Título: Seguidores de Cristo — Testemunhando numa Sociedade em ruínas
Comentarista: Valmir Nascimento
Lição 11: Sabedoria divina para interagir com os meios de comunicação
Data: 10 de Dezembro de 2017
“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as” (Ef 5.11).
Com sabedoria e discernimento, o servo de Deus é capaz de interagir adequadamente com os meios de comunicação.
SEGUNDA — 2Pe 2.14
Olhos cheios de adultério
TERÇA — 2Co 11.3
A corrupção dos sentidos
QUARTA — 2Co 6.14
Não há comunhão entre luz e trevas
QUINTA — Pv 9.10
O princípio da sabedoria é temer a Deus
SEXTA — Tg 3.17
A sabedoria do alto
SÁBADO — Hb 1.1
O Deus que se comunica
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Considerado o quarto poder, os meios de comunicação possuem notável poder de influência cultural. Na maior parte, o influir da mídia se dá de maneira negativa, pela produção e disseminação de conteúdo que passa por cima dos mais básicos valores morais e familiares, exaltando a violência, a libertinagem, a pornografia, o adultério e muitas outras práticas imorais. Sob o disfarce do entretenimento e da cultura popular de massa, a juventude incauta acaba por ser seduzida e negativamente influenciada pela mídia ímpia. Nesta lição, uma vez mais nos voltamos para as Escrituras em busca de diretrizes para interagir com os meios de comunicação. Destaque aos alunos que, apesar de difícil, é possível usarmos tais meios adequadamente, em vez de sermos usados por eles. O princípio básico é sabedoria do alto!
Professor(a), nesta lição nosso bate-papo com os jovens é a respeito dos meios de comunicação. A lição destaca a necessidade de sabedoria divina para o crente interagir adequadamente com a mídia.
Enfatize nesta aula que os meios de comunicação podem ser utilizados tanto para o bem quanto para o mal. Com isso em mente, utilizando o esquema abaixo, peça para os alunos opinarem sobre as características e os tipos de programas e entretenimento produzido pela mídia ímpia — aquela descompromissada com a moral e os bons costumes, e também como seria a programação da mídia virtuosa, preocupada em fornecer notícias, cultura e entretenimento de qualidade.
Efésios 5.1-14.
1 — Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
2 — e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.
3 — Mas a prostituição e toda impureza ou avareza nem ainda se nomeiem entre vós, como convém a santos;
4 — nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas, antes, ações de graças.
5 — Porque bem sabeis isto: que nenhum fornicador, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.
6 — Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
7 — Portanto, não sejais seus companheiros.
8 — Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz
9 — (porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade),
10 — aprovando o que é agradável ao Senhor.
11 — E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as.
12 — Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe.
13 — Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.
14 — Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.
INTRODUÇÃO
Em termos bíblicos, sabedoria não significa conhecimento adquirido ou inteligência para resolver equações matemáticas; ela está relacionada com discernimento e habilidade para tomar boas decisões. O princípio da vida sábia é o temor ao Senhor (Pv 9.10). Os crentes são convidados a buscar a sabedoria do alto, pois ela é pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia (Tg 3.17). Tal sabedoria é essencial para interagirmos adequadamente com os meios de comunicação. Este é o assunto da lição de hoje!
I. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA CULTURAL
1. A importância e a utilidade da mídia. Não há como negar a importância e a utilidade dos meios de comunicação na vida moderna, pois permitem ao ser humano transmitir e receber informações. Embora se aplique à comunicação interpessoal, a exemplo do telefone e da carta, o termo geralmente se refere à comunicação em massa, aludindo aos instrumentos e canais que alcançam várias pessoas ao mesmo tempo, como jornais, revistas, rádio, televisão e a própria internet.
2. Para o bem e para o mal. A comunicação é dom de Deus (Gn 3.8), mas o homem caído subverte-a para propósitos inadequados. Assim, os meios de comunicação não são maléficos por natureza, vai depender da forma como são utilizados e dos valores que transmitem. Sob esse enfoque, a mídia pode servir tanto para disseminar ódio, pornografia e violência, como pode fornecer notícias, cultura e entretenimento de qualidade.
No início do Século XVI, por exemplo, a criação da imprensa de tipos móveis revolucionou a comunicação de massa, fato este que contribuiu com a Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero, já que a Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso, facilitando o acesso à Palavra de Deus.
3. O poder de influência dos meios de comunicação. Igualmente evidente é o poder de influência que os meios de comunicação exercem sobre a mente humana, seja de maneira explícita ou subliminar. A cultura popular, os gostos e os valores de grande parte da população são amplamente moldados pelos comerciais, músicas e slogans propagados nos programas de TV e nos filmes de Hollywood. Isso explica porque muitos jovens formam seus sonhos, opiniões e visões de mundo com base em letras de músicas, campanhas publicitárias e frases difundidas na mídia, sem ao menos refletirem sobre a veracidade e a coerência do conteúdo.
Pense!
Qual a dimensão da influência da mídia em sua vida?
