Título: Isaías — Eis-me aqui, envia-me a mim
Comentarista: Clayton Ivan Pommerening
Lição 9: O sinal do Emanuel
Data: 28 de Agosto de2016
“E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35).
O Emanuel, Deus conosco, é a maior prova de amor e cuidado de Deus para com seus filhos.
SEGUNDA — Is 7.11-13
Deus conversa com o rei Acaz
TERÇA — 2Cr 28.22-25
Os pecados do rei Acaz
QUARTA — Is 7.3-7
O contexto antes da promessa messiânica
QUINTA — Is 61.1-3
O Emanuel vai apregoar libertação
SEXTA — Is 7.14,15
A promessa do Emanuel
SÁBADO — Mt 28.20
O Deus Emanuel estará com a Igreja
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Alguns alunos poderão confundir dois países chamados Síria (também chamada de Arã), cuja capital era Damasco, e a Assíria, cuja capital era Nínive. Explique que o primeiro se refere a um país próximo ao norte de Israel que nunca chegou a ser uma grande nação. A Assíria tornou-se um império mundial e conquistou Israel (o Reino do Norte), levando-o para o cativeiro. Outro fato a destacar é que Acaz oferecia sacrifícios aos deuses falsos da Síria porque erroneamente achou que estes supostamente estavam livrando aquele país. Mas nessa profecia de Isaías, o rei é alertado para o fato de que a Síria também cairia por intermédio do Império Assírio, assim como todos os demais países idólatras seriam castigados.
Professor, o nome Emanuel está carregado de significado e implicações teológicas. Nesta lição, ao abordar os tópicos II e III, enfatize o sentido que o nome Emanuel deve ter na vida do cristão. Escreva no quadro a seguinte pergunta: “De que forma Deus está conosco?”. Em seguida, vá registrando no quadro as respostas dadas pelos alunos. Depois faça mais uma pergunta: “Que reflexos a presença de Deus deve ter na vida do jovem crente?”. Ressalte que o fato de Deus estar conosco deve refletir em nosso dia a dia, em nossas ações e pensar.
Isaías 7.10-16.
10 — E continuou o Senhor a falar com Acaz, dizendo:
11 — Pede para ti ao Senhor, teu Deus, um sinal; pede-o ou embaixo nas profundezas ou em cima nas alturas.
12 — Acaz, porém, disse: Não o pedirei, nem tentarei ao Senhor.
13 — Então, ele disse: Ouvi, agora, ó casa de Davi! Pouco vos é afadigardes os homens, senão que ainda afadigareis também ao meu Deus?
14 — Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.
15 — Manteiga e mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e escolher o bem.
16 — Na verdade, antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra de que te enfadas será desamparada dos seus dois reis.
INTRODUÇÃO
Uma das mais belas profecias de Isaías é a que ele aponta para o maior gesto de amor de Deus para com a humanidade: a vinda de Cristo ao mundo, o Emanuel, o “Deus conosco”. A profecia foi dada diante de um rei idólatra e desobediente, cujo povo seguia esse mesmo caminho, mostrando com isso que o amor de Deus transcende qualquer maldade e desobediência humana, levando-os a um lugar de arrependimento e cura de suas maldades e pecados. Ou seja, Deus em Cristo estava provendo meios de aproximar os pecadores a si, dando-se a si mesmo ao mundo, mesmo este não merecendo um gesto de tamanha graça. O Emanuel é aquEle que está perto e habita com os “que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito” (Sl 34.18), dando-lhes todas as promessas que dizem respeito aos escolhidos de Deus e a vida abundante, pois são cumpridas por meio de Cristo (2Co 1.20) e de seu sacrifício na cruz.
I. O CONTEXTO IMEDIATO DA PROFECIA MESSIÂNICA
1. A ameaça a Jerusalém. A Síria e Israel (o Reino do Norte) haviam se unido para subjugar Judá e Jerusalém. O rei nessa época em Jerusalém (o Reino do Sul) era Acaz. Ele era idólatra, chegando a oferecer seus próprios filhos aos falsos deuses. Ele havia feito aliança com a Assíria (2Rs 16.7) para se proteger dos inimigos a sua volta por não confiar em Deus.
