Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2011

 

Título: A Missão Integral da Igreja — Porque o Reino de Deus está entre vós

Comentarista: Wagner Gaby

 

 

Lição 8: Igreja — Agente transformador da sociedade

Data: 21 de Agosto de 2011

 

TEXTO ÁUREO

 

E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: Os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores(Mc 2.17).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Jesus confiou-nos a missão de transformar a sociedade, na qual estamos inseridos, através do Evangelho.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Gn 1.26,27

A criação do homem e da mulher

 

 

Terça - Gn 4.1,2

A formação da primeira família

 

 

Quarta - Gn 4.17 - 6.2

A formação da sociedade

 

 

Quinta - Jo 2.1-12

Jesus se relaciona com a sociedade

 

 

Sexta - Fp 2.7; Lc 22.27

O exemplo de Jesus para a Igreja

 

 

Sábado - 1 Tm 2.1-8

A responsabilidade da Igreja para com a sociedade

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Marcos 2.13-17; Atos 2.37-41.

 

Marcos 2

13 - E tornou a sair para o mar, e toda a multidão ia ter com ele, e ele os ensinava.

14 - E, passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na alfândega e disse-lhe: Segue-me. E, levantando-se, o seguiu.

15 - E aconteceu que, estando sentado à mesa em casa deste, também estavam sentados à mesa com Jesus e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores, porque eram muitos e o tinham seguido.

16 - E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores, disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e pecadores?

17 - E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: Os são não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.

 

Atos 2

37 - Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?

38 - E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.

39 - Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.

40 - E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.

41 - De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas.

 

INTERAÇÃO

 

A evangelização e o serviço social são instrumentos que a Igreja de Cristo dispõe para influenciar a sociedade. Eles são aceitos universalmente como dever cristão. Da mesma forma que somos convocados a evangelizar toda criatura, igualmente somos chamados a exercer o serviço social. A vida de Jesus de Nazaré retrata esta dupla função da Igreja. Jesus peregrinou de cidade em cidade “[...] pregando e ensinando o evangelho do Reino de Deus” e “andou fazendo o bem” (At 10.38). Como seus seguidores, temos de abraçar o seu exemplo. Pois, tanto a evangelização da humanidade quanto o serviço social são expressões da compaixão cristã para a sociedade.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Explicar como a Igreja deve se relacionar com a sociedade.
  • Compreender o papel de proteção social que a Igreja exerce na sociedade.
  • Conscientizar-se de que a evangelização e a atuação da Igreja podem restaurar a sociedade.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para desenvolver o tópico III reproduza o quadro abaixo e utilize-o para explicar as implicações das duas ordenanças de Jesus para os seus seguidores: “Ide por todo mundo, pregai o evangelho” e “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ao concluir a lição fale que o cumprimento dessas ordenanças é essencial para transformação da sociedade. Em seguida, reforce a verdade de que “o Evangelho todo é para o homem todo”. O auxílio bibliográfico, presente no final da lição, também o ajudará em sua ministração. Tenha uma boa aula!

 

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Agente: Que opera, agencia, age.

 

Jesus vivia de acordo com os costumes e tradições da sociedade judaica. Ainda criança, foi levado, certa vez, por seus pais a Jerusalém por ocasião da Páscoa. Quando adulto frequentava a sinagoga, pagava impostos e, sempre que convidado, participava de eventos sociais. Foi numa festa de casamento que realizou o seu primeiro milagre. Em seu estilo de vida simples e modesto, vivia como um homem do povo, embora fosse o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Foi em meio às pessoas que Ele transformou a sociedade e o mundo. Pregava, ensinava, curava os enfermos, libertava os oprimidos pelo demônio e compadecia-se dos que tinham fome. Ele cumpriu a sua missão de tal forma que ficou conhecido como o “amigo de pecadores” (Mt 11.19).

Como Igreja de Deus, temos uma missão a cumprir junto à sociedade como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Nossa missão é transformá-la através do poder do Evangelho de Cristo.

