Título: O Deus de toda provisão — Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises
Comentarista: Elienai Cabral
Lição 13: A fidelidade de Deus
Data: 25 de Dezembro de 2016
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).
Em Jesus Cristo podemos superar todas as crises, e andar de triunfo em triunfo.
Segunda — Fp 4.11
Aprendendo a se contentar com o que tem
Terça — Fp 4.12
Aprendendo a ser bem-sucedido em todas as circunstâncias
Quarta — Fp 4.19
Aprendendo a esperar no Deus que supre as nossas necessidades
Quinta — Fp 1.21
Aprendendo que para o crente tudo é ganho
Sexta — 2Co 1.3,4
Aprendendo com o Deus de misericórdia e de toda a consolação
Sábado — 2Co 1.8-10
Aprendendo a confiar em Deus em tempos de crise
Filipenses 4.10-20.
10 — Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 — Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 — Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 — Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
14 — Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15 — E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.
16 — Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica.
17 — Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.
18 — Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
19 — O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
20 — Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém!
30, 305 e 396 da Harpa Cristã.
Mostrar que Deus deseja nos ensinar a enfrentar as crises.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Chegamos ao final de mais um trimestre. Com certeza, nossa fé no Deus de toda a provisão foi fortalecida mediante o estudo de cada lição. Aprendemos que embora sejamos filhos(as) de Deus estamos sujeitos a enfrentar algumas crises em nossa caminhada. Contudo, as crises não são para nos destruir, castigar, desanimar, mas o Pai as permite para que possamos confiar mais nEle, em sua fidelidade. Veja as crises como oportunidade de crescimento espiritual, de transformação. O Deus que sustentou o povo no deserto durante os anos, que sustentou Abraão e seus descendentes é o Deus que vai sustentá-lo e ajudá-lo a enfrentar as dificuldades da vida. Não importa se o Brasil e o mundo estão em crise; o céu não está. Deus está no controle. Confie na provisão do Pai para sua vida e seu ministério.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito das adversidades enfrentadas pelo apóstolo Paulo em seu ministério. Veremos que ele aprendeu, com a ajuda do Senhor, a lidar com cada uma e a vencê-las. Apesar das dificuldades Paulo pregou a Palavra de Deus, fundou igrejas e escreveu várias cartas. Algumas de suas epístolas foram escritas enquanto ele estava na prisão. A vida de Paulo é um exemplo de como podemos vencer as crises e permanecer fiéis ao Senhor.
PONTO CENTRAL
Deus deseja nos ensinar a enfrentar e vencer as crises da vida.
I. A FIDELIDADE DE PAULO EM MEIO ÀS CRISES
1. Destemor e ousadia. Na Epístola aos Efésios, Paulo se apresenta como “embaixador em cadeias” (Ef 6.20). Ele tinha consciência de sua missão, especialmente, no mundo gentio; sabia que o Evangelho de Cristo não poderia ficar restrito aos judeus. Por isso, o seu afã missionário o levou a Ásia Menor, Macedônia e Europa. Pregou a Palavra de Deus com zelo, fidelidade e não se deixou abater pelas dificuldades. Embora tenha se tornado um prisioneiro por amor a Cristo, seu espírito era livre. Mesmo preso, não deixou de se preocupar com as igrejas, particularmente com Eféso e Filipos. Os verdadeiros crentes em Cristo não se intimidam diante das perseguições, tribulações e crises.
2. Alegria em meio às crises. Paulo demonstrou alegria pelo bom testemunho e fidelidade dos filipenses. Os crentes de Filipos não temiam defender e confirmar aqueles que haviam recebido Cristo por Senhor e Salvador. Mesmo estando prisioneiro, não se deixou abater, antes se regozijava porque os filipenses participavam da sua vida de modo especial, sofrendo com ele. Atualmente muitos não admitem mais que os crentes sofram. Contudo, o Senhor Jesus nos alertou que, no mundo teríamos aflições. Podemos ver também que embora Paulo fosse um crente fiel, enfrentou açoites, naufrágio e apedrejamento. As crises que ele enfrentou não roubaram a sua alegria e não fizeram dele um homem amargurado. Não permita que as crises enfraqueçam a sua fé e roubem a sua alegria.
