Título: As Obras da Carne e o Fruto do Espírito — Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente
Comentarista: Osiel Gomes
Lição 2: O propósito do Fruto do Espírito
Data: 8 de Janeiro de 2017
“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8).
Somente através de uma vida espiritual frutífera o crente poderá glorificar a Deus.
Segunda — Jo 15.16
Fomos escolhidos e separados do mundo para dar fruto para Deus
Terça — Gn 1.11
O fruto identifica a espécie a que pertence a árvore
Quarta — Is 57.19
Louvor e adoração, o fruto dos lábios
Quinta — Fp 1.11
Frutos de justiça para o louvor de Deus
Sexta — Mt 3.10
A árvore que não produz bons frutos será cortada
Sábado — Mc 4.20
Os discípulos de Cristo produzem frutos
Mateus 7.13-20.
13 — Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
14 — E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
15 — Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
16 — Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
17 — Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.
18 — Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar frutos bons.
19 — Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.
20 — Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
83, 203 e 252 da Harpa Cristã.
Compreender o real significado da frutificação espiritual.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Professor, na lição de hoje estudaremos o propósito do fruto do Espírito. Este assunto é tão importante que o próprio Jesus reservou um tempo para ensinar a respeito da árvore e seus frutos, ou seja, cada árvore deve produzir frutos condizentes com sua espécie. Claramente Jesus buscava ensinar seus seguidores a terem cuidado com os ensinamentos que divergiam do seu: pelos frutos conhecemos aqueles que falam a verdade de Deus e aqueles falsos mestres enganadores. Hoje não é diferente. Devemos examinar não só as palavras dos mestres, mas também as suas atitudes. Da mesma maneira que existe uma relação entre as árvores e o tipo de fruto que produzem, aqueles que ensinam o que é correto têm um bom comportamento e um caráter elevado; procuram viver de acordo com as verdades das Escrituras. Cuide para que seus frutos sejam condizentes com seu ensino.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos o propósito do fruto do Espírito. Nas Escrituras Sagradas, o vocábulo fruto tem muitos significados que podem ser utilizados para designar nossas ações e motivos. Veremos que Jesus, nosso Salvador, morreu e ressuscitou para nos ensinar o valor de uma vida frutífera (Jo 12.24). Nós somos fruto do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, logo temos a responsabilidade de frutificar para a glória de Deus.
PONTO CENTRAL
Glorificamos a Deus quando produzimos frutos condizentes com a vida cristã.
I. A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO
1. O que significa ser controlado pelo Espírito? Significa ser cheio do Espírito Santo diariamente, não somente aos domingos (Ef 5.18). Se quisermos viver de modo a agradar a Deus e produzir frutos para a sua glória, precisamos cumprir o imperativo bíblico registrado em Efésios 5.18: “[...] Mas enchei-vos do Espírito”. O verbo encher aqui remete também a ser controlado, dominado, de modo que a pessoa não tem mais vontade própria. Quando somos controlados pelo Espírito Santo, os nossos pensamentos, ações e vontades passam a ser conduzidos por Ele. É lamentável, mas infelizmente muitos crentes não buscam mais o poder do Espírito Santo, pois estão mais preocupados com os bens desse mundo. Jesus nos advertiu a respeito de juntar tesouros na terra e não no céu (Mt 6.19,20).
2. Um viver santo. O Espírito Santo nos ajuda a ter uma compreensão melhor de Deus e do seu Reino. Ele deseja nos ensinar a viver em novidade de vida, em santidade, mesmo habitando em um mundo corrompido pelo pecado e dominado pelo Inimigo (1Co 2.10-15). Para que uma planta produza frutos ela precisa alcançar um determinado nível de maturação; isso também ocorre com o crente (Ef 4.13). Esse nível de crescimento e maturação só pode ser alcançado com a ajuda e a ação do Espírito Santo. A vida frutífera é para os “maduros”. Quando os anos passam e o crente não alcança a maturidade espiritual, ele se torna vulnerável ao pecado e a todo vento de doutrina, sendo enganado pela astúcia dos que alegam falar em nome de Deus (Ef 4.14).
3. A verdadeira comunhão. Você deseja ter uma vida de comunhão com Deus? Então invista tempo no seu relacionamento com Ele (Os 6.3). Ore, jejue e adore ao Senhor. A comunhão com Deus vai gerar em nós frutos excelentes que evidenciarão que o Pai habita em nós. Jesus ordenou que seus discípulos fossem para Jerusalém para serem revestidos de poder (At 1.8). Ele sabia que, para dar continuidade à sua obra e produzir bons frutos, os discípulos precisariam desse revestimento de poder.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Uma vida controlada pelo Espírito produz em nós um viver santo e uma verdadeira comunhão com Deus.
