Título: Fé e Obras — Ensinos de Tiago para uma vida cristã autêntica
Comentarista: Eliezer de Lira e Silva
Lição 6: A verdadeira Fé não faz acepção de pessoas
Data: 10 de Agosto de 2014
“Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores” (Tg 2.8,9).
Não podemos fazer acepção de pessoas, pois o Senhor não fez conosco.
11, 17, 23.
Segunda - Dt 1.17
Diante de Deus, somos iguais
Terça - At 2.44
Uma igreja solidária
Quarta - Jó 5.16
Esperança para o pobre
Quinta - 1Co 1.28
O paradoxo divino
Sexta - Fp 2.5-8
Nosso referencial de humildade
Sábado - 1Pe 2.9
Das trevas para a luz
Tiago 2.1-13.
1 - Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.
2 - Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta,
3 - e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado,
4 - porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
5 - Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?
6 - Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?
7 - Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?
8 - Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9 - Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores.
10 - Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.
11 - Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.
12 - Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.
13 - Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo.
Quem é o pobre deste mundo? Esta é uma pergunta que exige uma resposta complexa. Naturalmente não poderemos respondê-la satisfatoriamente neste espaço. Entretanto, nós temos a tendência de enxergar o pobre apenas sob a perspectiva econômica. Este não deixa de ser um olhar verdadeiro e correto. Por outro lado, precisamos levar em conta que o conceito de pobre não se aplica apenas à perspectiva econômica, mas igualmente à perspectiva educativa, psicológica ou de outras áreas. Em tese, o pobre é o desprotegido. O analfabeto, por exemplo, pode ter dinheiro, mas encontra-se vulnerável podendo ser ludibriado. Apesar de o texto de Tiago se referir ao aspecto econômico da sua época, é importante refletirmos sobre outros tipos de injustiças e pobrezas no mundo contemporâneo.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, leve para a sala de aula recortes de revistas ou jornais sobre temas que revelem as diversas classes sociais no Brasil. Divida a turma em grupos. Em seguida, peça aos grupos para escolherem uma reportagem e identificarem a classe social por ela representada. Dê um tempo para que os alunos leiam e debatam a matéria em grupo. Encerrado o tempo de discussão, faça as perguntas para os grupos de acordo com o esquema abaixo. Ouça as respostas e conclua dizendo que no Brasil há diversas classes sociais — hoje classificadas em A, B, C, D e E. Isso significa que o nosso país é plural. Afirme que as Escrituras são taxativas quanto ao pecado de discriminação de pessoas socialmente menos abastadas.
Qual a classe social representada na matéria?
Em sua opinião há desigualdade social no Brasil?
Você percebe esta desigualdade em sua igreja local?
Como você lida com tal realidade?
Você acha certo haver discriminação social na igreja local? Por quê?
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Acepção: Predileção por alguém; tendência em favor de pessoa(s) por sua classe social.
A discriminação contra as pessoas de classe social inferior é vergonhosa e ultrajante, principalmente, quando praticada no âmbito de uma igreja local. Nesta lição estudaremos sobre a fé que não faz acepção de pessoas. Veremos que erramos — e muito — quando julgamos as pessoas sob perspectivas subjetivas tais como a aparência física, posição social, status, a bagagem intelectual, etc. Isso porque tais características não determinam o caráter (Lc 12.15). Assim, a lição dessa semana tem o objetivo de mostrar, pelas Escrituras, que a verdadeira fé e a acepção de pessoas são atitudes incompatíveis entre si e, justamente por isso, não podem coexistir na vida de quem aceitou ao Evangelho (Dt 10.17; Rm 2.11).
I. A FÉ NÃO PODE FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS (Tg 2.1-4)
1. Em Cristo a fé é imparcial. O primeiro conselho de Tiago para a igreja é o de não termos uma fé que faz acepção de pessoas (v.1). Mas é possível haver favoritismo social onde as pessoas dizem-se geradas pela Palavra da Verdade? As Escrituras mostram que sim. Aconteceu na igreja de Corinto quando da celebração da Ceia do Senhor (1Co 11.17-34). Hoje, não são poucos os relatos de pessoas discriminadas devido a sua condição social na igreja. Ora, recebemos uma nova natureza em Cristo (Cl 3.10), pois Ele derrubou o muro que fazia a separação entre os homens (Ef 2.14,15) tornando possível a igualdade entre eles, ou seja, estando em Jesus, “não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11). É, portanto, inaceitável e inadmissível que exista tal comportamento discriminatório e preconceituoso entre nós.
