Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

4º Trimestre de 2011

 

Título: Neemias — Integridade e coragem em tempos de crise

Comentarista: Elinaldo Renovato

 

 

Lição 3: Aprendendo com as portas de Jerusalém

Data: 16 de Outubro de 2011

 

TEXTO ÁUREO

 

Assim, edificamos o muro, e todo o muro se cerrou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar(Ne 4.6).

 

VERDADE PRÁTICA

 

A crise, apesar de seu desconforto, sempre nos abre grandes e oportunas portas.

 

HINOS SUGERIDOS

 

400, 456, 497.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Mt 16.18

Jesus edifica sua igreja

 

 

Terça - 2 Cr 14.7

Cidades protegidas com muros

 

 

Quarta - Hb 11.10

Deus é o sábio construtor

 

 

Quinta - Mt 7.24

O prudente edifica sobre a rocha

 

 

Sexta - Ef 2.20

Edificados sobre Cristo

 

 

Sábado - 1 Pe 2.5

Edificados como casa espiritual

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Neemias 3.1-3,6,13-15.

 

1 - E levantou-se Eliasibe, o sumo sacerdote, com os seus irmãos, os sacerdotes, edificaram a Porta do Gado, a qual consagraram, e levantaram as suas portas; e até a Torre de Meá consagraram e até a Torre de Hananel.

2 - E, junto a ele, edificaram os homens de Jericó; também, ao seu lado, edificou Zacur, filho de Inri.

3 - E a Porta do Peixe edificaram os filhos de Hassenaá, a qual emadeiraram, e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos.

6 - E a Porta Velha repararam-na Joiada, filho de Paseia; e Mesulão, filho de Besodias; e estes a emadeiraram e levantaram as suas portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos.

13 - A Porta do Vale, reparou-a Hanum e os moradores de Zanoa; estes a edificaram e lhe levantaram as portas com fechaduras e os seus ferrolhos, como também mil côvados do muro, até à Porta do Monturo.

14 - E a Porta do Monturo, reparou-a Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Haquerém; este a edificou e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos.

15 - E a Porta da Fonte reparou-a Salum, filho de Col-Hozé, maioral do distrito de Mispa; este a edificou, e a cobriu, e lhe levantou as portas com as suas fechaduras e os seus ferrolhos, como também o muro do viveiro de Selá, ao pé do jardim do rei, mesmo até aos degraus que descem da Cidade de Davi.

 

INTERAÇÃO

 

O texto de Neemias capítulo três narra o processo de edificação dos muros de Jerusalém. A palavra “reparou” é predominante em todo o capítulo. Para os judeus que voltaram do exílio, o processo de reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém contrastava-se com a realidade caótica do presente (Sl 126), mas oferecia, ao mesmo tempo, a lembrança do pujante passado da cidade. Passado este que, infelizmente, fora coberto pelos escombros. Contudo, os judeus estavam dispostos a remover as ruínas e, a partir delas, reconstruir uma nova vida e uma nova história. E é nesta perspectiva que estudaremos hoje as portas de Jerusalém.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer o significado das Portas do Gado e do Peixe.
  • Aprender a respeito das Portas Velha, do Vale, do Monturo, da Fonte e da Guarda.
  • Saber que as portas de Jerusalém trazem preciosas lições para nossa vida pessoal.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor, para introduzir a aula de hoje relacione as Portas apresentadas pela lição conforme suas possibilidades: a Porta do Gado, a Porta do Peixe, a Porta Velha, a Porta do Vale, a Porta do Monturo, a Porta da Fonte e a Porta da Guarda. Explique aos alunos que elas remontam ao contexto da reconstrução social da cidade de Jerusalém e que, por isso, nos ensinam preciosas lições em nossos dias. Para obter maiores informações sobre as referidas portas, consulte as páginas 1033 a 1035 do Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Porta: Entrada; acesso para algum lugar.

