Título: As Sete Cartas do Apocalipse — A mensagem final de Cristo à Igreja
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 2: A visão do Cristo glorificado
Data: 8 de Abril de 2012
“Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17,18).
Embora humilhado e ferido de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou e, gloriosamente, voltará como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
70, 112, 299.
Segunda - Jo 1.14
O Cristo encarnado
Terça - Lc 2.1-7
O Cristo que se fez homem
Quarta - Is 53.4
O Cristo ferido de Deus
Quinta - Mt 27.17-26
O Cristo rejeitado
Sexta - Mt 27.32-60
O Cristo crucificado
Sábado - Lc 24.1-53
O Cristo ressuscitado
Apocalipse 1.9-18.
9 - Eu, João, que também sou vosso irmão e companheiro na aflição, e no Reino, e na paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo.
10 - Eu fui arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,
11 - que dizia: O que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia.
12 - E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;
13 - e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro.
14 - E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo;
15 - e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas.
16 - E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.
17 - E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último
18 - e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno.
O apóstolo João teve uma revelação do Cristo Glorificado. O Senhor apresentou-se ao apóstolo do amor, triunfante, poderoso e ressurreto. Tal aparição demonstra que, sob “os seus olhos [que] eram como chama de fogo” (Ap 19.12), o meigo nazareno acompanha, passo a passo, o caminho existencial de sua Igreja. João recebeu a revelação divina da trajetória histórica da humanidade e testificou a Palavra de Deus e o Testemunho de Seu Filho, Jesus Cristo (1.2). Portanto, nestes últimos dias, onde o culto antropocêntrico tem marcado certas reuniões eclesiásticas, devemos priorizar a exposição da Palavra de Deus e a manutenção de um culto cristocêntrico.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, no primeiro capítulo de Apocalipse há algumas expressões que revelam o triunfo e a glorificação de Jesus Cristo: “a fiel testemunha”; “o primogênito dos mortos”; “o príncipe dos reis da terra”. Destaque essas expressões para a classe. Conclua a lição dizendo que o Cristo apresentado a João, o apóstolo, é o mesmo que nos ama, verteu seu sangue no Calvário e removeu os pecados para nos fazer reis e sacerdotes para Deus, o nosso Pai (Ap 1.5,6). Um dia Ele voltará! Todo olho verá que Ele é o Cristo de Deus — o Alfa e o Ômega. A Ele glória, poder e majestade para sempre!
introdução
Palavra Chave
Cristo: Do hb. “messiah”, ungido; do gr. “christós”, ungido; significa Salvador do mundo.
Foi o Cristo glorificado que se apresentou a João na Ilha de Patmos. Aquele que no Calvário humilhara-se até ao inferno, no céu é soberanamente exaltado. Com a sua morte, Ele trouxe morte à própria morte. Por isso revela-se não apenas em glória, mas como o Senhor de toda a glória. E já entronizado à destra do Pai, apresenta-se Jesus Cristo como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Fp 2.5-11).
Sim, aquele que esteve morto acha-se à direita do Pai. E triunfante virá buscar a sua Igreja (Ap 1.10-20). Está você preparado para receber o Cordeiro de Deus?
Mas, qual o verdadeiro significado da glorificação de Cristo? Só viremos a entendê-la se nos detivermos a compreender-lhe a encarnação.
I. O CRISTO ENCARNADO
Por que a encarnação é o grande mistério da piedade? (1 Tm 3.16). Fazendo-se Filho do Homem, o Filho de Deus manifestou plenamente o amor do Pai (Jo 3.16). E assim Deus revelou-nos a sua graça (1 Jo 4.9).
1. A encarnação. A encarnação foi o ato pelo qual a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade foi concebida, virginalmente, no ventre de Maria (Is 7.14; Lc 1.27). Neste ato sobrenatural, levado a efeito por obra e graça do Espírito Santo, o Filho de Deus fez-se Filho do Homem, e veio habitar entre nós (Jo 1.14). Eis porque afirmamos ser Jesus Cristo Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.
Na encarnação, o Senhor Jesus Cristo esvaziou-se não de sua divindade, mas da glória que usufruía ao lado do Pai, desde a eternidade mais remota (Fp 2.5-11). Jesus homem não deixou de ser Deus; Jesus Deus não deixou de ser homem. Nele, as naturezas divina e humana são plenas e harmônicas. Era Jesus, então, um homem igual a nós? Ele era melhor do que nós, pois foi achado sumamente perfeito.
Quem não aceita a encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo não tem o Espírito de Deus (1 Jo 4.2).
2. O objetivo da encarnação. Três foram os objetivos da encarnação do Filho de Deus: 1) Consumar o Plano de Salvação que, elaborado na eternidade, foi concretizado na plenitude do tempo (Gn 3.15; Gl 4.4; Ap 13.8); 2) Manifestar o Emanuel (Is 7.14; 9.6) para que, no Novo Testamento, exercesse plenamente os três ministérios do Testamento Antigo: profeta, sacerdote e rei; e: 3) Revelar no Calvário a expressão maior do amor de Deus (Jo 3.16).