3. Servindo a Deus em meio às crises. Paulo estava preso em Roma, mas as cadeias não o impediram de proclamar o Evangelho e de cuidar das igrejas. O evangelho que Paulo pregava era mais poderoso do que as cadeias e grilhões. As crises não iriam impedi-lo de servir ao Senhor, pois o testemunho das suas prisões produziram ânimo, coragem e ousadia nos crentes. Paulo rejeitou a autopiedade. Não queria que ninguém sentisse pena dele e perdesse o ardor pela obra de Deus. Seu alvo era glorificar a Jesus Cristo mediante o seu trabalho.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Paulo enfrentou muitas crises em sua vida pessoal e ministerial, mas em tudo ele foi fiel ao Senhor.
Professor, relacione no quadro alguns dos sofrimentos enfrentados pelo apóstolo Paulo que estão listados no quadro abaixo. Peça que um aluno leia Efésios 11.16-25. Em seguida faça a seguinte indagação: “Como você reage diante das adversidades da vida?”. Ouça os alunos e enfatize que embora Paulo tenha sofrido várias crises, ele permaneceu servindo ao Senhor com inteireza de coração.
1 — “‘Muitas tribulações’ enfrentadas ao servir a Deus (At 14.22).
2 — Sua aflição no ‘espírito’, por causa do pecado dominante na sociedade (At 17.16).
3 — Servir ao Senhor com ‘lágrimas’ (Ef 2.4).
4 — Sua grande tristeza ao separar-se dos crentes amados (At 20.17-38), e seu pesar diante da tristeza deles (At 21.13).
5 — A ‘grande tristeza e contínua dor’ no seu coração, por causa da recusa dos seus ‘patrícios’ em aceitarem o evangelho de Cristo (Rm 9.2,3).
6 — As muitas provações e aflições que lhes advieram por causa do seu trabalho para Cristo (2Co 4.8-12).
7 — Seu pesar e angústia de espírito, por causa do pecado tolerado dentro da igreja (2Co 2.1-3).
8 — Seu gemidos, por causa do desejo de estar com Cristo e livre do pecado e das preocupações deste mundo (2Co 5.1-4).
9 — Suas tribulações por fora e por dentro, por causa de seu compromisso com a pureza moral e doutrinária da igreja (2Co 7.5).
10 — O ‘cuidado’ que o oprimia cada dia, por causa do seu zelo por ‘todas as igrejas’ (2Co 11.28)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1785).
Aprendi a contentar-me
“O segredo do contentamento, da satisfação, é conhecermos que Deus nos concede, em cada circunstância, tudo quanto necessitamos para uma vida vitoriosa em Cristo. Nossa capacidade de viver vitoriosamente acima das situações instáveis da vida provém do poder de Cristo que flui em nós e através de nós. Isso não ocorre de modo natural; precisamos aprender na dependência de Cristo”.
Para conhecer mais leia, Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1829.
II. ABNEGAÇÃO ANTE O SOFRIMENTO
1. A disposição de Paulo em sofrer pelos cristãos de Filipos (Fp 2.17,18). Paulo fez uma declaração de fé e serviço a Deus quando escreveu aos filipenses: “E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós” (Fp 2.17). Ele usou a figura dos sacrifícios do Antigo Testamento, especialmente as ofertas de animais. A libação acompanhava o holocausto e a oferta pacífica (Nm 15.1-10). Nessa libação, era usado vinho que era derramado no santuário. Paulo se utiliza de uma metáfora para mostrar que ele estava disposto a oferecer sua vida e seu sangue como oferta perante o Senhor. Atualmente muitos têm feito da obra do Senhor um meio mercantilista, mas temos visto também que muitos crentes estão dispostos a dar a sua vida pelo Senhor.
