Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos
Comentarista: Esequias Soares
Lição 6: A pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus
Data: 6 de Agosto de 2017
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
Reconhecemos a pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaurá-los a Deus.
Segunda — Sl 51.5
Todos os humanos são pecadores
Terça — Ec 7.20
O pecado está presente em todos
Quarta — Is 59.2
O pecado nos separa de Deus
Quinta — Rm 3.10-12
Não há na terra um justo sequer
Sexta — At 3.19
Somente a fé em Jesus e o arrependimento restaura o pecador
Sábado — Rm 6.23
A salvação é um dom de Deus
Romanos 5.12-21.
12 — Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.
13 — Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei.
14 — No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
15 — Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
16 — E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação.
17 — Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
18 — Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
19 — Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.
20 — Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;
21 — para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
8, 198 e 536 da Harpa Cristã.
Compreender a pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destitui da glória de Deus.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
No livro de Gênesis encontramos um dos relatos mais tristes da história da humanidade, a Queda. Mas, Deus não foi pego de surpresa com o pecado de Adão e Eva, pois as Escrituras Sagradas afirmam que desde a fundação do mundo a morte redentora de Jesus, pela salvação da humanidade, já havia sido determinada (Ap 13.8). O homem pecou de modo deliberado contra Deus, mas o Criador não o deixou entregue a sua própria sorte. O Senhor providenciou a sua redenção.
Vivemos em uma sociedade relativista, onde muitos não acreditam mais que haja certo e errado. O erro, o pecado, segundo os relativistas, vai depender do ponto de vista de cada um. Mas, cremos na Verdade absoluta e que a única solução para o pecado está na fé no sacrifício de Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
A doutrina do pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega hamartia . O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a solução humana.
PONTO CENTRAL
Reconhecemos a pecaminosidade de todos os seres humanos.
I. DEFININDO OS TERMOS
1. Pecado. Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath , e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16). O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: “E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta” (Gn 4.7). O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia . Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado.
2. Os termos hebraicos awon e peshá . Há na Bíblia um repertório amplo que revela o pecado nos seus vários aspectos, mas este espaço não nos permite uma apresentação exaustiva. O termo hebraico avon , “iniquidade, perversão”, vem de uma raiz que significa “entortar, torcer”, daí a ideia de perverter a lei de Deus. Essa palavra aparece traduzida em nossas versões como “injustiça” (Gn 15.16), “maldade” (Êx 20.5) e “iniquidade” (Lv 26.40). Já o verbo avah , de mesma raiz, descreve a natureza do coração da pessoa não regenerada (Jó 15.5). Isso revela a “vida torta” do pecador. O outro termo de importância na Hamartiologia do Antigo Testamento é o verbo pashá “transgredir” ou o substantivo peshá , “transgressão, delito” (Gn 31.36; 50.17). O ser humano forçou e foi além dos limites que Deus estabeleceu, e isso faz toda a humanidade, homens e mulheres, errar o alvo da vida.
3. O que é pecado? Sabemos que a Bíblia não é um livro de definição, mas de descrição. Ela “revela a verdade em forma popular de vida e fato”, como bem afirmou um historiador da Igreja Philip Schaff. As Escrituras declaram que “o pecado é a transgressão da lei” (1Jo 3.4 — ARA) e que “toda iniquidade é pecado” (1Jo 5.17). Essa declaração é geralmente conhecida como pecado de comissão, isto é, quando praticamos aquilo que não deveríamos fazer (Mt 15.3; Rm 5.14). Mas a Palavra de Deus nos ensina ainda que “aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado” (Tg 4.17). Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em nossa falta de ação naquilo que deveríamos fazer (Jo 9.41).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Na Bíblia encontramos vários termos para definir pecado.
“A harmatologia, é uma palavra usada no campo teológico para designar ‘a doutrina do pecado’, incluindo seus aspectos sombrios e sua natureza destruidora, tanto aplicada no campo físico como no campo espiritual, mostrando em cada detalhe suas disposições hostis contra Deus, os seres e qualquer entidade no mundo da existência. Em sentido etimológico — a palavra ‘pecado’ conforme se encontra em nossas versões, vem da palavra hebraica ‘ hatta’th ’, do qual origina-se a raiz hebraica ‘ hata ’ traduzido na Septuaginta da palavra ‘ hamartia ’. Existem algumas palavras que relatam significados semelhantes à palavra hebraica hatta’th’ , como também a palavra grega ‘ hamartia ’. Estes termos são aplicados no tempo e no espaço para descrever e dar sentido a tudo aquilo que o pecado é e suas formas de expressão. Os eruditos teológicos usam várias palavras deste gênero para descrever a natureza sombria do pecado, mostrando seus aspectos e suas disposições torcidas, maléficas em sua natureza daninha e perniciosa” (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.13,14).
