Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos

 

 

3º Trimestre de 2013

 

Título: Filipenses — A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 4: Jesus, o modelo ideal de humildade

Data: 28 de Julho de 2013

 

TEXTO ÁUREO

 

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus(Fp 2.5).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Jesus Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.

 

HINOS SUGERIDOS

 

42, 130, 158.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda - Fp 2.5-8

Cristo: o maior exemplo de humildade

 

 

Terça - Jo 12.20-28

Glorifique a Deus na tribulação

 

 

Quarta - Jo 13.3-7

Quem ama serve

 

 

Quinta - Lc 6.27-36

Amando como Jesus

 

 

Sexta - Rm 12.9-15

A verdadeira fraternidade

 

 

Sábado - Fp 2.3

Considerando o outro superior

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Filipenses 2.5-11.

 

5 - De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus,

6 - que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.

7 - Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;

8 - e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.

9 - Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,

10 - para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,

11 - e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.

 

INTERAÇÃO

 

Você concorda que Jesus Cristo é a plena revelação de Deus? Que em Jesus, o Altíssimo se fez Deus Conosco, o Emanuel? Que o Nazareno é a encarnação suprema do Deus Pai? Mas por que o Altíssimo não escolheu manifestar-se como um político poderoso judeu? Por que Ele não elegeu um sacerdote da linhagem de Arão para salvar à humanidade? Por que o nosso Deus escolheu alguém que não tinha onde “reclinar a cabeça”? Alguém que em seu nascimento não tinha onde pousar com a sua mãe? A vida de Jesus de Nazaré demonstra, ainda que soberano e glorioso, um Deus que não se revelou plenamente a humanidade exalando opulência, mas simplicidade e ternura. O Pai se fez carne e humilhou-se. Ele revelou-se para o mundo em humilhação. Isto lhe diz alguma coisa?

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer o estado eterno da pré-encarnação de Cristo.
  • Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo.
  • Compreender a exaltação final de Cristo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Prezado professor, a lição a ser estudada nesta semana é bem teológica. As Escrituras apresentam uma doutrina robusta acerca da humanidade e divindade de Jesus Cristo. A história da Igreja apresenta fundamentos sólidos à luz dos concílios ecumênicos que, ao longo do tempo, deram conta da evolução de toda a teologia cristã no Ocidente.

Para introduzir o assunto, reproduza o esquema abaixo. Faça uma rápida exposição da doutrina da união hipostática de Jesus. Para isso o prezado professor deverá munir-se de uma boa Teologia Sistemática e Bíblica.

 

“[Do gr. hypostasis] Doutrina que, exposta no Concílio de Calcedônia em 451, realça a perfeita e harmoniosa união entre as naturezas humana e divina de Cristo. Acentua este ensinamento ser Jesus, de fato, verdadeiro homem e verdadeiro Deus” (Dicionário Teológico, p.352, CPAD).

 

Natureza Humana

“Embora o título ‘Filho do Homem’ apresente duas definições principais, são três as aplicações contextuais, no Novo Testamento. A primeira é o Filho do Homem no seu ministério terrestre. A segunda refere-se ao seu sofrimento futuro (como por Mc 13.24). Assim, atribuiu-se novo significado a uma terminologia existente dentro do Judaísmo. A terceira aplicação diz respeito ao Filho do Homem na sua glória futura (ver Mc 13.24, que aproveita diretamente toda a corrente profética que brotou do livro de Daniel). [...] Logo, Jesus é o Filho do Homem — passado, presente e futuro. [...] O fato de o Filho do Homem ser um homem literal é incomparável” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, pp.312-13, CPAD).

 

Natureza Divina

“Os escritos joaninos dão bastante ênfase ao título ‘Filho de Deus’. João 20.31 afirma de forma explícita que o propósito do evangelho é ‘para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome’. Além do uso do próprio título, Jesus é chamado inúmeras vezes ‘o Filho’, sem acréscimo de outras qualificações. Há também mais de cem circunstâncias em que Jesus se dirige diretamente a Deus ou se refere a Ele como ‘Pai’ [...].

As afirmações: ‘Eu sou’ são exclusivas do evangelho de João. Elas, como afirmações de Jesus na primeira pessoa, formam uma parte relevante da autorrevelação dEle [‘Eu Sou’ é a declaração da autorrevelação divina (cf. Êx 3.14)]” (Teologia do Novo Testamento, pp.203,205, CPAD).