Ponto Importante
Os meios de comunicação não são maléficos por natureza. Depende da forma como são utilizados e dos valores que transmitem.
II. A MÍDIA ÍMPIA E OS PERIGOS DO FALSO ENTRETENIMENTO
1. A eficácia destrutiva da mídia ímpia. A mídia ímpia, descompromissada com os valores morais, espirituais e familiares, é eficiente em produzir programas, séries, músicas e filmes que exploram a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1Jo 2.16). Transmite-se a ideia de completa naturalidade na prática da luxúria (1Co 5.1), do adultério (2Pe 2.14), do orgulho (2Pe 2.18), da bebedice (1Pe 4.3), do roubo e da vingança, assim como exaltam a mentira e a libertinagem irresponsável e a corrupção (2Pe 2.19).
Utilizando a estratégia da emoção e de enredos românticos, tais produções tentam convencer os expectadores da suposta normalidade da bruxaria, da homossexualidade e de outras práticas pecaminosas. Ao mesmo tempo, ridicularizam a Deus, a Igreja e os valores cristãos, sob o título de “entretenimento”.
2. A sedução do falso entretenimento. Esse tipo de falso entretenimento produzido pela mídia perversa impacta negativamente a vida dos expectadores contumazes. Essa não é uma afirmação eminentemente religiosa. Pesquisas científicas apontam que a exposição constante a certos conteúdos influencia diretamente o comportamento humano. Adolescentes e jovens que se expõem excessivamente a programas que incentivam a sexualidade precoce, a violência e o consumo de álcool, desenvolvem, com passar do tempo, esses mesmos hábitos. Pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, concluíram que crianças que passam muito tempo em frente à televisão sentem mais emoções negativas e tendem a apresentar uma personalidade agressiva e antissocial ao longo da vida.
Jovem, esteja em constante vigilância. Não permita que esse tipo de conteúdo entre em seu lar e em sua mente!
3. A manipulação da sociedade e das mentes. É necessário reconhecer também que a indústria da mídia manipula informações e a opinião pública, tanto para fins ideológicos ou por interesses comerciais. Lançam-se campanhas e mais campanhas publicitárias com o objetivo de vender determinados produtos, por meio do incentivo ao consumo desenfreado. Dentre milhares de expectadores, os que não possuem discernimento e não sabem filtrar criticamente a grande gama de informações que recebem, acabam manipulados como verdadeiras marionetes.
Pense!
“A cultura, como a natureza, detesta o vazio. Apressa-se em
encher o vácuo do desejo humano. Nesse processo, as pessoas podem
ser seduzidas pelo aparecimento da cultura popular, que são
falsificações da voz de Deus”
(Terrence Lindvall e J. Matthew Melton).
Ponto Importante
Utilizando a estratégia da emoção e de enredos românticos, tais produções tentam convencer os expectadores da suposta normalidade da bruxaria, da homossexualidade e de outras práticas pecaminosas.
III. UTILIZANDO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO COM SABEDORIA
Diante desse panorama, como devem agir os cristãos em relação aos meios de comunicação?
1. Entretenimento com piedade. Na condição de filhos da luz, os crentes não devem comunicar com as obras infrutuosas das trevas, mas condená-las (Ef 5.11). Isso implica selecionar com cuidado e temor a Deus os programas que assiste, pois o verdadeiro discípulo de Jesus não tem a sua consciência cauterizada pelo pecado (1Tm 4.2). Tudo o que é depravado, impuro e enaltece as obras da carne não pode ser considerado pelo servo de Deus como entretenimento. Na perspectiva bíblica, o entretenimento nunca é separado da piedade (1Tm 6.6). Em todo o tempo devemos dar mostras da nossa regeneração, inclusive no momento de recreação.
2. O uso sábio da mídia. Não é nada fácil interagir adequadamente com os inúmeros recursos midiáticos que são hoje ofertados. Mas, com a sabedoria do alto e com a ajuda do Espírito Santo temos condições de despojar da velha natureza (Cl 3.8,9) e desenvolver hábitos saudáveis. A realização de cultos domésticos, oração e o jejum são práticas essenciais para confrontar o desejo carnal pelo consumo da mídia. Quanto mais desenvolvemos estes hábitos, mais nos afastamos da sedução da cultura popular. Quanto mais nos aproximamos de Deus,mais nos distanciamos da influência maligna da mídia.
3. Influenciando a mídia. O relacionamento do cristão com a mídia não se resume a separar o joio do trigo. Podemos nos valer da sabedoria divina para usar a mídia em prol do Reino de Deus, tanto para anunciar o evangelho, como proporcionar cultura, educação e informação em sintonia com os valores e princípios das Escrituras. Isso porque, a comunicação não é uma invenção do Diabo, mas de Deus. Portanto, não há como nos furtar de comunicar as verdades bíblicas por meio da mídia, segundo afirmam os pastores norte americanos James Kennedy e Jerry Newcombe: “Acabou o tempo de apenas reclamarmos entre nós sobre o ataque ao Cristianismo nos filmes e na TV. É tempo de agir. É tempo de fazermos nossas vozes audíveis por aqueles que estão envolvidos na perseguição contra os cristãos. É tempo de escrever cartas ao editor. É tempo de orar pelos cristãos que estão na mídia e de levar mais pessoas a Cristo, inclusive aquelas que estão na mídia. Enfim, é tempo de os cristãos entrarem corajosamente nos meios de comunicação”.