O Senhor Jesus, por conseguinte, fez-se Filho do Homem, a fim de que viéssemos a ser filhos de Deus (Jo 1.12). Em sua humilhação, exaltou-nos; em sua morte, reviveu-nos; em sua ressurreição, partilhou-nos sua glória e eternidade.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O Cristo Encarnado, fazendo-se filho do homem, manifestou plenamente o amor de Deus ao mundo.
II. O CRISTO HUMILHADO E FERIDO DE DEUS
A morte de Cristo não foi entendida nem pelos judeus, nem pelos gregos. Aqueles consideravam-na escândalo; estes, loucura (1 Co 1.23). Se os primeiros buscavam compreendê-la através de uma interpretação equivocada da Lei e dos Profetas, os segundos esforçavam-se por tudo discernir à luz natural da razão. Em sua incredulidade, ambos os povos jamais vieram a aceitar as proposituras do Plano da Salvação.
Afinal, porque um homem teve de morrer para que os demais pudessem vir a ser salvos? É uma lógica humanamente desconhecida.
Todavia, tanto os judeus, quanto os gentios, ao receberem a Jesus, pela fé, passam a entender perfeitamente as implicações, temporais e eternas, da morte e ressurreição de Nosso Senhor (1 Co 1.24).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O Cristo humilhado e ferido de Deus, não foi compreendido pelos judeus e nem pelos gentios. Todavia, ambos, ao receberem Jesus, pela fé, passaram a entender perfeitamente a morte e a ressurreição do Senhor.
III. O CRISTO GLORIFICADO
A glorificação de Cristo abrange os seguintes eventos: ressurreição, ascensão aos céus, segunda vinda e triunfo sobre as forças do mal.
1. Ressurreição. Afirmou Paulo que, sem a ressurreição de Cristo, a nossa fé seria vã (1 Co 15.14,17). Em toda essa passagem, o apóstolo mostra, com abundantes provas, ter sido a ressurreição do Senhor um fato histórico e não uma mitologia criada pelos discípulos. E foi como o Cristo ressurreto que Jesus apresentou-se a João na ilha de Patmos: “Não temas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém!” (Ap 1.17,18). É fundamental que se realce que o Senhor Jesus ressuscitou física e corporalmente.
Já egresso dos mortos, o Senhor Jesus recebe do Pai todo o poder nos céus e na terra (Mt 28.18). Em suas mãos, as chaves da morte e do inferno (Ap 1.18).
2. Ascensão aos céus. Ressurreto, apresentou-se o Cristo aos seus discípulos, por um período de quarenta dias, falando das coisas concernentes ao Reino de Deus (At 1.3). Em seguida, é assumpto aos céus numa nuvem, conforme o relato fidedigno e exato de Lucas (At 1.9). Agora, à destra do Pai, partilha daquela glória que sempre desfrutara ao seu lado desde a mais insondável eternidade (Jo 17.5; Hb 8.1). Esta também foi a visão que teve o primeiro mártir do Cristianismo: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” (At 7.56).
Portanto, o Senhor Jesus ascendeu aos céus num corpo glorificado, levando consigo as marcas do Calvário (Ap 5.6).
3. A segunda vinda. Se a ascensão de Cristo já foi gloriosa, como não será o seu retorno para buscar os redimidos? Em glória virá arrebatar a sua Igreja, para que os salvos participemos de toda a sua glória. Bendita seja a glória do Senhor! Paulo discorre sobre o evento em duas de suas epístolas (1 Co 15.50-58; 1 Ts 4.13-17). João, exilado em Patmos, teve o privilégio de contemplar o Senhor da glória (Ap 1.12-19). Em breve, muito em breve, também o veremos face a face. Aleluia!
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O Cristo Glorificado pode ser visto pelas Escrituras nos seguintes eventos: ressurreição, ascensão aos céus, segunda vinda e triunfo sobre as forças do mal.
CONCLUSÃO
Isaías viu o Cristo humilhado e ferido de Deus (Is 53.4). Jesus, porém, ressuscitou. Acha-se, agora, à destra do Pai Celeste. E logo virá buscar-nos. Está você preparado para este momento? Já recebeu a Jesus como o seu Salvador? Tem convicção de vida eterna? Aceite a Cristo, agora mesmo, para que possa desfrutar da glória do Senhor de toda a glória. Como Ezequiel, enalteçamos a glória do Cordeiro de Deus: “Bendita seja a glória do Senhor” (Ez 3.12).
Assumpto: Transportado ao céu.
Egresso: Que se retirou, que se afastou.
Propositura: Ato ou efeito de propor; proposição.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.).
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. 1.ed., RJ:
CPAD. 2003.