 

COMENTÁRIO

 

introdução

 

Palavra Chave

Humildade: Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. Modéstia, pobreza.

 

Nesta lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana, obediência e humilhação, bem como a sua divindade. Humanidade e divindade, aliás, são as duas naturezas inseparáveis de Jesus. Esta doutrina é apresentada por Paulo no segundo capítulo da Epístola aos Filipenses.

Veremos ainda que Jesus nunca deixou de ser Deus, e que encarnando-se, salvou-nos de nossos pecados. A presente lição revela também a sua exaltação.

 

I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5,6)

 

1. Ele deu o maior exemplo de humildade. Na Epístola aos Filipenses, lemos: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (v.5). Este texto reflete a humildade de Cristo revelada antes da sua encarnação. Certa feita, quando ensinava aos seus discípulos, o Mestre disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).

Jesus Cristo é o modelo perfeito de humildade. O apóstolo Paulo insta a que os filipenses tenham a mesma disposição demonstrada por Jesus.

2. Ele era igual a Deus. “Que, sendo em forma de Deus” (v.6). A palavra forma sugere o objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma essencial da divindade. Cristo é Deus, igual com o Pai, pois ambos têm a mesma natureza, glória e essência (Jo 17.5). A forma verbal da palavra sendo aparece em outras versões bíblicas como subsistindo ou existindo.

Cristo é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em forma de Deus”. Os líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele dizia ser “igual a Deus”. A Filipe, o Senhor afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A divindade de Cristo é fartamente corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.8; Ap 21.7). Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não de sua divindade, mas de sua glória.

3. Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6). Isto significa que o Senhor não se apegou aos seus “direitos divinos”. Ele não agiu egoisticamente, mas esvaziou- se da sua glória, para assumir a natureza humana e entregar-se em expiação por toda humanidade. O que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o seu amor pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza terrena. Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do pecado.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

 

Cristo é por natureza Deus, pois antes de fazer-se humano “subsistia em forma de Deus”.

 

 

II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7,8)

 

1. “Aniquilou-se a si mesmo” (2.7). Foi na sua encarnação que o Senhor Jesus deu a maior prova da sua humildade: Ele “aniquilou-se a si mesmo”. O termo grego usado pelo apóstolo é o verbo kenoô, que significa também esvaziar, ficar vazio. Portanto, o verbo esvaziar comunica melhor do que aniquilar a ideia da encarnação de Jesus; destaca que Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se de sua glória e tomou a natureza humana. Todavia, em momento algum veio a despojar-se da sua divindade.

Jesus não trocou a natureza divina pela humana. Antes, voluntariamente, renunciou em parte às prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade. Tornando-se verdadeiro homem, fez-se maldição por nós (Gl 3.13). E levou sobre o seu corpo todos os nossos pecados (1Pe 2.24). Em Gálatas 4.4, Paulo escreveu que, na plenitude dos tempos, “Deus enviou seu Filho, nascido de mulher”. Isto indica que Jesus é consubstancial com toda a humanidade nascida em Adão. A diferença entre Jesus e os demais seres humanos está no fato de Ele ter sido gerado virginalmente pelo Espírito Santo e nunca ter cometido qualquer pecado ou iniquidade (Lc 1.35). Por isso, o amado Mestre é “verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus”.

2. Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8). Jesus encarnado rebaixou-se mais ainda ao permitir ser escarnecido e maltratado pelos incrédulos (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc 14.60,61). A auto-humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém jamais perdeu o foco da sua missão: cumprir toda a justiça de Deus para salvar a humanidade.

3. Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8). O Mestre amado foi obediente à vontade do Pai até mesmo em sua agonia: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). No Getsêmani, antes de encarar o Calvário, Jesus enfrentou profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus, acatando-lhe a vontade soberana. Quando enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo da sua humilhação. Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; cf. Gl 3.13), passando pela morte e morte de cruz.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

 

O Filho do Homem “aniquilou-se a si mesmo”, “humilhou-se a si mesmo”, e “foi obediente até a morte e morte de cruz”.

