Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2011

 

Título: A Missão Integral da Igreja — Porque o Reino de Deus está entre vós

Comentarista: Wagner Gaby

 

 

Lição 10: A atuação social da Igreja

Data: 04 de Setembro de 2011

 

TEXTO ÁUREO

 

[...] Vinde, benditos de meu Pai [...] porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me(Mt 25.34-36).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A Bíblia recomenda que sejamos zelosos também no auxílio aos carentes e necessitados, pois a mensagem do Evangelho contempla o ser humano integralmente.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Dt 15.11; Jo 12.8

Sempre existirá o pobre na terra

 

 

Terça - Is 1.17

Temos de fazer justiça à causa do pobre

 

 

Quarta - Jr 34.8-11,16,17

As injustiças devem ser denunciadas

 

 

Quinta - Lc 14.12-14

Jesus ensinou a generosidade

 

 

Sexta - At 4.32-35

O programa social da Igreja Primitiva

 

 

Sábado - Sl 146.7-9

O Senhor ampara os desvalidos

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Isaías 58.6-8,10,11; Tiago 2.14-17.

 

Isaías 58

6 - Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo, e que deixes livres os quebrantados, e que despedaces todo o jugo?

7 - Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne?

8 - Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.

10 - e, se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.

11 - E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam.

 

Tiago 2

14 - Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?

15 - E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,

16 - e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?

17 - Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, sua missão nesta aula é orientar seus alunos a reconhecerem que é uma obrigação da Igreja de Cristo socorrer os aflitos e necessitados. Cristo jamais despediu alguém faminto. Ele sempre alimentou a alma e o corpo dos necessitados. A Igreja Primitiva também, seguindo o exemplo do Mestre, prestava socorro aos necessitados. O apóstolo Paulo solicitou que as igrejas enviassem doações aos irmãos pobres da Judeia. Atualmente a Igreja precisa continuar socorrendo aos necessitados.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Saber que a pobreza é uma realidade sempre presente no mundo.
  • Compreender que o socorro aos pobres é uma recomendação bíblica.
  • Conscientizar-se de que a ação social é uma responsabilidade da igreja.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, escreva a seguinte reflexão no quadro-de-giz: “Jesus exige o nosso envolvimento pessoal no cuidado com as necessidades dos outros”. Converse com os alunos a respeito do trabalho social desenvolvido por sua igreja. Em seguida, peça que eles debatam a respeito da reflexão. Depois, peça que os alunos pensem em uma forma de a classe ajudar aos menos favorecidos. Conclua afirmando que socorrer os necessitados é uma obrigação nossa, da Igreja de Cristo.

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Ação Social: Ações em benefício dos necessitados.

 

A Igreja de Cristo, como a agência por excelência do Reino de Deus, tem uma responsabilidade social muito grande e urgente a cumprir neste mundo. Nossa missão de pregar o Evangelho a toda criatura não nos isenta da responsabilidade de socorrer a todos os que necessitam de cuidados materiais.

Este compromisso não pode ser ignorado, pois suas bases acham-se tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento.

 

I. POBREZA: UMA REALIDADE SEMPRE PRESENTE

 

1. Os pobres. No mundo em que vivemos, apesar da decantada globalização, há um desnível social iníquo e perverso. De um lado, estão os pobres e marginalizados; de outro, os ricos e poderosos. Isto evidencia claramente a ganância e a presunção dos que, desprezando os preceitos bíblicos, buscam lucrar com a miséria de seus semelhantes. Contra os tais, levanta-se o profeta Isaías: “O espólio do pobre está em vossas casas. Que tendes vós que afligir o meu povo e moer as faces do pobre?”(ls 3.14,15). Deus abomina a injustiça social.

2. O problema da fome. Ao criar a terra, o Senhor providenciou todos os meios para que todas as nossas necessidades fossem dignamente supridas: “Então, a terra dará o seu fruto” (Sl 67.6). Mas por causa do pecado, a escassez e a má distribuição dos recursos naturais passaram a fazer parte de nosso cotidiano. E assim a fome, por exemplo, tornou-se um dos problemas mais agudos do mundo atual. São milhões de pessoas, em todos os continentes, vivendo abaixo da linha de pobreza enquanto alguns poucos se regalam tripudiando sobre a miséria alheia.

3. Precisamos ouvir a voz de Deus. O crente não pode tornar-se insensível ante o drama da miséria espiritual, moral e social. Em nosso país, há os chamados “bolsões de miséria” que nos envergonham como povo e debilitam-nos como nação. São milhões de pessoas sofrendo todos os tipos de necessidade. Não podemos esquecer-nos de que Deus se preocupa com a situação integral do homem.