2. O amor de Deus tem de ser manifesto na igreja local. Havia na congregação, do tempo de Tiago, a acepção de pessoas. Segundo as condições econômicas, “um homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos” era convidado a assentar-se em lugar de honra, enquanto o “pobre com sórdido traje” era recebido com indiferença, ficando em pé, abaixo do púlpito (vv.2,3). Tudo isso acontecia num culto solene a Deus! A Igreja de Cristo tem como princípio eterno produzir um ambiente regado de amor e acolhimento, e para isto “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).
3. Não sejamos perversos (v.4). A expressão “juízes de maus pensamentos” aplicada no texto bíblico para qualificar os que discriminavam o pobre nas reuniões solenes, não se refere às autoridades judiciais, mas aos membros da igreja que, de acordo com a condição social, se faziam julgadores dos próprios irmãos. O símbolo da justiça é uma mulher de olhos vendados, tendo no braço esquerdo a balança e, no braço direito, a espada. Tal imagem simboliza a imparcialidade da justiça em relação a quem está sendo julgado. Portanto, a exemplo do símbolo da justiça, não fomos chamados a ser perversos “juízes”, mas pessoas que vivam segundo a verdade do Evangelho. Este nos desafia a amar o próximo como a nós mesmos (Mc 12.31).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Em Cristo, o crente não pode se mostrar parcial e, por isso, o amor de Deus deve ser manifestado na igreja local através dele. O crente não pode ter um coração perverso.
II. DEUS ESCOLHEU OS POBRES AOS OLHOS DO MUNDO (Tg 2.5-7)
1. A soberana escolha de Deus. É bem verdade que muitas pessoas ricas têm sido alcançadas pelo Evangelho. Mas ouçamos com clareza o que a Bíblia diz acerca dos pobres. Deus é soberano em suas escolhas. E de acordo com a sua soberana vontade, Ele escolheu os pobres deste mundo. De maneira retórica, Tiago afirma: “Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?” (v.5). É possível que as igrejas às quais Tiago dirigiu a Epístola talvez tivessem se esquecido de que é pecado fazer acepção de pessoas. Ainda hoje não podemos negligenciar esse ensino! O Senhor Jesus falou dos pobres nos Evangelhos (Lc 4.18; Mt 11.4,5) e, mais tarde, no Sermão da Montanha repetiu: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lc 6.20).
2. A principal razão para não desonrar o pobre (v.6). Apesar de Deus ter escolhido os pobres, a igreja do tempo de Tiago fez a opção contrária. Entretanto, o meio-irmão do Senhor traz à memória da igreja que quem a oprimia era justamente os ricos. Estes os arrastaram aos tribunais. Como podiam eles desonrar os pobres, escolhidos por Deus, e favorecer os ricos que os oprimiam? É triste quando escolhemos o contrário da escolha de Deus. As Palavras de Jesus ainda continuam a falar hoje: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). Somos os seus discípulos? Então para sermos coerentes com o Evangelho termos de encarnar a missão de Jesus. Desonrar o pobre é pecado!
3. Desonraram o Senhor. Após lembrar a igreja da escolha de Deus em relação aos pobres deste mundo, Tiago exorta os irmãos a reconhecerem o favoritismo que há dentro da comunidade cristã: “Mas vós desonrastes o pobre” (v.6). Já os ricos, são recebidos com toda a pompa. No versículo 7, o meio-irmão do Senhor pergunta: “Porventura, não blasfemam eles [os ricos] o bom nome que sobre vós foi invocado?” (v.7). Estamos frente a algo reprovável diante de Deus: a discriminação social na igreja. Por isso é que o favoritismo, a parcialidade e quaisquer tipos de discriminação devem ser combatidos com rigor na igreja local, principalmente pela liderança. Esta deve dar o maior dos exemplos. Quem discrimina não compreendeu o que é o Evangelho!
SINOPSE DO TÓPICO (II)
As Escrituras mostram a principal razão para o crente não desonrar os pobres: Deus os escolheu aos olhos do mundo.
III. A LEI REAL, A LEI MOSAICA E A LEI DA LIBERDADE (Tg 2.8-13)
1. A Lei Real. A lei real é esta: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (v.8). Essa é a conclamação de Tiago a que os crentes obedeçam a verdadeira lei. O termo “real”, no versículo 8, refere-se àquilo que é o mais importante da lei, a sua própria essência. Portanto, quem faz acepção de pessoas está quebrando a essência da lei. O amor ao próximo é o coração de toda lei: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. [...] O amor não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13.8,10). Só o amor é capaz de impedir quaisquer tipos de discriminação. Quem ama, não precisa da lei (Gl 5.23).