 

Nesta lição, estudaremos o capítulo três do livro de Neemias. Veremos o significado espiritual de algumas portas de Jerusalém. A Cidade Santa, como todos sabemos, era grande. Logo, eram necessárias várias portas de acesso, para que a sua vida corresse normalmente. Mas, o que fazer, se as portas estavam queimadas e os muros fendidos? Nessas condições, Jerusalém tornava-se presa fácil para os inimigos. A única solução era reerguer as portas e reconstruir os muros, apesar do desconforto da crise.

Homem algum seria capaz de realizar tal obra sozinho. Era preciso unidade e esforço. O povo, entretanto, encorajado por Neemias, aceitou o desafio da reconstrução.

 

I. A PORTA DO GADO E A PORTA DO PEIXE

 

1. A Porta do Gado ou das Ovelhas (v.1). De acordo com os estudiosos, essa porta situava-se na entrada mais oriental do lado norte das muralhas de Jerusalém (Ne 12.39; Jo 5.2). Em algumas versões, é chamada de a Porta das Ovelhas. Junto a essa porta, no tempo de Jesus, havia o tanque de Betesda, onde o Salvador curou o paralítico, enfermo havia trinta e oito anos (Jo 5.2-9). Essa porta foi edificada pelos sacerdotes (Ne 3.1).

A Porta das Ovelhas é uma figura de Cristo — a Porta da Salvação e o Bom Pastor (Jo 10.7-9). Não há salvação senão em Jesus e por Jesus (At 4.12). Cristo libertou-nos do pecado e da condenação eterna. O Sumo Pastor morreu por nossas iniquidades, libertando-nos do castigo do pecado, que é a morte. Como Igreja do Senhor, devemos proclamar ao mundo, que Jesus é o único caminho que nos leva a Deus. A porta da salvação está aberta. Aproveite a oportunidade. Entre. Jesus está à sua espera.

2. A Porta do Peixe (Ne 3.3; 12.39). Não se sabe ao certo o porquê desse nome. Todavia, segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, o nome provavelmente veio do fato de os peixes da Galileia serem comercializados naquelas imediações.

Essa porta faz-nos lembrar que Jesus chamou-nos para sermos “pescadores de homens” (Mt 4.19; 13.47,48). Todo crente tem o dever de ganhar almas para o Reino de Deus, seja ele pastor, missionário, diácono, professor da Escola Dominical. Não podemos negligenciar a evangelização. A Igreja recebeu de Cristo a incumbência de proclamar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Você tem cumprido a sua missão?

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

A Porta das Ovelhas lembra o Salvador Jesus Cristo como o Bom Pastor. Enquanto que a Porta do Peixe lembra-nos da chamada para sermos “pescadores de homens”.

 

 

II. A PORTA VELHA E A PORTA DO VALE

 

1. A Porta Velha (Ne 3.6; 12.39). Localizada na parte mais antiga da cidade, a Porta Velha pode ser tomada como imagem da legítima doutrina cristã. Esta, apesar de sua antiguidade, jamais será derribada quer pelo liberalismo teológico, quer pelo pós-modernismo. Ela assemelha-se aos portões dos castelos milenares: resiste ao tempo e jamais será tida como ultrapassada, pois imprescindível à nossa segurança. A Bíblia Sagrada, de onde extraímos a nossa doutrina, começou a ser escrita há quatro mil anos aproximadamente, e nem por isso é tida como fora de moda: a Palavra de Deus é para sempre (1 Pe 1.24,25).

Muitos são os que procuram as portas do humanismo, do relativismo e dos modismos com suas extravagâncias litúrgicas. E o que diremos dos pregadores que se comportam como gurus da autoajuda? Zelemos pela sã doutrina, para que os mercenários não se apossem do rebanho de Cristo (Tt 2.1).

