Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Lição 12: Milagres no nosso tempo
Data: 17 de Setembro 2017
“Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13.8).
Os milagres são eventos naturais para Deus, mas sobrenaturais para os homens.
SEGUNDA — Is 53.4
O sacrifício de Jesus, garantia da cura
TERÇA — Is 61.1
A unção sobre Jesus, garantia dos milagres
QUARTA — Mc 16.17
A promessa de Jesus
QUINTA — Mt 10.1
Os discípulos como instrumentos dos milagres
SEXTA — Sl 77.14
O Deus que realiza milagres
SÁBADO — Mt 19.26
Para Deus tudo é possível
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, no próximo domingo será o encerramento do trimestre, portanto, programe-se! Desafie seus alunos! Peça que tragam o maior número possível de parentes e amigos à Escola Dominical, independentemente da idade, salvos ou não. Os objetivos são: congregar toda a família, apresentar a nossa classe bíblica àqueles que não a conhece e trazer de volta os que andam ausentes. Cuide para que os parentes visitantes sejam apresentados à igreja. Premie os alunos mais esforçados, na medida do possível. Sugestões de brindes: caixas de bombons que possam ser compartilhados por seu aluno com os familiares e amigos presentes ou livros. A Escola Dominical deve ser um momento de aprendizado e de celebração da unidade.
Professor, promovendo trabalhos em grupo você estará fugindo do perigo de ministrar aulas estritamente expositivas, bem como proporcionará uma aprendizagem participativa, portanto, mais eficaz. É interessante que os grupos sejam formados aleatoriamente, promovendo a interação entre os que têm menos afinidade. Assim, no início da aula, pergunte-lhes: Vocês creem em milagres? Alguém já foi beneficiado por um milagre? Ouça uns dois ou três testemunhos e questione (de maneira sutil) a respeito das evidências (provas) das ocorrências dos milagres relatados, colocando-os em dúvida, pois é exatamente isso que os naturalistas (os que só dão credibilidade às coisas demonstradas pelo método científico) fazem. Após, explique que sua abordagem cética foi uma “encenação” para testar o raciocínio deles.
Lucas 1.26,27,29-31,34,35,37,38.
26 — E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré,
27 — a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
29 — E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta.
30 — Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus,
31 — E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
34 — E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão?
35 — E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.
37 — Porque para Deus nada é impossível.
38 — Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.
INTRODUÇÃO
O verdadeiro Cristianismo acredita nos milagres de Deus, pois há provas abundantes de que o Senhor intervém sobrenaturalmente na natureza. O materialismo, porém, defende que a natureza é a única realidade existente (Engels), sendo ela própria sua causa primeira (e não Deus), a qual funcionaria com base em leis naturais fundamentais, porém não responde qual a origem dessas leis, como elas foram estabelecidas, ou mesmo quem escolheu o modelo de funcionamento da Natureza. Por tudo isso, Einstein dizia que “o mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível”.
I. MILAGRE: A INVASÃO DO SOBRENATURAL
1. Possibilidade universal. A possibilidade universal (a ideia de que tudo é possível) é um dos pressupostos da ciência. Para analisar a ocorrência de um milagre, o cientista deve despir-se de qualquer preconceito quanto ao resultado de sua pesquisa, fato extremamente raro nos dias atuais. O primeiro passo é não distinguir entre fato natural e sobrenatural, porque para Deus é tudo a mesma coisa, pois Ele é a causa de tudo e, portanto, tudo lhe é normal.
2. Evidência histórica dos milagres. Quando os céticos criticam os milagres bíblicos, comentam sobre as superstições dos escritores, do comprometimento das testemunhas, das aparentes contradições dos relatos, mas a Bíblia, por si só, é suficiente para apresentar provas cabais sobre a veracidade dos milagres escriturísticos. Observe-se a história sobre Jesus: Todos os apóstolos, à exceção de João, foram martirizados e nenhum deles ficou rico! Antes, foram considerados escória do mundo. Aqueles homens, especificamente, não morreriam por uma mentira. Isso é uma evidência fabulosa.
Outro ponto importante, é que as narrativas dos Evangelhos são complementares e nunca contraditórias, sempre mostrando a mesma história, contada a partir de vários olhares, o que fortalece ainda mais a narrativa. Por fim, nos Evangelhos, são mencionados episódios de traição, covardia, dúvida, fraqueza, desunião, inveja, envolvendo as pessoas que formavam o ciclo de amizades de Jesus — os apóstolos. Ora, se fosse uma mentira, os escritores caprichariam nas realizações altruísticas deles mesmos. O que eles escreveram sobre si próprios é pífio e vergonhoso. Ou seja, somente valeria a pena dizer as fraquezas, os próprios erros, como o fizeram, se fosse para falar a verdade.
