Título: A Igreja de Jesus Cristo — Sua origem, doutrina, ordenanças e destino eterno
Comentarista: Alexandre Coelho
Lição 12: A Igreja e a salvação dos perdidos
Data: 19 de Março de 2017
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
A salvação é oferecida a todas as pessoas, mas cabe a elas decidirem se aceitarão ou não o plano de Deus.
SEGUNDA — At 16.30,31
É preciso crer para ser salvo
TERÇA — 2Pe 3.9
Deus deseja que todos venham a arrepender-se
QUARTA — Jo 5.24
Quem ouve a palavra e crê
QUINTA — Fp 2.12
“Operai a vossa salvação com temor”
SEXTA — Lc 19.10
Jesus veio buscar o perdido
SÁBADO — Rm 10.9
Saber, confessar e crer
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Na lição deste domingo estudaremos a respeito da maior dádiva de Deus para o pecador: a salvação pela fé em Jesus Cristo. É importante que você ressalte, logo na introdução da aula, que todos necessitam de salvação, por isso, a Igreja de Cristo tem como missão a proclamação do Evangelho (Mc 16.15). O que seria de nós se alguém não tivesse pregado o Evangelho de Cristo para nós? Se estamos hoje na igreja, estudando em uma classe de Escola Dominical é porque alguém nos evangelizou. Assim como fomos alcançados com o Evangelho e a salvação devemos também alcançar outros, “porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
O castigo para o pecado é a morte, porém Deus por sua infinita graça, amor e misericórdia, enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo para morrer por nossos pecados. Como crentes, precisamos evangelizar os perdidos mostrando que a salvação não pode ser alcançada por qualquer tipo de esforço humano. Somos salvos e libertos do poder do pecado unicamente pela fé em Jesus Cristo e por sua graça.
Para introduzir a lição faça a seguinte indagação: “Por que precisamos de um Salvador?”. Ouça os alunos com atenção e peça que leiam Romanos 3.23. Em seguida, diga que todos pecaram e com o pecado perdemos o acesso direito a Deus. Estávamos condenados à separação eterna. Mas Deus enviou seu Filho Unigênito para nos salvar. Jesus nasceu para morrer por nossos pecados. Sua morte não foi um acidente. Ela já havia sido preparada desde o Éden (Gn 3.15). Jesus se doou por amor a nós! Em seguida, divida a turma em dois grupos. Dê a folha de papel e as canetas aos grupos. O tema do primeiro grupo será: “O homem com o Salvador” e do outro, “O homem sem o Salvador”. Os grupos terão que montar um quadro como o exemplo abaixo.
Atos 4.1-12.
1 — E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus,
2 — doendo-se muito de que ensinassem o povo e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos.
3 — E lançaram mão deles e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois era já tarde.
4 — Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
5 — E aconteceu, no dia seguinte, reunirem-se em Jerusalém os seus principais, os anciãos, os escribas,
6 — e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, e João, e Alexandre, e todos quantos havia da linhagem do sumo sacerdote.
7 — E, pondo-os no meio, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto?
8 — Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Principais do povo e vós, anciãos de Israel,
9 — visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo e do modo como foi curado,
10 — seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós.
11 — Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina.
12 — E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
INTRODUÇÃO
A salvação dos perdidos é obra do Espírito Santo. É Ele que convence o homem de seus pecados e do perdão oferecido por meio do sacrifício de Jesus. A igreja colabora com o Reino de Deus apresentando a mensagem da salvação a todas as pessoas, para que tenham chance de ouvir o evangelho e decidir entre aceitar ou rejeitar a salvação oferecida, fazendo-os entender também as consequências dessa aceitação ou rejeição. Essa é uma missão urgente para o povo de Deus, pois ninguém é salvo sozinho. E a ordem de Jesus é que transmitamos a todos, indistintamente, a mensagem da salvação.
I. O CONCEITO DE SALVACAO E SEU ALCANCE
1. Quando falamos da salvação dos perdidos, precisamos recorrer às Sagradas Escrituras. A Bíblia nos fala em Gênesis que Adão e Eva, o primeiro casal, pecaram contra Deus, e por essa atitude o pecado foi repassado às gerações seguintes: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Com isso a humanidade ficou distante de Deus e foi condenada a morte física e eterna. Era necessário que Deus providenciasse uma forma de fazer com que um dia, homens e mulheres pudessem estar livres do pecado e da morte eterna, e tornassem a ter comunhão com Deus.
