Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 4: Diga não ao ritmo de vida deste mundo
Data: 23 de Julho de 2017
“[...] e eu irei como guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que está diante da minha face e conforme o passo dos meninos [...]” (Gn 33.14).
Aquele que vive segundo o ritmo deste mundo sofre danos emocionais, físicos e espirituais.
SEGUNDA — 1Sm 25.13
Cuidando da bagagem
TERÇA — 1Tm 4.16
Cuidando de si mesmo
QUARTA — 1Tm 4.8
Cuidando da saúde física
QUINTA — Fp 4.8
O cuidado com a maneira de pensar
SEXTA — 1Tm 5.8
Cuidando da família
SÁBADO — Rm 16.1,2
Cuidando dos cooperadores do Reino
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
A assiduidade dos alunos da Escola Bíblica Dominical sempre foi um dos maiores desafios de seus professores. Por isso, sempre que possível, estabeleça uma “ponte” entre uma aula e outra, esforçando-se para que seus alunos saiam da classe com o compromisso de voltar no domingo seguinte. No final da aula, proponha aos alunos que tragam na próxima semana testemunhos de pessoas a quem Deus fez promessas e que, após o período de espera (e, às vezes, ansiedade), viram o seu cumprimento e de outras que ficaram profundamente preocupadas com algo que nunca veio a acontecer (diagnóstico médico, desemprego, infidelidade etc). Sugira que, para a realização de tal tarefa, consultem a internet, bem como entrevistem familiares, amigos e/ou membros da igreja.
Prezado docente, inicie a aula com a apresentação, pelos alunos, dos resultados da análise pessoal solicitada no final da aula passada (sobre como cada aluno distribui o tempo diário com as realizações mais importantes da sua própria vida). Essa apresentação vai abrir a discussão sobre a aula de hoje, que vai tratar da otimização do ritmo da vida, debaixo da orientação divina. Reflita com os alunos, por alguns instantes, sobre as causas de tantas pessoas que possuem prosperidade financeira serem frustradas familiarmente, as quais apresentam graves problemas emocionais, e por que isso ocorre até mesmo entre cristãos. Conclua dizendo que, para ter vida com qualidade, é preciso seguir na cadência divina; caso contrário, todo o esforço será inútil, como o é “correr atrás do vento” (Ec 2.17 — NVI).
Gênesis 33.1,4,10-16.
1 — E levantou Jacó os olhos e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então, repartiu os filhos entre Leia, e Raquel, e as duas servas.
4 — Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram.
10 — Então, disse Jacó: Não! Se, agora, tenho achado graça a teus olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão, porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus; e tomaste contentamento em mim.
11 — Toma, peço-te, a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus graciosamente ma tem dado, e porque tenho de tudo. E instou com ele, até que a tomou.
12 — E disse: Caminhemos, e andemos; e eu partirei adiante de ti.
13 — Porém ele lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se as afadigarem somente um dia, todo o rebanho morrerá.
14 — Ora, passe o meu senhor diante da face de seu servo; e eu irei como guia pouco a pouco, conforme o passo do gado que está diante da minha face e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor, em Seir.
15 — E Esaú disse: Deixarei logo contigo desta gente que está comigo. E ele disse: Para que é isso? Basta que eu ache graça aos olhos de meu senhor.
16 — Assim, tornou Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir.
INTRODUÇÃO
Já estudamos a respeito da preguiça — usar o tempo no minimum (do latim, que significa mínimo, “o menor de todos”), ativismo — usar o tempo no maximus (do latim, que significa máximo, “o maior de todos”) e, agora, estudaremos a respeito do equilíbrio entre as duas condutas. Entre a conduta do maximus e do minimum, está a do optimus, em que o indivíduo interage com o mundo exterior de maneira tranquila, sem pressa ou demasiadamente lento, mas no ritmo correto, como diria Jacó: “no passo do gado [...] e dos meninos” (Gn 33.14).
I. UMA VIDA QUE VALE A PENA
1. A verdadeira riqueza. Uma pessoa rica diante de Deus não é aquela que possui muito dinheiro e bens, mas aquela que desfruta de uma vida abundante (Jo 10.10). Essa é a vida que vale a pena ser vivida e constitui-se na verdadeira riqueza. Aliás, o filósofo estóico Sêneca (4 a.C — 65 d.C) afirmava que “até hoje o dinheiro nunca enriqueceu ninguém”. Deus também nos exorta quanto ao desejar as riquezas deste mundo: “Não te canses para enriqueceres; dá de mão à tua própria sabedoria. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? [...]” (Pv 23.4,5). Sem dúvida, a verdadeira riqueza não pode ser encontrada nos bens materiais, pois ela está na simplicidade, nos pequenos detalhes, em grandes iniciativas, nos nobres propósitos. É com essa visão que cada um terá o melhor de Deus. Jesus falou uma parábola a respeito de um homem que achou uma ótima pérola, de grande valor, então ele vendeu tudo quanto possuía e comprou-a (Mt 13.46). Quando se conhece o melhor de Deus, a vida que vale a pena, ninguém quer voltar a viver como antes.
