Título: Integridade Moral e Espiritual — O legado do livro de Daniel para a Igreja de hoje
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 3: O Deus que intervém na História
Data: 19 de Outubro de 2014
“Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes” (Dn 2.20,21).
Deus intervém na história, pois sua é a terra e os que nela habitam.
107, 162, 186.
Segunda - Dn 1.8; Gn 39.7-9
A vida de Daniel lembra a de José
Terça - Jó 4.12-14; Dn 10.7-9
A sabedoria de Daniel lembra a de Jó
Quarta - At 1.7; 1Ts 5.1
Os tempos e as estações pertencem a Deus
Quinta - Gl 4.4
A plenitude dos tempos
Sexta - 1Ts 5.20
Não desprezeis as profecias
Sábado - Nm 12.6
Deus fala de muitas maneiras
Daniel 2.12-23.
12 - Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia.
13 - E saiu o decreto segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem mortos.
14 - Então, Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia.
15 - Respondeu e disse a Arioque, encarregado do rei: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel.
16 - E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação.
17 - Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros,
18 - para que pedissem misericórdia ao Deus dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia.
19 - Então, foi revelado o segredo a Daniel numa visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu.
20 - Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força;
21 - ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes.
22 - Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz.
23 - Ó Deus de meus pais, eu te louvo e celebro porque me deste sabedoria e força; e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.
Prezado professor, estudaremos na lição de hoje o segundo capítulo do livro de Daniel. Este capítulo revela o sonho de Nabucodonosor e o seu desafio aos sábios do seu palácio. Tudo indica que o rei já sabia das habilidades dos seus magos, por isso, os desafia a contarem o sonho e sua interpretação. O que o rei desejava era humanamente impossível. Por isso, Daniel ora e pede a ajuda do Senhor. Temos um Deus que revela os seus mistérios aos seus profetas. Daniel, com a ajuda do Senhor, revelou ao rei detalhes do sonho que ele vagamente lembrava. A imagem vista por Nabucodonosor representava sucessivos reinos futuros, até que o rei dos Reis venha e estabeleça o seu reino eterno.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para explicar aos alunos o sonho de Nabucodonosor e a sua interpretação. Explane que a estátua do sonho refere-se a quatro reinos mundiais que viriam: o Império Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano. A “pedra” representava o reino eterno de Cristo. Jesus é a Rocha Eterna que desfará o império do Anticristo.
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Intervir: Interpor autoridade, usar de poder de controle (sobre).
O segundo capítulo do livro de Daniel revela o plano divino para o povo judeu e o gentílico. Deus revelou o seu projeto soberano para os governos mundiais e mais uma vez confirmou o reino messiânico. Ao estudarmos este capítulo, veremos o reino da Babilônia atuando como o “dono do mundo” e Nabucodonosor, como o seu executor. Porém, por volta de 604 a.C., no período do apogeu da Babilônia, o rei teve um sonho perturbador que o deixou insone. Por providência divina, Nabucodonosor esqueceu o sonho e, através do Espírito Santo, Daniel o desvendou. Na terceira seção do capítulo dois (vv.17-22) veremos Deus intervindo na vida do profeta e na dos seus amigos. O desenvolvimento deste capítulo mostrará como Deus trabalha nas circunstâncias mais adversas. O nosso Pai atua na história humana para cumprir os seus desígnios!
I. O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2.1-15)
1. O tempo do sonho (v.1). O primeiro versículo demonstra um aparente conflito de datas. A expressão “segundo ano do reinado de Nabucodonosor” contrasta com os três anos de treinamento de Daniel e de seus companheiros descritos no primeiro capítulo.
Segundo estudiosos do Antigo Testamento, tanto os judeus quanto os babilônios contavam as frações de um ano como ano inteiro. Por isso, a vigência do terceiro ano para a cultura do reino de Judá era o segundo ano do reinado de Nabucodonosor.