2. A disposição de Epafrodito (Fp 2.25-30). Epafrodito era como um irmão para Paulo e um cooperador nos combates. Ele é um modelo de crente servidor. Muitos são como Epafrodito, pois embora enfrentando diversos tipos de crises, estão sempre prontos a servir. Ele foi portador de uma oferta da igreja de Filipos para Paulo. O apóstolo deixa claro que esse companheiro sabia confortá-lo nas horas tristes de sua solidão.
3. Paulo e os judaizantes (Fp 3.1-8). Na igreja de Filipos, havia um grupo de judeus que se diziam convertidos, mas negavam o Evangelho que Paulo pregava. Eram falsos mestres que se apresentavam como apóstolos. Esse grupo queria impor os costumes e ritos judaicos para os cristãos, como por exemplo, a circuncisão e a guarda do sábado para a obtenção da salvação. Paulo teve que enfrentar algumas crises dentro da Igreja do Senhor por causa daqueles que rejeitavam seu ensino e não acreditavam no seu apostolado. Mas, em Jesus Cristo, venceu todas elas.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Mesmo diante do sofrimento, Paulo foi um abnegado servo de Deus.
“O amor e a solicitude de Paulo pelos filipenses era tão grande, que ele estava disposto a dar a sua vida por eles, como se fosse uma oferenda a Deus. (1) Paulo não lastimaria; antes se regozijaria como a vítima do sacrificio, se assim os filipenses passassem a ter mais fé em Cristo e mais amor a Ele. (2) Já que Paulo tinha tamanho amor sacrificial pelos seus filhos espirituais na fé, que sacrifícios e sofrimentos devemos estar dispostos a enfrentar em prol da fé dos nossos próprios filhos? Para que nossos filhos tenham uma vida dedicada ao Senhor, se necessário for, devemos dar até a nossa vida como oferta ao Senhor” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1827).
III. APRENDENDO A VENCER AS CRISES
1. A crise da falta de firmeza espiritual (Fp 4.1). No capitulo 4 da Epístola aos Filipenses, o apóstolo Paulo exorta a igreja de Filipos acerca de algumas distorções que estavam produzindo dissensões entre os irmãos. Eram problemas de ordem social e também doutrinária. Paulo exorta aos crentes para que permaneçam firmes no Senhor.
2. A crise da desarmonia (Fp 4.2,3). Em Filipos, havia duas irmãs que muito fizeram pela igreja, mas que, naqueles dias, estavam em desarmonia. Tudo indica que elas tinham uma grande importância na Igreja. É provável que elas tenham tido uma desavença e não conseguiam ter um mesmo parecer. Sem dúvida, permitiram que a força da carne predominasse dividindo a igreja. Paulo roga às duas mulheres que mudassem de atitude, pois estavam promovendo divisão e quebrando a autoridade apostólica. Assim, Paulo pedia que elas tivessem o mesmo sentimento no Senhor.
3. Vencendo as crises. Paulo declara que já aprendera, com o Senhor, a contentar-se em quaisquer circunstâncias: na abundância, na fome e na fartura. Tendo tudo ou não tendo nada, ele sabia superar as dificuldades porque Cristo o fortalecia. Aos coríntios, declarou a respeito do seu aprendizado na obra do ministério: “Até esta presente hora, sofremos fome e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos pousada certa, e nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos; somos injuriados e bendizemos; somos perseguidos e sofremos; somos blasfemados e rogamos; até ao presente, temos chegado a ser como o lixo deste mundo e como a escória de todos” (1Co 4.11-13). Na verdade, tudo o que Paulo desejava era mostrar a sua alegria em toda e qualquer circunstância. Sua alegria e contentamento resultavam da comunhão do apóstolo com o Senhor.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Deus deseja nos ensinar a enfrentar e vencer as crises da vida.
