Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 10: O perigo do materialismo
Data: 03 de Setembro de 2017
“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19).
A cosmovisão materialista busca entender o Universo somente levando em conta o mundo físico.
SEGUNDA — Jó 12.7-10
A natureza depõe contra o materialismo
TERÇA — Sl 14.1
A loucura dos néscios
QUARTA — Lc 12.19-21
O materialismo não enriquece
QUINTA — Lc 16.19-21
O materialismo promove a indiferença
SEXTA — Jo 20.29
Felizes são os que creem
SÁBADO — 2Co 4.18
Atentando no que não se vê
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Querido professor, é verdade que grande parte dos templos não dispõem de estrutura física adequada para o funcionamento de todas as classes da Escola Dominical, sendo ministradas aulas em quartinhos apertados, cozinhas de igreja, gabinetes de pastores, e outros lugares inusitados, gerando uma série de limitações ao aprendizado. Contudo, é possível fazer um excelente trabalho, mesmo que nem todas as condições sejam favoráveis. Não é demais lembrar que a primeira reunião da Escola Dominical no Brasil aconteceu na cozinha do casal Kalley. Portanto, esteja certo de que Deus o ajudará a vencer quaisquer dificuldades. O Senhor convocou você para esta grande obra. Não desista nunca! Sempre dê o seu melhor.
Estimado professor, esta ministração terá um caráter eminentemente de “defesa da fé”. Por isso, peça a Deus uma estratégia de abordagem e, ao final da aula, questione se alguém acredita na veracidade da cosmovisão materialista (é provável que haja convidados, em face do desafio de trazer descrentes, da aula anterior). Em seguida, pergunte se querem entregar a vida a Cristo. Você pode se surpreender! Ore pelos que aceitarem e, após, dê-lhes as boas-vindas à família de Deus. Convide também os que não aceitaram para o culto à noite, bem como para a próxima aula. Faça o possível para presentear os visitantes, pelo menos, com um Novo Testamento. Agradeça a visita e diga-lhes que a turma terá muito prazer em recebê-los novamente. Por fim, oriente seus alunos sobre o cuidado com os novos crentes.
Romanos 1.20-22, Lucas 12.15-21.
Romanos 1
20 — Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 — porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 — Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.
Lucas 12
15 — E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.
16 — E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância.
17 — E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
18 — E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
19 — e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
20 — Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?
21 — Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.
INTRODUÇÃO
O materialismo é um pensamento filosófico que apresenta um grande perigo para a sociedade deste tempo, porque defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, sendo, portanto, o centro de todas as coisas, e a base para toda a existência. Assim, qualquer tema espiritual não apresenta relevância para o materialismo, seja a existência de Deus, da alma, céu ou inferno.
Nesta lição, veremos um paralelo entre a cosmovisão materialista e a maneira de ver o mundo do Cristianismo, a denominada cosmovisão judaico-cristã, que se traduz como a resposta mais contundente de Deus para um mundo materialista decaído, o qual precisa desesperadamente de razões para viver.
I. CONHECENDO O MATERIALISMO
1. O que é o materialismo. Materialismo é uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais.
Assim, para uma pessoa materialista, só há seres materiais e tudo que existe está consolidado materialmente. Isso apenas desnuda a extrema pobreza do referido sistema filosófico ao tentar, com uma verdade parcial, explicar a verdade total, por olhar para a complexidade da vida sem a dimensão da eternidade.
O preconceito abrigado na mente dos materialistas atenta, inclusive, contra as regras de investigação científica, pois descarta previamente a possibilidade da existência de coisas espirituais nas suas análises. Está escrito: “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus” (Sl 10.4). Assim, vê-se que o pensamento materialista carece de respaldo científico para existir, pois suas cogitações ateístas impedem de enxergar a verdadeira realidade, a qual não depende de condições temporais para existir, mas é desde a eternidade: o mundo espiritual.
2. As origens do materialismo. O materialismo, enquanto pensamento filosófico esquematizado, teve sua origem no século V a.C, com a teoria atomista de Demócrito, o qual defendia que o Universo e tudo que nele há é constituído apenas por átomos (partículas invisíveis de matéria) que se movem no vazio, definindo assim toda a realidade, inclusive os pensamentos.
Ao longo dos séculos, a ideia atomista foi corroborada por alguns, como Epicuro e os estoicos, mas isso proliferou, sobretudo, a partir do Iluminismo. No Século XIX, foi elaborada a tese do materialismo dialético, por Karl Marx e Friedrich Engels, que motivou inúmeras revoluções socialistas em vários lugares do mundo (Rússia, China, Cuba, etc.), onde milhões de pessoas foram mortas por motivação ideológica.