“Em Efésios 4.17-5.20, Paulo estabeleceu o contraste entre o ‘antes’ e o ‘depois’ da vida dos crentes. Embriagar-se com vinho era associado com o antigo modo de vida e seus desejos egoístas, terminando, por fim, em contenda. Isto não tem lugar na vida dos crentes. Além do mais, de acordo com Paulo, nós não precisamos do álcool, pois podemos nos encher do Espírito, deixando que Ele nos controle. Paulo comparou a atitude de se embriagar com vinho, que faz com que uma pessoa desfrute um êxtase temporário, com o ser cheio do Espírito, que produz uma alegria permanente. O foco das palavras de Paulo aqui não é tanto a proibição contra a embriaguez, pois os crentes provavelmente já o haviam entendido, mas incitá-los a estarem continuamente cheios do Espírito e a viverem nEle. Todo mundo pode dizer quando uma pessoa está embriagada. Suas ações tornam isso óbvio. De maneira semelhante, a nossa vida deve estar tão completamente sob o controle do Espírito, que as nossas palavras e ações mostrem, sem qualquer dúvida, que estamos cheios da presença do Espírito Santo de Deus” (Comentário do Novo Testamento: Aplicação pessoal. 1ª Edição. Volume 2. RJ: CPAD, 2010, p.345).
Fruto
“O termo ‘fruto’ é frequentemente usado de forma simbólica. As crianças são mencionadas como frutos (Êx 21.22; Sl 21.10) em frases como ‘o fruto do ventre’ (Sl 127.3; Dt 7.13; Lc 1.42) e o ‘fruto do corpo’ (Sl 132.11; Mq 6.7). O louvor é poeticamente descrito como fruto dos lábios (Is 57.19; Hb 13.15), e as palavras de um homem são chamadas de ‘fruto da boca’ (Pv 12.14; 18.20).
O termo ‘fruto’ é aplicado às consequências das nossas ações e motivos: ‘Comerão do fruto do seu caminho (ou procedimento)’ (Pv 1.31; Is 3.10)”. Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.824.
II. O FRUTO DO ESPÍRITO EVIDENCIA O CARÁTER DE CRISTO EM NÓS
1. O que é caráter? Segundo o Dicionário Houaiss, é a “qualidade inerente a um indivíduo, desde o nascimento; temperamento, índole”. Nossas ações e frutos identificam o caráter de Cristo em nós. Quem pela fé recebe a Jesus Cristo como Salvador passa por uma transformação interior, recebendo uma nova vida, ou seja, uma nova maneira de pensar e agir (2Co 5.17). O caráter de Cristo é evidenciado em nossas vidas por nossas ações.
2. Caráter gerado pelo Espírito Santo. O Senhor Jesus afirmou que o Espírito Santo habitaria em nós (Jo 14.17). Ele, em nós, faz com que a nossa natureza adâmica seja destronada. O velho “eu” morre, por isso, temos condição de negarmos a nós mesmos (Mt 16.24). Precisamos ter consciência de que o Espírito Santo trabalha em nós, não somente para nos conceder dons e talentos, mas para nos transformar. Infelizmente, muitos não dão lugar ao Espírito, impedindo que Ele os transforme. O Consolador trabalha em nós à medida que lhe permitirmos. Deixe o Consolador transformar todo o seu ser.
3. Um novo estilo de vida. Viver em novidade de vida não é fácil, pois o caminho que conduz a Jesus Cristo é apertado e exige renúncia (Mt 7.14). Infelizmente, muitos estão pregando um pseudoevangelho que não exige mais renúncia e nem mudança de vida. Não podemos concordar com os falsos ensinos e os falsos discursos que têm sido disseminados, em especial nas redes sociais. Jesus disse que os falsos profetas têm roupas de ovelhas, mas são harpagês, isto é, são como aves de rapina, logo precisamos ter cuidado (Mt 23.25). O alvo deles é destruir o rebanho do Senhor e impedir que venhamos alcançar a vida eterna. Muitos, sob a influência de Satanás, estão operando sinais e prodígios, imitando as obras de Cristo, porém seus frutos revelam que não pertencem a Jesus Cristo.
