Título: Eu Creio — Revelando ao mundo suas convicções cristãs
Comentarista: Alexandre Claudino Coelho
Lição 1: Eu creio em Deus Pai
Data: 04/01/2015
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera” (Is 64.4).
Deus existe, é eterno, poderoso e tem prazer em se relacionar conosco, em nos dar a salvação e a vida eterna.
SEGUNDA
Deus nos conhece (Sl 139.1)
TERÇA
Deus nos criou (Gn 1.27)
QUARTA
Deus fala (Hb 1.1)
QUINTA
Deus é eterno (Sl 10.16)
SEXTA
Deus é poderoso (Is 43.13)
SÁBADO
Deus tem prazer em ser conhecido (Jr 9.23,24)
Prezado professor(a), pela graça de Deus estamos iniciando um novo trimestre. Os assuntos tratados nestas lições são de extrema relevância para aqueles que desejam revelar ao mundo suas convicções e crenças. Na lição de hoje estudaremos a respeito de Deus. A Escritura Sagrada nos ensina a crescer na graça e no conhecimento do nosso Deus: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor” (Os 6.3).
O comentarista, o pastor Alexandre Coelho, além de ser autor de diversos livros, editados pela CPAD, é também professor universitário. O enriquecimento espiritual que lhe advirá do estudo de cada lição será sentido em todas as áreas de sua vida, e seus alunos participarão dele. Que Deus o abençoe.
Sugerimos que você inicie a aula escrevendo no quadro a seguinte indagação: “Quais são os obstáculos que enfrentamos ao revelar aos não crentes que cremos no Deus Pai?”. Em seguida, divida a turma em grupos e dê um tempo para que os alunos discutam a questão. Depois, reúna-os formando um único grupo. Ouça as respostas e faça as considerações que achar necessárias. Em seguida, explique que a Bíblia não procura provar a existência de Deus. Ela já inicia com a seguinte afirmativa: “No princípio, Deus” (Gn 1.1). Diga que a existência do Todo-Poderoso é revelada à humanidade por intermédio da criação: “Os céus manifestam a glória de Deus” (Sl 19.1). O Pai pode ser conhecido mediante os seus atos criativos e mediante a Jesus Cristo, o seu Filho.
Salmos 14.1-7.
1 — Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.
2 — O SENHOR olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus.
3 — Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
4 — Não terão conhecimento os obreiros da iniquidade, que comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocam ao SENHOR.
5 — Ali se acharam em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos.
6 — Vós envergonhais o conselho dos pobres, porquanto o SENHOR é o seu refúgio,
7 — Oh! Se de Sião tivera já vindo a redenção de Israel! Quando o SENHOR fizer voltar os cativos do seu povo, se regozijará Jacó e se alegrará Israel.
INTRODUÇÃO
Vamos iniciar o ano e o trimestre estudando a respeito da pessoa de Deus. Este estudo é desafiador, pois na atualidade muitos tentam negar a existência do Todo-Poderoso. Outros, erroneamente tendem a afirmar que se Ele existe não se envolve nos assuntos humanos, é indiferente à nossa existência. Veremos nesta lição que Deus existe, se envolve nas questões humanas e tem as respostas de que a humanidade precisa. Diga ao mundo que Deus é real!
I. O ÚNICO DEUS VERDADEIRO (Is 44.6)
1. Um Deus criador. A Bíblia Sagrada inicia sua revelação partindo da certeza de que Deus criou os céus e a Terra, ou seja, Ele existe (Gn 1.1). No texto sagrado não há uma análise sobre sua existência, mas sim uma afirmativa a respeito dela. Deus não somente existe como também criou, com seu poder, todas as coisas e as sustenta. A Bíblia descreve que Deus primeiramente preparou o ambiente em que o homem iria viver, para depois criá-lo. Ele criou todas as espécies de animais, e organizou o universo de tal forma que o nosso planeta tem as condições exatas para a preservação da vida.