2. A Lei Mosaica. Na época em que a Epístola de Tiago foi escrita, os judeus faziam distinção entre as leis religiosas mais importantes e as menos importantes, segundo os critérios estabelecidos por eles mesmos. Os judeus julgavam que o não cumprimento de um só mandamento acarretaria a culpa somente daquele mandamento desobedecido. Mas quando a Bíblia afirma “Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás”, está asseverando o aspecto coletivo da lei. Isto é, quem desobedece um único preceito, quebra, ao mesmo tempo, toda a lei. Embora os crentes da igreja não adulterassem, faziam acepção de pessoas. Eles não atendiam a necessidade dos órfãos e das viúvas e, por isso, tornaram-se “transgressores de toda a lei”. No Sermão da Montanha, nosso Senhor ensinou sobre a necessidade de se cumprir toda a lei (Mt 5.17-19; cf. Gl 5.23; Tg 2.10).
3. A Lei da Liberdade. A Lei da Liberdade é o Evangelho. Por ele o homem torna-se livre. Liberto do pecado, dos preconceitos e da maneira mundana de pensar (Rm 6.18). Quem é verdadeiramente discípulo de Jesus desfruta, abundantemente, de tal liberdade (Jo 8.36; Gl 5.1,13). Entretanto, como orienta Tiago, tal liberdade deve vir acompanhada da coerência: “Assim falai, e assim procedei” (v.12). O crente pode falar, pode ensinar e até escrever sobre o pecado de fazer acepção de pessoas. Mas na verdade, é a sua conduta em relação aos irmãos que demonstrará se ele é, de fato, um liberto em Cristo ou um escravo deste pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A Lei Mosaica destaca-se da Real e da Liberdade. Estas representam a nova aliança de Deus com a humanidade; enquanto aquela, a antiga.
CONCLUSÃO
O segundo capítulo da Epístola de Tiago é uma voz do Evangelho a ecoar através dos tempos. Ele rotula a acepção de pessoas como pecado, lembrando-nos de que Deus escolheu os “pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam”. Assim, se a nossa vontade estiver de acordo com a vontade de Deus, amaremos os pobres como a nós mesmos. E conscientizar-nos-emos de que esse amor exige de nós ações verdadeiras, sinceras, e não apenas de vãs palavras religiosas que até mesmo o vento se encarrega de levar (cf. Tg 2.15-17).
Sórdido: Que é ou está sujo, que tem sujeira no corpo e na
roupa.
Retórica: A arte de bem argumentar.
EDREDEG, John. Um Mestre Fora da Lei:
Conhecendo a surpreendente, perturbadora e extravagante
personalidade de Jesus. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2013.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento:
Atos a Apocalipse. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2010.
1. Segundo a lição, qual é o primeiro conselho de Tiago para a igreja?
R. O primeiro conselho de Tiago para a igreja é o de não termos uma fé que faz acepção de pessoas (v.1).
2. É possível haver favoritismo social onde as pessoas dizem-se geradas pela Palavra da Verdade?
R. As Escrituras mostram que sim. Aconteceu na igreja de Corinto quando da celebração da Ceia do Senhor (1Co 11.17-34).
3. Por que o favoritismo, a parcialidade e quaisquer tipos de discriminação devem ser combatidos com rigor na igreja local, principalmente pela liderança?
R. Estamos frente a algo reprovável diante de Deus: a discriminação social na igreja.
4. A que se refere o termo “real”, no versículo 8?
R. O termo “real”, no versículo 8, refere-se aquilo que é o mais importante da lei, a sua própria essência.
5. De acordo com a lição, o que é a Lei da Liberdade?
R. A Lei da Liberdade é o Evangelho.
Subsídio Teológico
“‘Mas vós desonrastes o pobre’ (v.6). A acepção de pessoas, no sentido desta passagem, por conta das suas riquezas e da aparência exterior, é apresentada como um pecado muito grave, em virtude dos prejuízos devidos à riqueza e grandeza mundanas, e a tolice que há no fato de cristãos prestarem consideração indevida por aqueles que não têm consideração alguma nem por seu Deus nem por eles: ‘Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? Porventura, não blasfemam eles o bom nome que o sobre vós foi invocado?’ (vv.6,7). Considerai como é comum que as riquezas sejam incentivos aos vícios e ao dano da blasfêmia e da perseguição. Pensai nas muitas calamidades que vós mesmos tolerais, e nas grandes afrontas que são lançadas sobre vossa fé e vosso Deus por homens de posses, poder e grandeza mundanos; e isso vai fazer vossos pecados parecerem extremamente pecaminosos e tolos, ao construirdes aquilo que tende a vos destruir, e a destruir tudo que estais edificando, e a desonrar esse nome pelo qual sois chamados’. O nome de Cristo é um nome digno; ele reflete honra, e dá dignidade aos que o usam” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento: Atos a Apocalipse. RJ: CPAD, 2010, p.833).