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (2.2). Ao esquecer-se do sonho, Nabucodonosor desafiou as habilidades dos sábios palacianos em revelar e interpretar o que ele havia sonhado. O sonho perturbou o rei, pois Nabucodonosor suspeitava que a simbologia do que sonhara tinha relação com o reino e com o futuro do império. Naqueles tempos, os reis tinham a pretensão de ser privilegiados com sonhos divinamente inspirados (1Rs 3.5-15; Gn 20.3). Quando sonhavam, requeriam então o trabalho dos sacerdotes adivinhos. Estes serviam à corte e interpretavam os sonhos de seus senhores. Os sacerdotes adivinhos eram também chamados de magos, astrólogos, encantadores ou apenas “caldeus” (Dn 1.4).
3. O fracasso da sabedoria pagã (2.3-13). Conforme descrito no capítulo dois, percebemos que Nabucodonosor suspeitava da lisura e honestidade dos seus magos conselheiros. Será que estes magos se aproveitavam das tragédias para enganar e ameaçar as pessoas com palavras vãs? Esta dúvida deveria ser passada a limpo. Então o imperador desafiou-os a não somente adivinhar o sonho, mas interpretá-lo. O rei decretou ainda a pena capital para todos os sábios do palácio caso não desvendassem o sonho. Diante do desafio, os magos revelaram-se incapazes de decifrar o sonho do rei Nabucodonosor, bem como saberem o seu conteúdo. O problema era que, por serem nobres, Daniel e os seus amigos poderiam ser igualmente atingidos por esse decreto.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O rei desafiou a habilidade de seus sábios, não revelando o conteúdo do seu sonho. Os sábios tentaram, mas não conseguiram revelar o sonho do monarca e seu significado.
II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (2.16-30)
1. A cautela de Daniel (vv.16-18). Daniel entrou na presença do rei e pediu-lhe um tempo para desvendar o sonho. O objetivo era receber a resposta de Deus acerca do conteúdo do sonho de Nabucodonosor. O profeta Daniel não agiu isoladamente. Antes, procurou os seus amigos Hananias, Misael e Azarias para juntos orarem a Deus pedindo-lhe orientação espiritual sobre o assunto, a fim de que eles não perecessem com os sábios da Babilônia.
A ousadia da fé do profeta, demonstrada neste episódio, ilustra-nos quão essencial é para o crente viver uma vida de confiança e inteira dependência de Deus. Há coisas na vida do crente que demandam oração perseverante. Para obtermos resposta do Senhor, a oração ainda é o canal mais eficaz (Mt 6.6).
2. Deus ainda revela mistérios (vv.19-27). Depois de Daniel e os seus companheiros terem buscado a Deus em oração, o Senhor revelou o que o rei havia sonhado e também o que o sonho significava. Daniel exaltou e alegrou-se em Deus porque o Altíssimo interveio na história humana. Quem pode livrar como o Senhor? Quem pode impedir a sua ação? Sábio algum do mundo! Ninguém poderia perscrutar o pensamento e a consciência de um homem poderoso como o rei da Babilônia. Mas o Senhor dos Exércitos não só podia como o fez. Ele é o Criador; o homem, criatura! O mundo está sob a providência de Deus, pois Ele tem poder de mudar os tempos e as estações do ano, de remover e estabelecer reis. Ele conduz a história humana (v.21; At 1.7)!
3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor (vv.28,29). O que foi revelado ao profeta Daniel? Em síntese, Deus mostrou que o sonho do rei dizia respeito a Babilônia, bem como aos acontecimentos futuros envolvendo outros reinos. A expressão “fim dos dias” merece ser destacada. Segundo a escatologia judaica, essa é uma expressão do Antigo Testamento que significa o espaço de tempo, desde o início do cumprimento da profecia no império babilônico até o estabelecimento do reinado de Cristo na terra. Outro ponto digno de nota é que Daniel não expressa nenhum interesse de ter os créditos da revelação. Para o profeta, a revelação do mistério é mérito somente de Deus. A glória pertence ao Todo-Poderoso que, pela sua imensurável graça, desvenda os mistérios terrenos e espirituais aos pequeninos deste mundo.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Daniel foi sábio e humilde ao pedir a ajuda do Todo-Poderoso, pois somente Ele tem poder para revelar o futuro.