Pecado
“Do hebraico hattah ; do grego hamartios ; do latim peccatum . Transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Errar o alvo estabelecido pelo Criador ao homem: O pecado mortal é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina”. Para conhecer mais, leia Dicionário Teológico, CPAD, pp.235,236.
II. ORIGEM DO PECADO
1. O pecado no céu. Foi lá que tudo começou. O pecado já havia sido introduzido no universo quando Adão e Eva foram criados. Antes de acontecer na Terra, o pecado se originou no céu pelo mau uso do livre-arbítrio. Jesus disse que o Diabo peca desde o princípio (Jo 8.44). O querubim ungido foi criado perfeito em sabedoria e formosura, tinha o selo da perfeição (Ez 28.12-15), mas se rebelou contra Deus (Is 14.12-14). Foi o orgulho e a soberba que fizeram esse querubim se transformar em Satanás (1Tm 3.6). Ele foi expulso do céu com os anjos que o acompanharam em sua rebelião (2Pe 2.4; Jd 6; Ap 12.7-9).
2. O pecado no Éden. Adão tinha a permissão de Deus para comer de todas as árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do mal: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.16b,17). A advertência foi clara. Quando o casal comeu do fruto proibido, eles perceberam que estavam nus e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com Deus, a morte espiritual. O próprio Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e em seguida pronunciou a sentença ao casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade. Foi por causa dessa desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Esse desastre é conhecido como a “Queda da humanidade”.
3. A universalidade do pecado. A Bíblia é clara ao ensinar que herdamos a natureza pecaminosa de Adão (1Co 15.49). Isso passou a ser conhecido como “pecado original”. A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão passou a todos os humanos, mas afirma que se trata de um fato incontestável (Rm 5.12,19). Assim, as Escrituras mostram como todos nós, homens e mulheres, estamos diante de Deus: “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). O quadro apresentado é como segue: todos se extraviaram, não há quem faça o bem (Sl 14.1-5; Rm 3.10-12), por isso não há no mundo quem não peque (1Rs 8.46; Ec 7.20). A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12). Nem mesmo os salvos em Cristo estão isentos dessa lei (1Jo 1.8).O pecado é um princípio real e presente na vida de todas as pessoas, desde o ventre materno (Sl 51.5; 58.3). A Queda no Éden corrompeu toda a humanidade em todo o seu ser: corpo, alma e espírito, intelecto, emoção e vontade (Is 1.5,6; 2Co 7.1).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O pecado teve sua origem no céu, porém na terra ele teve início com a desobediência de Adão e Eva.
O pecado no Éden, Satanás e a raça humana
“Duas árvores do jardim do jardim do Éden tinham importância especial. (1) A ‘árvore da vida’ provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida perpétua, em 3.22. O povo de Deus terá acesso à árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). (2) A ‘árvore da ciência do bem e do mal’ tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência à sua palavra. Deus criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a sua vontade.
A raça humana está ligada a Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta. Satanás, porque sabia disso, procurou destruir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando sério no que dissera ao casal. Noutras palavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de antinominianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia. Um dos pecados capitais da humanidade é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus, sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna.
Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a crer que podem ser semelhantes a Deus, inclusive decidindo por contra própria o que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem ‘como Deus’, abandonam o Deus onipotente e daí surge os falsos deuses. O ser humano procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de determinar aquilo que é bom ou mau” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, pp.34-36).
III. A SOLUÇÃO PARA O PECADO
1. Nem tudo está perdido. A Bíblia narra a situação humana descrevendo-a como “mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1) e que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Morte significa “separação”. Isso começou com a Queda de Adão e continuou com a sua posteridade (Is 59.2). Mas Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, declara agora que nos “vivificou” (Ef 2.1a) e que o seu “o dom gratuito [...] é a vida eterna” (Rm 6.23b). A graça está disponível para toda a raça humana (Tt 2.11) e a salvação em Jesus pode ser encontrada em todos os lugares (At 17.30).
2. A provisão de Deus. O pecado entrou no mundo por um homem, Adão; assim também a redenção veio por um homem: “a graça de Deus, o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos” (Rm 5.15). A morte de Jesus foi expiatória, um sacrifício pelos nossos pecados que “Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue” (Rm 3.25). Expiação diz respeito ao sacrifício para purificação e ao perdão dos pecados por meio dos sacrifícios (Lv 4.35; 17.11). A propiciação é o ato que apazigua a ira divina contra o pecado, satisfazendo a santidade e a justiça de Deus. A expiação realizada pelo “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) é um ato da graça de Deus em favor de todos os seres humanos (1Jo 2.2). Assim, o Senhor Jesus é a provisão de Deus para o pecador.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A morte expiatória de Jesus Cristo foi e é a solução para o pecado.
