Título: Eu Creio — Revelando ao mundo suas convicções cristãs
Comentarista: Alexandre Claudino Coelho
Lição 11: Eu creio no jejum e na oração
Data: 15 de Março de 2015
“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Cr 7.14).
O jejum e a oração são práticas descritas na Bíblia para os cristãos de todas as épocas, e não foram revogadas pelo Senhor Jesus Cristo, e sim incentivadas por Ele aos seus discípulos.
SEGUNDA
Orar instantemente (Gn 25.21)
TERÇA
Pecar por não orar (1Sm 12.23)
QUARTA
Apregoar um jejum (Ed 8.21)
QUINTA
Deus não rejeita a nossa oração (Sl 66.20)
SEXTA
Buscando a Deus em oração e jejum (Dn 9.3)
SÁBADO
A busca pelo Senhor e o jejum (2Cr 20.3)
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, jejum e oração são os temas principais da lição de hoje. Na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos várias referências ao jejum e à oração. Jesus, o Filho de Deus, teve uma vida de oração e jejum. Diversas vezes Ele se afastou para lugares desertos a fim de orar. Antes de enfrentar a cruz, orou no jardim do Getsêmani. O Salvador também jejuou e disse que chegaria o dia em que seus discípulos teriam que jejuar. Ele não revogou tais práticas. Jesus nunca pediu nada aos discípulos que Ele mesmo não tenha feito. Aproveite esta oportunidade ímpar para incentivar seus alunos a jejuar e orar, pois tais costumes são bíblicos e válidos para os cristãos de todas as épocas.
Professor, escreva no quadro as palavras jejum e oração. Pergunte aos alunos o que vem à mente deles quando ouvem estas palavras. À medida que forem falando, vá relacionando as palavras no quadro. Depois de ouvi-los, explique que em geral os crentes têm uma vida de oração e que a oração é um diálogo com Deus. Em seguida, faça as seguintes indagações: “Mas e quanto ao jejum?”; “Os crentes ainda mantêm essa prática?”. Ouça-os e depois exponha que o jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos por um período de tempo. Essa prática era muito utilizada no Antigo e Novo Testamentos. Peça que os alunos leiam Mateus 4.2. Explique que Jesus não aboliu tal prática, mas a reforçou ao jejuar durante 40 dias. O Mestre não somente jejuou, mas também ensinou qual deve ser o procedimento quando se jejua. Em seguida peça que leiam Mateus 6.16-18 e observem o procedimento que a agrada a Deus durante um jejum.
Mateus 6.5-8,16-18.
5 — E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
6 — Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.
7 — E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos.
8 — Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes.
16 — E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas, porque desfiguram o rosto, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
17 — Porém tu, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto,
18 — para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará.
INTRODUÇÃO
A oração e o jejum foram duas práticas adotadas pelo povo de Israel ao longo da história bíblica, e posteriormente a Igreja de Jesus Cristo, em sua devoção a Deus, aprendeu com o Senhor que deveria usar essas duas práticas. Nesta lição, analisaremos essas duas experiências à luz da Palavra do Senhor.
I. BUSCANDO A DEUS EM ORAÇÃO
l. O que é a oração? A oração é um diálogo que temos com Deus. Por meio dela podemos demonstrar nossa gratidão por tudo que recebemos do Senhor. Podemos apresentar a Deus nossas necessidades e anseios, e interceder pelas pessoas que estão próximas ou distantes de nós. Por meio da oração também podemos pedir a Deus o perdão necessário por nossas faltas cometidas contra Ele e contra o nosso próximo.
Todas as pessoas são convidadas a buscar ao Senhor em oração, mesmo aqueles que aparentemente não o conhecem ou não possuem uma intimidade com Ele, a fim de que sejam salvos (Is 55.6,7). Todos são convidados a orar, independentemente do lugar ou da posição social que ocupam. Jonas, o profeta, orou no ventre do grande peixe, e foi ouvido (Jn 2.1,10). Daniel orou em um palácio, e teve sua oração atendida. O importante é ter o hábito de orar.