3. As consequências do materialismo. Contemporaneamente, os materialistas valorizam bastante sua vertente biologista, capitaneada por Richard Dawkins, escritor dos livros “O gene egoísta” e “Deus, um delírio”, dentre outros, porém cada vez mais o mundo continua destituído de propósito e sem rumo. Retrato disso pode ser observado em Ernest Hemingway, um célebre romancista ateu, o qual dizia que a vida era “uma viagem de um dia curto do nada para o nada”, e que decidiu viver intensamente seu materialismo e hedonismo. Afirmava que tinha tudo para ser feliz sem Deus, mas chegou ao fundo do poço de seu desespero existencial em julho de 1961, quando deu cabo à sua vida. O materialismo outorga aparente autonomia ao homem para viver a seu bel prazer, mas lhe tolhe a possibilidade de encontrar a verdadeira felicidade e paz.
O maior problema dos materialistas será quando forem prestar contas diante de Deus, pois nesta vida eles podem até ter alegria no coração, pela imensa graça de Deus, porque está escrito que Deus deixou os povos andarem “em seus próprios caminhos”, e mesmo assim mandou “chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14.16,17). Que grande amor! O Senhor, ainda que o homem se desvie, continua o amando e outorgando-lhe bênçãos. Mas no dia da prestação de contas, diante do Justo Juiz, se não se arrependerem dos seus pecados, ainda em vida, e se converterem a Jesus, o fim dos materialistas não será o dos melhores.
Pense!
Por que devo acreditar em coisas que eu não posso ver?
Ponto Importante
Algumas Coisas que não vemos são fundamentais para provar as que vemos!
II. ANALISANDO O MATERIALISMO
1. A futilidade do materialismo. A característica de ser fútil, insignificante, sem valor, cai bem ao materialismo. Está escrito que não se deve atentar para as coisas materiais, pois elas desaparecerão, haja vista que o verdadeiro valor encontra-se naquilo que dura para sempre, como a Palavra de Deus, o amor, o Reino de Deus.
O materialismo apequena a vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão.
Benjamim Disraeli, escritor e político inglês do Século XIX, dizia que “a vida é muito curta para ser pequena”. Não se deve aceitar a míope e fútil cosmovisão materialista para resolver todos os dilemas da existência, notadamente porque existe em cada pessoa uma partícula imaterial, perene, a fagulha de Deus, que necessita ter intimidade com o Criador, sob pena de perder os melhores sentimentos da vida.
2. A loucura do materialismo. Além de ser fútil, o materialismo é desarrazoado, uma loucura. Aliás, é a própria Bíblia que chama o materialista de louco. Jesus contou a parábola de um homem rico o qual, ensandecido, pensou que tinha o controle sobre o tempo futuro. Ele projetou tudo e, como era materialista, em vez de falar com Deus, falou consigo mesmo. Observe-se o que está escrito: “E direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?” (Lc 12.19,20).
Assim, a empreitada materialista não tem futuro, como não tinha futuro as condutas do homem aparentemente rico da parábola.
3. A pobreza do materialismo. Jesus contou a história sobre um homem rico, judeu (porque é chamado de filho) o qual, ao morrer, foi para o inferno (Lc 16.25,26,31) e, naquele lugar de tormento, o materialista tentou resolver seu grande problema, mas a resposta de Deus foi que ele se lembrasse de que tinha recebido os seus bens durante a vida, e obviamente não tinha ajuntado tesouro no Céu.
Ora, é certo que possuir bens não é pecado, porém o fato relevante da história é que a mente daquele homem focava exclusivamente nas coisas materiais e não atentava para o que era sobrenatural, por isso o Senhor lhe falou daquela forma. O homem da história era um pobre rico e Lázaro a única pessoa que possuía muitos bens, pois o seu tesouro estava no Céu.
Pense!
Como o homem, sendo matéria, pode ser feliz buscando satisfação fora do âmbito material?
Ponto Importante
O materialismo apequena o sentido da vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão.
III. CONTRAPONDO O MATERIALISMO
1. A cosmovisão judaico-cristã. A cosmovisão judaico-cristã, como forma de ver e compreender o mundo, surgiu ao longo dos séculos, quando Deus tratava com seus servos, ensinando-lhes como viver sobre a terra. Esses ensinamentos foram sendo contados nas Sagradas Escrituras e, com o advento dos textos do Novo Testamento, aconteceu o aperfeiçoamento, transformando-se na única ideologia que oferece uma resposta eficiente aos anseios mais profundos do homem e da sociedade, sendo, assim, um contraponto em relação ao materialismo.