 

I. A IGREJA E A SOCIEDADE

 

1. O que é uma sociedade? O dicionário Houaiss define sociedade como “agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em colaboração, cidadania e fraternização mútuas”. Deus não criou o homem para que vivesse isolado. Por isso constituiu a família (Gn 1.28), a célula básica da sociedade e da nação. A partir da família de Adão e Eva, os seres humanos começaram a formar outros agrupamentos sociais mais complexos. Sem a família a sociedade desaparece.

O Senhor Jesus, ao vir a este mundo nasceu em uma família. Verdadeiro homem e verdadeiro Deus, conviveu numa sociedade imperfeita e pecadora, a fim de transformá-la através das boas novas de salvação.

2. Jesus e a sociedade. Desde a infância, Jesus sabia como agir e interagir numa sociedade organizada (Lc 2.52). Ele era amorosamente amistoso (Lc 2.39-51). Relacionava-se inclusive com os desprezados e marginalizados. Sua pregação e ensino eram inclusivos: alcançava os leprosos, os oprimidos pelo Diabo, cego, coxos, etc (Mt 4.15-17; Lc 7.21,22).

Ao contrário dos escribas e fariseus, Jesus não se importava de estar na companhia de publicanos e pecadores (Mc 2.15,16). Antes, investiu seu tempo nas pessoas que realmente dEle precisavam e desejavam ouvir a sua mensagem, pois segundo afirmou, “não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes” (Mt 9.12b). Sigamos o exemplo do nosso Mestre!

3. A Igreja na sociedade. A Igreja de Cristo é como um farol em meio à escuridão deste mundo, por isto seus membros devem ter uma conduta ilibada (Fp 2.15). Caso contrário, não terão a credibilidade necessária ao pregar a Palavra de Deus. A Igreja do Senhor não deve ser insensível diante dos sofrimentos e mazelas que infelicitam a sociedade. Nossa obrigação é estender as mãos aos necessitados (1 Jo 3.17).

Sabemos que algumas medidas têm de ser tomadas pelo poder público para que os sofrimentos sociais sejam minorados. Todavia, a igreja local pode e deve contribuir, realizando campanhas como, por exemplo, alfabetização de adultos, exames preventivos, socorro às vítimas de tragédias e catástrofes, etc. Contribuamos, pois, com ações que cooperem para melhorar a sociedade, demonstrando, na prática, o amor de Cristo e a eficácia completa do Evangelho (1 Tm 6.5).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A nossa postura na sociedade deve ser a mesma de Jesus Cristo: termos sabedoria para agir e interagir sem nos contaminarmos com o pecado.

 

 

II. A IGREJA E A PROTEÇÃO SOCIAL

 

1. Através da oração. Um recurso eficaz e poderoso para abençoar e proteger a nação é a intercessão do povo de Deus. A Igreja é exortada a orar por todos os homens, indistintamente, bem como pelas autoridades constituídas (1 Tm 2.1-8), a fim de termos uma vida tranquila e sossegada (v.2). Clamemos a Deus em favor da nação, pois “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16b).

2. Por intermédio dos conselhos divinos. A Palavra de Deus revela que os reis tementes ao Senhor recebiam conselhos e orientações dos profetas (2 Cr 20.14-18; Is 37.1-7). Os mensageiros do Senhor exerciam uma função social muito importante: denunciavam as injustiças sociais e os pecados do povo e dos governantes (Jr 2.12,13,19; 25.3-7; Ml 1.1—2.17).

Hoje há chefes de Estado que também procuram conselhos da pastores. Clamemos a Deus para que levante homens autênticos para que falem ousadamente a sua Palavra. Sim, homens irrepreensíveis, a fim de aconselharem e confrontarem os pecados da nação (Mc 6.17,18).