2. A oração muda situações. A Bíblia descreve diversas histórias em que a oração de servos e servas de Deus mudou situações. Isaque, filho de Abraão, casou-se com Rebeca, mas ela não podia ter filhos. Por ser um homem de oração, Isaque orou por sua esposa (dizem alguns especialistas que ele orou por 20 anos), e Deus concedeu-lhe o aumento de sua família com dois filhos gêmeos. Daniel orou a Deus pedindo uma resposta para o cumprimento da profecia de retorno dos hebreus à cidade santa, e Deus lhe respondeu. Deus dá tanta importância à oração que Tiago comenta: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tg 5.17).
3. A oração muda a nós mesmos. Não é raro passarmos por momentos de desafios e tribulações. Nesses momentos difíceis, não podemos deixar de orar. Se a oração não transformar a situação que enfrentamos, com certeza transformará a nós mesmos. Vejamos o exemplo de Ana, a mãe de Samuel (1Rs 1). Ana era uma mulher temente a Deus, mas tinha um problema seriíssimo: era estéril. Em uma época em que a mulher era considerada abençoada se tivesse filhos, Ana não era tida como uma pessoa abençoada por não ser mãe, e ainda tinha uma concorrente dentro de casa, a outra esposa de seu marido Elcana (Deus nunca permitiu a bigamia nem entre o seu povo nem em qualquer outra civilização, mas os homens nem sempre obedeceram a Deus nesse quesito e pagaram um preço alto por isso). Essa outra mulher tinha filhos, e quando ia para o culto ao Senhor, ficava zombando de Ana e deixava-a angustiada. Um dia, Ana orou ao Senhor, e por se demorar na oração, o sacerdote Eli a repreendeu, imaginando que ela estava bêbada. Após falar com o sacerdote, Ana voltou para sua casa, “e o seu semblante já não era mais triste” (1Sm 1.18). Ana não saiu grávida da oração, mas saiu confortada daquela sua luta, e logo depois teve Samuel.
Vejamos o exemplo de Paulo. Ele teve uma revelação de Deus sobre o Céu, e segundo ele mesmo, para que não ficasse orgulhoso pelo que lhe foi revelado, recebeu um espinho na carne. Paulo orou por três vezes ao Senhor para se livrar desse problema, mas sua oração não foi atendida. Deus disse ao apóstolo que bastava a ele a graça divina, o que levou aquele servo de Deus a reconhecer que o poder divino se aperfeiçoa nos momentos em que estamos mais fragilizados.
Pense!
Deus ouve e responde a todas as nossas orações?
Ponto Importante
Deus ouve e responde às nossas orações, mas responde de acordo com a sua vontade e no seu tempo. Deus não é o gênio da lâmpada que está pronto a atender a todo e qualquer pedido.
II. O JEJUM NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTOS
1. O que é o jejum? Jejum é a abstinência de alimentos, e há pessoas que também se abstêm de líquidos. Como descrito na Bíblia, o jejum está associado à oração, e é uma forma de o homem reservar um momento específico para sua comunhão com Deus, seja para suplicar uma resposta divina, seja para receber o perdão de seus pecados. Portanto, jejuar não é passar fome, mas sim dedicar um tempo a Deus com um propósito.
O jejum não é uma forma de fazer Deus nos dar aquilo que queremos, como se jejuar fosse suficiente para convencer o Senhor a nos abençoar. É preciso também ter uma vida que espelhe a misericórdia e a bondade aos que nos cercam. Deus adverte em Isaías 58.5-7 que o jejum para Ele não tem valor se a pessoa não se afasta da impiedade nem estende suas mãos para ajudar os pobres, os famintos e necessitados. Portanto, nossa prática de jejuar deve estar associada a ações de justiça aos que nos cercam, e a uma vida longe do pecado.