III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (2.31-45)
1. A correta descrição do sonho (vv.31-35). O sonho do imperador babilônico era profético. Nabucodonosor viu uma estátua (v.32) constituída por uma cabeça de ouro; peito e braços de prata; ventre e coxas de cobre; pernas de ferro (v.33); e pés de ferro e de barro (v.33). O versículo 34 relata “uma pedra que foi cortada, sem mãos” a qual feriu os pés da estátua, destruindo-a completamente.
Os quatro impérios pagãos, mencionados simbolicamente na profecia já existiram, comprovando a veracidade da visão profética. Todavia, a visão da “pedra que foi cortada, sem mãos” ainda não se cumpriu, pois trata-se do reino universal de Jesus Cristo que ainda não foi literalmente estabelecido.
2. A interpretação dos elementos materiais da grande estátua (2.34-45).
a) “A cabeça de ouro” (vv.32,36-38). Exemplificava o reino da Babilônia. Nabucodonosor a governou por 41 anos e a transformou no império mais poderoso da época.
b) “O peito e os braços de prata” (vv.32,39). Trata-se do império Medo-Persa. Os dois braços ligados pelo peito representam a união dos Medos e dos Persas.
c) “Ventre e os quadris” (vv.32,39). Retrata o império Grego. Foi Alexandre Magno que dominou o mundo inteiro constituindo assim um dos impérios mais extensos na história da humanidade até a sua morte prematura.
d) “Pernas de ferro” (vv.33,40-43). Refere-se ao último império da história, o romano. Os pés de ferro e barro indicam a fragilidade deste império. A mistura entre ferro e barro não ocorre. O império romano, por um lado era poderoso (ferro), mas por outro, frágil e decadente (barro).
3. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (2.45). Esta “pedra” representa o reino de Cristo intervindo nos reinos do mundo. Cristo é a pedra cortada que desfará o poder mundial do Anticristo (Dn 2.45; Sl 118.22; Zc 12.3). A pedra cortada vinda do monte significa, figuradamente, a vinda do Rei esmiuçando o domínio imperial e pagão deste século (Dn 2.44,45). Cristo é quem regerá as nações para sempre!
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Com a ajuda do Altíssimo, Daniel pôde revelar o sonho ao rei e a sua interpretação.
CONCLUSÃO
A revelação da estátua provou ao rei Nabucodonosor a soberania do Deus de Israel. Nação a qual o rei havia levado em cativeiro, destruído a Cidade Santa e o seu Templo (2Cr 36.11-23). O Deus desta nação revelou a Daniel e aos seus companheiros o futuro dos impérios ao longo da existência humana (Dn 2.46-49). Nabucodonosor compreendeu isto. E nós? O quanto valorizamos e amamos o Deus soberano?
ZUCK, Roy B. (Ed). Teologia do Antigo Testamento. 1ª Edição.
RJ: CPAD, 2009.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª
Edição. RJ: CPAD, 2013.
1. O que revela o segundo capítulo do livro de Daniel?
R. O segundo capítulo do livro de Daniel revela o plano divino para o povo judeu e o gentílico.
2. Como também eram chamados os sacerdotes adivinhos?
R. Os sacerdotes adivinhos eram também chamados de magos, astrólogos, encantadores ou apenas “caldeus” (Dn 1.4).
3. Qual era o objetivo de Daniel ao pedir um tempo ao rei?
R. O objetivo era receber a resposta de Deus acerca do conteúdo do sonho de Nabucodonosor.
4. O que a ousadia da fé de Daniel demonstra no episódio do sonho do rei?
R. A ousadia da fé de Daniel, demonstrada neste episódio, ilustra-nos quão essencial é para o crente viver uma vida de confiança e inteira dependência de Deus.
5. Qual é a interpretação dos elementos materiais da grande estátua?
R. “a) A cabeça de ouro” (vv.32,36-3 8 ) exemplificava o reino da Babilônia; b) “O peito e os braços de prata” (vv.32,39) império Medo-Persa; c) “Ventre e os quadris” (vv.32,39) retrata o império Grego. d) “Pernas de ferro” (v.33,40-43) refere-se ao último império da história, o romano.
