Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 9: Hedonismo, um perigo do nosso tempo
Data: 27 de Agosto de 2017
“Disse eu no meu coração: Ora, vem, eu te provarei com a alegria; portanto, goza o prazer; mas eis que também isso era vaidade” (Ec 2.1).
A cultura da busca incessante pelo prazer (hedonismo) retrata, precisamente, a situação da sociedade contemporânea.
SEGUNDA — Lc 17.26-28
O prazer como o bem supremo
TERÇA — 2Pe 2.13
O prazer como finalidade da vida
QUARTA — Pv 21.17
Os prazeres
QUINTA — Ec 2.1
Cedendo ao prazer
SEXTA — Hb 11.25
Desprezando o prazer
SÁBADO — Sl 1.2
O prazer do justo
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Estimado professor, os alunos participam da aula com mais empenho, e de forma duradoura, quando reconhecem a importância da contribuição individual deles. Assim, considerando que na próxima lição estudaremos o materialismo, desafie-os! Diga-lhes que a aula seguinte será muito melhor se houver visitantes não evangélicos. E só eles podem propiciar tal êxito. Eles se sentirão importantes com tal tarefa! Ofereça uma premiação (ainda que simbólica), que pode ser individual ou em grupo, para quem trouxer mais pessoas não evangélicas para a aula. O resultado: alunos motivados e muitas vidas agraciadas com a exposição do evangelho. Você foi escolhido por Deus para fazer a diferença na vida dos seus alunos, por isso invista incansavelmente neles!
Professor, peça aos alunos, no início da aula, que procurem papéis colados embaixo de suas cadeiras, e respondam às perguntas ali colocadas. Sugestões de perguntas: “Você acha que vivemos na ‘cultura do prazer’?”, “Você concorda com a ‘ideologia de gênero’?”, “O que é hedonismo?”, “O hedonismo produz mais alegrias ou tristezas à sociedade?”, “Você acha que o hedonismo é a motivação de algumas políticas públicas liberais?”.
O objetivo é descobrir o que eles conhecem sobre o assunto, portanto, deixe que falem livremente. Para incentivá-los, distribua bombons ou balas aos que responderem. Acredite, não apenas crianças gostam de ganhar guloseimas. Para o sucesso da atividade, é preciso que você, professor, chegue antes da turma para preparar o ambiente e recepcioná-la.
2 Timóteo 3.1-5.
1 — Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos;
2 — porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
3 — sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
4 — traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
5 — tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
INTRODUÇÃO
Uma das sete maravilhas do mundo antigo era o templo da deusa Diana, em Éfeso, lugar para onde afluíam muitas pessoas para participar das famosas orgias da festa da “deusa da volúpia”. A adoração acontecia através de relações sexuais com as prostitutas cultuais. Foi para essa cidade que Paulo foi enviado como missionário (At 19). A certa altura, os comerciantes (que vendiam souvenirs da deusa) revoltaram-se, motivados pela diminuição dos seus lucros, decorrentes da redução das práticas religiosas mundanas, posto que Paulo estava revolucionando a cidade, ao levar muitas pessoas a Cristo (At 19.26).
Esse tipo de conflito sempre existirá quando a cosmovisão judaico-cristã for anunciada, posto que traz em seu bojo um forte confronto aos valores sociais, impondo um novo padrão comportamental. Em qualquer ambiente, cristianismo e hedonismo nunca conviverão pacificamente, como também não há paz entre o espírito e a carne (Gl 5.17).
I. A CULTURA DO PRAZER
1. O que é o Hedonismo. O hedonismo traduz-se como o jeito de ver a vida em que se prioriza, acima de tudo, sem limites, a satisfação pessoal, buscando, ao mesmo tempo, evitar a dor e o sofrimento. Ele defende o prazer como um fim em si mesmo... o bem supremo. A Bíblia, porém, desmonta essa armadilha ao afirmar que “necessidade padecerá quem ama os prazeres [...]” (Pv 21.17). Assim, quem ama o prazer terá falta de prazer, isto é, necessidade.
O grande problema do hedonismo circunscreve-se em divinizar o prazer, transformando-o em um deus ou, quem sabe, em um demônio, que fará de tudo para conseguir seu objetivo. A vida, porém, sabe-se, é cheia de sofrimentos, muitos deles necessários. Somos criaturas caídas, precisamos muitas vezes sofrer para nos separar de nossos hábitos errados, das nossas noções erradas e dos ídolos para os quais vivemos, para que nossos corações sejam livres para amar a Deus.