3. Por meio dos valores cristãos. Quem não gostaria de viver numa sociedade cujas políticas públicas fossem justas e equânimes? No Decálogo (Êx 20) e no Sermão da Montanha (Mt 5—7), encontramos os fundamentos para se edificar uma nação mais justa e igualitária. Se a sociedade pautar o seu modo de viver pelos princípios estabelecidos por Deus nas Escrituras Sagradas, não mais assistiremos a sua degradação ética, moral e espiritual. Carecemos desesperadamente destes fundamentos. Tais princípios e valores vêm rareando na família, na sociedade e no Estado. Que jamais venham a faltar na igreja. Tais princípios são atemporais e servem como um escudo à nação.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A Igreja pode auxiliar a sociedade através da oração, dos conselhos divinos e da prática dos valores cristãos.

 

 

III. A IGREJA E A ASSISTÊNCIA À SOCIEDADE

 

1. A evangelização. Evangelizando, a igreja muda o cenário da sociedade, na qual acha-se estabelecida. Cabe-nos igualmente minimizar o sofrimento alheio (1 Jo 3.18; Tg 2.14-18), manifestando o amor de Deus através de ações concretas. Dediquemo-nos, pois, a socorrer os enfermos, viciados em drogas, órfãos, viúvas e idosos desamparados. Em seu ministério, o Senhor Jesus ajudava a todos. Ele é o Servo de Jeová (Is 53.4; Lc 22.27; Fp 2.7). Paulo também muito se preocupava com os necessitados (1 Co 11.1).

2. A ação social. Sem dúvida, a evangelização é a suprema missão da Igreja de Cristo. Todavia, devemos conscientizar-nos de que a ação social também faz parte da tarefa que nos confiou o Senhor (Mt 28.19,20; Tg 1.26,27). Por acaso não agiam assim o Senhor Jesus e os apóstolos?

3. Restaurando a sociedade. A degradação dos valores familiares, as drogas, a criminalidade e outros sintomas igualmente maléficos evidenciam o caos em que vive a sociedade. Cabe a Igreja de Cristo, portanto, lutar contra tais coisas. Através da Palavra de Deus, condenemos a prostituição, a pedofilia, o aborto, a corrupção, etc. Não nos conformemos com a filosofia deste mundo (Rm 12.2), pois a Igreja do Senhor é “a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.1 5).

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A evangelização e a ação social são os instrumentos que a Igreja dispõe para restaurar a sociedade.

 

 

CONCLUSÃO

 

Como servos de Deus, somos agentes de sua graça salvadora para evangelizar, fazer missões e mostrar a todos, na prática, o nosso amor (Cl 6.10). É tempo de oferecer à sociedade tanto o Pão que desceu do céu, Jesus Cristo, como o pão que brota da terra. O mesmo Senhor que ordenou: “Ide e pregai” também recomendou: “Dai-lhe vós de comer”. Através da Bíblia Sagrada, influenciemos e transformemos a sociedade, para que o nome de Cristo seja glorificado entre os homens.

 

VOCABULÁRIO

 

Atemporal: Que independe do tempo.
Equânime: Imparcialidade, retidão.
Inclusivo: Que não exclui ninguém.
Infelicitar: Causar a infelicidade.
Minorar: Abrandar, suavizar.
Rarear: Tornar-se raro.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora, Como Viveremos? 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
PEARCEY, N. Verdade Absoluta: Libertando o Cristianismo de seu cativeiro cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2006.
STOTT. J. R. W. Cristianismo Equilibrado. 3.ed., RJ: CPAD, 1995.

 

EXERCÍCIOS

 

1. De acordo com a lição, defina sociedade.

R. É o agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em colaboração, cidadania e fraternização mútuas.

 

2. Como era a pregação e o ensino do Mestre.

R. Eram inclusivos: alcançava os leprosos, os oprimidos pelo Diabo, cego, coxos, etc.

 

3. O que podemos encontrar no Decálogo e no Sermão da Montanha?

R. Os fundamentos para se edificar uma nação mais justa e igualitária.

 

4. Como a Igreja pode mudar o cenário atual da sociedade?

R. Evangelizando e minimizando o sofrimento alheio.

 

