre os Evangelhos sinóticos — Mateus, Marcos e Lucas — são sinônimos e intercambiáveis (cf. Mt 5.3; 13.10,11; Mc 4.10,11; Lc 6.20).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

As expressões “Reino de Deus” e “Reino dos Céus” nos Evangelhos sinóticos — Mateus, Marcos e Lucas — são sinônimos e intercambiáveis.

 

 

III. AS MANIFESTAÇÕES DO REINO DE DEUS

 

1. No passado. A nação de Israel era uma monarquia teocrática. O Senhor levantou reis para o povo judeu (Dt 17.14,15; Dt 28.36; cf. 1 Sm 10.1; 1 Sm 16.13) e estabeleceu normas reguladoras de relacionamento político entre o governante e a nação (1 Sm 8.10-22). O objetivo de Deus era preparar o caminho para a salvação da humanidade através da nação de Israel. Contudo, por causa dos desvios do povo judeu e da rejeição de seu Messias, Jesus Cristo, o reino divino foi-lhes retirado, ou seja, Israel na atualidade não tem mais a função de propagar o Reino de Deus (Mt 21.43; Rm 10.21; 11.23). Tal missão cabe agora à Igreja. Israel, porém, será restabelecido espiritualmente no futuro, conforme escreve Paulo (Rm 11.25-27).

2. No presente. O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por intermédio do Rei dos reis. O reino divino pode ser visto nos corações e nas vidas de todos aqueles que se arrependem, crêem e vivem o Evangelho (Jo 3.3-5; Cl 1.13). Não se trata de um reino político ou material que, por definição, é transitório e passageiro, mas de uma poderosa, transformadora e eficaz operação da presença de Deus em e através de seu povo (Mc 1.27; 2 Co 3.18; 1 Ts 4.1), refletindo-se em toda a realidade à nossa volta, produzindo transformação.

3. No futuro. Durante o Milênio, predito pelos profetas do Antigo Testamento (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14), Jesus Cristo reinará literalmente na terra durante mil anos (Ap 20.4-6). E a Igreja reinará juntamente com Ele sobre as nações (Mt 25.34; Ap 5.10; 20.6; Dn 7.22). O reino milenial de Cristo dará lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4; 22.3-5), a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11). Os habitantes são os redimidos do Senhor de todos os tempos. Que alegria nos inundará a alma quando, de eternidade em eternidade, estivermos juntos com o Senhor (Dn 7.18)!

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

O Reino de Deus se manifesta nas respectivas dimensões temporais: passado, presente e futuro.

 

 

CONCLUSÃO

 

No Reino de Deus, a vontade do Pai é conhecida e praticada por amor, devoção, prazer, submissão, dever e gratidão (Rm 5.5; 2 Co 9.13; Lc 18.1 ; Jn 2.9). Fazer continuamente a vontade de Deus, nesse Reino, deve ser a nossa maior prioridade, não importando os obstáculos “pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22). O Reino Deus e sua justiça devem ser o nosso anseio e alvo principal (Mt 6.33).

 

VOCABULÁRIO

 

Deferência: Ato ou efeito de considerar, respeito, reverência.
Evangelhos sinóticos: Assim chamados porque permitem uma vista de conjunto, dada a semelhança de suas versões.
Intercambiável: Troca, permuta.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

COUTO, G. A Transparência da Vida Cristã. Comentário Devocional do Sermão do Monte. 1.ed., RJ: CPAD, 2001.
ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1. ed., RJ: CPAD, 2008.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Defina a expressão “Reino de Deus”.

R. “Todas as bênçãos, promessas e alianças que o Todo-Poderoso destinou aos que recebem a Cristo Jesus”.

 

2. Como Deus é apresentado no Antigo Testamento?

R. Como o Rei de Israel, da terra e de todo o universo.

 

3. Qual é a mensagem central do ensino em o Novo Testamento?

R. A mensagem central do ensino neotestamentário é o Reino de Deus.

 

4. Explique como foi estabelecido o Reino de Deus na Igreja.

R. O Reino de Deus foi estabelecido de forma invisível na Igreja por intermédio do Rei dos reis.

 