2. A contracultura do Reino. A cosmovisão do Cristianismo produz uma forma de viver diferente, o que pode ser chamado de contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com a cultura do mundo (Rm 12.2); como também não podem produzir uma subcultura, através da qual se vive algo parecido com o materialismo, submetendo a igreja a condutas não bíblicas... Deus chamou a igreja para realizar um movimento revolucionário, de guerra contra o pecado, sabendo que “nossa luta não é contra a carne e o sangue...” (Ef 6.12).
3. A comissão cultural da Igreja. Quando Jesus mandou que a Igreja ensinasse às nações a cosmovisão cristã, — o Evangelho — buscava que o poder transformador de Deus alcançasse o homem individualmente, outorgando-lhe a redenção, mas também influenciasse a comunidade na qual está inserida. A isso se denomina comissão cultural.
Pense!
Podemos dizer que as práticas de outras culturas são erradas? Não seriam relativas?
Ponto Importante
A cosmovisão do Cristianismo produz um jeito de viver diferente, uma contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).
CONCLUSÃO
O materialismo destrói a fé e tira a visão da realidade espiritual, enxergando só o que é tangível, mensurável, transitório... uma loucura, na medida em que Deus é real e tudo o que é material vai perecer. Diante disso, a Igreja, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20) e a comissão cultural, deve ensinar a cosmovisão judaico-cristã desde Jerusalém... até os confins da terra (At 1.8).
NASCIMENTO, Valmir. O Cristão e a Universidade. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016.
1. Por que o materialismo é perigoso?
Porque defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, a base para toda a existência, excluindo Deus de seus conceitos.
2. Segundo a lição, o que é materialismo?
É uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais.
3. Com suas palavras, defina o que é a comissão (ou mandato) cultural da Igreja?
É a responsabilidade do cristão de influenciar positivamente sua sociedade.
4. Segundo a lição, conceitue contracultura.
É o jeito diferente de viver dos cristãos genuínos, em desconformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).
5. O que você diria para alguém que se diz materialista?
Resposta Pessoal.
“Outro problema tem atingido frontalmente as famílias, acirrando ainda mais a crise contemporânea: o materialismo. Ele incute a ideia de que os bens materiais são mais importantes que as riquezas espirituais. Ele cega, tira a esperança e desconsidera as coisas da fé.
Recentemente li uma reportagem muito triste de um inglês chamado Tom Attwater, de 32 anos, que tinha um tumor no cérebro, e faleceu dia 29/9/2015 após arrecadar cerca de R$ 3 milhões (£ 500 mil) para garantir o futuro de sua enteada Kelli, de seis anos, que já tinha tido um sério problema de saúde.
Sabendo de sua morte iminente, ele escreveu uma carta de despedida para Kelli, na qual aborda diversos assuntos. Ele disse lamentar que não pudesse vê-la crescer e arremata: ‘Por favor, não culpe as pessoas ou o mundo por isso’. (Não mencionou sequer Deus!) Ele continuou a aconselhando sobre assuntos como a escola, meninos, casamento, família, amigos, carreira profissional, além de pedir para que ela aprendesse a dirigir e que fosse feliz em primeiro lugar.
A história poderia ser bonita e não triste, se Tom Attwater não fosse um materialista. Ele nada disse a Kelli acerca de Deus. Quanta pobreza existencial!” (SOARES, Reynaldo Odilo Martins. Eu e Minha Casa. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2016, p.149).
“Provas científicas, com base na observação por repetição, mostram que alguma coisa é um fato com a repetição do evento na presença da pessoa que questiona o caso. Estabelece-se um ambiente controlado, o experimento é realizado, são feitas observações, são obtidos os dados e hipóteses são empiricamente verificadas ou falsificadas.
Uma vez que a eficácia da ciência depende de coletar dados a partir da observação contínua dos testes de hipótese, o método cientifico moderno, embora altamente eficaz em determinada esfera, é gravemente limitado. Ele é aplicável apenas a eventos ou fatos passíveis de repetição. É lamentável que o respeito moderno pela ciência tenha levado as pessoas a supor, equivocadamente, que o método científico pode ser usado para determinar toda a verdade. Ele não pode, e nunca pôde. Os eventos históricos, pela sua própria natureza, ocorrem apenas uma vez no tempo, e não são passíveis de repetição. Não podemos provar cientificamente que Aníbal cruzou os Alpes. Mas isso não nos dá motivos para considerar a disciplina histórica como uma ciência ‘fraca’.
A impossibilidade de repetir o evento em um ambiente controlado não impossibilita a sua realidade. O método científico é inválido, como ferramenta, para todos os tipos de provas” (McDOWELL, Josh. McDOWELL, Sean. Evidências da Ressurreição. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.141,142).