LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

4º Trimestre de 2017

 

Título: Seguidores de Cristo — Testemunhando numa Sociedade em ruínas

Comentarista: Valmir Nascimento

 

 

Lição 3: O problema da fome no mundo contemporâneo

Data: 15 de Outubro 2017

 

 

TEXTO DO DIA

 

E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração(At 2.46).

 

SÍNTESE

 

Os crentes expressam a graça e o amor divino na sociedade quando partilham o alimento com os famintos.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Gn 43.1

Fome na terra

 

 

TERÇA — Am 8.11

Fome, mas não de pão

 

 

QUARTA — Mt 4.2

Jesus teve fome

 

 

QUINTA — Rm 12.20

Comida para o inimigo

 

 

SEXTA — Mc 8.1,2

Compaixão de Jesus para com os famintos

 

 

SÁBADO — Lc 9.13

“Dai-lhes vós de comer”

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Conhecer, à luz das Escrituras, a origem da fome;
  • Identificar a fome como um sinal dos últimos dias;
  • Compreender a importância do testemunho da Igreja por meio do partir do pão.

 

INTERAÇÃO

 

A falta de acesso à alimentação básica ainda é um grave problema social na sociedade contemporânea. As estatísticas são tristes: 30 mil crianças morrem de fome a cada dia, e um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual. Uma pessoa, a cada sete, padece fome no mundo. Nesta lição, analisaremos esse tema à luz das Escrituras e realçaremos aos nossos alunos, primordialmente, que a escassez e a má divisão de comida são decorrentes da Queda do primeiro casal. Assim o pecado — em suas várias faces — é o responsável por essa mazela. Não obstante, tendo como exemplo a vida do jovem José e da Igreja Primitiva, os cristãos da atualidade podem contribuir para minimizar esse problema social, com sabedoria divina, no poder do Espírito Santo.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Professor(a), para enriquecer o conteúdo de sua aula, utilize os recursos pedagógicos que a CPAD dispõe no site www.licoesbiblicas.com.br. Este é um espaço voltado exclusivamente para a área de Educação Cristã, criado não só para divulgar as revistas Lições Bíblicas, mas para dar suporte às necessidades dos educadores e alunos da Escola Dominical. A página contém rico material de apoio ao professor, englobando subsídio da lição, ilustrações, slides para apresentação e vídeo-aula com o comentarista. Lembre-se que o educador dedicado complementa seu ensino com material de qualidade!

 

TEXTO BÍBLICO

 

Lucas 9.12-17.

 

12 — E já o dia começava a declinar; então, chegando-se a ele os doze, disseram-lhe: Despede a multidão, para que, indo aos campos e aldeias ao redor, se agasalhem e achem o que comer, porque aqui estamos em lugar deserto.

13 — Mas ele lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram: Não temos senão cinco pães e dois peixes, salvo se nós próprios formos comprar comida para todo este povo.

14 — Porquanto estavam ali quase cinco mil homens. Disse, então, aos seus discípulos: Fazei-os assentar, em grupos de cinquenta em cinquenta.

15 — E assim o fizeram, fazendo-os assentar a todos.

16 — E, tomando os cinco pães e os dois peixes e olhando para o céu, abençoou-os, e partiu-os, e deu-os aos seus discípulos para os porem diante da multidão.

17 — E comeram todos e saciaram-se; e levantaram, do que lhes sobejou, doze cestos de pedaços.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Todos nós sentimos fome, aquele desejo normal por alimento e certamente, esta não é uma sensação agradável, não acha? Agora imagine aquelas pessoas que passam fome por não terem condições de adquirir o sustento básico. No mundo atual, milhares de pessoas encontram-se nessa situação.

Nesta lição, veremos que no Gênesis está a origem da fome e da escassez de alimentos. A Queda do homem afetou toda a ordem do universo, e provocou esse problema que persiste até hoje, e que será um dos sinais dos últimos dias. Mas a Igreja de Cristo tem exemplos bíblicos suficientes para saber como enfrentar a crise de alimentos.