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1.ed.,
RJ: CPAD, 2010.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática:
Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed., RJ: CPAD, 2007.
1. Por que a encarnação de Cristo é o grande mistério da piedade?
R. Fazendo-se filho do homem, o Filho de Deus manifestou plenamente o amor do Pai. E assim Deus revelou-nos o seu amor redentivo.
2. Qual a importância da encarnação de Cristo?
R. Ela foi importante para consumar o Plano de Salvação que, elaborado na eternidade, foi concretizado na plenitude do tempo.
3. Por que a nossa fé seria vã se Cristo não tivesse ressuscitado?
R. Porque a ressurreição estaria fundamentada numa mitologia criada pelos discípulos e não como um fato histórico. Então, estaríamos perdidos em pecado.
4. Segundo a lição, quando de fato teve início a glorificação de Nosso Senhor?
R. Na sua ressurreição.
5. Descreva, com as suas palavras, o Cristo glorificado conforme visto pelo apóstolo João em Patmos.
R. Resposta livre.
Subsídio Teológico
“Os títulos atribuídos a Jesus no Novo Testamento ajudam-nos a compreendê-lo em termos relevantes para o mundo no qual viveu. Eles também nos ajudam a compreender a sua natureza incomparável.
Senhor e Cristo
Que espécie de Cristologia temos em Atos 2.22-36? Pedro inicia lembrando aos judeus o poder de Jesus para operar milagres, conhecido de todos eles. Era importante. A caracterização feita por Paulo — ‘Os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria’ (1 Co 1.22) — é exata para os dois povos. Mas, como em qualquer afirmação confiável sobre Jesus, Pedro passa rapidamente a falar a respeito da sua morte — Ele foi crucificado, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos! Pedro e muitos outros eram testemunhas desse fato. Em seguida, Pedro oferece uma explicação detalhada da ressurreição e de alguns textos do Antigo Testamento que a profetizavam. Empregando hermenêutica séria, comprova que o Salmo 16 não pode ser aplicado somente a Davi, mas certamente também a Jesus (At 2.29,31)” (HORTON, S. M. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed., RJ: CPAD, 2007, p.306).
Subsídio Teológico
“Jesus Ascende aos Céus
O terceiro Evangelho é concluído com a ascensão de Jesus, e o Livro de Atos inicia com a ascensão. Tudo no Evangelho de Lucas move-se em direção à ascensão, e tudo em Atos move-se a partir da ascensão. Depois que prometeu aos discípulos o poder do Espírito para eles cumprirem a missão, Deus Pai o tomou para o céu diante dos olhos deles (vv.9-11). Em Lucas 9.51 Jesus começou sua grande jornada a Jerusalém, de onde Ele partiria da terra. Sua jornada só se completou quando Ele alcançou o céu. Podemos definir esta jornada como o caminho para a ascensão. No monte da transfiguração, Moisés e Elias falaram sobre a partida (exodos, ‘êxodo’, Lc 9.31) de Jesus. Seu ‘êxodo’ abrange o trânsito da terra para o céu, incluindo sua morte, ressurreição e ascensão (cf. Lc 24). Sua partida ao céu marca o fim de uma era e o começo de outra, na qual os crentes são capacitados pelo mesmo Espírito que ungiu a vida e missão de Jesus. À medida que Jesus entrava na glória, uma nuvem o encobriu da visão dos discípulos. Eles já não o veem, mas o significado real da nuvem tem o propósito de dizer que Jesus foi recebido na glória de Deus. A shekiná, a presença de Deus, tinha pousado sobre a tenda da reunião nos dias de Moisés (Êx 40.34). Quando Moisés e Elias deixaram o monte da transfiguração, eles foram envolvidos com a nuvem da presença de Deus (Lc 9.34). A nuvem naquela ocasião e a nuvem na ascensão de Jesus indicavam que os últimos dias despontaram na vida e ministério de Jesus. Ele agora parte da terra para a presença glorificante de Deus.
A nuvem também pressagia a maneira na qual Jesus voltará — numa nuvem de glória. De fato, os dois anjos que aparecem na ascensão declaram que Jesus voltará como os discípulos o viram ir para o céu — visível, corporal e pessoalmente (At 1.11). O enfoque está na maneira da volta e não no tempo.
Hoje Cristo está entronizado no céu como Rei, sentado à mão direita de Deus. Elevado à presença de Deus, Ele completou sua jornada e deu o passo final para sua exaltação na glória. O Cristo, nascido de mulher, que vivia uma vida humana e morreu na cruz, agora está sentado à mão direita de Deus. No rio Jordão, o Espírito Santo tinha descido sobre Cristo e tornado-o Profeta, Sacerdote e Rei ungido (Lc 3.21,22). Jesus cumpre seu ofício real na ascensão. Como Rei, Ele derramará o Espírito Santo prometido e no fim voltará outra vez” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2003, pp.627,28).