Como identificar o crente autêntico? Ele pode ser identificado não por aquilo que possui, mas por aquilo que é. Suas ações precisam revelar que ele está em Jesus Cristo (Jo 15.4). Lembre-se: não se conhece uma árvore pelas folhas, mas sim pelos frutos.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
É através de suas ações que o cristão evidencia o caráter de Cristo em sua vida.
“‘Por seus frutos os conhecereis’ (Mt 7.15-23)
Ao longo das Escrituras, o fruto é um símbolo da obra transformadora de Deus nos crentes (cf. Is 5.1-7; Jo 15.1-11; Gl 5.22,23). Embora o nosso relacionamento com Deus seja ‘secreto’, o produto desse relacionamento é altamente visível! Mas aqui Jesus falou de reconhecer os falsos profetas pelo fruto amargo. Ele não sugeriu que começássemos a apertar o fruto dos crentes para ver se era bom! Talvez a razão seja o fato de que o bom fruto precisa de tempo para amadurecer. A vida cristã produzirá bons frutos — mas levará algum tempo para que esses frutos amadureçam. Devemos dar aos outros — e a nós mesmos — o tempo necessário para que o fruto de Deus amadureça, em vez de exigir evidências imediatas da sua obra em nossa vida” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário devocional da Bíblia. RJ: CPAD, 2012, p.561).
III. TESTEMUNHANDO AS VIRTUDES DO REINO DE DEUS
1. O propósito do fruto. Você não foi salvo para somente frequentar a igreja, mas para revelar Cristo ao mundo por intermédio de um viver santo, justo, em meio a uma sociedade comprometida pelo pecado (Fp 2.15). Fomos “retirados” do mundo para que sejamos testemunhas (Is 43.10). Você foi chamado para ser “luz” do mundo e “sal” da terra (Mt 5.14,15). Porém, não adianta pregar o Evangelho de Cristo e não viver segundo os princípios do Reino (Mt 5.1-12). Você precisa viver aquilo que prega e ensina se deseja uma vida e ministério frutíferos.
2. Uma vida produtiva. O crente precisa ter uma vida espiritual frutífera para que não seja arrancado, ceifado (Jo 15.2). Quando um galho é cortado e não é imediatamente enxertado, ou replantado, seca e morre. Você tem produzido frutos ou sua vida está como um galho seco? Nossos frutos revelam que pertencemos a Cristo e o quanto aprendemos com o Ele (Lc 6.40; Jo 15.8).
3. O que fazer para manter a produtividade? Um bom agricultor se preocupa com o plantio, com o cultivo e com a produção de fruto. Para que a lavoura tenha um bom desenvolvimento, o agricultor precisa adubar a terra, regar as sementes e retirar as ervas daninhas. É preciso investimento financeiro e muito trabalho. Nós também temos um Pai que cuida de nós para que venhamos a frutificar (Jo 15.1-5). Isso significa que algumas vezes somos “podados”, ou seja, passamos por aflições e dificuldades. As aflições não são para nos destruir, mas contribuem para que venhamos nos tornar pessoas mais fortes, capazes de produzir frutos em abundância.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O cristão deve frutificar sempre a fim de ter uma vida que glorifique a Deus.
“A frutificação espiritual segue o mesmo princípio da frutificação que está revelado no primeiro capítulo de Gênesis (Gn 1.11). João Batista, precursor do Messias, exigiu dos seus convertidos: ‘Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento’ (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio deixando claro aos seus seguidores que para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus. Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação. É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus” (GILBERTO, Antonio. A plenitude de Cristo na vida do crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.17).
CONCLUSÃO
Precisamos ter uma vida frutífera e para isso precisamos estar ligados à Videira. O propósito dos frutos é glorificar ao Pai: “Nisto é glorificado meu Pai; que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8). Busque ter um relacionamento pessoal com Cristo, seja cheio do Espírito Santo e produza muitos frutos para a glória de Deus.
A respeito do propósito do fruto do Espírito, responda:
O que significa ser controlado pelo Espírito Santo?
Significa ser cheio do Espírito Santo diariamente.
Segundo a lição, o que é necessário para que a planta produza frutos?
Para que uma planta produza frutos ela precisa alcançar um determinado nível de maturação.
O que os discípulos precisavam para produzir bons frutos e dar continuidade a obra de Jesus?
Os discípulos precisariam ser revestidos de poder.
Como podemos identificar uma árvore?
Através dos seus frutos.
O que é caráter?
Segundo o Dicionário Houaiss, é a “qualidade inerente a um indivíduo, desde o nascimento; temperamento, índole”.