3. Definição — a invasão. O milagre não quebra nem suspende as leis da natureza, mas simplesmente a invade. Logo em seguida, as leis naturais absorvem o fato miraculoso, harmonizando-o com os demais acontecimentos. Lázaro, a filha de Jairo ou o filho da viúva de Naim experimentaram uma invasão do sobrenatural, mas logo depois seus corpos estavam novamente normais, sujeitos à morte, como sempre. O que aconteceu foi uma intervenção, uma invasão, que logo foi absorvida pela vida natural. Seus resultados seguem de acordo com a lei natural.
Essa invasão de um poder de fora da natureza é intolerável para os materialistas e até para certos cristãos, como os deístas, que acham que Deus é um relojoeiro, que fez o mundo e deixou-o entregue à própria sorte.
Pense!
Será que, para Deus, existe diferença entre coisas naturais e sobrenaturais?
Ponto Importante
Na ótica humana é possível distinguir entre natural e sobrenatural, mas para o Senhor todos os fenômenos são naturais, por isso tudo é possível para Ele (Lc 1.37).
II. CRISTIANISMO: A HISTÓRIA DE UM GRANDE MILAGRE
1. O fenômeno milagroso na fé cristã. Diferentemente do hinduísmo, budismo e islamismo, dentre outras, como C. S. Lewis afirmava, “o Cristianismo é a história de um grande Milagre”. Sem dúvida, toda a narrativa bíblica é envolta em milagres, a partir de Gn 1.2, quando Deus invadiu decisivamente a “natureza”. No princípio (Gn 1.1), Deus criou a natureza e depois a invadiu frequentemente, a partir das suas palavras de ordem nos versículos seguintes e por toda a antiga aliança.
Esse padrão se manifestou com a mesma intensidade, ou mais até, com a vinda do Messias. Por isso, a teologia pode ser considerada um efeito residual dos milagres, pois eles sustentam quase tudo que se conhece sobre o caráter do Altíssimo.
2. Encarnação — o principal milagre. A Encarnação de Cristo foi o principal milagre que ocorreu, sobretudo pelo que ele representa: a total desconstrução da razão humana. Este milagre fez entrar em vigor um princípio até então desconhecido: a capacidade do Todo-Poderoso apequenar-se, do Eterno tornar-se temporal, do Transcendente vir a ser imanente, da Suprema Vida sujeitar-se à morte, a fim de harmonizar-se com uma humanidade decaída, escravizada pelo pecado. A Encarnação, portanto, é, em grande medida, uma morte. Isso faz lembrar que a Deus pertence o poder... e a misericórdia.
Nunca se tinha imaginado que o Altíssimo tomaria para si o exemplo vegetal, em que um ser perfeito, adulto, lança toda a sua essência em uma semente que, para cumprir sua missão, precisa primeiramente morrer. Essa pobre analogia da natureza jamais demonstrará o extremo rebaixamento e consequente ascensão dessa invasão de Deus no fundamento milenar da Criação, servindo apenas como tênue sombra do maior Milagre do nosso tempo.
3. Milagres que escravizam. Dostóievski escreveu que Jesus, dias antes da crucificação, não fez milagres, porque não queria escravizar os homens. Isso não aconteceu somente na semana da crucificação, mas em toda a sua vida terrena, pois Jesus nunca quis conquistar discípulos pelos milagres.
Há igrejas modernas que fazem o milagre ser importante em si mesmo, por isso passam as celebrações divulgando-o também pela mídia. Não entendem o simbolismo do milagre, como um referencial no relacionamento com Deus.
A feitiçaria entende perfeitamente esse simbolismo, por isso procura imitar os feitos miraculosos de Deus para escravizar o homem, como aconteceu com os magos egípcios, ao transformarem suas varas em serpentes diante de Faraó e Moisés. Eles queriam a manutenção da escravidão física e espiritual de todos.
Pense!
Por que a grande mídia não repercute com frequência os milagres verdadeiros do nosso tempo?
Ponto Importante
Grandes milagres acontecem o tempo todo, o problema é que alguns formadores de opinião tentam esconder “as montanhas” de Deus apenas fechando os olhos.
III. MILAGRE: O SIMBOLISMO DO PODER DE DEUS
1. Definição. A palavra milagre, do latim miraculum, significa “maravilhar-se”, que é o sentimento que deve envolver quem o presencia. Quando acontece um milagre há um benefício prático imediato (a cura, o livramento, etc), porém o mais importante é que a invasão de Deus na natureza seja encarada, sobretudo, simbolicamente, porque seu objetivo maior é trazer uma conexão mais relevante do que ele mesmo — o maravilhamento em Deus! Por isso, a coisa mais maravilhosa em qualquer milagre é a ação, em amor, do Todo-Poderoso na vida de um mortal.
