Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 6: Recuperando o tempo perdido
Data: 6 de Agosto de 2017
“E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, e a locusta, e o pulgão, e a oruga, o meu grande exército que enviei contra vós” (Jl 2.25).
Sem a ajuda de Deus não podemos recuperar o tempo e as oportunidades perdidas.
SEGUNDA — 1Sm 30.7-20
Lutando para retomar os bens
TERÇA — 2Rs 13.25
Recuperando possessões
QUARTA — Os 12.4
Jacó lutou e chorou pela sua bênção
QUINTA — Lc 15.18
Voltando para recuperar o perdão do pai
SEXTA — Lc 19.8
Restituindo o que não era seu
SÁBADO — Fp 3.8
A perda de tudo pelo amor a Cristo
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, nesta lição vamos falar a respeito de planejamento. Tudo que se planeja tem uma maior probabilidade de dar certo. Não precisa ser um pedagogo para planejar, todos os professores da Escola Dominical podem e devem fazê-lo. Planejar nada mais é do que programar antes de fazer, ou seja, organizar a aula antes de ministrá-la. As lições da CPAD já trazem para você o conteúdo e os objetivos de sua aula, orientação pedagógica e ainda exercícios úteis à avaliação, tudo que você precisa fazer é estudar e se organizar com antecedência. É importante fazer um roteiro, uma sequência das atividades, bem como definir um tempo para cada tópico da lição e atividade a ser desenvolvida. Utilize o melhor do seu tempo preparando uma excelente aula!
Estimado docente, o assunto de hoje é de extrema relevância para a vida de seus alunos, portanto cuide para que todos possam estar compenetrados. Para começar, lance as seguintes perguntas: “Você acha que os resultados de sua vida, até o presente momento, são bons, ou você está numa ‘viagem de um dia curto do nada para o nada’ (como dizia o ateu Ernest Hemingway)? E por qual motivo você chegou a essa conclusão?”. Espere que seus alunos respondam e registre todas as colocações. Após, comece a analisar as respostas, junto com eles, com o cuidado de não causar constrangimentos. Essa atividade vai diagnosticar o estado de espírito de seus alunos quanto às suas realizações pessoais. Lembre-se: o “filho pródigo” possivelmente errou nessa análise e, depois, pediu a herança e partiu para uma terra longínqua.
Jó 1.1,3,12,18-21; 42.10,12,17.
Jó 1
1 — Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.
3 — E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do Oriente.
12 — E disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR.
18 — Estando ainda este falando veio outro e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
19 — eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei, para te trazer a nova.
20 — Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou,
21 — e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR.
Jó 42
10 — E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía.
12 — E, assim, abençoou o SENHOR o último estado de Jó, mais do que o primeiro; porque teve catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil juntas de bois, e mil jumentas.
17 — Então, morreu Jó, velho e farto de dias.
INTRODUÇÃO
Ao tratar a respeito do desperdício do tempo (preguiça), bem como o desejo de realizar tudo ao mesmo tempo (ativismo), ou mesmo da antecipação do tempo (ansiedade), estamos mostrando o quanto desperdiçamos o tempo e as oportunidades que Deus nos concede. Muito poderíamos fazer em favor do Reino de Deus, de nossa família e do próximo se fizéssemos uso do tempo com sabedoria, de forma correta. Em nossa caminhada, cometemos alguns erros, desperdiçamos boas oportunidades e o tempo que o Criador nos concede, mas como filhos seus não devemos desistir e ficar parados no tempo. Precisamos nos arrepender dos nossos pecados, confessá-los a Deus, abandoná-los e seguir adiante, pois o Pai Celeste sempre nos oferece uma segunda chance. O que não podemos é persistir em nossos erros.
I. TEMPO DE RECOMEÇAR
1. Perdendo tempo. Perdemos tempo quando passamos a viver fora dos propósitos divinos. O Senhor deseja que todos os homens vivam com um propósito: glorificar o seu nome. Mas, quando não queremos viver de acordo com os desígnios de Deus, pecamos e perdemos o que o Pai tem de melhor para nossas vidas. O apóstolo Paulo tinha consciência de que os seus atos e realizações no judaísmo foram uma grande perda de tempo e propósito. Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal, “depois que Paulo avaliou o que havia conquistado em sua vida, disse que tudo aquilo era ‘perda’ quando comparado à grandeza de conhecer a Cristo”.
