Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho
Lição 5: Ordenanças da Igreja
Data: 29 de Janeiro de 2017
“Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.20).
As ordenanças de Cristo à sua Igreja são práticas que devem perdurar até que Ele volte.
SEGUNDA — Mt 28.19
O batismo nas águas
TERÇA — Mt 3.13-17
Jesus é batizado
QUARTA — At 8.16
Os primeiros cristãos eram batizados
QUINTA — Lc 22.19,20
A Santa Ceia
SEXTA — 1Co 11.24,25
Em memória de Cristo
SÁBADO — 1Co 11.26
Até que Ele venha
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Caro(a) educador(a), faz parte da sua função apresentar aos seus alunos quais são os rudimentos da fé cristã a fim de que aprendam corretamente a servir a Deus e cresçam na graça e no conhecimento que há em Cristo Jesus. Desta forma, é importante que você exponha com clareza as ordenanças deixadas por Cristo a sua igreja para que seus alunos não entendam de forma legalista os cerimoniais de “Batismo” e “Santa Ceia”. Pelo contrário, tais ordenanças não são para serem vistas como obrigações, e sim como privilégios concedidos àqueles que tomaram a feliz decisão de estarem em comunhão com Deus e tornarem-se participantes do Corpo de Cristo que é a Igreja. Por esta razão, tenha o cuidado de explicar, sem pressa, a respeito destas firmes ordenanças, mostrando aos seus alunos que cultivando-as, podemos ter a nossa fé edificada e constantemente renovada pela ação do Espírito Santo em nossas vidas.
Inicie sua aula perguntando aos alunos que benefícios o Batismo e a Santa Ceia trouxeram para suas vidas. Entregue uma folha de papel sulfite A4 aos alunos e peça-os para fazerem cada um a sua linha do tempo. Nela, os alunos deverão sinalizar o tempo exato em que aceitaram a fé, os fatos importantes que aconteceram em sua caminhada cristã, por exemplo, batismo nas águas, batismo com o Espírito Santo, primeira pregação, consagração a alguma função/cargo na igreja. Mostre que todos esses momentos são importantes, entretanto, o batismo tem a ver especificamente com o testemunho de fé que prestamos diante dos homens quando aceitamos a Cristo, e a Santa Ceia nos traz à memória a importância da comunhão com Cristo e a sua morte em razão dos nossos pecados. Enfatize que tais ordenanças são essenciais para o nosso crescimento e amadurecimento na fé cristã.
Mateus 26.20,26-30.
20 — E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze.
26 — Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
27 — E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos.
28 — Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.
29 — E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai.
30 — E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras.
INTRODUÇÃO
Jesus deixou diversas ordens para os seus discípulos individualmente, como ensinar todas as pessoas, evangelizar, orar, perdoar inimigos e amar a Deus acima de todas as coisas. No que tange à Igreja, como reunião de discípulos, o Mestre deixou duas específicas: a celebração do Batismo e da Santa Ceia. Ambas as cerimônias possuem objetivos específicos, e sobre eles estudaremos nesta lição.
I. O QUE SÃO ORDENANÇAS?
1. Definindo o termo ordenanças. A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes. No caso das ordenanças de Jesus, o Batismo e a Santa Ceia, devem ser repetidos sempre, para que o povo de Deus, a Igreja, se lembrasse não apenas do sacrifício de Cristo, mas igualmente do seu efeito para conosco.
Ordenanças, no caso do batismo e da Santa Ceia, são rituais que exemplificam para a Igreja os últimos momentos de Jesus com seus discípulos e a ressurreição de nosso Senhor.
2. Uma ordem de Jesus Cristo. Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam ensinar, batizar e celebrar a Ceia do Senhor: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Em relação à Santa Ceia, “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26.29).