2. Definindo princípios. Somente quando o ser humano entende o que é a verdadeira riqueza, ele consegue definir os princípios que vão aperfeiçoar o seu ritmo de vida. Quando compreendemos o que é ser rico de verdade, deixamos de ser egoístas e passamos a amar mais nosso semelhante. A flora, a fauna, os astros celestes, as belezas dos habitats naturais, tudo ganhará um novo brilho e um novo fulgor. Passamos a administrar, como fiel mordomo, corretamente tudo que chegar às nossas mãos, e o nosso anelo pela companhia de Deus será constante. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais perdemos o desejo pelas coisas materiais e nossos pensamentos passam a se voltar para as “coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.2,3).
3. A importância do próximo. O aperfeiçoamento do ritmo da vida passa, necessariamente, em reconhecer a relevância do próximo, feito à imagem e semelhança de Deus, com quem interagimos diariamente. O valor da vida não está na prosperidade individual, mas, sobretudo no amor ao próximo. Conta-se a história a respeito de uma tribo africana chamada Ubuntu, na qual um antropólogo propôs uma competição: a criança que chegasse primeiro a uma árvore ganharia todos os doces que estavam ali em um cesto. Quando foi dada a largada, as crianças deram as mãos e saíram correndo à árvore mencionada e lá repartiram o prêmio. O antropólogo perguntou porque elas fizeram aquilo, ao que responderam: “Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?”. Que exemplo! Aperfeiçoar o ritmo da vida depende, em grande medida, em ser obediente a Deus e, consequentemente, promover a felicidade das outras pessoas.
Pense!
Viver de modo a pensar na felicidade das outras pessoas, não atrapalharia a otimização do meu desempenho pessoal?
Ponto Importante
O tempo gasto com propósito significa “o tempo gasto com a felicidade dos outros”, pois a vida só tem sentido se tiver como foco Deus e os semelhantes.
II. CUIDANDO DE SI MESMO
1. Corpo, templo do Espírito. Aperfeiçoar o ritmo da vida implica investir tempo para cuidar de si mesmo, como recomendou Paulo ao jovem Timóteo (1Tm 4.16). Jesus também pediu aos discípulos que deixassem um barquinho à disposição para que pudessem, de vez em quando, sair da pressão do cotidiano e descansar longe das multidões. Paulo fala a respeito do exercício corporal, dizendo que ele tem pouco proveito, se comparado à piedade (1Tm 4.8), mas, com isso, ele não estava desprezando a importância da atividade física, que é indispensável para se manter a saúde física e a boa forma do templo do Espírito Santo (1Co 6.19).
2. Mente, sede dos pensamentos e emoções. Há uma guerra em curso na mente das pessoas. No campo de batalha da mente há conflitos de natureza emocional e espiritual. Por isso, a Bíblia recomenda que o cristão utilize o capacete da salvação, de maneira que a mente esteja sempre bem protegida (Ef 6.17). A fim de proteger a mente, Paulo nos aconselha a pensar em coisas nobres, boas e úteis (Fp 4.8). Há um pensamento cristão antigo, atribuído a Martinho Lutero, que diz que “ninguém pode impedir que os pássaros voem sobre a cabeça, mas é possível evitar que eles façam ninho nela”. Este é exatamente o ponto importante, deixar a mente envolvida com pensamentos saudáveis, edificantes e otimistas. Se desejarmos ter saúde emocional, espiritual e física, precisamos ter o controle da nossa mente e sentimentos, evitando todo pensamento e sentimento tóxico, ruim, contrário aos princípios bíblicos divinos.
3. Família, fonte de alegria. O maior tesouro que um homem possui, depois de Jesus Cristo e da salvação, é sua família. Por isso, é preciso que o homem invista parte significativa do seu tempo (pelo menos um dia por semana) com aqueles que Deus lhe deu para dividir, em família, o dom da vida.
Pense!
O que fazer nos momentos em que maus pensamentos aparecem?
Ponto Importante
Não podemos impedir que os maus pensamentos venham a nossa mente, mas podemos impedir que eles fiquem e venham nos contaminar e nos afastar dos propósitos de Deus.