“Como ovelhas para o matadouro (Rm 8.36)
As adversidades alistadas pelo apóstolo nos versículos 35 e 36 de Romanos 8, têm sido experimentadas pelo povo de Deus através dos tempos. Nenhum crente deve estranhar o fato de experimentar adversidades, perseguição, fome, pobreza ou perigo. Aflições e calamidades não significam, decerto, que Deus nos abandonou, nem que Ele deixou de nos amar. Pelo contrário, nosso sofrimento como crentes, abrir-nos-á o caminho pelo qual experimentaremos mais do amor e do consolo de Deus (2Co 1.4,5). Paulo nos garante que venceremos em todas essas adversidades e que seremos mais que vencedores por meio de Cristo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.1714).
CONCLUSÃO
O contentamento de Paulo diante das crises era resultado da sua comunhão com Deus. Ele aprendera com o Senhor a se contentar em toda e qualquer circunstância. Que possamos seguir o exemplo de Paulo e aprender com o Senhor a ter paz e contentamento mesmo enfrentando uma crise.
A respeito da fidelidade de Deus, responda:
Como Paulo se apresenta na Carta aos Efésios?
Na Epístola aos Efésios, Paulo se apresenta como “embaixador em cadeias” (Ef 6.20).
As cadeias impediram Paulo de proclamar o Evangelho? As crises têm impedido você de servir ao Senhor?
Não, pois o evangelho que Paulo pregava era mais poderoso do que as cadeias e grilhões. As crises não iriam impedi-lo de servir ao Senhor.
Cite o nome de um cooperador de Paulo.
Epafrodito.
Qual o nome das irmãs que estavam brigadas, promovendo a desarmonia?
Evódia e Síntique.
Quem ensinou Paulo a vencer as crises e a se contentar em toda e qualquer situação?
O Senhor Jesus Cristo.
A fidelidade de Deus
Quem dentre nós não está passando por alguma crise? Se não for de caráter individual, no mínimo coletivo. O país está quebrado, os estados federativos em profunda crise, as prefeituras não têm como garantir o atendimento básico necessário para a população: Saúde, Educação e Segurança (embora majoritariamente seja de responsabilidade do Governo do Estado). E as enfermidades que assolam a família?!
As palavras de Jesus nos despertam para uma tamanha realidade que o divino mestre chamou atenção: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). A expressão “Tenho-vos dito isso” refere-se ao seu processo de martírio e posterior ressurreição. Haveria um momento em que, com a morte do Senhor, os discípulos seriam dispersos. Medo, angústia e covardia seriam os sentimentos mais naturais. Mas o divino mestre diz que ao conhecer toda a realidade que o próprio Filho de Deus estava revelando para eles, os discípulos deveriam ter paz para resistir a aflição sem perder o ânimo sempre olhando para o exemplo de resistência do nosso Senhor na Cruz do Calvário.
O nosso desafio hoje é aprendermos a enfrentar as crises sem perder a paz e o ânimo. Um bom começo é obedecendo ao ensino de Jesus em João 16 e ampliando essa reflexão à carta do apóstolo Paulo aos Efésios, quando ele escreve: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (5.18-20). Ora, a expressão “não vos embriagueis com vinho, em que há contendas” representa tudo que do ponto de vista humano e material traz confusão, briga e falta completa de sobriedade e discernimento do tempo em que estamos vivendo. Por isso, o apóstolo nos convida a “enchei-vos do Espírito”, alimentando sempre a nossa alma como cânticos espirituais, com hinos, com salmos e testemunhos, isto é, tudo aquilo que nos aproxima de Deus e do seu Santo Espírito.
Assim, com a mente voltada para Cristo Jesus e com a disposição de não perder a paz nem o discernimento, somos convidados a viver uma vida suficientemente em Cristo a fim de superar toda e qualquer crise que tente nos abater. Não perder o ânimo e a paz é o nosso grande desafio! Que o Espírito nos ajude!