3. O cumprimento das ordenanças confere alguma graça ao crente? A igreja romana entende que o cumprimento das ordenanças fazem com que o fiel seja contemplado por Deus com uma graça especial, mas a Bíblia não confirma esse ensinamento. Seu cumprimento mostra que somos obedientes e que cremos naquilo que Jesus nos disse; portanto, somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista nossa fé e obediência. As ordenanças, pois, não são um poder mágico que confere alguma bênção especial.
Pense!
As ordenanças que a Igreja segue tem por objetivo cumprir uma ordem dada por Jesus.
Ponto Importante
As Ordenanças servem como um memorial para os crentes de todas as gerações, e por isso, sempre devem ser lembradas e celebradas na comunhão dos santos.
II. O BATISMO
1. O que é o batismo? Batismo significa literalmente imersão. Essa palavra vem do grego , traduzida como “mergulhar, banhar, imergir”. No Novo Testamento, vemos que João, o batista, batizava pessoas no rio Jordão, e batizou o Senhor Jesus (Mt 3.13-17), que a seguir ordenou que seus discípulos batizassem aqueles que cressem no Evangelho (Mt 28.19). Pedro batizou gentios que ouviram a Palavra na casa de Cornélio (At 10), e Paulo foi batizado, possivelmente por Ananias (At 9). O batismo ordenado por Jesus é por imersão.
2. Jesus foi batizado. Jesus passou pela experiência do batismo. A Bíblia nos fala em Marcos 1.10 sobre o batismo de Jesus: “logo que saiu da água”, uma referência clara de que Jesus foi batizado por imersão. E o batismo de Jesus foi uma forma de Ele se identificar com os pecadores. Ele não precisava ser batizado, mas o foi, para nos mostrar a importância do ato para a vida cristã e para a compreensão adequada do Evangelho.
3. O batismo infantil. Há igrejas que batizam utilizando o processo de imersão. Outras utilizam-se do processo de aspersão. De forma geral, as igrejas evangélicas não batizam crianças. A Palavra de Deus nos fala que Jesus foi apresentado no Templo, e não batizado, o que só ocorreu quando Jesus tinha a idade de trinta anos. Outro fator que deve ser levado em conta é que o batismo é apresentado nas Escrituras como um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Por esses fatores, não é adequado nem bíblico batizar crianças.
Pense!
Não somos batizados para ser salvos. Somos batizados porque já fomos salvos por Cristo.
Ponto Importante
O batismo exige que tenhamos consciência de sua importância, e entendimento para publicamente manifestar nosso testemunho em Cristo Jesus.
III. A SANTA CEIA
1. A origem da Santa Ceia. A Santa Ceia teve sua origem na noite em que Jesus fez sua última refeição com os seus discípulos, antes de ser crucificado. Em um momento de comunhão, o Senhor com eles, lavou-lhes os pés e transmitiu-lhes as recomendações finais. A Ceia foi o último momento de comunhão do Senhor com seus apóstolos até a crucificação (Mt 26.29).
2. Os propósitos da Santa Ceia. A celebração da Santa Ceia traz para nós diversos significados. Em primeiro lugar, ela representa a continuidade da nossa comunhão com o Salvador. À última Ceia estavam presentes Jesus e seus discípulos, o grupo mais próximo do Salvador. Em segundo lugar, ela representa a lembrança do sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados. A Ceia instituída pelo Senhor foi celebrada na Páscoa, quando um cordeiro era sacrificado, e Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, foi sacrificado por nós.
É a celebração de uma nova aliança. Comer e beber juntos traz a ideia de uma aliança feita entre duas partes. Essa Ceia é a imagem de uma nova aliança entre Jesus e os seus seguidores.
É a manifestação da minha fé em Cristo. Quando celebro a Santa Ceia demonstro de forma pública a minha fé em Jesus e a comunhão com Ele, aguardando a sua Segunda Vinda.
É um momento de gratidão. Jesus abençoou o pão e deu graças pelo vinho (Mc 14.22-24). Na Santa Ceia, demonstro minha gratidão pelo que Cristo fez, e agradeço por ter sido alcançado por sua graça.