A Igreja, como sal e luz tem um papel muito importante a desempenhar neste mundo injusto e perverso.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A pobreza é uma realidade social que decorre da Queda.

 

 

II. QUESTÕES SOCIAIS NO ANTIGO TESTAMENTO

 

1. Os ricos e os pobres em Israel. Em Israel sempre houve pobres (Dt 15.11; Jo 12.8). A pobreza decorria de vários fatores: catástrofes naturais, colheitas ruins, guerras e desvios espirituais do povo que sempre acarretavam a correção divina. Nessas ocasiões, pela Lei de Moisés, os mais ricos deveriam assistir os mais pobres: “Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na tua terra” (Dt 15.11). Infelizmente, isto nem sempre ocorria, levando os profetas a denunciarem a injustiça e a opressão entre os israelitas.

Deus não mudou. Ele continua a demandar de seu povo que seja solidário com os mais necessitados.

2. A escravidão em Israel. Embora paradoxal, a escravidão fazia parte do contexto social israelita. No entanto, quando comparamos o regime escravista judaico com o de outras nações, observamos uma distinção considerável entre ambos. Enquanto os povos vizinhos escravizavam para explorar vilmente o ser humano, a escravidão em Israel dava-se por razões econômicas. Quem não tinha dinheiro para saldar uma dívida quitava-a com a sua mão-de-obra. Em caso de falência, por exemplo, o israelita vendia-se como escravo ao seu irmão. Todavia, o tempo de servidão não poderia ultrapassar seis anos. Depois desse período, o escravo era liberto (Êx 21.2; Dt 15.1-18). E o seu senhor, por seu turno, teria de suprir as suas necessidades para que ele pudesse dar início a uma vida digna (vv.13,14).

Quando lemos a Epístola de Paulo a Filemom, convencemo-nos, de imediato, que devemos tratar nossos irmãos, principalmente os que nada possuem, com toda a dignidade e respeito, porque Jesus assim o faz.

3. O socorro aos pobres. O socorro aos pobres é uma recomendação bíblica: “Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas”(Is 1.17). Em Israel, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros eram vítimas constantes de intensa penúria e opressão (Jr 7.6). Todavia, o Senhor ordenou aos israelitas que os tratassem com amor e misericórdia. Se o cuidado com os carentes fosse negligenciado, os profetas não hesitavam em denunciar energicamente as injustiças (Jr 34.8-11,16,17). Não podemos ser omissos em relação ao sofrimento do próximo.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

Segundo a Lei de Moisés, os mais ricos deveriam assistir os mais pobres.

 

 

III. O NOVO TESTAMENTO E A AÇÃO SOCIAL DA IGREJA

 

1. Nos Evangelhos. O Senhor Jesus Cristo ensinou a generosidade e a hospitalidade para com os pobres (Lc 14.12-14). A relevância do tema pode ser vista no final do sermão profético de Jesus, quando Ele, categoricamente, revela quem participará do Reino de Deus: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes verme” (Mt 25.34-36). Você tem agido como Jesus ensinou?

2. Na Igreja Primitiva. A Igreja Primitiva desenvolveu um excelente trabalho social (At 2.42; 4.32), erradicando a necessidade de entre seus membros (At 4.34,35). Dando prosseguimento a esse importante trabalho, o apóstolo Paulo recolheu ofertas entre as igrejas gentias para a assistência aos crentes hebreus de Jerusalém (Rm 15.25-29). As boas obras são evidências de uma fé viva em Deus, conforme afirma Tiago. Os que afirmam estarem salvos pela fé em Cristo, devem demonstrar sua fé por intermédio das obras (Tg 2.14-26).

3. Na Igreja atual. A Igreja, à semelhança de Israel no Antigo Testamento, tem um compromisso social diante do Senhor: “Se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam” (Is 58.10-11; cf. Mt 5.13-16). Sua igreja tem observado esse compromisso social? Você também é responsável pelos pobres e necessitados.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Os servos de Deus têm o compromisso de socorrer os pobres e necessitados.

 

 

CONCLUSÃO

 

A Igreja Primitiva não se intimidou com as perseguições nem se omitiu em cumprir sua missão social. Além de espalhar o Evangelho por todo o mundo, soube como socorrer os aflitos e necessitados. Mostremos, pois, ao mundo o nosso Deus. Ele não se limitou a criar os céus e a terra, mas intervém amorosamente na vida dos filhos dos homens e “faz justiça aos oprimidos; que dá pão aos que têm fome; que liberta os encarcerados; que abre os olhos aos cegos; que levanta os abatidos; que guarda os peregrinos e que ampara o órfão e a viúva” (Sl 146.7-9). Façamos a nossa parte!