Subsídio Teológico
“Nabucodonosor sonha com uma estátua
A primeira profecia de Daniel foi acerca de Nabucodonosor. Tratava dos detalhes de um sonho que o rei tivera e de sua interpretação. Era um sonho sobre os futuros poderes do mundo. A cabeça de ouro era a Babilônia; o peito e os braços representavam os Medos e os Persas. Os quadris de bronze representavam a Grécia, e as pernas e os pés simbolizavam o Império Romano, em seu auge e declínio. Por fim, surge uma ‘pedra’. A pedra representava o Messias de Israel, que feriria ‘a estátua nos pés de ferro e de barro’, esmiuçando-os (2.34). Deus então estabeleceria o seu reino, ‘que não será jamais destruído’, referindo-se ao futuro reino messiânico de Cristo (2.44).
Esta profecia transpôs o âmbito histórico e mostrou que certas características em cada uma dessas nações levariam ao reino milenial. Com o sonho de Nabucodonosor, Deus revelou o propósito de toda a história através de Daniel. Nenhum outro profeta recebeu revelação tão completa e precisa” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2013, pp.175-76.).
Subsídio Teológico
“A pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a (2.45)
Quatro vezes está dito que a pedra esmiuçou a imagem (vv.34,40,44,45). Portanto, o mundo não findará convertido pela pregação do Evangelho, mas destruído com violência sobrenatural na vinda de Jesus. Isso ocorrerá em Amargedom, durante o domínio mundial das dez nações confederadas sob o Anticristo (Ap 17.11-13 com 19.11-21).
No versículo 34, vemos que a pedra feriu a estátua nos pés, e em seguida destruiu a cabeça, o peito, o ventre, e as pernas. Isto indica que todas as formas de governo representadas por essas partes da estátua existirão sob a Besta, no futuro!
O Mercado Comum Europeu já é uma realidade. Para a organização dos Estados Unidos da Europa basta apenas um passo” (GILBERTO, Antônio. Daniel & Apocalipse: Como entender o plano de Deus para os últimos dias. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1984, p.21)
O Deus que intervém na História
O livro do profeta Daniel, através do sonho do rei Nabucodonosor, resume os grandes impérios do mundo: Babilônia, Média/Persia, Grécia e Roma. O capítulo dois se divide em Introdução, Três episódios e Conclusão.
Introdução (v.1)
O primeiro versículo introduz o sonho de Nabucodonosor como ocorrência do segundo ano de reinado. Os estudiosos do Antigo Testamento concordam que neste tempo o profeta Daniel era bem jovem e há três anos ele fora deportado para a Babilônia.
Primeiro Episódio (vv.2-13)
O primeiro relato do sonho imperial revela Nabucodonosor chamando os Magos, os Astrólogos, os Encantadores, e os Caldeus, isto é, todos os sábios e os feiticeiros do império para interpretarem o sonho. Os intérpretes pediram ao rei que lhes contasse o sonho para em seguida o decifrarem. Nabudonosor recusou afirmando: “se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo”. O rei não se contentava somente com a interpretação, pois os adivinhadores teriam também de prenunciar o sonho.
Segundo Episódio (vv.14.24)
O capitão da guarda do rei, Arioque, saiu para matar os sábios. Quando Daniel prudentemente o interrogou sobre a ordem imperial. Recebendo a explicação de Arioque o profeta solicitou uma audiência ao rei e pediu um tempo para contar o sonho e dar a interpretação. Daniel procurou os seus amigos para buscarem a Deus. O Senhor os respondeu!
Terceiro e Último Episódio (vv.25-45)
Levado por Arioque ao rei Nabucodonosor, Daniel lhe contou o sonho e o interpretou. Chocado, o rei da Babilônia prostrou-se aos pés de Daniel e reconheceu a sabedoria que lhe fora dada pelo Deus de Israel.
Conclusão (vv.46-49)
A conclusão do capítulo dois é surpreendente. Nabucodonosor promoveu Daniel ao mais alto cargo imperial e a pedido do profeta elevou os seus amigos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego às altas posições. O segundo capítulo revela-nos que o Reino de Deus não se confunde com o reino dos homens. Segundo o conselho da sua soberania, o Eterno intervém na história humana. Ele trabalha a fim de que todos os moradores da Terra reconheçam a sua majestade e, em Cristo, resistamos as injustiças do governo humano.