“Lendo o Antigo Testamento e considerando séria e literalmente a sua mensagem, facilmente concluiremos que a salvação é um dos temas dominantes, e Deus, o protagonista. O tema da salvação já aparece em Gênesis 3.15, na promessa de que o Descendente — ou ‘semente’ — da mulher esmagará a cabeça da serpente. ‘Este é o protoevangelium , o primeiro vislumbre da salvação que virá através daquEle que restaurará o homem à vida’. Javé salvava o seu povo através de juízes (Jz 2.16,18) e outros líderes, como Samuel (1Sm 7.8) e Davi (1Sm 19.5). Javé livrou até mesmo a Síria, inimiga de Israel, por meio de Naamã (2Rs 5.1). Não há salvador à parte do Senhor (Is 43.11)”. (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.97).
CONCLUSÃO
A única esperança é o Senhor Jesus, o único que pode nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e isso se aplica tanto a possessões e bens (Êx 22.14; Is 58.12; Lc 19.8) como também a pessoas (Jr 30.17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At 3.21), mas Ele começou com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o filho pródigo, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3.19; 2Co 7.10) e pela fé em Jesus (Rm 5.1).
A respeito da pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus, responda:
Qual o termo genérico para designar o pecado e qual o seu significado?
O termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com “h” aspirado), que literalmente significa “errar o alvo” (Jz 20.16).
O que é pecado nas palavras de 1 João 3.4?
É a transgressão da lei (1Jo 3.4 — ARA).
Onde se originou o pecado e por quem tudo começou?
O pecado se originou no céu e tudo começou pelo mau uso do livre-arbítrio.
Qual a prova incontestável da universalidade do pecado?
A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12).
Quem é a provisão de Deus para o pecador?
Jesus Cristo, “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”.
A pecaminosidade humana e sua restauração a Deus
O problema do pecado
Um “senhor” que domina a vida de uma pessoa. É assim que a Bíblia nos apresenta o pecado (Rm 6.12-14). Ele não pode ser vencido apenas pela atitude humana.
A questão não é o que o ser humano pode fazer para se livrar do pecado, mas o que foi feito para que o pecado fosse removido do ser humano. Ora, se não houver a experiência de conhecer a Cristo mediante a fé pela graça de Deus (Ef 2.8), o ser humano continuará escravo do “senhorio” do Pecado. Logo, esse poder só é quebrado, e essa opressão só é desfeita, quando a salvação pela graça for operada na vida do pecador.
O pecado é algo sério e grave. Infelizmente, muitos não têm a real dimensão desse problema. Quando se diz que o ser humano não pode fazer nada em relação a sua situação de pecado, o que está se afirmando é que não resta mais esperança nenhuma para a situação dessa pessoa. Por isso, o tema é incômodo. Ele revela a consciência dos erros que muitos tendem a esconder, pois sem a graça de Deus eles não têm a possibilidade de enfrentá-los. O pecado incomoda porque não há como fugir dele, não tem como escapar. Por isso, só a salvação operada pela graça de Deus é capaz de nos constranger a tomarmos o caminho da humildade, reconhecendo os nossos erros, confessando com os lábios: “sou um pecador”. A coragem para enfrentar isso e a tristeza que tal afirmação acarreta à alma humana só pode acontecer pela ação de convencimento do Espírito Santo. É a graça de Deus se revelando ao coração humano, pois depois de um momento deassombro, dor, vergonha e confissão, um alívio como nunca dantes experimentado passa a raiar na alma. É a graça de Deus que chegou e atingiu o coração humano.
Amando o pecador
Como Igreja do Senhor, jamais o nosso papel pode ser o de lançar em rosto os pecados alheios. A Palavra de Deus afirma que dos nossos pecados o Senhor não lembrará mais: “jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades” (Hb 10.17). Ora, onde há remissão de pecados, tudo está feito (Hb 10.18; cf. Jo 19.30). O nosso trabalho agora é o de acolher as pessoas que se arrependeram de seus muitos pecados. Sem humilhar ninguém, o nosso caminho é o de demonstrar o amor de Deus como Jesus fez em seu ministério terreno (Lc 4.18,19). Essa é uma ótima oportunidade de fazer uma reflexão com a classe à luz do assunto apresentado na lição e a maturidade dos salvos em Cristo em lidar com a questão do acolhimento do pecador.