Moisés compreendeu essa circunstância ao observar um arbusto queimar e não se consumir (Êx 3), Eliseu vislumbrou tal sentido ao presenciar Elias subir ao céu (2Rs 2), Pedro entendeu isso na pesca maravilhosa (Lc 5), Paulo captou isso na visão de Damasco (At 9) e João deduziu esse maravilhamento ao ter a visão de Jesus em Patmos e cair como morto aos seus pés (Ap 1). Observe-se que, em todos esses fatos, o simbolismo do milagre, o que ele significou, superou em muito o milagre em si.
Por esse mesmo motivo, Jesus fez milagres que no mundo não caberiam os livros escritos (Jo 21.25), mas os evangelistas repetem frequentemente alguns, trazendo nuances distintas. Por quê? Por causa daquilo que eles simbolizam. Como eles são conexões, então é preciso entendê-los bem e assim o objetivo de conhecer a Onipotência se tornará menos distante.
2. O Céu tocando a Terra. O ponto de intersecção entre a natureza e o milagre é a causa primária de ambos: Deus. O Senhor criou as leis fixas, regulares da vida material e, por isso, sem prévia licença, pode invadi-la a qualquer momento, sem alterá-las. Em sua sublime perfeição, o Senhor deixou espaço para tratar com o homem por meio dos milagres, como aconteceu ao chegar à casa de Lázaro somente no quarto dia, para dissipar qualquer dúvida sobre sua identidade. Aliás, Ele falou disso explicitamente aos discípulos.
Lucas, em Atos, narra uma pequena quantidade de milagres de Pedro e Paulo, não obstante, às vezes, ele diga que realizaram muitos milagres, mas não os especifica. Por quê? Porque não era importante a quantidade, mas o simbolismo deles.
3. O milagre nosso de cada dia. A vida de cada cristão é permeada por pequenos milagres, diariamente. Livramentos, provisões, curas etc., afinal “o justo viverá da fé”. Via de regra, os milagres acontecem inesperadamente, inovadoramente e de maneira perfeita.
Eles surgem subitamente e sempre representam uma novidade em relação aos anteriores. Jesus nunca repetiu um milagre em sua forma.
Pense!
O simbolismo dos milagres é mais importante que o próprio milagre? Como pode ser isso?
Ponto Importante
O milagre deve ser observado, sobretudo, simbolicamente, porque seu objetivo maior é trazer uma conexão mais importante que ele mesmo — o maravilhamento!
CONCLUSÃO
O milagre cria certas revelações que só acontecem através dele, daí a sua essencialidade na vida cristã. Observe-se o caso da transfiguração: não há palavras que produzam os efeitos de um fato miraculoso daquela estirpe, tanto para os que o viram como para os outros que têm conhecimento dele, pois ele abre a possibilidade de se pensar em outra realidade existencial. Eles funcionam como uma ponte.
McDOWELL, Josh. McDOWELL, Sean. Evidências da Ressurreição. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
1. Sob o prisma da lógica, é razoável não crer na existência de milagres?
Ter preconceito quanto à ocorrência de milagres é uma atitude completamente condenável, haja vista que a ideia de que tudo é possível (possibilidade universal) é um dos pressupostos da ciência.
2. Os fenômenos miraculosos quebram as leis da natureza?
Não, eles simplesmente as invadem.
3. Os milagres podem ser explicados?
Não, embora fenômenos, não se podem fazer experimentos com eles, pois não são periódicos.
4. Qual a etimologia da palavra “milagre”?
Significa “maravilhar-se” (do lat. miraculum).
5. Segundo a lição, “os milagres nossos de cada dia” possuem quais características?
Ocorrem inesperadamente, inovadoramente e de maneira perfeita.
“[...] Quando ouvimos sobre um evento que parece contrário às operações comuns das leis da natureza, naturalmente Ievantamos a nossa guarda. Não queremos ser Iudibriados e aplicamos corretamente rígidos padrões de avaliação antes de acreditar em um relato de qualquer coisa diferente da maneira como a natureza opera — de acordo com padrões definidos e previsíveis.
A nossa primeira tarefa é definir exatamente o que é um milagre, o Dr. Richard Purtill, professor de filosofia na Universidade Western Washington define um milagre como ‘um evento em que Deus temporariamente faz uma exceção à ordem natural das coisas, para mostrar que Ele está agindo’. Observe que, pela sua definição, um milagre verdadeiro deve ter cinco qualificações:
Em primeiro lugar, a exceção à ordem natural é temporária.
Em segundo lugar, o evento é uma exceção ao curso natural dos eventos.
Em terceiro lugar, para que haja um evento milagroso, é necessário conservar uma crença na ordem natural das coisas.
Em quarto lugar, um milagre deve ser o resultado do poder de Deus.
Em quinto lugar, os milagres são sinais da ação de Deus, momentaneamente sobrepujando as operações normais da natureza” (McDOWELL, Josh; McDOWELL, Sean. Evidências da Ressurreição. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.134,135).