 

I. A FOME NAS ESCRITURAS SAGRADAS

 

1. Origem da fome. Deus criou a Terra com fartura, produzindo mantimento suficiente para a sobrevivência do homem (Gn 1.11,12,28,29). Antes da Queda havia abundância, pois até então o pecado não tinha sido introduzido no mundo. Além de afastar o homem de Deus, a desobediência do primeiro casal afetou toda a criação, provocando desordem no Universo. Disse Deus: [...] “maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn 3.17). Desse momento em diante o trabalho passou a ser realizado com mais dificuldade, em virtude dos “cardos” e “espinhos” que vieram a existir (Gn 3.18).

2. A fome e o pecado. Os efeitos da Queda sobrepujam a escassez e as dificuldades naturais. O pecado acarretou ainda consequências danosas na natureza humana, gerando condições sociais e comportamentos responsáveis pelo aumento da fome, guerras, governos injustos, egoísmo, ociosidade (Pv 19.15), corrupção e consumo descontrolado (Lc 15.14). As Escrituras relatam vários casos de fome durante os dias de Abraão (Gn 12.10), Isaque (Gn 26.1), José (Gn 41.56,57), Elimeleque e Noemi (Rt 1.1), Davi (2Sm 21.1), Elias (1Rs 18.2), Eliseu (2Rs 6.25) e do cerco final de Jerusalém (2Rs 25.3). Isso nos leva a compreender que os problemas sociais, incluindo a falta de comida, começam quando os homens desobedecem a Deus!

 

 

Pense!

 

O propósito original de Deus é fartura e abundância para a humanidade.

 

 

Ponto Importante

 

A Queda ocasionou condições sociais e comportamentos responsáveis pelo aumento da fome, guerras, governos injustos, egoísmo, ociosidade, corrupção e consumo descontrolado.

 

 

II. A FOME COMO SINAL DA VINDA DE JESUS

 

1. Profecia escatológica. No sermão proferido no Monte das Oliveiras, Jesus predisse que a fome seria um dos sinais do tempo da sua volta (Mt 24.7). Isso porque os últimos dias serão caracterizados pelo aumento da iniquidade (Mt 24.12), o colapso dos padrões morais (2Tm 3.1-5) e a operação da injustiça (2Ts 2.7), formando assim, juntamente com as guerras e os terremotos, um contexto propício para a proliferação da miséria em todo o mundo.

2. O esfriamento do amor. O esfriamento do amor (Mt 24.12) será, igualmente, um dos principais fatores responsáveis pela pobreza extrema que assolará a Terra nos tempos do fim. Não havendo compaixão e sentimento de solidariedade, o contingente de pessoas sem acesso à alimentação básica, em situação de miséria, será enorme.

3. A fome e o amor de Deus. A Bíblia também preconiza que haverá um tempo de fome; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. As pessoas irão errantes de um lado para outro, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a Palavra do Senhor, mas não a acharão (Am 8.11,12). Você tem aproveitado o seu tempo para se alimentar espiritualmente da Palavra de Deus?

 

 

Pense!

 

O principal motivo da fome dos últimos dias não será a falta de comida, mas a ausência de amor.

 

 

Ponto Importante

 

No sermão proferido no Monte das Oliveiras Jesus predisse que a fome seria um dos sinais do tempo da sua volta.

 

 

III. A FOME NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

 

1. Má distribuição e desperdício. Existem hoje cerca de 800 milhões de pessoas que passam fome no mundo, e pelo menos 2 milhões sofrem de deficiências nutritivas graves. Outro levantamento indica que cerca de 3,5 milhões de crianças morrem anualmente pela falta de refeição básica e doenças relacionadas com a desnutrição. Apesar dos avanços científicos da civilização e do aumento da produção de alimentos, as altas cifras de pessoas famintas comprovam a má distribuição e o desperdício de alimentos no mundo todo. O Brasil está entre os dez países mais impactados pela fome. Mais de 7 milhões de brasileiros convivem com esse problema e 15 milhões de crianças são consideradas desnutridas. Não sejamos indiferentes a essa situação, ouçamos o clamor dos famintos!

2. Dando de comer aos famintos. Diante desse cenário, aos servos de Deus cabe testemunhar do amor cristão para com aqueles que passam fome, pois a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma (Tg 2.17). Dar pão ao faminto é, também, uma forma de fazer a vontade de Deus (Mt 25.40). Lembremo-nos dos milagres de multiplicação dos pães e peixes operados por Jesus que se compadeceu da multidão faminta (Mc 6.30-44; 8.1-10; Lc 9.12-17). A ordem do Mestre aos discípulos em relação ao povo é significativa e continua a reverberar: “Dai-lhes vós de comer” (Lc 9.13).