2. Deus enviou Jesus. O Filho de Deus veio ao mundo para que, por meio do seu sangue derramado em seu sacrifício, pudéssemos ter o perdão dos pecados e o acesso irrestrito a Deus. Aqueles que creem em Jesus Cristo e o recebem como seu Salvador recebem o perdão dos pecados, mas os que rejeitam a Jesus estão selando seu próprio destino com a condenação eterna: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). O padrão de Deus é simples: a mensagem do evangelho é anunciada, e aqueles que acreditam naquilo que Deus fez por intermédio de Jesus e se arrependem de seus pecados recebem a salvação, e com ela o perdão de seus pecados e a vida eterna.
3. Salvação, plano de Deus. Essa salvação planejada por Deus, em Jesus, é oferecida a todas as pessoas, indistintamente. O plano de Deus é que todos sejam alcançados pela mensagem do evangelho. Ele é descrito pelo apostolo Pedro como um Deus “[...] longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pe 3.9). Esta é a regra, e a palavra “todos”, mencionada por Pedro, não traz a ideia de uma salvação oferecida incondicionalmente a um pequeno grupo de pessoas escolhidas. A vontade de Deus não é a salvação de alguns, mas de todos.
Deus sabe, pela sua presciência, quem será ou não salvo, mas a presciência divina não é um delimitador que arbitrariamente, sem qualquer explicação, escolhe quem vai ou não ser salvo. Há quem diga que essa escolha está baseada na chamada “soberania de Deus”, que escolhe, sem critérios explicáveis biblicamente, quem vai se perder ou quem vai ser salvo. Essa é uma interpretação que tira o foco do amor de Deus na salvação dos perdidos. Se soberanamente Deus já escolheu quem vai ou não ser salvo, porque seria necessário mandar Jesus para morrer? Vamos anunciar o evangelho apenas para descobrir quem já estava predestinado anteriormente para ser salvo? Claro que não. Anunciamos o evangelho para que as pessoas tenham a oportunidade de escolher o destino eterno que as aguarda após terem decidido se vão ou não aceitar a Jesus.
Pense!
De acordo com a Palavra de Deus, o plano da Salvação, objetivando a vontade do Altíssimo, é que todos, e não alguns, sejam salvos.
Ponto Importante
A presciência de Deus no tocante àqueles que serão salvos não é um fator delimitador e restritivo para quem efetivamente será alcançado pela salvação.
II. A DINÂMICA DA SALVACÃO
1. A salvação é pela graça. A Bíblia diz que “pela graça coisa salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Cremos que a graça de Deus é um favor que não merecemos, mas que nos é oferecida indistintamente: “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Obras não são suficientes para proporcionar a salvação de um pecador, pois sempre serão insuficientes para alcançar os padrões de Deus.
Deus escolheu mostrar a nós que nossas obras são maculadas por nossos pecados, e o que precisamos mesmo não é realizar mais obras, mas reconhecer que somos pecadores e depender da misericórdia divina, manifesta em Jesus Cristo: “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia” (Rm 11.32).
2. O livre-arbítrio e a soberania de Deus. Há quem ensine que o chamado livre-arbítrio, ou a capacidade dada aos seres humanos para fazer escolhas e tomar decisões até na esfera espiritual, não está na Bíblia. De fato, a expressão “livre-arbítrio” não é mencionada nas Escrituras, mas o seu conceito sim. Em diversas passagens na Palavra de Deus somos advertidos a fazer escolhas sobre a nossa vida espiritual: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente, amando ao SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e te achegando a ele” (Dt 30.19,20a). Dizer que o conceito de livre-arbítrio é humano, filosófico e antibíblico é ignorar o fato de que Deus nos responsabiliza por nossas escolhas, escolhas essas que Ele mesmo nos permite fazer. De outra forma, Deus seria injusto julgando-nos por decisões que não tomamos e por planos que não fizemos.
3. O livre-arbítrio e a predestinação. Somos responsáveis por nossos pecados. Houve um reformador que ensinou que se uma pessoa furta ou comete adultério, ela simplesmente está cumprindo um designio de Deus, sendo, portanto, “ministro de sua providência”. Se essa ideia é correta, então não podemos julgar outras pessoas que cometem delitos, pois essas pessoas, já estavam predestinadas a esses comportamentos, pois estão cumprindo a vontade de Deus. Deus não pensa assim! Ele não faz com que as pessoas busquem cometer pecados e façam outras coisas que Ele mesmo reprova em sua Palavra. Quem veio para matar, roubar e destruir foi Satanás, e ele tenta sempre fazer com que o coração dos homens seja influenciado para fazer o mal. Deus sempre nos aponta o caminho a ser seguido para que possamos ter uma vida de comunhão com Ele. E nenhum pensamento humano deve ser tido por absoluto, principalmente se esse pensamento não encontra respaldo nas Escrituras.
Pense!
Deus nos julgará conforme as decisões e escolhas que fizemos em relação aos seus mandamentos.