2. As origens do Hedonismo. A busca incontrolável pelo prazer, como o objetivo maior da própria vida, que demonstra o caráter vão do homem sem Deus, existe desde os primórdios da humanidade, como se observa nos casos da bigamia de Lameque e Esaú (Gn 4.23; 26.34), da orgia dos idólatras (Êx 32.6), da fornicação coletiva dos judeus (Nm 25.1-3), da insaciabilidade de Salomão (Ec 2.10), etc. Como consequência, o fim de cada um deles não foi bom, pois está escrito que “o homem vão cava o mal” (Pv 16.27).
Como pensamento filosófico, entretanto, o hedonismo foi organizado na Grécia, e seu maior arauto foi Aristipo de Cirene (435-335 a.C.). Com o passar do tempo, a teoria hedonista foi absorvida, total ou parcialmente, por outros pensamentos filosóficos, com destaque especial ao epicurismo e ao utilitarismo.
Importante dizer, porém, que Deus nunca chancelou a tese que coloca o prazer ou a felicidade como prioridade, motivo pelo qual é possível afirmar que todo hedonista é idólatra, pois elege o prazer como o bem supremo da vida — a mesma coisa que faz o avarento, em relação ao dinheiro —, lugar esse que deve pertencer ao Senhor.
3. As consequências do Hedonismo. A vida do hedonista é vazia de significado. Salomão, depois de prometer a si mesmo “gozar o prazer” (Ec 2.1), satisfazer a concupiscência dos olhos e realizar seus desejos mais secretos (Ec 2.10); olhou para as obras de suas mãos e “eis que tudo era vaidade e aflição de espírito e que proveito nenhum havia debaixo do sol” (Ec 2.11). Se for verdade que tudo que ocupa o lugar de Deus é um ídolo, então é certo que Salomão idolatrou o prazer, por algum tempo. Que grande desilusão! Ademais, não fosse suficiente o sofrimento decorrente dessa crise existencial, o sábio Salomão arrematou tristemente que “por tudo o dinheiro responde” (Ec 10.19) e, por fim, abandonando a sabedoria,tornou-se idólatra de deuses estranhos pela influência de mulheres que supostamente lhe davam prazer (1Rs 11.1-8). O suprassumo da vida é começar bem e, com Deus, terminar melhor, sem nunca se voltar aos paradigmas que regem o sistema corrompido deste mundo.
Pense!
Será que a pergunta “de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma” apresenta coerência com a realidade dos dias atuais?
Ponto Importante
O hedonismo, bem presente em nossos dias, diviniza o prazer, transformando-o em um deus ou, quem sabe, em um demônio, que fará de tudo para conseguir seu objetivo.
II. HEDONISMO E AS OBRAS DA CARNE
1. A ideologia de gênero. O hedonismo está na base da ideologia de gênero, a qual traduz reivindicações políticas que chancelam obras da carne como a “prostituição, impureza e lascívia” (Gl 5.19). O fundamento dessa nova ideologia, portanto, são as paixões sensuais que atentam contra o denominado “instinto de preservação da espécie”, e agridem a santidade de Deus.
Os seres humanos têm a identificação do gênero a partir da definição do código DNA que Deus determina para cada pessoa. Assim, eventuais alterações anatômicas, no curso da vida, proporcionadas por cirurgias de mudança de sexo e uso de hormônios, jamais transformarão homens em mulheres, ou mulheres em homens.
A Bíblia diz que os que viverem segundo a carne morrerão, mas os que, pelo Espírito, mortificarem as obras do corpo, viverão (Rm 8.13). O bem supremo da vida não é o prazer, seja ele qual forma tiver, mas desfrutar de íntima comunhão com Deus, o que produz uma satisfação total, tanto nesta vida quanto na vindoura.