Pense!
Entretenimento com discernimento é virtude do crente.
Ponto Importante
A realização de cultos domésticos, oração e o jejum são práticas essenciais para confrontar o desejo carnal pelo consumo da mídia.
CONCLUSÃO
Se o nosso Deus é um Deus que se comunica e interage com o ser humano, é do seu interesse que os seus servos igualmente sejam hábeis na arte da comunicação. Desse modo, os meios de comunicação podem auxiliar a Igreja e os cristãos a realizar tal tarefa. Além de confrontar o falso entretenimento que destrói os valores familiares e morais da sociedade, podemos anunciar a Palavra, educar e difundir virtudes através da mídia.
KENNEDY, D. James; NEWCOMBE, JERRY. As Portas do Inferno não Prevalecerão. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1998.
1. Conforme a lição, por que se afirma que os meios de comunicação não são maléficos por natureza?
Pois depende da forma como são utilizados e dos valores que transmitem. Sob esse enfoque, a mídia pode servir tanto para disseminar ódio, pornografia e violência, como pode fornecer notícias, cultura e entretenimento de qualidade.
2. Como são as estratégias da mídia para convencer os expectadores da maturidade de comportamentos desvirtuados?
A estratégia da emoção e de enredos românticos.
3. Segundo a lição, quais práticas são essenciais para confrontar o desejo carnal pelo consumo da mídia?
A realização de cultos domésticos, oração e o jejum.
4. Em relação à mídia, o cristão pode valer-se da sabedoria divina para fazer o quê?
Usar a mídia em prol do Reino de Deus, tanto para anunciar o Evangelho, como proporcionar cultura, educação e informação em sintonia com os valores e princípios das Escrituras.
5. Na sua opinião, o que os cristãos poderiam fazer para desenvolver meios de comunicação virtuosos?
Resposta pessoal.
“Cultura Popular e Mídia
Graças à tecnologia moderna das comunicações, a cultura popular tornou-se incomodamente penetrante. A cultura popular está em todas as partes, moldando os nossos gostos, linguagem e valores. Hoje a cultura popular aparece em cada cartaz, grita da televisão em inúmeros canais durante o dia inteiro, explode em nossos computadores, ressoa no rádio do carro e enfeita nossas camisetas e tênis. Nenhum de nós consegue escapar.
À medida que a cultura popular se espalhou, o seu conteúdo piorou de maneira chocante. Não é preciso dizer que durante as últimas três ou quatro décadas o nível do sexo e da violência cresceu imensamente nos cinemas, na música, na televisão e até mesmo nas revistas em quadrinhos. Naturalmente os cristãos sempre tiveram de lidar com as coisas que eram vulgares, luxuriosas ou grosseiras, mas na maioria dos casos nós podíamos simplesmente evitá-las. Hoje isto é praticamente impossível. Podemos desfrutar da ‘comida rápida’ cultural desde que estejamos treinados para ser seletivos, desde que não nos entreguemos aos hábitos do escapismo e da distração, e desde que definamos limites para que as sensibilidades da cultura popular não moldem o nosso caráter” (COLSON, C.; PEARCEY, N. O Cristão na Cultura de Hoje. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.287,288).
“Não precisamos ver muito da mídia de entretenimento para descobrir se é ruim. Nossos padrões baseados na Escritura (não nos padrões da cultura popular), mais o testemunho do Espírito Santo dentro de nós, deveriam filtrar muitos produtos da cultura popular de nossa consideração, para não dizer de nossa frequência. Aguçar nossas habilidades críticas de ver exige que adquiramos uma gramática básica e um entendimento de produção. Podemos aprender a reconhecer os efeitos retóricos e emocionais que a escolha de atores e atrizes, música, iluminação, ângulos de filmagem e muitas outras técnicas de edição, causam em nossas reações a diferentes filmes ou programas de televisão. Também podemos sondar os valores explícitos e implícitos no filme. Por exemplo, qual é a visão da natureza humana e do dilema humano que o filme apresenta? Que posições morais ou intelectuais assume? Sua visão da vida é relativista, existencialmente sem sentido, determinista, romantizada? Como retrata a religião, Deus, a igreja ou o cristianismo? Contribui para a nossa percepção de vida como mais violenta ou ridícula ou sublime? Finalmente, nossa perspectiva sobre a mídia deve ser testada continuamente dentro ou contra uma comunidade de família, amigos, igreja, professores e outros cristãos. Com certeza tal interação sincera e aberta de discussão e debate causa um maior impacto em nós do que o próprio programa” (PALMER, M. D. (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. 1ª Edição, RJ: CPAD, 2001, p.418).