2. Reconhecendo o tempo. Certa vez, Paulo, servo de Jesus Cristo afirmou: “E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono [...]” (Rm 13.11). Ele tem o cuidado de alertar aos crentes romanos quanto à urgência do tempo em que viviam. Ele aponta vários acontecimentos quanto ao tempo do fim. Paulo também afirma que Deus não leva em conta os tempos da ignorância. Entretanto, Ele conclama a todos, em todos os lugares, que se arrependam (At 17.30). Hoje ainda há tempo para nos arrependermos e nos voltarmos para Deus. Mas, sabemos que em breve o Dia do Senhor virá e o tempo da oportunidade se findará.
Muitos servos de Deus estão sendo atingidos pelo sono da indolência, mas é tempo de despertar e recomeçar. Lembre-se de onde você caiu e levante-se. O Senhor Jesus exortou a igreja de Éfeso para que se lembrasse de onde havia caído, e voltasse a fazer o que era correto (Ap 2.5). Sempre é tempo de recomeçar!
3. Desistir jamais. A perseverança diante das dificuldades é uma das características daqueles que já experimentaram do amor de Cristo mediante a fé. Sabemos que aqueles que amam a Cristo, tudo suportam, tudo creem e tudo esperam (1Co 13). Quem não tem o amor, fruto do Espírito, desiste das pessoas e da obra de Deus com mais facilidade. E estes sempre acabam seguindo o seu próprio caminho, ou seja, fazendo sua vontade e não a de Deus. Jó amava a Deus, por isso, diante das muitas adversidades ele declarou: “Ainda que ele me mate, nele esperarei [...]” (Jó 13.15). Jó não desistiu de amar e buscar a Deus, mesmo sofrendo. Você é daqueles que na primeira adversidade pensa logo em desistir? Não desista jamais de amar, buscar a Deus e a sua vontade diretiva, pois vale a pena.
Pense!
Será que, de fato, o tempo que vivemos sem conhecer ao Senhor foi uma perda de tempo?
Ponto Importante
Não há nada de bom em uma vida longe de Jesus Cristo. Sem Ele a vida se torna apenas uma sucessão de dias e horas.
II. A RESTITUIÇÃO DO TEMPO
1. Deus, agente da restituição. Davi, ao contrário do que a maioria dos reis fazia, restituiu a Mefibosete, filho de Jônatas, todas as terras de Saul (2Sm 9.7). Os reis procuravam eliminar a família de seus rivais, pois tinham medo que alguém lhes usurpasse o trono. Davi não somente restitui os bens materiais, mas de contínuo convidava o filho de seu amigo para comer com ele à sua mesa (2Sm 9.7). Todos podiam ver que Mefibosete desfrutava do favor do rei. Deus pode restituir o que perdemos. Ele também tem poder para restabelecer o tempo perdido, pois como dizia Agostinho, “o passado, o presente e o futuro são para Ele a mesma coisa”. Assim, Deus é o único protagonista em relação ao tempo e só Ele tem poder para restituí-lo. Às vezes perdemos boas oportunidades na vida por rebeldia, desobediência, medo ou preguiça. Mas, quando nos arrependemos e buscamos o perdão do Pai, Ele nos dá novas oportunidades.
2. O homem, o beneficiário do milagre. A restituição divina aconteceu não somente na vida de Mefibosete, mas também com outros servos de Deus, como por exemplo, Abraão. Imagina o tempo que ele teve que esperar até que o herdeiro nascesse. Mas, no tempo certo, o Senhor cumpriu com sua promessa e ele foi o pai, não de um filho somente, mas de uma nação inteira. José passou sua juventude como escravo no Egito. Ele perdeu, aparentemente, os melhores anos da sua vida vivendo como escravo em um país estrangeiro. Sofreu humilhações e dores, quando poderia estar vivendo no conforto da sua casa. Parecia que os seus sonhos e projetos haviam falido. Mas, Deus em segundos mudou a história de vida de José. De prisioneiro ele foi elevado a governador do Egito. Os anos como escravo e prisioneiro foram um tempo de treinamento para algo maior da parte de Deus. Nada foi perdido.
3. Aprendendo com a espera. O Senhor também tem um propósito na dor e no sofrimento. Na vida existe tempo de alegria e também de tristeza. Mas todas as coisas cooperam para o nosso bem. Abraão teve de esperar por Isaque, seu herdeiro, durante anos. Mas a espera fez dele um herói da fé (Hb 11). Isaque, teve que “perder” um pouco de tempo e recursos cavando poços, mas ele aprendeu a arte da persistência e da boa vizinhança. Moisés teve que passar um período de quarenta anos no deserto, mas esse tempo aperfeiçoou seu caráter e o preparou para assumir a liderança do povo de Deus. Na vida de Rute, seu casamento e sua viuvez não foram em vão; ela conheceu o Deus de Israel e entrou para a árvore genealógica do Salvador.