A verdadeira Fé não faz acepção de pessoas
Imagine a hora do culto vespertino! O coral se apresenta de maneira solene e, de repente, adentra ao recinto um mendigo; sujo, bêbado, gritando. Qual seria a tua reação? O exemplo ora citado é extremo. Mas passível de acontecer em qualquer igreja. Todavia, o público o qual Tiago está se referindo não diz respeito apenas aos mendigos, mas às pessoas economicamente menos abastadas. Para Tiago, o pobre não é apenas o mendigo, mas quaisquer pessoas que em um dado momento da vida precisam de algo necessário à sua subsistência.
Professor, aqui, é necessário fazer uma reflexão. Será que não tem algum aluno na classe que se sinta discriminado na igreja? Seja pela cor da pele ou aparência física ou classe social? Prepare esta lição com cuidado e respeito, pois quando ministrada, ela pode revelar sentimentos diversos de pessoas vítimas de discriminação até mesmo na igreja local. Mesmo que inconscientemente!
Tendemos a pensar que certas coisas não acontecem na igreja, pois ela é um lugar santo. Sim, é santa, mas, todavia, composta de santos humanos. E possível perceber certos comportamentos na igreja que um professor secular, por exemplo, lida todo o instante em sala de aula. Certas atitudes do mundo secular acontecem em nossos espaços sacros e, por isso, precisamos estar capacitados para se deparar com estas realidades e agirmos com a sabedoria do alto.
Portanto, professor, trabalhe o tema central da presente lição abordando a sua tese principal: a de que é inadmissível a discriminação na igreja. A Palavra diz que “noutros tempos, éreis gentios na carne e chamados incircuncisão pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; que, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos aos concertos da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de cristo chegaste perto. Porque ele é a nossa paz, [...] e, pela cruz, [...] matando com ela as inimizades” (Ef 2.11-16). Não podemos reconstruir a parede que uma vez o próprio Senhor a derribou! Boa aula!
Elaboração: Escriba Digital
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Acepção de Pessoas: Separar ou escolher, dar atenção especial a pessoas por causa da sua riqueza, seu status social, sua posição de autoridade, sua popularidade, sua aparência ou sua influência.
Aprofundamo-nos no estudo das escrituras com o propósito de conhecer mais e mais a mente de Cristo. Isto deveria gerar em nós um sentimento cada vez maior de humildade e servidão. Mas em geral — e infelizmente, não é isto que acontece. É fácil perceber a soberba de quem alcançou uma posição, um título ou acrescentou uma letra a mais no seu currículo diante dos menos favorecidos (inclusive no meio evangélico). Não se trata de uma questão cultural, mas em todos os níveis, em todas as culturas, em todos os segmentos sociais há uma tendência reinante no homem de se reconhecer “o melhor”. Hostilidade e competição fazem parte da nossa natureza. Existem três moedas de muito valor que cultuamos em nossa sociedade, que são: beleza, inteligência e riqueza. Quanto mais você possuir, mais bem aceito você será. Este é o padrão do mundo, não de Deus. A igreja por vezes assimila tal conduta e passa a viver não em função da forma que Deus espera que vivamos, mas nos padrões da sociedade humana.
I. A FÉ NÃO PODE FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS (Tg 2.1-4)
1. Em Cristo a fé é imparcial. A fé em nosso Senhor Jesus Cristo tem de ser exercida sem nenhum tipo de discriminação a pessoas, isto é, a conduta de um crente para com outro tem de levar em conta os direitos da humanidade comum e de uma salvação comum, desconsiderando as distinções baseadas na raça, na nacionalidade, na tribo, na casta, no sexo, nos títulos, nas honras, na posição social, na riqueza, ou na pobreza.
Os judeus daquele tempo buscavam reconhecimento e honra e competiam uns com os outros por louvores; no entanto Jesus não fazia acepção de pessoas. Até mesmo os inimigos de Jesus reconheceram: “...Mestre, bem sabemos que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, e de ninguém se te dá, porque não olhas à aparência dos homens” (Mt 22.16). O Senhor não olhava a aparência exterior, mas sim o coração. Não se impressionava com as riquezas nem com a posição social. A viúva pobre que deu sua única moeda era maior a seus olhos do que o fariseu rico e alardeador com sua contribuição suntuosa (Mc 12.41-44).
