Lições Bíblicas CPAD

Jovens

 

 

2º Trimestre de 2016

 

Título: Eu e minha casa — Orientações da Palavra de Deus para a família do Século XXI

Comentarista: Reynaldo Odilo

 

 

Lição 7: O papel da esposa na família

Data: 15 de Maio de 2016

 

 

TEXTO DO DIA

 

A mulher virtuosa é a coroa do seu marido, mas a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos(Pv 12.4).

 

SÍNTESE

 

A nobre função da esposa como adjutora reflete o cuidado de um Deus amoroso, que viu não ser bom o homem estar só.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 2.18

Criada para ser ajudadora do marido

 

 

TERÇA — Pv 18.22

A difícil tarefa de encontrar uma esposa

 

 

QUARTA — Pv 31.21,22

A esposa que protege a família

 

 

QUINTA — Sl 128.2; Pv 31.26

A esposa que alegra e ensina à família

 

 

SEXTA — Jz 4.4; At 18.18,26

A esposa que se destaca mais que o marido

 

 

SÁBADO — 1Pe 3.1-6

A principal vocação da esposa

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • SABER que a mulher foi criada para ser adjutora;
  • DISCORRER sobre o papel da mulher no núcleo familiar, seja em relação a Deus, ao marido ou aos filhos;
  • RECONHECER a extraordinária capacidade geradora da mulher, a qual foi concedida pelo Criador.

 

INTERAÇÃO

 

Professor, nesta lição vamos falar um pouco a respeito do planejamento. Tudo que se planeja tem uma maior probabilidade de dar certo. Não precisa ser um pedagogo para planejar, todos os professores da Escola Dominical podem e devem fazê-lo. Planejar nada mais é do que programar antes de fazer, ou seja, organizar a aula antes de ministrá-la. As lições da CPAD já trazem para você o conteúdo e os objetivos de sua aula, orientação pedagógica e ainda exercícios úteis à avaliação, tudo que você precisa fazer é estudar e organizar sua aula com antecedência. É importante fazer um roteiro, uma sequência da aula, bem como definir um tempo para cada tópico da lição e atividade a ser desenvolvida. Falaremos mais sobre a organização do tempo na próxima lição.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Caro professor, aproveite a aula de hoje para promover a participação de todos, inclusive os mais tímidos. Logo no início, proponha aos alunos uma discussão sobre o assunto do dia, utilizando as perguntas abaixo. Coloque-as em um recipiente e deixe que retirem e respondam livremente, mas fique atento a possíveis deturpações para corrigi-las. Ao final, ressalte que a mulher, ainda hoje, tem a função de adjutora dentro da família, pois foi criada por Deus com este propósito.

 

Qual o papel da mulher dentro da família?

Se a mulher foi criada por Deus para ser adjutora, então não tem outras funções?

Ainda hoje a mulher exerce a função de adjutora? Ser adjutora significa ser inferior ao homem?

Mesmo na sociedade atual, a mulher deve submissão ao marido?

 

TEXTO BÍBLICO

 

Provérbios 31.10-14.

 

Álefe

10 — Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubins.

Bete

11 — O coração do seu marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará.

Guímel

12 — Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida.

Dálete

13 — Busca lã e linho e trabalha de boa vontade com as suas mãos.

14 — É como o navio mercante: de longe traz o seu pão.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Deus criou a mulher para ser adjutora (Gn 2.18), ou seja, ela deveria exercer função auxiliar junto ao marido. Essa regra foi determinada há milhares de anos. Os tempos passaram, e muita coisa mudou. Entretanto, a vontade de Deus no relacionamento conjugal continuou inalterada. Uma mulher, pode se realizar profissionalmente e tornar-se independente financeiramente, mas ainda não será autossuficiente... ainda faltaria algo nela. O que uma mulher realmente deseja é ser amada, cuidada e protegida por um homem.

Nos dias atuais, o feminismo procura estabelecer uma rígida igualdade entre homens e mulheres quando, na verdade, vê-se claramente que existe uma missão da esposa na família e na sociedade, como também há um papel masculino, com alguns pontos de intersecções. Isso não demonstra que homens ou mulheres são superiores ou inferiores, mas complementares.