Pense!
Será que Deus pode restituir os anos perdidos na vida de alguém?
Ponto Importante
Para Deus não há distinção entre mil anos e a noite que passou (Sl 90.4). Ele é o Senhor do tempo e somente Ele pode restituir as oportunidades que perdemos.
III. UM JOVEM PARADO NO TEMPO
1. Um terrível engano. A sensação de estar “parado” no tempo deve ser terrível. A pessoa se sente perdida e inútil. Talvez esses sentimentos tenham afligido o filho pródigo depois de ter abandonado seu pai e desperdiçado toda a sua fortuna (Lc 15.11-32). O filho pródigo parou no tempo quando decidiu viver a sua vida longe da casa do seu pai. Quantos jovens também não estão “parados” no tempo, pois decidiram deixar a Deus, Jesus e a Igreja e foram viver segundo esse mundo? O mundo é enganador e efêmero e muitos erroneamente estão seguindo os passos do filho pródigo.
2. Aprendendo com o erro. O melhor caminho para quem descobre que está na direção errada é retornar de onde partiu. O caminho mais curto é dizer: “[...] Pai, pequei contra o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu filho” (Lc 15.21). Reconhecer o erro, arrepender-se e buscar o perdão divino é a primeira providência para quem quer recuperar o tempo perdido.
3. Seguindo em frente. O caminho de volta até a casa do pai deve ter sido difícil. O filho pródigo sabia que poderia sofrer rejeição devido as suas atitudes erradas, mas ele estava disposto a seguir em frente e recomeçar. O pai ao ver o filho que estava perdido de volta, não lhe fez critica alguma, mas disse: “[...] Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão e sandália nos pés” (Lc 15.22). Deus jamais abandona aqueles que se arrependem e desejam voltar para perto dEle.
Pense!
Será que existe, atualmente, pessoas que se acham proprietárias do Reino de Deus?
Ponto Importante
Estar “parado no tempo” é estar vivendo fora do propósito de Deus. É estar longe da casa do Pai, como aconteceu com o filho pródigo.
CONCLUSÃO
O tempo pertence ao Senhor e não existe tempo perdido quando estamos juntos a Ele, fazendo a sua vontade. Perdemos tempo quando abandonamos o Pai e decidimos viver a vida do nosso modo.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1ª Edição. Volume 3. RJ: CPAD, 2010.
1. Quando podemos afirmar que estamos perdendo tempo?
Quando passamos a viver fora dos propósitos divinos.
2. Cite exemplos bíblicos de perseverança diante das dificuldades.
Jó e Paulo.
3. O que Davi fez a Mefibosete e que os reis não costumavam fazer?
Davi restituiu a Mefibosete todas as terras de Saul.
4. As adversidades na vida de José fizeram com que ele perdesse o seu tempo?
Não. Elas contribuíram para forjar seu caráter e para prepará-lo para ocupar a posição de governador do Egito.
5. Você tem esperado o tempo de Deus na sua vida?
Resposta pessoal.
“Os seus bens (de Jó) estranhamente aumentaram pela bênção de Deus sobre o pouco que seus amigos lhe deram. Ele recebeu a cortesia deles com gratidão, e não passou por sua cabeça ter os seus bens restituídos pelas contribuições. Deus lhe deu aquilo que era muito melhor do que o dinheiro e os pendentes de ouro deles: a sua bênção (Jó 42.12). O Senhor o consolou agora de acordo com os dias em que o havia afligido, e abençoou o seu último estado mais do que o seu início. Os últimos dias de um homem bom às vezes se mostram os seus melhores dias; as suas últimas obras as suas melhores obras; as suas últimas consolações as suas melhores consolações, pois o seu caminho, como o da luz da manhã, brilha cada vez mais até ser dia perfeito. Do homem ímpio é dito, o seu último estado é pior do que o primeiro (Lc 11.26). Deus às vezes se agrada em fazer o último estado da vida de um bom homem mais confortável do que foi a sua primeira parte, e estranhamente para superar as expectativas do seu povo afligido, que pensava que jamais viveria para ver dias melhores, para que não percamos a esperança mesmo estando nas profundezas da adversidade. Não sabemos que tempos bons podem estar reservados para nós no final dos nossos dias” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1ª Edição. Volume 3, RJ: CPAD, 2010, pp.209,210).