Vivemos em um tempo onde o ser humano é valorizado não pelo seu caráter, mas por seus bens e dígitos na conta bancária. Um tempo onde os valores morais e cristãos estão sendo cada dia desvalorizados. Infelizmente não digo isso em relação ao modo que a sociedade não alcançada pelo Evangelho trata os cristãos, mas falo o que tem ocorrido dentro da comunidade cristã em geral. Algo muito ruim, haja vista tem atrapalhado em muito o crescimento do Evangelho em razão da acepção de pessoas. Isso é algo que tem ocorrido em nossos dias. Paulo enfatiza bem sobre isso, e descreve sobre os perigos desta prática preconceituosa. Quando um ministério é formado com base nas Escrituras, jamais este será formado somente por pessoas que tenham uma situação financeira vantajosa sobre os demais irmãos, mas será um ministério formado por homens e mulheres idôneos de caráter, que frutificam de fato os frutos do Espírito Santo. No entanto, quando um líder se afasta da Palavra de Deus, ele tende a se tornar avarento, interesseiro, materialista e passa a preferir ao seu lado homens e mulheres ricos e passa a desprezar os pobres financeiramente, ele, mesmo pensando estar abastado e rico, está pobre, enfermo, frio espiritualmente e nu!
Muitos irmãos e irmãs em Cristo sofrem perseguição nessa área. Existem muitos casos de pastores que, ao chegar na igreja um rico ou um político, e este se associar como membro da congregação, passa a tratá-lo melhor, dando inclusive cargos ministeriais sem nenhuma direção do Espírito Santo! Fora os casos onde obreiros e obreiras, pobres quanto às finanças, são desprezados e substituídos por obreiros e obreiras que possuem altas somas em suas contas. Não estou fazendo aqui uma apologia à pobreza, mas sim a igualdade, nesses tempos onde os ensinos de Jesus têm sido desprezados por aqueles que deveriam, no mínimo, ensiná-los.
2. O amor de Deus tem de ser manifesto na igreja local. O que Tiago deseja que eles percebam é a maneira como Deus vê os cristãos pobres. Primeiro, como ricos na fé. Tiago introduz esse ponto com uma pergunta retórica: “...não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?” (v.5). A ênfase na sentença grega recai sobre Deus: ele é quem escolheu os pobres do mundo para serem ricos na fé, em contraste com a escolha da igreja em menosprezá-los. Eles são chamados de “pobres deste mundo”, isto é, pobres da perspectiva da humanidade em geral, desprovidos, sem recursos ou condições de uma vida confortável e segura. A estes Deus “escolheu” para serem ricos na fé. Isto nos mostra o quanto o grande amor de Deus é imparcial. Assim também o amor genuíno, profundo, constante e auto-sacrificial uns pelos outros é o caráter que distingue o cristão. É pela manifestação dessa qualidade gloriosa que os discípulos do Mestre podem esperar exercer influência sobre o mundo, de modo que os homens começarão a reconhecer que a Cristo e a ninguém mais esses crentes pertencem. Dessa maneira, todos começarão a ver Cristo no cristão e na igreja.
Amar ao próximo como a nós mesmos (Mc 12.33) independe da classe social a que ele pertença, se constitui em um mandamento divino. Neste caso todos devem ser alvo do amor da igreja, seja rico, seja pobre, preto ou branco. A igreja não é um clube cuja grandeza é medida pelo nível social de seus frequentadores. Todas as pessoas são iguais aos olhos de Deus e devem ser amadas e consideradas pelo seu valor intrínseco. Por isso, Deus espera que a igreja em tudo seja a agência continuadora da ação amorosa do seu Filho Jesus Cristo no mundo.
3. Não sejamos perversos (v.4). Tiago não fala para juízes eleitos oficialmente, mas para os membros da igreja. A congregação deve perceber a plena extensão do seu pecado de discriminação. Esse não é um pecado que pode ser considerado insignificante. De acordo com Tiago, o que está em jogo é a injustiça, pois o coração dos crentes está cheio de pensamentos perversos. Um juiz cujos pensamentos são perversos não pode jamais ser imparcial, a justiça que ele exerce é uma farsa. Desde os tempos mais remotos, a justiça é retratada como uma mulher com os olhos vendados, segurando em sua mão uma balança. A venda impede que ela veja qualquer um, de modo que possa servir à causa da justiça com imparcialidade. Dentro do contexto da fé cristã, a prática da discriminação é exatamente o oposto do amar ao próximo como a si mesmo.