2. A Porta do Vale (Ne 3.13). Dando acesso ao vale localizado na parte oeste de Jerusalém, essa porta lembra-nos humilhação, quebrantamento e contrição na presença de Deus. O Senhor agrada-se de um espírito quebrantado e de um coração abatido (Sl 51.17b). Neemias era exatamente assim. Ele tinha consciência dos seus pecados e dos erros do seu povo. Em sua oração, confessa: “Pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos” (Ne 1.6). Se você deseja ter êxito como líder, humilhe-se e constranja-se diante do Senhor.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

A Porta Velha faz referência a imutabilidade da Palavra de Deus. E a Porta do Vale lembra-nos da humilhação, quebrantamento e contrição que devemos manter na presença do Pai.

 

 

III. A PORTA DO MONTURO, DA FONTE E DA GUARDA

 

1. A Porta do Monturo (Ne 2.13; 3.14). Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe, “essa porta recebeu este nome porque o lixo da cidade era levado através dela para ser queimado no vale de Hinom”. Que lição nos traz a Porta do Monturo? A igreja e a família devem ter cuidado para não se contaminar com o lixo deste mundo: heresias, apostasias, imoralidades e mentiras.

Se não tomarmos cuidado, todo esse lixo invadirá nossos lares por intermédio da mídia. Infelizmente, muitos são os que passam horas seguidas diante da tevê e da internet, permitindo que a abominação lhes entre pela casa. A Palavra de Deus adverte-nos: “Não meterás, pois, abominação em tua casa, para que não sejas anátema” (Dt 7.26). Os programas de TV, com raras exceções, estimulam a prostituição, o adultério, a fornicação e o homossexualismo. Tomemos cuidado, pois, com o que vemos, ouvimos e lemos, pois as Sagradas Escrituras alertam-nos a não colocarmos coisas más diante dos nossos olhos (Sl 101.3). Querido irmão, não se contamine com o lixo desse mundo!

2. A Porta da Fonte (Ne 3.15). Essa porta ficava próxima ao Tanque de Siloé, ou Tanque do Rei. A Porta da Fonte não é uma figura bastante forte da Palavra de Deus? Ela nos mata a sede espiritual, limpa-nos de todo o pecado e vivifica-nos a alma (Sl 119.50). Muitos já não recorrem mais a essa fonte e o resultado é a sequidão espiritual. Preferem as cisternas rotas deste mundo (Jr 2.13). Tem você bebido regularmente da fonte da água da vida? Jesus é a porta da vida eterna.

3. Porta de Micfade ou Porta da Guarda (Ne 3.31). Localizada na seção nordeste de Jerusalém, a Porta da Guarda, ao que tudo indica, ficava adjacente ao Templo. Ela faz-nos lembrar a guarda dos preceitos divinos: “Inclinei o meu coração a guardar os teus estatutos, para sempre, até ao fim” (Sl 119.112).

Se quisermos as bênçãos do Senhor, obedeçamos aos seus preceitos. Se os deixarmos, arcaremos com pesadas consequências: miséria e destruição. Assim se deu com Judá, cujos habitantes, por ignorarem a Lei de Deus, além de contemplarem a destruição de Jerusalém, amargaram um cativeiro de setenta anos em Babilônia. O líder autêntico incentiva o povo a obedecer e a amar a Palavra de Deus.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

A Porta do Monturo refere-se ao lixo do mundo, mas a da Fonte, a pureza e a vida pela Palavra de Deus. E a Porta da Guarda os preceitos divinos que devem ser observados.

 

 

CONCLUSÃO

 

Aprendemos, nesta aula, preciosas lições com as portas de Jerusalém. Roguemos a Deus que nos ensine a discernir todos os momentos de nossas lutas e provações, para que sejamos sempre sábios. As crises, apesar de seu desconforto, sempre nos tornam mais sábios espiritualmente. Foi o que aconteceu com Neemias.