 

I. PRECEDENTES HISTÓRICOS

 

1. Amizade perigosa. A história da Queda pode ser epigrafada como a história da amizade entre uma moça ingênua e uma serpente. De um lado Eva, uma mulher com pouca experiência, e do outro a serpente, um animal que emprestou seu corpo ao arqui-inimigo de Deus e dos homens. Satanás entendeu que o caminho mais fácil para chegar a Adão era Eva. Adão estava, certamente, envolvido nos trabalhos no Éden (Gn 2.15) e, no crepúsculo, tinha audiência com Deus. Eva, porém, foi andar pelo Paraíso e, perto da árvore proibida, encontrou a astuta “serpente”. Tornou-se, dessa forma, uma presa fácil. Na conversa, Satanás, pela boca da serpente, apresentou à esposa de Adão a “última novidade”: uma fruta que lhe mostraria novos horizontes, proporcionando experiências extraordinárias e provendo grandes descobertas! Tal palavra levou Eva a acreditar que a fruta proibida era o que estava faltando na sua vida “tão monótona e sem graça” (Pv 27.20). A “serpente”, de maneira sagaz, conquistou a confiança da mulher e “vendeu” o seu produto... no fim arrematou: — Coma! Você será igual a Deus! Isso não era pouco, e Eva sabia. Conscientemente, a mais antiga ancestral da raça humana embarcou numa viagem sem volta a um mundo corrompido e perverso, e levou consigo o seu marido.

2. Insubmissão. Em primeiro lugar Eva agiu com independência, não com submissão, como devia, em face de sua função como adjutora (Gn 2.18). Ela não conversou com Adão antes de decidir sobre algo tão importante, o que demonstrou o engano da autossuficiência. Na verdade, ela se achava sábia aos seus próprios olhos (Pv 26.12). Por isso, não sentiu a necessidade de aconselhamento. A insubmissão, no aspecto mais amplo do termo, foi a mola motriz da sua decisão equivocada. Por tal motivo, posteriormente à Queda, Deus disse à mulher que “o desejo dela seria para o marido, e ele a dominaria” (Gn 3.16). Assim, entre homem e mulher não há relação de subordinação, mas apenas entre a esposa e seu marido.

3. Decisão emocional. Eva foi passear perto de um lugar perigoso (Pv 27.12), atitude extremamente imprudente (Sl 1.1). Ali, tomou a decisão de comer do fruto proibido com base em elementos prioritariamente emocionais, pois foram oferecidas muitas vantagens em uma conduta simples e fácil, de tal maneira que ela “nem precisava pensar a respeito ou ouvir uma segunda opinião, pois seria apenas uma mordida”! O Diabo tentou a Cristo com o mesmo ardil emocional quando, num relance, ofereceu ao Senhor todos os reinos do mundo (Lc 4.5). O Inimigo queria que Jesus não tivesse tempo para raciocinar, mas o Mestre usou a espada do Espírito e venceu a Satanás (Lc 4.8). Eva, porém, caiu desgraçadamente. Se ela tivesse imaginado, pelo menos, naquele momento da tentação, que, por causa da sua desobediência Caim mataria Abel, certamente ela não teria cedido ao mal.

 

 

Pense!

 

Por que homens e mulheres repetem os erros cometidos por Eva, milhares de vezes, todos os dias, em todo o mundo, se já sabem qual o salário do pecado?

 

 

Ponto Importante

 

O pecado entorpece a consciência, seja pelas circunstâncias, pelas vantagens oferecidas ou simplesmente pela emoção, mas depois ele cobra um alto preço.