Não importa se Tiago cita, aqui, um incidente que realmente aconteceu na igreja ou se cria um exemplo de algo que poderia acontecer. O que importa é que os crentes em Cristo devem lançar fora o pecado da discriminação. Em resumo, “não façam acepção de pessoas”.
Para que o evangelho seja proclamado a toda classe social “sem perversidade” é preciso que isso seja feito em palavras e ações. O crente mostra seu coração repleto de amor quando estende a mão para ajudar. O amor do Senhor Jesus, quando é genuinamente levado àqueles que ouvem o evangelho, constrói com eficácia o corpo de Cristo.
Perversidade não é apenas ceifar a vida de alguém com uma arma de fogo ou uma arma branca. O dicionário também define perversidade como alguém facilmente corrompido; em que há corrupção; depravação; ato que, demonstrando excesso de crueldade, é praticado com o propósito de ocasionar um prejuízo ou sofrimento (dano) maior à vítima. E quando fazemos discriminação tudo isso é praticado.
II. DEUS ESCOLHEU OS POBRES AOS OLHOS DO MUNDO (Tg 2.5-7)
1. A soberana escolha de Deus. Tiago faz uma pergunta que só pode ser respondida na afirmativa. “Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé?”. É claro que sim. As Escrituras ensinam claramente que, em sua graça eletiva, Deus não faz a escolha com base no mérito, mas no amor para com seu povo (ver, por exemplo, Dt 7.7). Deus dirige seu amor aos pobres e necessitados, pois seus olhos estão sempre sobre eles (Jó 5.15,16; Sl 9.18; 12.5; Pv 22.22,23). Certamente não há no texto qualquer indício de que todos os pobres estão incluídos e que Deus escolheu somente os pobres, pois a pobreza e a riqueza em si não conferem ao homem nenhum bem ou mal. A aparente preferência de Deus pelos pobres se deve ao fato de que estes, via de regra, são mais abertos a graça de Deus, e mais acessíveis ao Evangelho do que a maioria dos ricos. É por isso que desde o princípio “não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderesos, nem muitos os nobres que são chamados” (1Co 1.26). A escolha é obra de Deus, como ensina Paulo. “Deus escolheu as coisas humildes... a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1.28,29 — ARA, e ver Ef 1.4).
Outra coisa também que devemos destacar quando Tiago afirma “porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé?”. É o fato de muitas igrejas da atualidade destacarem a riqueza de tal forma como se isso fosse a centralidade do evangelho. O fato de crermos que Deus pode dar riqueza a alguém pobre não significa que possamos considerá-lo a mensagem principal da igreja. A centralidade do evangelho é a morte de Cristo e a salvação em Cristo.
2. A principal razão para não desonrar o pobre (v.6). Na época dos profetas, havia a consciência de que a piedade levava algumas pessoas à pobreza, quando exploradores sem escrúpulos se aproveitavam das pessoas pobres e honestas. Os que exploravam as classes menos privilegiadas, forçando-as a vender suas terras, muitas vezes comercializavam como escravos aqueles que não conseguissem saldar suas dívidas. O que faziam estava em conformidade com as leis civis do país, mas era um nojo de acordo com as leis morais e religiosas da nação. Isso levou profetas como Amós a clamar contra os exploradores dos pobres (Am 2.6; Ez 16.49).
Quando surge o cristianismo, os primeiros cristãos, na sua maioria, eram pobres, e, além disso, explorados pelos ricos. Tiago apresenta três principais razões da igreja não agir da forma como vinha agindo (privilegiando os ricos e discriminando os pobres). Os motivos eram: Os ricos os oprimiam, os arrastavam aos tribunais e blasfemavam o bom nome que entre eles era invocado. Ou seja, a atitude praticada pelos cristãos não era recíproca. Longe de estarem devolvendo bondade por bondade, os cristãos estavam cobrindo de honra justamente aqueles que se envolveram ativamente em oprimir e perseguir a pequena comunidade de crentes. Tal opressão incluiu a exploração econômica: katadynasteuō (oprimem) aparece com frequência na Septuaginta para descrever a exploração dos ricos contra pobres (Ver Am 4.1), órfãos e viúvas (Ver Ez 22.7). Agindo de modo exatamente contrário às exigências da “religião pura” (1.26-27). O ponto de Tiago é que aquelas pessoas que recebiam um tratamento especial na igreja pelo fato de serem ricas eram as mesmas que denunciavam e arrastavam os leitores aos tribunais romanos por serem cristãos.