5. O que você gostaria de fazer para ajudar a sua comunidade?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“Evangelização e Responsabilidade Social

O nosso próximo é uma pessoa, um ser humano, criado por Deus. E Deus não o criou como uma alma sem corpo (para que pudéssemos amar somente sua alma), nem como um corpo sem alma (para que pudéssemos preocupar-nos exclusivamente com seu bem-estar físico), nem tampouco um corpo-alma em isolamento (para que pudéssemos preocupar-nos com ele somente como um indivíduo, sem nos preocupar com a sociedade em que ele vive). Não! Deus fez o homem um ser espiritual, físico e social. Como ser humano, o nosso próximo pode ser definido como ‘um corpo-alma em sociedade’. Portanto, a obrigação de amar o nosso próximo nunca pode ser reduzida para somente uma parte dele. Se amamos o nosso próximo como Deus o criou (o que é mandamento para nós), então, inevitavelmente, estaremos preocupados com o seu bem-estar total, o bem-estar do seu corpo, da sua alma e da sua sociedade. [...] É verdade que o Senhor Jesus ressurreto deixou a Grande Comissão para a sua Igreja: pregar, evangelizar e fazer discípulo. E esta comissão é ainda a obrigação da Igreja. Mas a comissão não invalida o mandamento, como se ‘amarás o teu próximo’ tivesse sido substituído por ‘pregarás o Evangelho’. Nem tampouco reinterpreta amor ao próximo em termos exclusivamente evangelísticos” (STOTT, J. R. W. Cristianismo Equilibrado. 3.ed., RJ: CPAD, 1995, pp.60,61).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Apologético

 

“Apesar de vivermos em uma sociedade pluralista, servimos a um Deus que é soberano sobre todas as coisas, e todos os aspectos da vida pessoal e social atingirão a sua melhor forma quando refletirem o seu caráter. Todos os cidadãos viverão melhores em um mundo que mais proximamente se conforme à realidade e à ordem que Deus criou. Fazer tal argumentação prudente é uma maneira muito mais efetiva de reconstruir a cultura do que montar campanhas políticas públicas. Mudar as leis de modo a ajustá-las aos padrões bíblicos de justiça é uma tarefa crucial, claro, mas somente elas não podem transformar o coração ou mudar o comportamento. A maneira como as pessoas vivem é determinada mais por seus valores compartilhados, e isso por sua vez é mudado através de persuasão paciente e exemplo.

Quando apresentarmos a perspectiva bíblica em debate público, deveremos interpretar a verdade das Escrituras de maneira tal que atraia o senso comum. Embora acreditemos que as Escrituras sejam a revelação infalível de Deus, não temos que tornar os nossos argumentos uma repetição de versículos bíblicos.

Por exemplo, quando defendo em câmaras estaduais que criminosos deveriam ser obrigados a pagar restituição às suas vítimas, não digo: ‘Faça isso porque a Bíblia diz’. Antes, apresento a tese como uma saudável política pública. (Quase sempre, alguém me pergunta de onde veio a ideia, e então respondo: ‘Vá em casa e investigue a sua Bíblia. Leia Êxodo 22 ou a história de Zaqueu no Novo Testamento’).

Ainda assim, sempre quando escrevo sobre a necessidade de se utilizarem argumentos razoáveis em cena pública tenho certeza de que uma montanha de cartas de leitores chocados chegará, perguntando: ‘Não é a Bíblia adequada para a salvação? Não nos diz a Bíblia que a Palavra de Deus não volta vazia?’. A resposta é que de fato a Palavra de Deus é suficiente para a salvação — para a graça salvadora. Mas estamos aqui falando de graça comum — isto é, levar adiante o trabalho de Deus de manter a criação através da promoção da justiça e retenção do mal. Para tanto, devemos traduzir a revelação de Deus para a linguagem do mundo. Devemos ser capazes de falar ao cientista na língua da ciência, ao artista na linguagem da arte, ao político na linguagem da política” (COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora, Como Viveremos? 2.ed., RJ: CPAD, 2000, p.54).