 

 

II. A BRILHANTE ADJUTORA

 

1. Em relação a Deus. Em que pese a triste história de engano anteriormente contada (2Co 11.3; 1Tm 2.14), a mulher continuou sendo muito importante no plano de Deus para a salvação da humanidade. O erro inicial não tirou o brilho honroso de sua função na família. Tanto é assim que Deus disse, no ambiente da Queda, perante Satanás, que a Semente da mulher esmagaria sua cabeça (Gn 3.15). Deus, com isso, estabeleceu uma guerra, no Éden, entre a raça humana e Satanás (Ef 6.12), colocando a frágil mulher (1Pe 3.7) no centro do conflito cósmico (Gn 3.15; Ap 12.13). Dessa forma, a mulher desempenha um papel preponderante na edificação da família perante a sociedade e diante do Céu. Mas ela tem também a capacidade de destruí-la com suas próprias mãos (Pv 14.1). Essa liderança espiritual no lar, em parceria com o marido, pode ser claramente observada nas Escrituras (Êx 2.1-10; 1Sm 2.18-20; Pv 31.1; 1Co 7.14; 1Pe 3.1,2).

2. Em relação ao marido. O maior compromisso da mulher é com Deus. Por isso, ela, sem dúvida, deve ser submissa ao marido, porém tudo isso no Senhor. Ou seja, se o marido quiser desobedecer a Deus, a mulher não deve participar do equívoco (1Sm 25.1-35). Ela é adjutora, constituída por Deus, mas somente para o bem, nunca para o mal. Safira, por exemplo, era uma crente da Igreja Primitiva em Jerusalém, mas tinha um grave problema: amava a seu marido mais do que ao Senhor, o que lhe custou muito caro (At 5.1-11). O dever da esposa cristã é ser um baluarte da família, conduzindo-a ao centro da vontade de Deus, em parceria, sempre, com o esposo.

3. Em relação aos filhos. O papel de cuidar dos filhos deve ser compartilhado entre marido e esposa. Entretanto, até fisiologicamente, a mulher tem vantagem, principalmente durante os primeiros meses de vida dos filhos, pois recebeu de Deus não apenas o dom de alimentá-los, mas, sobretudo, de amá-los. Quanto à vitalidade do amor materno, até Deus reconhece isso. Está escrito: “Pode uma mulher esquecer-se tanto do filho que cria, que se não compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas, ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, me não esquecerei de ti” (Is 49.15). Assim, quando o Senhor quis estabelecer um padrão excelente de amor humano, pensou na relação mãe-filho. A função materna, porém, não se resume ao papel da criação de filhos, em parceria com o marido, mas também abrange a tarefa de conduzi-los ao conhecimento de Deus, como aconteceu com a avó e a mãe de Timóteo (2Tm 1.4,5).

 

 

Pense!

 

A esposa deve se sentir honrada por ter recebido de Deus uma “submissão” em relação ao seu esposo, no que se refere à liderança no lar?

 

 

Ponto Importante

 

Submissão é um dos diferenciais de quem é cheio do Espírito Santo, como o foi Jesus. Por tal razão, ser submisso é uma honra, pois demonstra grandeza de caráter e fé.

 

 

III. CRIADA PARA GERAR

 

1. Semente da vida. Deus deu às mulheres o dom especial da maternidade e, no início, elas teriam filhos com poucas dores. Seria uma tranquilidade. E viu Deus que isso era muito bom (Gn 1.31)! Ocorre que, por causa da Queda, o Senhor fez uma alteração genética na mulher, aumentando-lhe sobremaneira as dores do parto (Gn 3.16), mas sem retirar a capacidade de gerar vida, certamente para a fúria de Satanás, que esperava ver a raça humana extinta (Gn 3.1-5). Por isso, a mulher continuou em um lugar destacado na sociedade, pois a ela cabe gerar a vida que mantém em pleno funcionamento o projeto de Deus.

2. Semente da Salvação. Deus disse, no Éden, que a mulher seria indispensável no plano da salvação, pois através de seu ventre, o Messias, a Semente da mulher, chegaria ao mundo (Gn 3.15). Depois, Deus confirmou a promessa e acrescentou que essa mulher seria uma virgem, excluindo completamente a cooperação masculina (Is 7.14). O apóstolo Paulo arremata: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4.4,5). Glória a Deus pelo dom inefável da vida eterna!