3. Desonraram o Senhor. Em primeiro lugar, encontramos a Igreja de Deus a desonrar-Lhe o santíssimo nome. Em consequência de sua atitude discriminatória e celetista. Ao distinguir o rico, a Igreja desonra também a Deus (vv.6,7). Tiago não concordaria com algumas correntes teológicas surgidas há alguns anos (como a chamada Teologia da Libertação, por exemplo) que “sacramentam” o pobre, tornando-o objeto exclusivo do favor de Deus, voltando-se contra os mais aquinhoados economicamente. O que Tiago mostra é que a bajulação aos ricos é imprópria à Igreja, pois desonra ao seu Criador.
Não podemos abraçar dois evangelhos: um para dizer aos desafortunados que eles devem se arrepender de seus pecados, senão irão para o inferno; e outro, para dizer aos afortunados que nos sensibilizamos com suas visitas aos nossos templos. Mas, infelizmente, muitos são os líderes que, em vez de exaltar a Cristo, desonram-no com a sua postura mundana e notoriamente discriminatória. Ainda que se declarem homens de Deus, vêm desviando a muitos da verdade. O que todos devemos saber, porém, é que “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
Em segundo lugar, os ricos também desonravam ao Senhor, pois eram eles que blasfemam o bom nome daquele a quem a Igreja pertencia. Tiago acrescenta uma acusação de natureza religiosa. O nome de Jesus havia sido outorgado aos cristãos, ou (de modo mais literal) em seu nome haviam sido batizados. Agora os cristãos “pertenciam” a Cristo. Seu Senhor é Cristo. Todavia, os ricos falam mal desse nome, quando escarnecem de Jesus ou quando insultam seus seguidores. Não está esclarecido se faziam isso no tribunal, como parte do processo opressivo, ou se estavam insultando a Cristo nas sinagogas e nas praças. Nem uma nem outra ação era correta.
III. A LEI REAL, A LEI MOSAICA E A LEI DA LIBERDADE (Tg 2.8-13)
1. A Lei Real. A essência da lei de Deus é o amor ao próximo como a nós mesmos (2.8-11). A questão não é quem é o meu próximo, mas para quem eu posso ser o próximo? O amor é o cumprimento de toda a lei. Amar é tratar as pessoas como Deus nos trata. O sacerdote e o levita tinham uma fé ortodoxa. Eles serviam no templo. Mas eles falharam em viver a fé amando o próximo. A fé era ortodoxa, mas estava morta (Lc 10.31,32). Quem não ama é transgressor da lei. E se tropeçarmos em um único ponto, somos culpados da lei inteira (2.10).
Na era moderna, e especialmente no mundo materialista em que vivemos, adaptar o sonho de “amor ao próximo” à nossa realidade é muito, muito difícil. No âmbito familiar podemos nos doar, fazer sacrifícios, e os fazemos na maioria das vezes, de bom grado. Mas, como fazer isso com “nosso próximo”, ou seja, com nosso irmão da igreja, vizinho, alguém do trabalho que te sacaneia sempre? Para fazer isso devemos, primeiramente, amar a nós mesmos, não de maneira egoísta, mas realista. Amar a si mesmo quer dizer aceitar nossas limitações e também saber reconhecer nossos talentos. Amar a si mesmo quer dizer valorizar e amar cada porção de nós mesmos, seja no físico que no emocional e no espiritual. Amar a si mesmo quer dizer aceitar que somos feitos de uma determinada maneira e que, principalmente, Cristo nos tornou dignos de amor, que merecemos ser amados da maneira que somos. E é justamente esse tipo de amor que devemos devotar ao nosso próximo.
No primeiro mandamento eu concentro a ânsia de ser feliz firmemente em Deus e apenas nEle. No segundo mandamento eu abro todo um mundo de alegria em Deus em expansão, e digo: As pessoas, os seres humanos, onde quer que eu os encontre, foram designados para receber alegria em Deus através de mim. Ame-os do modo que você ama a si mesmo. Mostre-lhes, dê-lhes por qualquer meio prático disponível o que você encontrou para você mesmo em Deus.
2. A Lei Mosaica. No tempo de Tiago, os judeus faziam uma distinção entre as leis mais importantes e as que eram menos significativas. Consideravam a lei de Deus como sendo prioritária, mas não consideravam tão importantes outros mandamentos, como aquele contra o juramento, pois eram visto com a lei de Moisés (ver Mt 5.33-37; Tg 5.12).