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora Como Viveremos? 1.ed., RJ: CPAD, 2000.
ANDRADE, C. As Disciplinas da Vida Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2008.

 

EXERCÍCIOS

 

1. De acordo com a lição, que divisão social há no mundo?

R. De um lado estão os pobres e marginalizados, do outro lado os ricos e poderosos.

 

2. A pobreza dos israelitas era decorrente de que fatores?

R. Catástrofes naturais, colheitas ruins, guerras e desvios espirituais do povo.

 

3. Faça um pequeno resumo a respeito da escravidão em Israel.

R. A escravidão fazia parte do contexto social israelita. No entanto, quando comparamos o regime escravista judaico com o de outras nações, observamos uma distinção considerável entre ambos. Enquanto os povos vizinhos escravizavam para explorar vilmente o ser humano, a escravidão em Israel dava-se por razões econômicas. Quem não tinha dinheiro para saldar uma dívida quitava-a com a sua mão-de-obra. Em caso de falência, por exemplo, o israelita vendia-se como escravo ao seu irmão. Todavia, o tempo de servidão não poderia ultrapassar seis anos.

 

4. Transcreva uma referência bíblica que fale a respeito da ação social na igreja.

R. Atos 2.42; 4.32.

 

5. O que você tem feito para cumprir o compromisso da ação social?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Bibliográfico

 

“O que acontecia na Igreja Primitiva? Não era uma experiência comunista como querem os sectários de Marx e Lênin. A única coisa que o comunismo logrou foi produzir uma legião de excluídos e miseráveis. A Igreja de Cristo, porém, já em seu nascedouro, mostrou o que pode fazer o amor de Deus com o qual o Espírito Santo nos unge o coração. Um amor que se traduz em prática e não em meros conceitos.

A comunidade dos bens, prática observada nos primeiros dias da Igreja, quando os crentes, premidos pelas circunstâncias e urgências da época, ‘vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade’ (At 2.45).

A Igreja em Jerusalém experimentava uma verdadeira koinonia. Stott elucida-nos este interessante aspecto da união cristã: ‘Assim, koinonia é uma experiência trinitária; é a parte que temos em comum com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Mas Koinonia é a palavra que Paulo usou para a oferta que recolheu entre as igrejas gregas, e koinonikos é a palavra grega para generoso’” (ANDRADE, C. As Disciplinas da Vida Cristã. 1.ed., RJ: CPAD, 2008 pp.119,120).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“[...] A propriedade privada é um dom de Deus para ser usado com o propósito de estabelecer a justiça social e cuidar do pobre e do necessitado. O ladrão arrependido é orientado a não mais roubar, mas sim trabalhar com as mãos e assim ganhar o sustento e ‘para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade’ (Efésios 4.28, ênfase acrescentada). Poucos temas nas Escrituras se evidenciam de forma tão direta e clara do que as ordens de Deus para que nos preocupemos com os menos afortunados. ‘Aprendei a fazer o bem’, Deus brada, ‘praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas’ (Isaías 1.17). Através do mesmo profeta, Deus anuncia que o verdadeiro jejum não é um ritual religioso vazio: ‘Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto e recolhas em casa os pobres desterrados? E, vendo o nu, o cubras e não te escondas daquele que é da tua carne?’ (Isaías 58.7). Jesus aprofunda nosso sentimento de responsabilidade, falando que ao ajudarmos o faminto, o desnudo, o doente e o encarcerado, estamos, na verdade, servindo-o (Mateus 25.31-46).

Mesmo assim os pobres nunca são reduzidos a meros recebedores passivos de caridade; eles devem trabalhar em troca de benefícios. Esse princípio é melhor exemplificado nas leis do Antigo Testamento que exigiam dos proprietários deixarem generosas margens da colheita ao redor dos campos para que assim os pobres pudessem colher o suficiente para se manterem vivos (Levítico 19.9-10; Deuteronômio 24.19-22) No Novo Testamento, Paulo censura severamente os que se recusam a trabalhar e urge que eles ‘trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão’ (2 Tessalonicenses 3.12). Os pobres devem manter dignidade como pessoas competentes e responsáveis capazes de cuidar de si próprios” (COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora, Como Viveremos? 1.ed., RJ: CPAD, 2000 pp.454,55).