2. O aborto. O aborto, aos olhos de Deus, é uma obra da carne chamada homicídio (Gl 5.21). Há abundantes e irrefutáveis estudos médicos e bioéticos que demonstram que a vida começa com a fecundação. A partir daí, qualquer agressão à vida que se desenvolve no ventre materno atentará contra o mandamento de Deus (Êx 20.13), violará a cláusula pétrea (que não pode ser mudada) da Constituição Federal do Brasil de 1988, que diz ser inviolável o direito à vida (art. 5º, caput), e transgredirá o art. 2º do Código Civil Brasileiro, o qual anui que a lei “...põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Foi o Senhor quem trouxe à existência o ser humano, por isso Ele é chamado de o “Autor da vida” (At 3.15 — ARA). Deus zela pela vida do homem desde o início da formação do feto. Está escrito: “Os teus olhos viram meu corpo ainda informe.[...]” (Sl 139.16). Somente Deus é capaz de dimensionar o amor que Ele sente por cada pessoa que nasce, obra-prima de Suas mãos, imagem e semelhança dEle. Por isso, nenhum ser humano pode tirar a vida de ninguém.
3. A descriminalização das drogas. A obra da carne denominada “bebedices” (Gl 5.21) também tem sua motivação no hedonismo. É a busca pelo prazer que faz uma pessoa “gastar o seu dinheiro naquilo que não é pão” (Is 55.2). Está escrito: “Não estejas entre os beberrões de vinho... porque o beberrão...” cairá “em pobreza” (Pv 23.20,21). A ingestão de bebida embriagante tira da pessoa o bom senso, incutindo-lhe a impressão de que possui um novo “status” de poder, por provocar-lhe estranhas experiências sensoriais. Esse é o mesmo processo das drogas ilícitas modernas: maconha, crack, cocaína, LSD, êxtase, etc. Consumi-las, portanto, é uma obra da carne e, por isso, devem severamente ser combatidas.
Ocorre, porém, que em diversos países do mundo, há uma onda de liberação da maconha, inclusive no Brasil, mas isso se apresenta muito perigoso. Os jovens, desprovidos de esperança e sem Deus no mundo, em busca de novas sensações, experimentarão cada vez mais substâncias psicotrópicas proibidas que poderão aprisioná-los para sempre e depois humilhá-los até à morte.
Pense!
Se a sociedade vive “na carne”, não seria justo, do ponto de vista social, a aprovação de leis liberais que corroborem com “as obras da carne”?
Ponto Importante
“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm 8.13).
III. A COSMOVISÃO JUDAICO-CRISTÃ
1. O corpo como sacrifício vivo (Rm 12.1). Enquanto o hedonismo segue transtornando o mundo, ao levar mais jovens à sensualidade, prostituição, drogas, à libertinagem e a todo o tipo de vícios, Deus oferece um jeito diferente de enxergar os valores da vida. A isso os apologistas chamam de cosmovisão (um jeito de ver o mundo) judaico-cristã, que é a síntese de tudo aquilo que foi ensinado por Deus ao longo de milênios e, benevolentemente, deixado escrito na Bíblia.
O discípulo não leva a cruz sem propósito, pois sabe o que está fazendo. Ele usa a razão! É bem verdade que alegrias e delícias desta vida alcançarão os fiéis (Dt 28.1-13), mas elas não se constituem nas coisas mais importantes, apenas representam timidamente parte das alegrias e delícias que serão desfrutadas na eternidade.
2. A mente transformada (Rm 12.2). Outro aspecto da cosmovisão judaico-cristã (que são as lentes através das quais se vê o mundo) é a necessidade de ter uma “mudança de mente”, do grego metanoia (Rm 12.2). Novos pensamentos que visem a glória de Deus, para que se compreenda toda a sua vontade.
3. A contracultura do Reino. Aderindo aos ensinamentos da cosmovisão do evangelho de Cristo, produzir-se-á uma contracultura aos valores infundidos pelas heresias perniciosas no seio social. A cultura do prazer (hedonismo), nisto incluída toda sorte de mazelas egoístas da sociedade contemporânea, dará lugar ao serviço sacrificial em prol dos menos favorecidos, a quem a Bíblia chama de “próximo”, à união familiar duradoura, ao desapego (e não cobiça) das coisas materiais, dentre inúmeros outros benefícios.
Pense!
A dinâmica da vida, cheia de tantos sofrimentos, não deveria ser atenuada pela busca do prazer a qualquer custo, todavia sem os excessos do pecado?
Ponto Importante
Não é possível separar a busca hedonista pelos deleites e o pecado. As verdadeiras alegrias e delícias somente são achadas à mão direita de Deus.