5. Como a vontade do Pai é conhecida e cumprida no Reino de Deus?

R. No Reino de Deus, a vontade do Pai é conhecida e praticada por amor, devoção, prazer, submissão, dever e gratidão.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“Definindo o Reino de Deus

[...] O Reino de Deus pode ser definido como o domínio eterno de Deus em todas as eras, exercendo a sua soberania sobre o Universo, intervindo na história para conduzi-la ao ápice — a restauração de todas as coisas — e ‘revelando-se com poder na execução de todas as suas obras’. O Reino de Deus tem, portanto, uma dimensão presente, como já vimos, que se configura no cumprimento em Cristo de todas as promessas messiânicas do Antigo Testamento. A expressão ‘é chegado’, que aparece tanto em Mateus 4.17 como em 12.28, segundo pensam os eruditos, denota a ideia de ‘presença real’, agora, e não de proximidade, como algo apenas para o futuro. Ou seja, a presença pessoal do Messias na história implica a presença efetiva do Reino de Deus entre os homens. Ele se manifesta a partir do coração de cada um, daí porque onde se percebe que o Reino está presente é também possível sentir os seus efeitos.

No entanto, reitere-se, não se pode esquecer do caráter escatológico do Reino de Deus. Será o tempo no qual cumprir-se-á a profecia de Daniel em que os reinos deste mundo serão destruídos, o mal aniquilado, restabelecer-se-á a comunhão perfeita com Deus e o Senhor reinará com justiça para sempre” (COUTO, G. A Transparência da Vida Cristã. Comentário Devocional do Sermão do Monte. 1.ed., RJ: CPAD, 2001, pp.257,258).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Bibliológico

 

“O Reino dos Céus/de Deus

Antes de mencionar o que Mateus escreve a respeito do ‘Reino dos céus’, ou ‘Reino de Deus’, precisamos fazer algumas considerações em relação ao sentido dos próprios termos. Em geral, a palavra ‘reino’ denota a ideia de um domínio, uma região física ou espacial, incluindo o povo e a terra sobre os quais um rei exerce autoridade. Esse sentido também se aplica às palavras usadas para ‘reino’ no Antigo e no Novo Testamentos.

[...] Faz-se necessário um comentário geral sobre uma expressão que é específica do Evangelho de Mateus. O ponto de interesse é o uso que ele faz da expressão ‘Reino dos céus’ em passagens em que Marcos ou Lucas, em seus relatos, referem-se ao ‘Reino de Deus’ (por exemplo, Mt 13.31; Mc 4.30; Lc 13.18).

[...] Os judeus usavam a voz passiva para descrever atos de Deus como uma forma respeitosa de descrever o que Ele fez sem mencionar seu nome (desde que é mais fácil omitir o sujeito com o uso do verbo na voz passiva). A substituição do nome de Deus por ‘céus’, a moradia do Senhor, é outra forma desse tratamento respeitoso. Essa expressão ocorre apenas no Evangelho de Mateus. No entanto, ele também usa quatro vezes a expressão ‘Reino de Deus’ (12.28; 19.24; 21.31,43), sugerindo, assim, que a diferença de nomenclatura é mais uma questão de preferência, ou deferência, que qualquer outra coisa.

É incerto o motivo por que o Evangelho de Mateus menciona ‘o Reino dos céus’ de forma rotineira, o que não acontece nas outras narrativas. É provável que Jesus usasse as duas expressões, mas Lucas e Marcos simplesmente escolheram usar, de forma consistente, a expressão ‘Reino de Deus’ por ser menos ambígua para leitores gentios que a expressão mais judaica ‘Reino dos céus’. Fica claro, a partir de passagens como 19.23,24, em que Jesus diz aos discípulos: ‘é difícil entrar um rico no Reino dos céus. [...] é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus’, que Mateus considera as duas expressões praticamente como sinônimas.

De forma distinta de muitas passagens do Antigo Testamento que se referem ao Reino de Deus como uma realidade presente, as referências no Evangelho de Mateus têm em vista, em geral, um reino ainda futuro ou a entrada no reino que ainda está no futuro. De qualquer modo, a passagem 12.28, em que Jesus afirma o seguinte a respeito de sua atividade de expulsar demônios: ‘Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus’, refere-se ao Reino como uma realidade presente” [ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2008, pp.36,38].