Título: Novos Tempos, Novos Desafios — Conhecendo os desafios do Século XXI
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 4: A era da informação instantânea
Data: 26 de Julho de 2015
“Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento” (Pv 3.13).
A nossa opinião deve estar subordinada à Palavra de Deus, e não ao que é veiculado pela mídia.
SEGUNDA — Pv 18.1
O isolamento traz ignorância
TERÇA — Pv 23.9
O arrogante despreza o conhecimento
QUARTA — Ec 1.13
Dispor-se a conhecer a realidade
QUINTA — 1Co 8.1
Há formas de saber que fazem inchar
SEXTA — Dn 1.4,17
Jovens crentes tinham conhecimento
SÁBADO — Os 4.6
A falta de conhecimento causa destruição
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Vivemos em um tempo de mudanças, em especial na área tecnológica. Muitos cristãos se sentem intimidados diante de tais avanços, o que impede que venham aproveitar aquilo de melhor que as novas tecnologias podem proporcionar. É importante que, como docentes, tenhamos consciência de que não podemos demonizar a tecnologia, a mídia ou o saber. Todavia, precisamos fazer uso das novas tecnologias e em especial da mídia com sabedoria e discernimento. Sigamos o exemplo de Daniel, pois segundo Terrence R. Lindvall, “ele era a última palavra em tudo, o melhor crítico da mídia dos seus dias”, e foi chamado pelo Senhor de “homem mui desejado” (Dn 10.11).
Reproduza o esquema abaixo. Utilize-o para explicar aos alunos as principais mudanças tecnológicas do nosso tempo e os seus benefícios. Enfatize que não devemos jamais demonizar os avanços tecnológicos, pois foi Deus que deu capacidade e poder criativo ao homem. O que estamos vivendo atualmente é cumprimento da Palavra de Deus. Ressalte que devemos desfrutar dos avanços com discernimento e sabedoria. Precisamos sempre fazer as seguintes indagações: “Isto é digno do meu dinheiro?”; “É digno do meu tempo?”.
Êxodo 35.30-35.
30 — Depois, disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o SENHOR tem chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá.
31 — E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício,
32 — e para inventar invenções, para trabalhar em ouro, e em prata, e em cobre,
33 — e em artifício de pedras para engastar, e em artifício de madeira, para trabalhar em toda obra esmerada,
34 — Também lhe tem disposto o coração para ensinar a outros, a ele e a Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã.
35 — Encheu-os de sabedoria do coração, para fazer toda obra de mestre, e a mais engenhosa, e a do bordador, em pano azul, e em púrpura, e em carmesim, e em linho fino, e a do tecelão, fazendo toda obra e inventando invenções.
INTRODUÇÃO
A lição de hoje trata de um assunto atualíssimo que é o amplo acesso à informação. Tal realidade só se tornou possível por causa das novas tecnologias que proporcionam aos meios de comunicação uma maneira quase “onipresente” de informar. Reconhecer que o excesso de informação é um perigo não significa rejeitar o saber e apoiar o obscurantismo. Se o Criador dotou-nos de condições físicas e mentais para que conheçamos e produzamos conhecimento, obviamente que não iria condenar-nos por isso (Gn 1.26-28; 2.15,19,20; Dn 1.17). Contudo, é preciso preocupar-se com a qualidade da informação que recebemos, pois, a partir dela, acabamos formando nossa opinião acerca de praticamente tudo à nossa volta (Fp 4.8).
I. AS INVENÇÕES ANTES E DEPOIS DA QUEDA
1. O trabalho como forma de administração da terra. Dizer que o trabalho é uma consequência da Queda significa contrariar a Palavra de Deus, pois vemos explicitamente que o Criador, antes da desobediência de Adão e Eva (Gn 3.6), ordenou ao homem que cuidasse da terra (Gn 2.15). Ao obedecer à ordem divina, o homem glorificava o seu Criador, da mesma forma como tudo o mais que existe no Universo (Sl 148). Evidentemente que, para trabalhar, infere-se que o homem precisou inventar ferramentas, assim como será no período do reino milenial de Cristo (Mq 4.3).
2. Invenções que afrontam a Deus. O saber dado ao homem deve proporcionar o bem a todos e igualmente refletir a imagem do Criador em nós (Mc 2.17; Gl 6.10; Tg 3.9). Contudo, a torre de Babel, por exemplo, proporciona-nos uma visão do que significa inventar ou produzir como forma de afrontar a Deus (Gn 11.1-6).
3. A arte divinamente inspirada. Quando da elaboração do projeto divino do Tabernáculo, Deus, por intermédio do seu Espírito, inspirou dois homens — Bezalel e Aoliabe — enchendo-os de “sabedoria do coração, para fazer toda obra de mestre, e a mais engenhosa, e a do bordador, em pano azul, e em púrpura, e em carmesim, e em linho fino, e a do tecelão, fazendo toda obra e inventando invenções” (Êx 35.35).