Apesar de Tiago ter escrito sua epístola, a princípio, para cristãos de descendência judia, não excluiu ninguém da obrigação de observar a lei de Deus e obedecer a ela. Todo leitor da carta deve estar ciente da unidade da lei de Deus. Não podemos afirmar que obedecer ao mandamento “não matarás” é mais importante do que observar aquele que diz “não cobiçarás”. As Escrituras não nos permitem julgar o valor dos mandamentos. Na verdade, no Sermão do Monte, Jesus ensina que nenhuma parte da lei desaparecerá “até que tudo se cumpra” (Mt 5.17-19), e Paulo faz referência à obrigação de obedecer à lei como um todo (Gl 5.3). Assim, em sua discussão sobre a lei, Tiago também enfatiza que a lei de Deus não consiste de mandamentos individuais, mas de uma unidade. Certamente, a lei é formada por vários mandamentos, mas transgredir um deles significa quebrar a lei de Deus. Se bato um dedo do pé, não só aquele dedo, mas todo o corpo sente a dor. Cada parte do meu corpo está integralmente relacionada com o resto. “Se um membro sofre, todos sofrem com ele” (1Co 12.26). Se quebro um dos mandamentos de Deus, peco contra toda a lei de Deus.
O próprio Deus criou e formulou sua lei. Ele também a ordena e a faz cumprir, pois por meio da lei ele expressa sua vontade. Deus disse: “Não adulterarás”. Disse também: “Não matarás”. Esses dois mandamentos são parte da lei, isto é, do Decálogo (Êx 20.13,14; Dt 5.17,18), e tem em si a mesma autoridade divina que o resto da lei de Deus.
3. A Lei da Liberdade. A Bíblia é a grande Lei da liberdade. Ela nos mostra que, se a obedecermos e perseverarmos em cumpri-la, seremos bem aventurados em tudo que realizarmos e livres. Desde os tempos antigos, o homem tem lutado pela liberdade. Atualmente, no Oriente Médio, as nações têm lutado por liberdade. Mas essa liberdade que usa da violência, que provoca derramamento de sangue, é humana, carnal e demoníaca. Mas o que é a liberdade? Os conceitos humanos e malignos ensinam que a liberdade são as situações nas quais as pessoas fazem o que querem, sem dar satisfação a ninguém. Mas isso não é liberdade, isso é anarquia, uma situação sem governo, sem lei. Deus nos mostra na sua Palavra a verdadeira liberdade.
Libertar-se é se tornar livre de algo que nos aprisiona. Muitas vezes, estamos presos em algo que não queremos aceitar. Chegamos a ficar acorrentados em ações, atitudes, pensamentos ruins e até mentiras. E o pior: não percebemos.
A Palavra de Deus pode nos tornar livres. O problema é que mesmo assim o diabo não desiste e tenta (sem cessar) nos aprisionar em algo com o objetivo único de nos abalar, entristecer e destruir.
A Bíblia funciona como um espelho. Ela mostra os defeitos e falhas de nosso caráter que contrastam com o perfeito caráter de Deus. O apóstolo Paulo afirma que “pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20).
É pela Palavra de Deus e seus santos preceitos que podemos perceber através da atuação do Espírito Santo, que nossa vida não se harmoniza com a vontade de Deus. A Bíblia torna-se um instrumento através do qual, o Espírito Santo utiliza-se para convencer-nos do pecado.
Apontando a nossa condição de pecadores, as Santas Escrituras nos apresenta o autor da mesma, Aquele que está pronto a perdoar e redimir. Desta maneira, a Palavra de Deus nos indica a Jesus, a fim de que recebamos a salvação. Jesus disse que “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34). Quando transgredimos a Lei do Senhor não nos achamos em liberdade. Por isso, viver segundo os limites do Santo Livro significa liberdade das garras cruéis do pecado que escraviza e destroe, liberta-nos das amargas consequências do pecado.
CONCLUSÃO
O segundo capítulo da Epístola de Tiago é uma voz do Evangelho a ecoar através dos tempos. Ele rotula a acepção de pessoas como pecado lembrando-nos de que Deus escolheu os “pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam”. Assim, se a nossa vontade estiver de acordo com a vontade de Deus, amaremos os pobres como a nós mesmos. E conscientizar-nos-emos de que esse amor exige de nós ações verdadeiras, sinceras, e não apenas de vãs palavras religiosas que até mesmo o vento se encarrega de levar (cf. Tg 2.15-17).
BIBLIOGRAFIA
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