3. Pentecostalismo solidário. A Igreja Primitiva, como vemos em Atos dos Apóstolos, expandiu-se de uma forma extraordinária. Após o recebimento da virtude do Espírito, os discípulos saíram a influenciar a sociedade, pois em todos eles havia “abundante graça” (At 4.33). Ao anunciarem com ousadia a Palavra de Deus, não olvidaram de ajudar os necessitados (At 4.34). A Bíblia retrata isso com fidelidade ao dizer que eles “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (At 2.42). A partilha do alimento, portanto, não foi algo ignorado pelo pentecostalismo primitivo, especialmente com os domésticos da fé. Os primeiros crentes viviam um pentecostalismo solidário. Será que é isso que temos visto em nossas igrejas? Estamos igualmente preocupados com a fome das pessoas necessitadas? Clamemos a Deus por um despertamento integral, que envolva tanto o mover do Espírito quanto o partir do pão.

 

 

Pense!

 

Antes de desperdiçar alimentos, lembre-se daqueles que passam fome.

 

 

Ponto Importante

 

A partilha do alimento, portanto, não foi algo ignorado pelo pentecostalismo primitivo, especialmente com os domésticos da fé. Os primeiros crentes viviam um pentecostalismo solidário.

 

 

CONCLUSÃO

 

A fome continua a ser um grave problema social dos tempos atuais. Em virtude da Queda, a escassez de alimentos e a sua má distribuição são resultado direto do pecado do homem. Não obstante, o cristão não pode viver indiferente diante da existência de milhares de famintos pelo mundo, pois, ao olharmos para o livro de Atos encontramos o exemplo de solidariedade daqueles cristãos que, no poder do Espírito, impactaram o mundo pela pregação da Palavra e serviço. Sigamos esse modelo!

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Em relação aos alimentos, como era o mundo quando Deus o criou?

Deus criou a Terra com fartura, produzindo mantimento suficiente para a sobrevivência do homem (Gn 1.11,12; 28,29).

 

2. O que provocou a fome?

A Queda do homem no pecado.

 

3. Por que a fome será um dos sinais dos últimos dias?

Porque os últimos dias serão caracterizados pelo aumento da iniquidade, o colapso dos padrões morais e a operação da injustiça, formando assim, juntamente com as guerras e os terremotos, um contexto propício para a proliferação da miséria em todo o mundo.

 

4. Por que podemos dizer que o pentecostalismo primitivo era solidário?

Porque, além de anunciarem com ousadia a Palavra de Deus, eles não se esqueceram de ajudar os necessitados.

 

5. Em sua opinião, quais estratégias a Igreja pode adotar para diminuir o problema da fome?

Resposta pessoal.

 

SUBSÍDIO

 

“Fome

Uma condição de extrema escassez de comida. Durante uma extrema fome em terra distante, o filho pródigo foi trazido de volta à razão (Lc 15.14). Uma grande fome ocorreu nos dias do imperador romano Cláudio (At 11.28). Em seu sermão no monte das Oliveiras, o Senhor Jesus predisse que haverá fome durante o período da tribulação no final dos tempos (Mt 24.7), e o Apocalipse faz alusão à fome que virá sobre a Grande Babilônia (Ap 18.8). Uma das bênçãos para o Israel restaurado é que não haverá mais fome (Ez 36.29,30). Há uma referência a pessoas, durante períodos de fome, pagando altos preços por alimentos intragáveis como cabeças de jumento e esterco de pombas (2Rs 6.25), e até mesmo praticando o tipo mais horrendo de canibalismo (Dt 28.53-57; 2Rs 6.28,29). Evidentemente, nos dias bíblicos as causas naturais responsáveis pela fome eram principalmente a seca (1Rs 18.1,2) e a guerra em seus vários aspectos (Ez 6.11; 2Rs 25.2,3). No entanto, ela é muitas vezes retratada como um juízo divino pelo pecado (2Sm 21.1; 24.13; 1Rs 8.37; 2Rs 8.1; Is 51.19; Jr 14.12-18; Ez 5.12). Neste sentido, ela é citada como os ‘quatro maus juízos’ de Deus (Ez 14.21)” (Dicionário Bíblico Wyclife. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.815).