2. Um Deus pessoal. Deus é uma pessoa. Não é uma força propulsora que induz as pessoas a tomarem atitudes, mas sim um Deus que conversa, dialoga, que revela sua vontade, que manifesta seu poder. Diversas vezes a Bíblia utiliza pronomes pessoais para se referira Deus, mostrando claramente que Ele é uma pessoa, e que deseja manifestar ao homem a sua vontade e ter um relacionamento com Ele. Deus é um ser pessoal. Não basta saber que Deus existe, temos que saber quem Ele é e manter um relacionamento pessoal com Ele. A Bíblia diz que os demônios também creem em Deus: “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o creem e estremecem” (Tg 2.19).
3. Um Deus que se revela. Além de termos sido criados pelo Todo-Poderoso, temos a certeza de que Ele não nos deixou sem as informações necessárias para que o conheçamos. Não estamos sozinhos, largados no mundo para vivermos como desejamos, sem um padrão de princípios que norteiem uma existência adequada. E por se revelar, Ele tem prazer em ser conhecido: “Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR” (Jr 9.23,24). O Altíssimo deseja que você prossiga em conhecê-lo (Os 6.3). Como anda seu relacionamento com Ele?
Pense!
O Deus verdadedeiro deseja se relacionar conosco.
Ponto Importante
Prossiga em conhecer ao Senhor (Os 6.3).
II. DEUS É IMANENTE E TRANSCENDENTE (Dt 4.39; Is 57.15; Jr 23.23,24)
1. O Deus transcendente. Transcendência é a “qualidade do que está em si mesmo, e não transita a outrem” (Dicionário Teológico. CPAD). Por transcendência entendemos a capacidade de Deus de estar acima e além de todas as coisas. O Criador vai além de sua criação, e existe por si mesmo. Há muitos “deuses” que o homem criou, mas o Deus da Bíblia não foi criado pelos homens. Ele é Eterno, não limitado no tempo nem no espaço, não pode ser reduzido a um símbolo humano nem representado por meio de objetos, para que os seus adoradores não sejam induzidos à idolatria.
2. O Deus imanente. Quando dizemos que Deus é imanente, estamos dizendo que Ele está perto de nós o suficiente para nos ouvir, nos conhecer e ter comunhão conosco: “Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor” (Fp 4.5). Isso nos mostra que Deus não está distante de sua criação, mas que interage com ela por meio dos seus atributos. Ele está presente na criação, e deseja ser presente na vida de cada pessoa por meio de Jesus Cristo e da atuação do Espírito Santo.
3. O Deus onisciente, onipresente e onipotente. Dentre outras características de Deus enumeradas na Bíblia, encontramos a onisciência, a onipotência e a onipresença. Deus é onisciente, ou seja, sabe de todas as coisas. Isso significa que Deus é inteligente e sábio, e que nada pode estar oculto ao seu conhecimento (Sl 139.4). “Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó SENHOR, tudo conheces”. Por ser onisciente, Ele conhece o passado e o presente, e pode anunciar o que há de ocorrer no futuro.
Deus é onipotente, ou seja, tem todo o poder e pode fazer todas as coisas, conforme a sua vontade e soberania. “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13).
Deus é também onipresente, pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, pois não é limitado pelo espaço ou pela geografia: “Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também” (Sl 139.7,8). Essas três características de Deus não são comunicadas às suas criaturas, ou seja, não podem ser reproduzidas por nenhum dos seres que Ele criou.
Pense!
A imanência e a transcendência de Deus são atributos importantes para que entendamos como Deus fala conosco e atua neste mundo.
Ponto Importante
Deus é real e nos criou para que possamos conhecê-lO.
III. ACUSAÇÕES CONTRA A DOUTRINA DE DEUS
1. Deus é indiferente, insensível? Muitos, erroneamente, afirmam que Deus não se importa com o sofrimento. Deus se importa! A humanidade é que tem sido indiferente e se recusa a ver e obedecer a Deus como o único e soberano. Tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, o Todo-Poderoso se revela como um Pai amoroso que se compadece daqueles que o buscam. No mundo existem dores e sofrimentos, resultado da maldade, da natureza pecaminosa do homem, contudo Deus nunca esteve indiferente as dores e sofrimentos da humanidade: “Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti” (Is 49.10). A maior prova do seu amor está no fato de que Ele enviou e entregou seu Filho para morrer na cruz em nosso lugar (Jo 3.16; Rm 5,8).