2. O jejum no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, o jejum era uma prática relacionada a um momento de humilhação diante de Deus, seja para receber de Deus o perdão, seja para alcançar uma bênção ou uma resposta divina. O profeta Joel, inspirado por Deus, disse ao povo: “Ainda assim, agora mesmo diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto” (Jl 2.12). O rei Acabe, quando confrontado por Deus por intermédio de Elias, se vestiu de pano de saco e jejuou, numa referência sobre o jejum ser acompanhado da prática de se vestir com roupas desprovidas de beleza e demonstrar humilhação (1Rs 21.27). Essa atitude do rei proporcionou o retardamento do juízo de Deus.
Os homens de Nínive jejuaram após a mensagem de Jonas sobre o juízo do Deus de Israel contra aquela cidade, e foram poupados (Jn 3.5). Daniel buscou ao Senhor em oração e jejum para receber dEle uma orientação sobre o cumprimento da profecia de Jeremias, e recebeu de Deus uma resposta (Dn 9.3). Quando Esdras recebeu autorização para retornar a Jerusalém e reconstruir a cidade, fez um jejum para receber de Deus proteção para sua viagem, e foi atendido (Ed 8.21-23).
3. O jejum no Novo Testamento. No Novo Testamento, o jejum também está associado com um período reservado à oração. Jesus jejuou no deserto, antes de ser tentado. Ensinou aos seus discípulos que há espíritos malignos que só seriam expulsos após um período de jejum e oração (Mc 9.29). Em Atos 10, o centurião Cornélio jejuou por quatro dias e recebeu uma orientação divina para chamar Pedro para falar em sua casa.
Pense!
O jejum é uma prática para os nossos dias?
Ponto Importante
O Salvador falou que haveria um dia que o Noivo seria tirado e seus discípulos teriam que jejuar. Este tempo é hoje.
III. O JEJUM EA ORAÇÃO QUE AGRADAM A DEUS
1. Deus quer que oremos. Orar é um hábito que devemos desenvolver em nossa vida diária. Independentemente do tempo empregado na oração ou da posição em que se ore, o importante é orar, e devemos orar em todo o tempo. Jesus ensinou que devemos ser objetivos em nossas orações (Mt 6.7). Além disso, Deus já sabe de que precisamos antes mesmo que venhamos a apresentar diante dEle as nossas necessidades.
2. Jesus e a oração. O Mestre deu-nos o exemplo de uma vida de oração. Ele orou por si e pelos seus discípulos, e por diversas vezes seus milagres estavam associados a momentos de oração. Em sua última reunião com seus discípulos, Ele os convidou a orar e disse que receberiam respostas de Deus (Jo 14.12-14; 15.7,16). Observe que seis vezes Jesus Cristo disse que nossas orações seriam ouvidas e atendidas, evidentemente, se tivermos comunhão com Deus e guardarmos sua Palavra. Por que em três capítulos do evangelho de João, Jesus enfatizou tanto a prática da oração aos seus discípulos? Porque Ele sabia que orar é importante, que nossas conversas com Deus são momentos necessários para nossa comunhão com Ele, para que sejamos fortalecidos e para que tenhamos poder em nossa vida.
3. O jejum deve ser praticado em nossos dias? Há pregadores que, de forma equivocada, alegam que a prática do jejum não é para os nossos dias. Eles acreditam que o jejum foi abolido por Jesus, e que ficou restrito ao povo do Antigo Testamento. E o que a Bíblia diz sobre isso?
Jesus certa vez foi questionado por alguns opositores sobre o motivo de os discípulos de João e dos fariseus jejuarem, e os seus discípulos não. O Mestre deixou claro que, enquanto estava com seus discípulos, da mesma forma que um noivo estava com os convidados, não lhes era necessário jejuar, mas depois que o esposo fosse embora, os convidados jejuariam. Jesus não disse que os discípulos nunca iriam jejuar, e sim que um dia iriam praticar o jejum. Jesus não aboliu essa prática, apenas deixou claro que viriam dias em que o jejum seria necessário. Há um momento adequado para todas as coisas em nossa vida.