3. Os elementos da Santa Ceia. Aqui cabe uma observação. A igreja romana entende que os elementos da Santa ceia, o pão e o vinho, se transformam na carne e no sangue de Jesus. O pão e o vinho não mudam sua forma para se tornarem carne e sangue de verdade, como pensam os católicos. A Bíblia jamais dá a entender essa ideia e a ciência não a respalda a teoria. Jesus não tinha a intenção de nos fazer crer que, por ocasião da Ceia, o pão se tornaria carne e que o vinho se tornaria em sangue. Ele apenas nos orientou a seguir essa ordenança em memória dEle.
A Santa Ceia em Corinto foi alvo de críticas e orientação do apóstolo Paulo. Naquela igreja, marcada por divisões, egoísmo e abuso dos dons espirituais, os membros se reuniam, mas não com o propósito de celebrar a comunhão e relembrar o sacrifício de Cristo, e sim para comerem o que haviam trazido para aquela reunião. Na ocasião de demonstrar comunhão e respeito uns pelos outros, demonstravam seu egoísmo a ponto de uns se embebedarem, e outros passarem fome (1Co 11.21). Por isso, foram duramente repreendidos por Paulo. Mais do que comer juntos, deveriam respeitarem-se uns aos outros e não perder o foco da lembrança do retorno do Senhor.
Pense!
A Santa Ceia é um momento de comunhão importante para os membros do Corpo de Cristo, pois nesse momento, juntos, relembramos o sacrifício de Cristo até que Ele retorne.
Ponto Importante
A vinda de Cristo para buscar a sua Igreja deve ser um dos nossos motivos de celebrar a Santa Ceia, e também a certeza de que nosso tempo aqui está acabando, pois a volta do Senhor está próxima.
CONCLUSÃO
As duas ordenanças de Cristo à sua Igreja são válidas e necessárias para os nossos dias, e a Igreja de Cristo tem o dever não apenas de relembrá-las, mas de cumpri-las periodicamente, dando exemplo às gerações que se sucedem.
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008.
1. Defina o termo ordenanças.
A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes.
2. Quais são as ordenanças da igreja estabelecidas por Jesus?
O Batismo e a Santa Ceia.
3. O cumprimento das ordenanças confere graça ao crente?
Não. Somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista a nossa fé e obediência.
4. O que é o batismo?
Batismo significa literalmente imersão. Jesus ordenou que os seus discípulos batizassem os que cressem no Evangelho.
5. O batismo infantil é bíblico?
O batismo é apresentado nas Escrituras como um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Portanto, o batismo infantil não é bíblico.
“Ordenanças não são sacramentos
O batismo e a Santa Ceia são ordenanças, não sacramentos. Existe uma interpretação que atribui ao batismo e à Santa Ceia um valor quase mágico, sendo, por isso, chamados de sacramentos. Essa palavra significa: ‘Cada um dos sinais sensíveis produtores da graça, instituídos por Jesus Cristo como auxiliares indispensáveis para a pessoa conseguir a salvação eterna’ (Dicionário Eletrônico Michaelis. São Paulo, 1996). Como podemos verificar, a palavra ‘sacramento’ é definida como sendo algo que transmita a graça de Deus àqueles a quem for ministrado. Convém observar que essa palavra não é encontrada em nenhum ponto da Bíblia, mas é uma expressão criada pelos próprios teólogos. Nem o batismo nem a Santa Ceia são sacramentos, mas sim ordenanças de Deus. O ensino da Bíblia é bem claro no sentido de que nenhum destes dois atos transmite a graça de Deus a alguém, pois são ministrados exclusivamente aos que já foram salvos pela graça de Deus, em Jesus Cristo.
Além disso, convém observar que Deus jamais entregou aos homens meios visíveis que pudessem ser utilizados por alguém para transmitir a graça divina a outro homem. A graça de Deus vem somente por Cristo, pela fé no seu sangue (cf. Rm 3.24; 5.15; 2Tm 1.9)” (BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1999, pp.241,242).