 

VOCABULÁRIO

 

Adjacente: Próximo.
Humanismo: Doutrina ou atitude que se situa expressamente numa perspectiva antropocêntrica.
Incumbência: Encargo; missão.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento. Um Contexto Social, Político e Cultural. 1.ed., RJ: CPAD, 2010.
PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed., RJ: CPAD, 2011.

 

EXERCÍCIOS

 

1. A Porta das Ovelhas é uma figura de quem?

R. De Cristo — a Porta da Salvação e o Bom Pastor.

 

2. Qual a origem do nome Porta do Peixe?

R. Segundo o Dicionário Wycliffe, os peixes da Galileia eram comercializados nas imediações da Porta do Peixe.

 

3. De acordo com a lição, o que nos lembra a Porta do Vale?

R. A Porta do Vale lembra-nos humilhação, quebrantamento e contrição na presença de Deus.

 

4. Por que a Porta do Monturo recebeu esse nome?

R. Porque o lixo da cidade era levado através dela para ser queimado no vale de Hinom.

 

5. Que lição nos traz a Porta do Monturo?

R. A igreja e a família devem ter cuidado para não se contaminar com o lixo deste mundo: heresias, apostasias, imoralidades e mentiras.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Devocional

 

“A reconstrução dos muros de Jerusalém

Os muros de Jerusalém, em montões de escombros, representam o estado desesperador do mundo que está à nossa volta; os que atrapalham a edificação, e suas maldades, nos dão uma fraca ideia dos inimigos com os quais temos que contender enquanto executamos a obra de Deus. Cada um deve começar por sua própria casa, por ajudar o progresso da obra de Deus em nossa alma é o melhor que podemos fazer em favor do bem da Noiva de Cristo. Que o Senhor assim estimule o coração do povo, para que deixe de lado as suas pequenas disputas e despreze os seus interesses mundanos, para dedicar-se à construção dos muros de Jerusalém e à defesa da causa da verdade e santidade, contra os assaltos dos inimigos declarados” (HENRY, M. Comentário Bíblico. 1.ed., RJ: CPAD, 2002, p.352).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“A tarefa [de Neemias], como vimos, era reconstruir os muros de Jerusalém, para que a vida na cidade pudesse ser restabelecida. Até que os muros estivessem de pé, nada poderia ser feito. Com eles no chão, Jerusalém não tinha defesa contra atacantes e invasores, e não era local para fazer um lar. Por isso, muitos dos cidadãos haviam se mudado de lá (7.4), a adoração no Templo não pudera ser mantida, e a moral afundara ao nível mais baixo.

Observe que, generalizando, Jerusalém era um retrato das igrejas cristãs no mundo ocidental. A fraqueza, a desilusão e a languidez dos adeptos é a história em toda parte. Na Ásia, África e América Latina, o evangelho avança e as igrejas crescem, mas no mundo protestante da Grã-Bretanha, Europa, América do Norte e Austrália, a secularização da vida da comunidade e a hesitação dos teólogos, líderes e clérigos tem deixado a maioria das congregações em estado lastimável. O abandono da crença histórica num Criador santo, que, graciosamente, salva pecadores através da expiação e do novo nascimento, é ainda comum como o foi no século passado; já não é uma comunidade forte; a fé da qual Deus a fez curadora é desconhecida ao homem na rua, e quando conhecida, é largamente negligenciada; e a piedade, antes divulgada pela igreja como verdadeira humanidade, é agora considerada na cultura popular como uma esquisitice cômica e ultrapassada. A Igreja aparece como uma cidade arruinada; como Sarayevo ou Beirute depois do combate; como a Jerusalém encontrada por Neemias. E uma tremenda empreitada de reconstrução aguarda por alguém que ainda se importe com o seu bem-estar. Neste empreendimento, a reconstrução da fé bíblica será a tarefa básica e primordial” (PACKER, J. I. Neemias — Paixão pela fidelidade. Sabedoria extraída do livro de Neemias. 1.ed. RJ: CPAD, 2011, pp.78,79).