A igreja de Antioquia, a primeira igreja do Novo Testamento composta de judeus e gentios, estava servindo ao Senhor e jejuando quando o Espírito Santo disse que separassem Paulo e Barnabé para a obra missionária. E o que a igreja fez? Continuou jejuando, e orando, impôs as mãos sobre os dois obreiros e os enviou (At 13.2,3).
Pense!
Os irmãos da igreja do primeiro século tinham o costume de jejuar.
Ponto Importante
O jejum e a oração devem ser uma prática na vida do cristão.
CONCLUSÃO
A oração e o jejum são meios pelos quais podemos fortalecer a nossa comunhão com Deus e nossa vida espiritual. Também são úteis na intercessão por outras pessoas e na busca da vontade de Deus para nossas vidas e o seu perdão pelos nossos pecados. Não podemos esquecer de que Deus observa nossas atitudes para com os que nos cercam, e que devemos nos afastar do pecado ou não teremos nossas orações ouvidas pelo Senhor.
ANDRADE, Claudionor. As Disciplinas da Vida Cristã:
Como Alcançar a Verdadeira Espiritualidade.
BORGES, Jonas.
Jejum e Oração: Armas Infalíveis.
1. O que é a oração? A oração muda situações?
A oração é um diálogo que temos com Deus. Se não mudar as situações, nós seremos transformados.
2. O que é o jejum?
Jejum é a abstinência de alimentos, e há pessoas que também se abstém de líquidos.
3. Qual é o jejum que agrada a Deus?
Quando a nossa prática de jejuar está associada a ações de justiça aos que nos cercam e a uma vida longe do pecado.
4. O jejum é para os nossos dias?
Sim, é para os nossos dias. Jesus não aboliu tal prática, mas Ele mesmo jejuou e orou.
5. Você crê na prática do jejum e da oração?
Resposta pessoal.
“JEJUM
O jejum na Bíblia implica total abstinência de toda comida por certo período. Sua duração variava de algumas horas durante o dia (‘jejuaram aquele dia até à tarde’ — Jz 20.26) a até 40 dias, como no caso de Moisés, Elias e Jesus. As pessoas também jejuavam em meio à necessidade durante uma escassez de comida (At 27.21,33-36), por causa da falta de apetite resultante de profundas emoções (como Ana e Jônatas, 1 Samuel 1.8,18; 20.34), ou por motivos religiosos.
A origem da prática religiosa do jejum está perdida em um passado obscuro, mas essa disciplina foi disseminada por todas as religiões da Antiguidade. Em culturas de armazenamento de alimentos (em oposição ao cultivo de alimento), o jejum era frequentemente compulsório devido à incerteza de se obter comida. É possível que a ignorância supersticiosa interpretasse a escassez de grãos silvestres, frutas e caça como uma expressão da vontade de Deus, e assim os homens tenham começado a considerar o jejum como um dever religioso. Pensando que os deuses estivem enciumados pelos prazeres desfrutados pela raça humana, os homens talvez tenham presumido que a abstinência iria alcançar o favor destes. Por outro lado, a inclinação natural de privar-se de comida durante a dor da perda, pode ter feito com que o jejum tenha se originado de um sinal de luto” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2010, pp.1016-7).
Caro professor,
“aprendizes dinâmicos também gostam de ação como parte do processo de aprendizagem, porém, melhor que elaborar planos baseados em sua conclusão racional, os aprendizes dinâmicos sobressaem seguindo a intuição e percebendo novas direções e possibilidades. Eles assumem riscos e se dão bem em situações que requerem flexibilidade e mudança, e encontram verdadeiro prazer em começar algo novo ou deixar sua marca pessoal de originalidade em uma ideia.
Como ensinadores da Palavra de Deus, devemos dar a cada aluno oportunidade para demonstrar seu modo preferido de aprender em alguns pontos da lição. Tal afirmativa ajuda cada aluno a:
Crer que Deus fez sua mente correta;
Estar motivado para aprender;
Participar ativamente da aula;
Aprender mais rápido”.
(LEFEVER. Marlene. Estilos de Aprendizagem: Como Alcançar cada um que Deus lhe Confiou para Ensinar. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.19).