Título: Novos Tempos, Novos Desafios — Conhecendo os desafios do Século XXI
Comentarista: César Moisés Carvalho
Lição 13: A Igreja do Século 21
Data: 27 de Setembro de 2015
“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
Apesar das duras provações pelas quais tem passado, a Igreja de Cristo segue em direção ao alvo que Deus lhe designou.
SEGUNDA — Mt 16.18
A revelação da Igreja
TERÇA — At 2.1-47
A inauguração da Igreja
QUARTA — 1Co 14.12
Os dons e a edificação da Igreja
QUINTA — Ef 5.32
O mistério de Cristo e a Igreja
SEXTA — 1Tm 3.15
A igreja, a Casa de Deus
SÁBADO — Ap 1.11
As sete igrejas do Apocalipse
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, pela graça do Senhor Jesus Cristo, chegamos ao final de mais um trimestre. Estudamos a respeito dos desafios da igreja no século XXI. Sabemos que as lutas são muitas, assim como as investidas do maligno. Porém a Igreja de Cristo segue vitoriosa em direção ao alvo que Deus lhe designou. Satanás, por mais que tente, jamais conseguirá prevalecer sobre a igreja do Senhor [...] “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Nesta última lição enfocaremos o perfil da igreja do primeiro século e a do século atual.
Para introduzir o tópico III da lição e fazer a conclusão, sugerimos que você reproduza o quadro abaixo. Divida a turma em dois grupos (rapazes e moças). Primeiro peça que o grupo feminino aponte um desafio. À medida que forem falando vá anotando no quadro. Em seguida, o grupo dos rapazes terá que apresentar uma estratégia capaz de vencer o desafio apontado petas irmãs. À medida que os grupos forem falando vá preenchendo a tabela. Depois que ela estiver completa, conclua explicando que muitos são os desafios da igreja atual e que sozinhos não conseguiremos vencê-los, porém podemos contar com a ajuda do Espírito Santo. Ele foi enviado pelo Pai para ajudar os crentes e guiar a sua Igreja em toda verdade até a segunda vinda de Jesus Cristo (Jo 16.13).
Atos 15.1-6,28,29.
1 — Então, alguns que tinham descido da Judeia ensinavam assim os irmãos: Se vos não circuncidardes, conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.
2 — Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo, Barnabé e alguns dentre eles subissem a Jerusalém aos apóstolos e aos anciãos sobre aquela questão.
3 — E eles, sendo acompanhados pela igreja, passaram pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios, e davam grande alegria a todos os irmãos.
4 — Quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles.
5 — Alguns, porém, da seita dos fariseus que tinham crido se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
6 — Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.
28 — Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
29 — Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, refletiremos de forma breve acerca dos perfis da igreja do primeiro século e a do século atual. Esse exercício se faz necessário visto que estamos vivendo em um novo tempo. Enquanto a modernidade desmotivava o estudo teológico, fala-se agora da necessidade de uma teologia pública, ou seja, a mensagem cristã adequada em termos de linguagem, forma e conteúdo às necessidades das pessoas do mundo atual.
Se ela fechar-se em si, poderá tornar-se sectária, obsoleta e incomunicável às pessoas que dela mais precisam. Não obstante, abrir-se em demasia pode levar a comunidade de fé ao perigo de descaracterizar-se diante das absorções indiscriminadas de modelos que não servem para a sua vivência.
I. O PERFIL DA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA
1. Comunitária. Era simplesmente impossível ignorar a Igreja do primeiro século. Empenhada no cumprimento da missão que lhe confiou o Senhor, os bens materiais não eram, nem de longe, o que ela mais valorizava. Daí o porquê da facilidade em partilhar (At 2.44,45). A doutrina era única, assim como todas as coisas lhes eram comuns (At 2.42-47). Até o sofrimento era encarado de forma muito diferente dos dias de hoje. Em vez de revolta, este gerava orgulho e honra, pois isso os identificava com Cristo (At 5.41; 1Pe 3.14; 5.9).
2. Carismática. A Igreja dava liberdade ao Espírito Santo e seus membros eram revestidos de poder (At 2.4). Os crentes perseveravam nas orações e eram tementes ao Senhor, o que fez com que o povo de Deus experimentasse sinais e prodígios por intermédio dos apóstolos (At 2.42,43).