O exemplo de ambos ensina-nos que Deus, mesmo após a Queda, continua permitindo que as pessoas projetem “invenções” e ensinem outras a fazerem o mesmo, porém, tal conhecimento não deve servir para manipulações, antes para engrandecer ao Altíssimo (1Co 10.31).
Pense!
Você acredita que, com o seu trabalho, pode tornar o mundo um lugar melhor?
Ponto Importante
No desempenho das atividades laborais, os seres humanos glorificam, ou não, ao Criador.
II. O CONSUMISMO TECNOLÓGICO
1. A quase ilimitada capacidade humana de projetar invenções. Já em seu tempo, Salomão reconheceu que “não há limite para fazer livros” (Ec 12.12). Em nossos dias, as invenções multiplicam-se em escala inimaginável. Uma vez que o Altíssimo faz com que “o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45), através da graça comum, que é a capacidade com a qual o Criador dotou-nos para que tenhamos conhecimento e assim projetemos invenções, não é difícil pressupor o que acontece em uma sociedade divorciada do temor de Deus. A produção tecnológica, muitas vezes, não é pensada com vistas a meramente facilitar a vida das pessoas, pois, muito mais que utilidade, os aparelhos e as tecnologias são símbolos de ascensão e inclusão sociais que distinguem as pessoas.
2. O assombroso crescimento tecnológico. As modernas invenções tecnológicas deste novo século denotam que chegamos a um período sem precedente (Dn 12.4). Como exemplo, temos: laptops cada vez menores e mais leves, porém, com mais capacidade de armazenamento de informações; smartphones; palmtops; ipads; ipods; TVs de plasma, LED e de LCD, convencionais e também em 2, 3 e já se fala em até 4 Ds; MP15; GPS; etc.
Quem se lembra de disquete, disco de vinil, fita cassete e VHS ou ainda retro-projetor? Todas essas tecnologias faziam parte do nosso cotidiano, porém, foram substituídas por outras mídias que não apenas têm a mesma função das anteriores, mas as suplantam e transcendem.
3. O perigo do consumismo tecnológico. A Palavra de Deus em Isaías 55.2a, adverte-nos: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?” (ARA). Infelizmente, não poucos servos do Senhor encontram-se endividados por atenderem aos apelos da mídia. O celular ainda não foi utilizado e já se torna obsoleto com o novo modelo que acabou de ser lançado. O computador mal foi tirado da embalagem, quando uma nova propaganda surge dando conta de que o mais “inteligente” é o que sairá no mês que vem. Assim, em um ritmo cada vez mais frenético, se não tivermos cuidado, tornamo-nos reféns de um consumismo eletrônico que não se justifica.
Pense!
Existe forma de prevenção contra o consumismo tecnológico?
Ponto Importante
É imprescindível que, em termos de consumo eletrônico, saibamos administrar os impulsos para não sermos competidos a comprar desnecessariamente.
III. A MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA DA MENTE
1. Analfabetismo digital. O aumento do acesso à informação é algo que vem em ritmo crescente desde os últimos vinte anos. Contudo, foi mesmo nesta primeira década do século 21 que a internet deixou de ser algo apenas remoto e limitado aos aparelhos de “fax-modem” com acesso discado, para acesso irrestrito através das “redes sem fio” (Wi-Fi e Wireless).
Já não é mais preciso estar em casa para acessar a grande rede e verificar o e-mail ou conferir as notícias. É por isso que, constantemente, ouve-se afirmar que o analfabeto do século 21 não é quem não sabe ler, e sim a pessoa que não sabe lidar com as novas tecnologias.
O tempo passa a ser completo e totalmente roubado com o excesso de envolvimento com as tecnologias, trazendo até mesmo problemas profissionais e familiares. Na realidade, pesquisas já apontam que o tempo que as pessoas passam conectadas à internet ultrapassa o período dedicado à vida normal. Nestes tempos trabalhosos, até mesmo a infidelidade conjugal tomou-se facilitada (2Tm 3.1). É preciso redobrar a vigilância com o uso da tecnologia.
2. O excesso de informação na era digital. Sabe-se que atualmente a quantidade de informação que recebemos em apenas um dia é a mesma que uma pessoa levaria a vida inteira para obter na Idade Média! É preciso que submetamos tais informações ao crivo da Bíblia, pois senão corremos o risco de nos tornarmos secularizados (Fp 4.8).
Além disso, é preciso cuidar-se para não formar opiniões unilaterais baseadas unicamente no que é veiculado pelas agências de notícias (1Ts 5.21). Por falta de esclarecimento, muitos passam a defender coisas erradas, inverídicas ou até mesmo certas, mas de forma equivocada.