 

 

III. A EXALTAÇAO DE CRISTO (2.9-11)

 

1. “Deus o exaltou soberanamente” (2.9). Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O caminho da exaltação passou pela humilhação, mas Ele foi coroado de glória, tornando-se herdeiro de todas as coisas (Hb 1.3; 2.9; 12.2).

Usado pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios revela a glorificação de Cristo. O nome “Jesus” é equivalente a “Senhor”, e, por decreto divino, Ele foi elevado acima de todo nome. As Escrituras atestam que ante o seu nome “se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]” (v.10).

2. Dobre-se todo joelho. Diante de Jesus, todo joelho se dobrará (v.10). Ajoelhar-se implica reconhecer a autoridade de alguém. Logo, quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos bem claro que Ele é a autoridade suprema não só da Igreja, mas de todo o Universo. Quando oramos em seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a soberania. Pois todas as coisas, animadas e inanimadas, estão sob a sua autoridade e não podem esquivar-se do seu senhorio.

3. “Toda língua confesse” (v.11). Além de ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus, a expressão implica também a pregação do Evangelho em todo o mundo. Cada crente deve proclamar o nome de Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se crê. A confissão de que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de convergência de toda a Igreja (Rm 10.9; At 10.36; 1Co 8.6). Nosso credo implica o reconhecimento público de Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. A exaltação de Cristo deve ser proclamada universalmente.

 

 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

 

Deus, o Pai, exaltou soberanamente o Filho fazendo-o Senhor e Rei. Haverá, pois, um dia que “todo joelho se dobrará” e “toda língua confessará” o senhorio de Cristo.

 

 

CONCLUSÃO

 

O tema estudado hoje é altamente teológico. Vimos a humilhação e a encarnação de Jesus. Estudamos a dinâmica da sua humanização e a sua consequente exaltação. Aprendemos também que o Senhor Jesus é o Deus forte encarnado — verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. E que Ele recebeu do Pai toda a autoridade nos céus e na terra. Ele é o Kyrios, o Senhor Todo-Poderoso. O nome sob o qual, um dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Proclamemos essa verdade universalmente.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

ZUCK, R. B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
HORTON, S. (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10 ed., RJ: CPAD, 2007.
BLOMBERG, C. L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.

 

EXERCÍCIOS

 

1. Quem é o nosso modelo perfeito de humildade?

R. Jesus Cristo.

 

2. Segundo a lição, o que sugere a palavra forma?

R. O objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma essencial da divindade.

 

3. Qual o significado do verbo grego kenoô?

R. Esvaziar, ficar vazio.

 

4. Qual o termo importante que aparece como designação principal do autor sagrado para descrever a glorificação do Filho pelo Pai em o Novo Testamento?

R. Kyrios, Senhor.

 

5. O que você tem feito para proclamar e exaltar o nome de Jesus em sua igreja e fora dela?

R. Resposta pessoal.

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I

 

Subsídio Teológico

 

“KENOSIS

[Do gr. kenós, vazio, oco, sem coisa alguma] Termo usado para explicar o esvaziamento da glória de Cristo quando da sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor retrata a kenósis de Cristo. Segundo vaticina o profeta, em Jesus não havia beleza nem formosura. Nesta humilhação, porém, Deus exaltou o homem às regiões celestes.

Quando se trata de Kenósis de Cristo, há que se tomar muito cuidado. É contra o espírito do Novo Testamento, afirmar que o Senhor Jesus esvaziou-se de sua divindade. Ao encarnar-se, esvaziou-se Ele apenas da sua glória. Em todo o seu ministério terreno, agiu como verdadeiro homem e verdadeiro Deus.

 

KENÓTICA, TEOLOGIA DA

Movimento surgido na Inglaterra no século 19, cujo objetivo era enfatizar a kenósis de Cristo. Em torno do tema, muitas questões foram suscitadas: Cristo, afinal, esvaziou-se de sua glória ou de sua divindade? Caso haja se esvaziado de sua divindade, sua morte teve alguma eficácia redentora?

Ora, como já dissemos no verbete anterior, a kenósis de Cristo não implicou no esvaziamento de sua divindade, mas apenas no autoesvaziamento de sua glória. Em todo o seu ministério, agiu Ele como verdadeiro homem e verdadeiro Deus“ (ANDRADE, C. Dicionário Teológico. 13 ed., RJ: CPAD, 2004, p.246).