3. Dirigida pelo Espírito por meio de homens de Deus. A sintonia com o Espírito Santo era tão fina que, quando da infrutífera discussão acerca da necessidade de circuncidar os gentios, a decisão final não foi um arrazoado puramente humano; antes, partiu do Espírito para os líderes e desses para a igreja (At 15.28,29).
Pense!
É possível identificar na igreja dos dias atuais, as mesmas características da Igreja do primeiro século?
Ponto Importante
A igreja de hoje precisa ser comunitária, carismática e dirigida pelo Espírito Santo.
II. A IGREJA DO SÉCULO 21
1. A Igreja em meio ao ativismo. Até por uma questão de organização social, é praticamente impossível que, no tempo presente, consigamos reproduzir o “estar juntos” todos os dias à semelhança da Igreja do primeiro século (At 2.42). Entretanto, com as redes sociais e a televisão, a Igreja do século 21 tornou-se ainda menos comunitária. As reuniões semanais não são bem frequentadas como deveriam ser, enquanto o domingo à noite é bastante concorrido. Ocorre, porém, que, ao terminar o culto, devido às obrigações que já se iniciam na segunda-feira e a dificuldade com o transporte coletivo, os irmãos não têm condições de passar um período juntos. Essa desagregação, para dizer o óbvio, traz danos à saúde da igreja local.
2. A multiplicidade de denominações. O crescimento das denominações é algo que impressiona os sociólogos. As últimas pesquisas apontam para um número muito grande de trânsito ou mobilidade religiosa. As pessoas “trocam” de igreja como de roupa, não tendo nenhum compromisso com as raízes denominacionais (Hb 10.25). Esse fenômeno também foi identificado pelo censo IBGE de 2010 que apontou a existência do grupo (ou classificação), chamado de “múltiplo pertencimento”.
3. A descaracterização da mensagem bíblica. Infelizmente, a mensagem da Palavra de Deus tem sido distorcida para fundamentar as mais estranhas visões acerca de Deus, de Jesus Cristo, do Espírito Santo e do Evangelho. Há muitos anos, o pastor Antonio Gilberto escreveu que a Bíblia sofre, por falta de conhecimento, muito mais na boca dos que a pregam do que na dos críticos e ateus.
Pense!
O que mais prejudica a vivência comuntária na igreja do século 21?
Ponto Importante
Se as redes sociais fossem utilizadas de forma inteligente, não afastaria a igreja, antes a aproximaria ainda mais entre si, e com a sociedade toda.
III. DESAFIOS DA IGREJA DO SÉCULO 21
1. Manter a essência. Embora não seja possível após vinte séculos reproduzir fielmente a Igreja do Novo Testamento, é obrigatório manter a essência do Corpo de Cristo (Rm 12.5; 1Co 12.12,27). É impossível estarmos ligados à cabeça, que é Cristo, e agirmos de modo diferente do que Ele preceitua e exige (Ef 4.12-16; Cl 2.16-19).
2. Fortalecer o seu programa de educação cristã. Uma das ordens do Senhor Jesus Cristo foi que pregássemos e ensinássemos (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20). Essa prática caracterizou a Igreja do primeiro século e foi assim que ela cresceu (At 5.42; 6.7; 15.32-36). Invariavelmente, verificamos que a Igreja prega, ou seja, realiza cinquenta por cento de sua missão. Não obstante, os outros cinquenta porcento, que dizem respeito ao ensino e são muito mais difíceis de cumprir, acabam sendo esquecidos.
A educação cristã é um processo contínuo e ininterrupto que não pode ser realizado de qualquer maneira (Rm 12.7; 15.4; 1Tm 4.13; 2Tm 2.1,2; 3.10-17). Isso sob pena de não estarmos de fato obedecendo integralmente ao “ide” do Meigo Nazareno (Jo 15.1-27). Diante desse contexto e por reconhecermos que estamos em outro tempo, uma Escola Dominical de qualidade faz toda a diferença.