3. A mentalidade atual formada pela mídia. A mentalidade do povo é formada pela mídia. Ela dita-lhe as modas e os pensamentos. Entretanto, a Bíblia recomenda-nos que não nos amoldemos ou tomemos a forma do sistema pecaminoso, mas que nos transformemos pela renovação do entendimento (Rm 12.2). O nosso padrão e modelo de vida é Jesus Cristo (Ef 4.13), e também as palavras que são consoantes à sã doutrina (1Tm 6.3; 2Tm 1.13), e não o que pensa determinado político, artista, pensador e até mesmo obreiro que não falar conforme a Palavra do Evangelho (Gl 1.8,9,13).
Pense!
É possível utilizar as novas tecnologias de forma racional e cristã?
Ponto Importante
Uma vez que a nossa opinião é formada com base nas informações que absorvemos nos diversos meios, precisamos desenvolver uma atitude crítica na triagem de tais conteúdos.
IV. AS REDES SOCIAIS E OS RELACIONAMENTOS
1. Comunicação humana. Sendo um ser social, o ser humano depende de outros para sobreviver. Desde o Éden, o próprio Criador disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18b). Ora, se a própria Palavra de Deus diz que o Criador “visitava” o homem na “viração do dia” (Gn 3.8), como poderia este estar só? A única explicação é o fato de que o ser humano foi criado como um ser gregário e sociável, tendo necessidade de comunicar-se (Gn 2.20-25).
2. Comunicação antiga. Em seus primórdios, certamente a comunicação só se fazia de forma presencial. Posteriormente, a humanidade foi desenvolvendo outras maneiras, mas o fato incontestável é que o ser humano tem essa necessidade de relacionar-se.
3. Comunicação atual. Nada pode ser comparado aos modelos de comunicação criados no século 21. É uma verdadeira revolução no âmbito comunicativo. Através das chamadas redes sociais, primeiramente com o extinto Orkut, suplantado pelo Facebook. Atualmente, existem muitos outros canais (Twitter, por exemplo), sendo o WhatsApp a sensação do momento. Entretanto, curiosamente, as pessoas tornaram-se mais distantes. As redes sociais “aproximam” os distantes e “distanciam” os próximos! Eis um dos grandes desafios da Igreja nesse século 21.
Pense!
Como comunicar-se com os de “fora” sem perder o contato com os de “dentro”?
Ponto Importante
A utilização consciente das redes sociais é um fator importantíssimo nos dias atuais.
CONCLUSÃO
O que objetivou a presente lição não foi demonizar a tecnologia, a mídia ou o saber. A advertência caminha apenas no sentido de alertar o povo de Deus para a verdade de que devemos, assim como Daniel e seus três amigos, influenciar, mas não sermos influenciados (Dn 3.29; 6.26). O excesso de informação ameaça mudar a nossa forma de pensar, porém devemos levar “cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.5 — ARA). Eis o nosso desafio.
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E Agora, Como Viveremos? 2ª
Edição. RJ: CPAD, 2000.
PALMER, Michael D. (org.). Panorama do Pensamento Cristão. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2001.
1. De acordo com o que você estudou no primeiro ponto da lição, o que significa dizer que o trabalho é uma consequência da Queda?
Significa contrariar a Palavra de Deus.
2. Qual foi a forma que Deus providenciou para que a humanidade, tanto ímpia quanto crente, produza tecnologia e saber?
Ele providenciou a graça comum, que é a capacidade com a qual o Criador dotou-nos para que, temendo ou não a Ele, tenhamos conhecimento e assim projetemos invenções.
3. Por que não devemos atender aos apelos do consumismo?
Porque a Palavra de Deus em Isaías 55.2a, adverte-nos; “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?”.
4. Quem é o analfabeto do século 21?
Aquele que não sabe lidar com as novas tecnologias.
5. Ao tratar deste assunto, qual é o objetivo da lição?
Mostrar que não devemos demonizar a tecnologia, a mídia ou o saber, porém devemos, assim como Daniel e os seus três amigos, influenciar, mas não sermos influenciados.
“Os Cristãos Interativos
Quando apareceu a telegrafia, uma das primeiras tecnologias de comunicação revolucionárias, a mensagem profética que Samuel Morse lançou para meditação pública foi: ‘O que foi que Deus fez?’. Deveríamos fazer a mesma pergunta hoje com a explosão das novas tecnologias interativas de comunicação.
O uso do entretenimento para a educação também está se espalhando rapidamente nos países ocidentais. Infelizmente, o pornográfico está criando outra vez uma desconfiança das novas fronteiras da mídia, como a Internet. Em vez de permitir que os usos corruptores potenciais da tecnologia de comunicação nos façam bater em retirada por causa dos gigantes da Canaã do ciberespaço, o povo de Deus deveria estar agressivamente procurando saber como Ele quer usar os CD-ROMs, a realidade virtual interativa e a World Wide Webe (a Rede Mundial) para o cumprimento dos seus propósitos” (PALMER, Michael D. (Org). Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, p.412).