2. O mal prova que Deus não é Todo-Poderoso? (Gn 1.31; 3.1-7; Rm 5.12; 1Co 15.22) Não! Deus não deixa de ser Deus porque o mal existe. A maldade humana é consequência do próprio egoísmo humano, do desprezo aos mandamentos divinos e atuação de Satanás no mundo. Segundo Charles Colson, “as Escrituras ensinam que o mal entrou na criação de Deus pelas livres escolhas morais feitas pelos primeiros seres humanos, em resposta à tentação de Satanás”. Precisamos entender que o mal existe, mas ele é temporário; um dia Deus vai destruir a maldade e julgar aqueles que a praticam. Enquanto isso não ocorre, somos desafiados a lutar contra toda sorte de injustiça e maldade, buscando a realização do Reino de Deus nesta Terra.
3. O que é o ateísmo? Ateismo é a filosofia que defende a ideia de que Deus não existe. Essa premissa é baseada no pressuposto de que é impossível chegar a uma conclusão favorável de que Deus existe, porque não haveria meios científicos adequados pra comprovar a sua existência. A Bíblia considera louca uma pessoa que acredita nessa ideia: “Disseram os néscios no seu coração: Não há Deus” (Sl 14.1). Na prática, entendemos que as pessoas que defendem o ateísmo acreditam em Deus, mas de forma inversa, por crerem que Ele não existe. Se Deus não existe, não há necessidade de se criar uma doutrina própria para explicar a sua inexistência. Na prática, o ateu busca a certeza de que Deus existe, mas se nega a ter na Bíblia as referências necessárias a esse entendimento, e por isso fica sem os referenciais adequados para crer.
Pense!
Existem diversas teorias equivocadas acerca de Deus, e todas baseadas em pensamentos igualmente equivocados pelo desconhecimento dEle e desprezo às suas leis.
Ponto Importante
Deus é real e a maior prova da sua existência e do seu amor por nós está no fato de que Jesus, seu Filho, nasceu e morreu por nós.
CONCLUSÃO
Deus é uma pessoa, quer criou todas as coisas, tem todo o poder, todo o conhecimento, e revelou a si mesmo nas Sagradas Escrituras, a fim de que pudéssemos ter um relacionamento correto com Ele. O Criador não nos deixou sozinhos neste mundo. Ele não nos abandonou para vivermos de acordo com nossas próprias vontades, sem orientações que delimitem a nossa existência.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática:
Uma Perspectiva Pentecostal
RHODES, Ron. O Cristianismo Segundo a Bíblia.
1. O texto sagrado procura provar a existência de Deus?
Não. A Bíblia parte do princípio de que Deus existe e que tudo criou (Gn 1.1).
2. O que é transcendência?
Transcendência é a “qualidade do que está em si mesmo, e não transita a outrem” (Dicionário Teológico, CPAD).
3. O que é imanência?
É quando dizemos que Deus está perto de nós o suficiente para nos ouvir, nos conhecer e ter comunhão conosco.
4. O que é ateísmo?
Ateísmo é a filosofia que defende a ideia de que Deus não existe.
5. Você crê que Deus é real e que tudo criou?
Resposta pessoal.
“Nossa maneira de compreender a Deus não deve basear-se em pressuposições a respeito dEle, ou em como gostaríamos que Ele fosse. Pelo contrário: devemos crer no Deus que existe, e que optou por se revelar a nós através das Escrituras Sagradas. O ser humano tende a criar falsos deuses, nos quais é fácil crer; deuses que se conformam com o modo de viver e com a natureza pecaminosa do homem (Rm 1.21-25). Essa é uma das características das falsas religiões. Alguns cristãos até mesmo caem na armadilha de se desconsiderar a autorrevelação divina para desenvolver um conceito de Deus que está mais de acordo com as suas fantasias pessoais do que com a Bíblia, que é a nossa fonte única de pesquisa, que nos permite saber que Deus existe e como Ele é” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.126-7).