3. Não abdicar a sua identidade bíblica. Mesmo cientes do crescimento das denominações, a Igreja não pode, em hipótese alguma, negociar a sua identidade. Algumas, por quererem se tornar muito palatáveis, acabarão apostatando da genuína fé em Cristo (2Tm 4.1-4). “Versões alternativas” do Evangelho são oferecidas como se fosse possível negociar com a Palavra de Deus (Gl 1.8). Tudo voltado à conquista, simpatia e a adesão das pessoas, sem que estas tenham um compromisso com o Senhor da Igreja.
Pense!
Como viver o Evangelho em meio à multiplicidade denominacional?
Ponto Importante
Se por um lado não se pode reproduzir o passado, por outro, a completa perda de identificação da igreja de hoje com a do primeiro século, pode ser indício de algo muito grave.
CONCLUSÃO
O Evangelho é tão atemporal que, se pudermos comunicá-lo sem deturpar-lhe o conteúdo, certamente as pessoas deste século nos ouvirão. Entretanto, se insistirmos em uma prática que nada tem com a do Senhor Jesus, com a desculpa de estarmos “fazendo a obra de Deus”, certamente fracassaremos, pois Ele nenhum compromisso terá conosco {Mt 7.21-23).
AYRES, Antônio Tadeu Reflexos da Globalização Sobre a Igreja:
Até que ponto as ultimas tendências mundiais afetam o Corpo de
Cristo?
1ª Edição. RJ: CPAD. 2001.
RENOVATO, Elinaldo Perigos da Pós-Modernidade. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2007.
1. Cite três características da Igreja do primeiro século.
Comunitária, carismática, dirigida pelo Espírito através de homens de Deus.
2. Cite três características da Igreja do século 21.
Ativismo, a multiplicidade de denominações e a descaracterização da mensagem bíblica.
3. Quais são os desafios da Igreja do século 21?
Manter a essência, fortalecer o seu programa de educação cristã e não negociar a sua identidade.
4. O que você acha que poderia ser feito para melhorar a educação cristã em sua igreja local?
Resposta pessoal.
5. Segundo o texto de Mateus 7.21-23, o que muitos que dizem estar “fazendo a obra de Deus” escutarão de Jesus?
“Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.21).
“A Igreja e a consciência do seu papel profético
Aqui está, a nosso ver, uma das mais importantes saídas para a igreja, tanto no sentido de se autopreservar da mundanização; quanto no sentido de atuar em meio à sociedade onde está inserida: ter consciência de seu papel profético, denunciando toda a sorte de injustiças e impiedades, que contrariam frontalmente a expressa vontade de Deus exarada nas páginas Sagradas.
Como conforto para os cristãos que se dispuserem a isso, ficam as palavras dirigidas pelo Senhor ao profeta do exílio, Ezequiel, encarregado de levar a mensagem a um povo apóstata e cativo (portanto, no plano espiritual, não muito diferente da geração atual): ‘Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e lhes falarás, e lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ, quer ouçam, quer deixem de ouvir’ (Ez 3.11).
Semelhantemente, a igreja atual deve ser a voz profética desta geração, ‘quer ela ouça, quer deixe de ouvir’. Sua missão é cumprir as ordenanças de seu Senhor e jamais se calar. A salvação ou a aplicação do juízo é prerrogativa de Deus” (AYRES, Antônio Tadeu. Reflexos da Globalização Sobre a Igreja: Até que ponto as últimas tendências mundiais afetam o Corpo de Cristo? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001. p.68).
Caro professor,
“a educação está sempre sendo moldada por uma determinada teoria ou concepção de mundo, homem, natureza e realidade. E estas são fruto da produção de determinado grupo que, estando na liderança, impõe sua ideologia sobre outros. Isso é verdade tanto para quem quer reproduzir o status quo, quanto para quem quer transformar a realidade. Assim, conforme disserta Saviani, a ‘apropriação de conceitos e teorias é feita a partir dos interesses, da visão de mundo e da posição que os indivíduos ocupam no quadro’. Portanto, antes de se pensar em método, forma ou conteúdo, é preciso entender que até mesmo o ‘próprio aspecto físico das salas de aula se modifica à medida que a concepção de educação se altera e vice-versa’. Essa é a ordem: antes de se pensar em qualquer alteração estrutural ou organizacional, é necessário ir às raízes e aquilatar as concepções exigidas pela nova proposta teórica” (CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã. Noções básicas da Ciência da Educação a pessoas não especializadas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015. pp.89-90).