CONCLUSÃO
As pessoas que são ávidas pelo prazer não pensam, muitas vezes, nas consequências das suas escolhas. No princípio, a experiência parece agradável, mas, no fim, exalará o cheiro da morte. Diante disso, por amor, a igreja do Senhor não deve ficar calada, mas cumprir com ousadia o mandato cultural recebido de Deus de transformar o mundo em que se vive, porquanto “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.
COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje. 2ª Edição, RJ: CPAD, 2006.
1. Segundo o que foi estudado, o que é hedonismo?
É um jeito de ver a vida em que se prioriza, acima de tudo e sem limites, a satisfação pessoal, buscando, ao mesmo tempo, evitar a dor e o sofrimento. Ele defende o prazer como um fim em si mesmo, o bem supremo.
2. Como resultado de uma filosofia hedonista, temos visto constantemente pessoas debatendo e defendendo os mais diversos (e imorais) temas. Cite alguns.
Ideologia de gênero, aborto e descriminalização das drogas.
3. O que é metanoia e qual seu significado para o cristão?
Vem do grego e significa “mudança de mente”. Para o cristão, são novos pensamentos que visem a glória de Deus, para que se compreenda toda a Sua vontade (Rm 12.2).
4. O que é a contracultura do Reino?
É a prática efetiva da cosmovisão do evangelho de Cristo. É a resposta permanente do cristão às heresias contemporâneas.
5. Como a Igreja deve reagir diante dos ideais hedonistas?
A igreja do Senhor não deve ficar calada, mas cumprir com ousadia o mandato cultural recebido de Deus de transformar o mundo em que se vive, porquanto “feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”.
“O termo ‘visão de mundo’ (cosmovisão) pode parecer abstrato ou filosófico. Mas, na verdade, a visão de mundo de uma pessoa é intensamente prática. Ela é a soma total das nossas crenças sobre o mundo, o ‘quadro geral’ que dirige as nossas decisões e ações diárias, e assim, entender as visões de mundo é extremamente importante para a maneira como vivemos — saber como avaliar todas as coisas.
A base da visão de mundo cristã, naturalmente, é a revelação de Deus nas Escrituras. O cristianismo genuíno é mais do que o relacionamento com Jesus que é expressado através da devoção pessoal, da presença na igreja, do estudo bíblico e das obras de caridade. É mais que um discipulado, mais que crer em um sistema de doutrinas a respeito de Deus. O cristianismo genuíno é uma maneira de ver e de compreender toda a realidade. É uma visão de mundo. Entender o cristianismo como um completo sistema de vida é absolutamente essencial, por duas razões. Primeiro, isto permite que o mundo em que vivemos faça sentido para nós e, portanto, ordenemos a nossa vida mais racionalmente. Segundo, isto permite que entendamos as forças hostis à nossa fé, nos preparando para evangelizar e defender a verdade cristã como instrumentos de Deus para transformar a cultura” (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2006, pp.7,8).
“Deus está nos treinando para nos tornarmos cada vez mais como Jesus, em personalidade e propósito. Deus deseja nos usar em seus campos de colheita, pedindo todos os nossos esforços para apresentá-lo a aqueles que não o conhecem. Ele nos quer para fazer isto com a mesma metodologia e o mesmo caráter de seu Filho. A batalha pela pureza sexual deve ser combatida e vencida para que estejamos prontos para servir a Deus na luta pelas almas dos homens, mulheres e crianças. Quando o povo de Deus não vive de maneira santa, ele se torna inútil a Deus e se perverte.
O pecado sexual de um cristão é um ato de se afundar na batalha pelas almas dos homens, tornando-nos inúteis ao santo Deus. Um navio é designado para flutuar na água, mas a água dentro do navio é mortal.
Vivemos em um mundo repleto e saturado de sexo. Em contraste, Deus fixou padrões para uma vida santa e correta levando em consideração a conduta e o pensamento sexual. Violar esses padrões irá afundar nossa fé. O inimigo vence outra batalha sempre que afunda um cristão antes mesmo de ele entrar na luta. Não podemos esperar que falemos com eficácia e verdade sobre nosso Senhor, se não estamos obedecendo a Ele no que se relaciona às nossas vidas sexuais” (DANIELS, Robert. Pureza Sexual. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2001, pp.51,52).