2. O medo do povo e do rei. O rei Acaz entregou muitas riquezas do templo ao rei da Assíria para obter a proteção deste, pois a aliança síria e israelita lhes causou muito medo. Diante das ameaças, o rei e todo o povo ficaram apavorados e amedrontados (Is 7.2), e em vez de confiarem em Deus foram pedir socorro à Assíria. Foi aí que Deus enviou Isaías com a promessa de salvação, apesar da desobediência do rei.
Pense!
Às vezes, o medo gera em nós uma sensação de desamparo total. É nessas horas que o Deus Emanuel se torna manifesto. Ele nunca desampara os seus filhos durante as situações de angústia ou adversidades profundas.
Ponto Importante
Além da profecia messiânica do Emanuel que se cumpriria em Cristo, havia nessa profecia de Isaías um sentido imediato, um livramento que Deus estava dando para o povo naquele momento da história.
II. O SINAL DO EMANUEL
1. O contexto da profecia. Como com outras profecias de Isaías, aqui também se aplica o princípio de que a profecia estava sendo predita para o presente, mas um sentido muito mais abrangente e profundo do que as pessoas da época poderiam enxergar. Ao falar com o rei Acaz sobre o filho que nasceria, o profeta Isaías estava se referindo também ao que foi cumprido nos Evangelhos, quanto ao nascimento de Jesus (Mt 1.22-23).
2. O significado do Emanuel. Emanuel, no hebraico, é a junção de dois termos — immánu, que significa “conosco”, e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente “conosco [está] Deus”. Jesus não somente foi homem, mas estabeleceu morada entre os homens. Essa atitude de Jesus demonstra o imenso amor de Deus para com a humanidade perdida, que de outra forma jamais entenderia esse amor. Ele se tornou como um de nós e nos amou para que nós o amassemos e fôssemos definitivamente dEle. Jesus não se chamava Emanuel como nome próprio, mas vários textos bíblicos apontam para Ele como sendo designado por esse nome como aquilo que Ele de fato é: Deus Conosco. Esse nome designa sua missão entre a humanidade de fazer Deus estar com a humanidade, de habitar entre os homens. Mostra a natureza divina do Filho de Deus como sua obra messiânica da graça, habitando entre os homens e ao mesmo tempo significando que “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9).
3. O Deus que se humilhou. Ele é Deus infinitamente santo, em quem não há escuridão (1Jo 1.5), mas ao mesmo tempo assumiu a condição humana, com todas as suas contingências e dificuldades (Fp 2.7-8). Portanto, Deus não enviou o Emanuel contra nós, mas a nosso favor, demonstrando seu grande amor. Somente Deus pode tirar força da fraqueza. Deus enviou o Emanuel de uma mulher (nos tempos antigos era sinal de fraqueza) que conceberia sem ajuda de um homem (nos tempos antigos era sinal de força), para demonstrar que Deus ajudaria o homem enfraquecido pelo pecado e pela desobediência por intermédio de seu filho, Jesus Cristo, nascido menino, humano e de uma mulher. Tudo isso em contraste com o poderio do pecado, da maldade e da violência que domina o mundo.
Pense!
Deus assumiu a condição humana e por isso podemos extrair dois princípios fundamentais: Ele valorizou a humanidade e ensinou o que é ser verdadeiramente humano segundo a sua vontade.
Ponto Importante
Emanuel, no hebraico, é a junção de dois termos — immánu, que significa “conosco” , e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente “conosco [está] Deus”.
III. DEUS ETERNAMENTE CONOSCO
1. Ele esteve com Israel. Apesar de todos os problemas que o povo de Deus teve para permanecer fiel à aliança, com tantas oportunidades que tiveram de experimentar sempre de novo a misericórdia e bondade do Senhor e reiteradamente optarem pela desobediência, Ele permaneceu fiel à aliança com Israel, mesmo quando estavam no cativeiro. O povo quase foi dizimado, mas Ele prometeu que um resto, um remanescente que “brotará do tronco de Jessé” (Is 11.1), simbolizando o Messias, o Emanuel, que sobreviveria a todas as destruições e catástrofes. Portanto, apesar de não merecerem, Ele cuidou e esteve com seu povo por amor a toda a humanidade (Jo 3.16). Cristo foi a realização do pacto de Deus com Israel: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros [...]” (Is 9.6).