3. Sonhos. A capacidade geradora das mulheres é extraordinária. Elas geram filhos, mas não fica só nisso. As mulheres cheias de Deus, submissas, também geram sonhos, isto é, projetos para a vida. Chamamos esses planos femininos de sonhos, embora nem sempre pareçam razoáveis, pois, foram gerados pelo Espírito de Deus. Isso aconteceu, por exemplo, com Raquel e com Ana, que não desistiram do ideal de ter filhos, ainda que estéreis (Gn 30.22,23; 1Sm 1.5,6), bem como com Acsa, que, mesmo sem direito à herança, conseguiu uma possessão bem melhor para sua família (Jz 1.12-15).

História igualmente cheia de sonhos é a de Rute. Ela abandonou seu povo e foi morar com uma anciã pobre, sua sogra Noemi, em uma terra que era de inimigos do seu país. O etnocentrismo naquela época já era bastante forte, mas mesmo assim ela creu que o impossível podia acontecer e não desanimou. Talvez a maioria das pessoas tivesse seguido o exemplo de sua concunhada Orfa, que voltou à terra de Moabe (Rt 2.11,12). Que mulher extraordinária! Ela pôde sonhar, confiou no Altíssimo e Ele atendeu ao desejo de seu coração. A moabita Rute é ascendente do Senhor Jesus, constando na sua genealogia, porque decidiu crer que o Eterno era poderoso para realizar aquilo que o seu coração desejava (Ef 3.20). Se você quer ter algo que nunca teve, faça algo que nunca fez!

 

 

Pense!

 

Por que o Espírito Santo outorga, em regra, às mulheres submissas a capacidade de verem pela fé as coisas do futuro, que estão no coração de Deus?

 

 

Ponto Importante

 

A sensibilidade, fé e submissão femininas agradam a Deus, que não lhes priva dos desejos do coração (Sl 51.17; 37.3), concebidos na confiança do caráter de Deus que é gracioso.

 

 

CONCLUSÃO

 

Toda jovem que deseja ser esposa sabe que desempenhará uma importante missão para o Reino de Deus: conduzir seus descendentes, em parceria com o marido, para servirem ao Senhor.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

JAYNES, Sharon. Grandes Mães Criam Filhos Felizes. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013.
RAMOS, Sônia Pires. Entre Nós Mulheres. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Segundo a lição, a decisão de Eva em cometer o pecado foi essencialmente racional ou emocional? Justifique.

Emocional, pois ela não pensou sobre as consequências fatais, mas só no prazer.

 

2. Segundo a lição, qual sentimento estimulou a desobediência de Eva?

A insubmissão, no aspecto mais amplo do termo, foi a mola motriz da sua decisão equivocada.

 

3. Quem colocou a mulher no centro do conflito cósmico contra Satanás?

O próprio Deus (Gn 3.15).

 

4. Conforme a lição, qual o dever da esposa perante a família?

Ser um baluarte da família, conduzindo-a ao centro da vontade de Deus, em parceria, sempre, com o esposo.

 

5. Mencione o nome de quatro mulheres que tiveram “projetos excepcionais” (sonhos) para suas famílias.

Raquel, Acsa, Rute e Ana.

 

SUBSÍDIO

 

“[...] Hoje em dia, os papéis e as responsabilidades são encarados como separados à identidade essencial de alguém, o núcleo central de alguém, e até mesmo contraditórios a isso. O ser pode aceitar ou rejeitar estas responsabilidades no processo de autonegação.

Isto pode parecer abstrato, mas tem consequências práticas intensas. Um dos temas do movimento feminista radical tem sido o de que as mulheres são sufocadas pelos papéis de esposa e mãe e precisam descobrir o seu verdadeiro ser independentemente destes relacionamentos. Como resultado, as últimas décadas viram uma grande migração de mulheres para o mercado de trabalho, quando a realização pessoal se torna mais importante do que o casamento e a família para algumas mulheres. O agudo crescimento do aborto pode ser visto como um forte indicador de uma diminuição do interesse em ter filhos. De maneira similar, o crescente uso de creches reflete, em parte, um menor comprometimento em ser quem cuida dos próprios filhos. O Dr. Stanley Greenspan [...] observa que esta é a primeira vez na história em que existe uma tendência crescente nas famílias de classe média ‘de terceirizar o cuidado dos seus bebês’” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.77).