Ponto Importante
O livre-arbítrio é a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas, tornando-nos responsáveis por cada uma delas.
III. AMOR E SOBERANIA DE DEUS
1. Cremos no amor de Deus para todos? A resposta bíblica a essa pergunta pode ser vista nos textos: Deus amou o mundo a ponto de mandar seu Filho para salvar aqueles que cressem nEle (Jo 3.16), e Deus não quer que ninguém se perca (2Pe 3.9). Há cristãos piedosos que acreditam que Deus escolhe somente algumas pessoas para salvar, descartando as demais pessoas sem um critério claro dessa rejeição divina. Esse entendimento apela para a capacidade soberana de Deus, de escolher a quem vai salvar. Entretanto, tal entendimento vai de encontro ao amor de Deus. O plano de Deus não era mandar Jesus para morrer pelos pecados de algumas poucas pessoas, mas de todas as pessoas, em que pese o fato de que apenas os que crerem em Jesus é que serão salvos. A mensagem da salvação é oferecida a todos, mas serão salvos apenas os que crerem em Jesus.
2. Cremos na soberania de Deus. A soberania de Deus não é afetada pelo livre-arbítrio humano. Um governante de um país não tem sua soberania ameaçada por causa de um criminoso que comete delitos, pois se naquele país existem leis que punem delitos, essas leis serão aplicadas para responsabilizar os atos dos malfeitores, e em nada a soberania do governante é ameaçada. Deus permanece soberano em quaisquer circunstâncias, esteja o homem pecando ou não. Em sua soberania, Deus vai responsabilizar o homem por suas escolhas.
Pense!
Deus não enviou Jesus ao mundo para morrer pelos pecados de algumas pessoas, mas de toda a humanidade.
Ponto Importante
A soberania do Todo-Poderoso jamais é ou será afetada pelo livre-arbítrio humano.
CONCLUSÃO
Esta lição não esgota o assunto, apenas o apresenta introdutoriamente de forma bíblica e didática. Não somos salvos por ter o conhecimento completo da mecânica da salvação, mas sim por crer no Senhor Jesus Cristo como nosso Salvador. Por isso, falemos de Jesus e de sua salvação, para que todos venham a conhecer o plano de Deus e terem a oportunidade de receber a salvação, que vem do Senhor.
George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. RJ: CPAD,
2000.
1. A salvação dos perdidos é obra de quem?
A salvação dos perdidos é obra do Espírito Santo.
2. Quem convence o homem de seus pecados e do perdão?
O Espírito Santo.
3. A salvação é plano de Deus? Ela é oferecida a todos?
Sim. A salvação planejada por Deus, em Jesus, é oferecida a todas as pessoas, indistintamente. O plano de Deus é que todos sejam alcançados pela mensagem do evangelho.
4. O que é livre-arbítrio?
A capacidade dada aos seres humanos para fazer escolhas e tomar decisões até na esfera espiritual.
5. A soberania de Deus é afetada pelo livre-arbítrio?
A soberania de Deus não é afetada pelo livre-arbítrio humano. Deus permanece soberano em quaisquer circunstâncias, esteja o homem pecando ou não. Em sua soberania, Deus vai responsabilizar o homem por suas escolhas.
“A Igreja e Missões
A evangelização do mundo é o imperativo do Novo Testamento. ‘O evangelho deve ser proclamado [anunciado] entre todas as nações’ (Mc 13.10, tradução livre). O Advogado a realizar a tarefa é o Espírito Santo, enquanto que a instituição escolhida divinamente para a proclamação é a Igreja de Jesus Cristo. Essas são afirmações sérias e bíblicas.
Até mesmo uma leitura superficial do Novo Testamento irá convencer o leitor da relevância da igreja na atual administração de Deus. Cristo amava a igreja e deu-se a si mesmo por ela. Somos assegurados de que no momento Ele está edificando sua igreja e que, por fim, irá ‘apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, mas santa e irrepreensível’. Tudo isso está de acordo com o propósito eterno que Deus tinha em Cristo Jesus nosso Senhor (Ef 5.25-27; 3.10,11).
A igreja é a geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido por Deus. O propósito desse grande chamado é que a igreja exponha as virtudes dEle, que a tirou da escuridão para sua maravilhosa luz. A igreja é uma criação proposital em Cristo Jesus; ela é o corpo de Cristo (sua manifestação visível) e o templo do Espírito Santo. Ela foi criada no dia de Pentecostes para personificar o Espírito Santo na realização do propósito de Deus neste mundo.
Missões não é uma imposição feita à igreja, pois faz parte de sua natureza e deveria ser tão natural para ela quanto as uvas são naturais para os galhos que se dependuram no vinhedo” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000, p.244).