2. Ele está conosco. No Emanuel se cumpriram todas as profecias bíblicas sobre a vinda do Messias. Ele é o Cristo enviado de Deus para salvar a humanidade sofredora. O Emanuel é a garantia de que, assim como foi com o povo de Israel, Ele também está conosco, como prometeu (Mt 28.20). Assim se cumpre em nós a promessa messiânica de que Ele de fato estaria conosco. O apóstolo João escreveu que “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O verbo “habitar” utilizado por João tem o mesmo sentido que o Emanuel utilizado por Isaías, ou seja, Deus agora habita definitivamente entre seu povo por meio de Cristo e de seu sacrifício na cruz (Rm 8.11).
3. Ele estará conosco. A presença do Emanuel não foi somente uma realidade passada ou é no presente, mas é a garantia de que também no futuro, e para todo o sempre, o Senhor estará entre seu povo, não apenas espiritualmente e de forma limitada pelas contingências humanas, mas também com toda a sua força e esplendor (Ap 21.3).
Pense!
Se Deus é presente conosco, isso implica que devemos ser imitadores de seu caráter. Devemos também ser uma igreja de jovens que estão uns com os outros. Emanuel também significa comunhão.
Ponto Importante
A teologia do Emanuel pode ser entendida de três formas básicas: Ele esteve com o povo de Israel, Ele está com a Igreja ao longo da história, e por fim Ele estará plenamente com todos os redimidos e salvos no Novo Céu e na Nova Terra.
CONCLUSÃO
O nascimento de Jesus traz consigo todo o cumprimento das profecias messiânicas, desde os livros de Gênesis até Zacarias, em número de mais de trezentas delas. Portanto, o Emanuel traz uma carga divina tão grande que alcançou seu cumprimento salvífico em Israel e em toda a humanidade carente de Deus. Mas a maior garantia de sua vinda ao mundo é que Ele continua conosco e estará por toda a eternidade, quando seremos levados para junto dEle.
SPANGLER, Ann. Orando com os Nomes de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.
1. Quais eram os países que ameaçavam invadir Jerusalém quando Isaías fez a profecia do Emanuel?
Israel (reino do Norte) e a Síria.
2. Por que Acaz fez aliança com a Assíria?
Porque não confiava em Deus e estava tomado de incredulidade.
3. Qual o sinal que Deus deu ao profeta de que o menino que nasceria era o Emanuel?
Que uma virgem daria à luz um menino.
4. Qual o significado de Emanuel?
Deus conosco.
5. Que promessa o Emanuel fez em Mateus 28.20?
“Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
“O profeta aconselhou Acaz a buscar um sinal de Yahweh [...], mas o rei já havia determinado no coração buscar socorro com o rei da Assíria. Isaías então profetizou que uma virgem conceberia, e o seu filho seria chamado de Emanuel. Este seria o sinal da misericórdia de Deus, a despeito de toda a incredulidade de Acaz. Na providência de Deus, aquEle Filho, no sentido messiânico, era Jesus de Nazaré. Mas o sinal específico para Acaz e sua corte era uma criança, não identificada, que nasceria de uma jovem mulher conhecida do rei. Antes que a criança alcançasse a idade de discernir entre o bem e o mal, Rezim e Peca perderiam os seus tronos, e Acaz começaria a sofrer a depredação de seu aliado assírio. Damasco caiu em 732 e Rezim, seu rei, foi sumariamente executado. Quase simultaneamente, Peca foi assassinado, e em seu lugar levantou-se o rei Oseias, um aliado dos Assírios. Assim, o cumprimento da palavra profética ocorreu dentro de dois anos. Sete anos mais tarde, Salmaneser V finalmente tomou a cidade de Samaria, causando também espanto e terror ao reino de Acaz. Não foi senão no reinado de Ezequias, cerca de dez anos depois, que a Assíria iniciou suas campanhas sistemáticas contra Judá e quase eliminou o reino do Sul” (MERRILL, H. Eugene. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 12ª Edição. RJ: CPAD, 2013. p.451).