 

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II

 

Subsídio Teológico

 

“O termo ‘Senhor’ representa o vocábulo grego kurios, bem como os vocábulos hebraicos Adonai (que significa ‘meu Senhor, meu Mestre, aquEle a quem pertenço’) e Yahweh (o nome pessoal de Deus). Para as culturas do Oriente Próximo e do Oriente Médio antigos, ‘Senhor’ atribuía grande reverência quando aplicado aos governantes. As nações ao redor de Israel usavam o termo para indicar seus reis e deuses, pois a maioria dos reis pagãos afirmavam-se deuses. Esse termo, pois, representava adoração e obediência. Kurios podia ser usado no trato com pessoas comuns, como uma forma polida de tratamento. Entretanto, a Bíblia declara que o nome ‘Senhor’ foi dado a Jesus pelo Pai, identificando-o, assim, como divino Senhor (Fp 2.9-11). Os crentes adotaram facilmente esse termo, reconhecendo em Jesus o Senhor divino. Por meio de seu uso, indicavam completa submissão ao Ser Supremo. O título que Paulo preferia usar para referir-se a si mesmo era ‘servo’ (no grego, doulos, ‘escravo’, ou seja, um escravo por amor) de Cristo Jesus (Rm 1.1; Fp 1.1). A rendição absoluta é apropriada a um Mestre absoluto. A significação prática desse termo é espantosa quanto às suas implicações na vida diária. A vida inteira deve estar sob a liderança de Cristo. Ele deve ser o Mestre de cada momento da vida de todos quantos nasceram na família de Deus.

Isso, contudo, não significa que Cristo seja um tirano, pois Ele mesmo declarou: ‘Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, com quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Eu porém, entre vós, sou como aquele que serve’ (Lc 22.25-27; ver também Mt 20.25-28). Jesus viveu e ensinou a liderança de servos” (MENZIES, W. W.; HORTON, S. M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5 ed., RJ: CPAD, 2005, pp.51-52).

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

Jesus, o modelo ideal de humildade

 

Caro professor, um termo grego muito importante no capítulo 2 de Filipenses é κενωσις (kenosis). Este é um conceito que ganhou força na Teologia Cristã através dos séculos, pois, em Cristologia, ele trata do esvaziamento da glória divina de Jesus para tornar-se em “forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”. E a iniciativa de Jesus em aniquilar a própria vontade para fazer a do Pai.

Quando estudamos Cristologia e deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em Jesus Cristo, uma pergunta é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e criador de todas as coisas, revelou-se plenamente a humanidade de forma tão frágil (criança) e humana (Jesus de Nazaré)?”. Os palácios não foram a Sua casa, muito menos o quarto nababesco de um grande hotel. O lugar que acomodou o nosso Senhor foi uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo da estrebaria remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com esvaziamento de Cristo.

Deus estava em Jesus revelando-se à humanidade como nunca se revelara antes: humilde, humano, servo, lavador de pés. Esta foi a causa dos judeus não reconhecê-lo como Messias, pois ele era o oposto daquilo que os judeus esperavam. Deus jamais se revelara assim tão humilde como se revelou em Jesus. Jesus, o Cristo, uma loucura para gentios e judeus.

Usando a kenosis de Deus é que o apóstolo Paulo conclama os filipenses para terem o mesmo sentimento que predominava em Cristo Jesus. Logo, segundo a expressão do teólogo Reinold Blank, “a kenosis de Deus implica na kenosis do homem”. O mesmo sentimento que estava em Jesus deve estar no homem. Aqui, a humildade de Jesus nos constrange e modela.

Uma verdade que precisa ser destacada é a de que em Jesus o homem é capaz de abdicar-se de todo sentimento de poder, egoísmo e opressão. Livrar-se de todos os atributos que descrevam um caráter soberbo, individualista, desejoso de fazer o mal. Outra verdade que deve ser ressaltada na classe é que em Jesus o ser humano é convidado a realizar a obra kenótica de si mesmo. Foi assim que Deus Pai se revelou nEle. Humilde e inimigo de qualquer artifício para fazer o mal. Conclame sua classe a ter a mesma postura de Jesus. Mostre aos alunos que o Evangelho quando encarna no discípulo de Cristo o impulsiona a fazer o bem, renunciar os próprios interesses e até mesmo amar os seus supostos inimigos.