III. O PONTO OPTIMUS
1. Fazendo o mais fácil. Deus sempre tem um tipo ideal de tarefa para seus filhos: a mais fácil. Aos homens ficou a incumbência de realizar apenas as coisas fáceis. A parte difícil fica na responsabilidade do Senhor. Por exemplo: plantar a semente de uma árvore é fácil, por isso é tarefa humana, mas fazer a semente explodir sob a terra e dali surgir um broto, que, tempos depois, se transformará em árvore frondosa, cheia de frutos, é bastante complicado. Essa é a parte de Deus. Ocorre que, em muitos casos, os homens querem fazer a parte de Deus, a difícil, e entram em grande aflição, pois terão que usar o ponto maximus de sua disponibilidade e não alcançarão os resultados desejados, ademais estarão sob intenso estresse.
2. Fazendo no melhor prazo. Plantar uma semente, como dito anteriormente, é fácil, mas faz-se necessário que a ação ocorra no melhor prazo (optimus), isto é, no tempo e modo de Deus. Isso fala de discernimento do tempo e estratégia, como acontecia com os filhos de Issacar, os quais eram peritos “na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer [...]” (1Cr 12.32). Esses homens sabiam se a atividade deveria ser realizada, analisavam a conveniência da oportunidade e qual seria estratégia adequada. Eles conduziam Israel a fazer as coisas no melhor prazo (optimus).
3. Aceitando os resultados. Nem tudo acontece como planejamos, ainda que haja a otimização do ritmo da vida. Agir no tempo e modo adequados (optimus) não é garantia de que todos os objetivos serão atingidos, porém uma coisa é certa: a pessoa terá vivido o melhor de Deus. Imprevistos acontecem e, por isso, aqueles que estão no caminho correto, seguindo no ritmo de Deus, precisam aceitar alguns resultados indesejados. Habacuque entendia bem isso. Ele sabia que o fato da figueira não florescer, da videira não dar frutos e da impossibilidade de produzir azeite dos frutos colhidos das oliveiras (três tempos de plantações feitas corretamente, no optimus), não era o fim da vida. De um jeito, ou de outro, ele se alegraria no Senhor e exultaria em Deus (Hc 3.17), demonstrando o que significava viver uma vida abundante, uma vida que vale a pena.
Pense!
Quem segue no ritmo de Deus, no curso da vida, sempre terá resultados materiais satisfatórios?
Ponto Importante
Aqueles que estão seguindo no ritmo de Deus devem aceitar alguns resultados indesejados, confiando que Deus nunca perde o controle da História.
CONCLUSÃO
Aperfeiçoar o ritmo da vida, de acordo com o padrão de Deus, exige discernimento, haja vista que, diante do corre-corre do cotidiano, muitas vezes, o homem é empurrado para o precipício do ativismo ou para o desânimo da preguiça. Para saber o tempo e o modo de vida saudável é indispensável pedir orientação ao Senhor, para seguir o ritmo da vida sem sofrer a influência da filosofia deste mundo.
PARROT,T, Les. Você é Mais Forte do que Pensa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014.
1. Conceitue o optimus.
O indivíduo interage com o mundo exterior de maneira tranquila, sem pressa (maximus) ou demasiadamente lento (minimum), mas no ritmo correto.
2. A mente humana necessita, segundo a lição, estar calcada em quais pensamentos para atingir o optimus?
Precisa estar focada em pensamentos que sejam úteis e, acima de tudo, que sejam para o louvor e agrado de Deus.
3. Jesus sabia como viver no optimus?
Ele é o maior exemplo para sabermos como lidar com o cotidiano da nossa vida.
4. Quais descendentes de Jacó eram peritos “na ciência dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer”?
Filhos de Issacar.
5. Como sua vida está? O que fazer para alcançar o optimus?
Resposta pessoal.
“Posso cair facilmente na rotina de chegar em casa no fim do dia após lecionar na universidade e, sem perceber, caminhar no ‘solo sagrado’ na sala de nossa casa onde meus dois filhos pequenos estão envolvidos em um projeto de construção com seus blocos de montar. Por quê? Porque estou indo verificar meus e-mails, sem perceber o que poderia ter acontecido se eu ‘tirasse as sandálias dos meus pés’ — ou talvez, no sentido literal, se eu tirasse os sapatos — e ajoelhasse no chão para me juntar aos meus filhos. Mas se eu fizesse uma oração esclarecedora, antes de atravessar a porta da frente de nossa casa, pedindo a Deus sabedoria, posso lhe dizer que é quase certo que iria limpar minha mente e eu não estaria prestes a passar por cima do momento sagrado no chão com meus dois filhos.
E à medida que adquire sabedoria [...] você aprende a tolerar as incertezas da vida bem como seus altos e baixos. Você tem uma noção de como as coisas funcionam ao longo do tempo e de como Deus pode ajudá-lo a compreendê-las. Pessoas sábias geralmente partilham um otimismo que as mantém seguindo em frente, e elas experimentam uma calma quando enfrentam decisões difíceis. Em outras palavras, elas veem a situação como um todo” (PARROTT, Les. Você é Mais Forte do que Pensa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2014, p.38).