Título: Adoração, Santidade e Serviço — Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 4: A função social dos sacerdotes
Data: 22 de Julho de 2018
“E [Jesus] ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho” (Lc 5.14).
As funções do sacerdote iam além da liturgia; sua principal obrigação era zelar pela santidade e pureza do povo de Deus.
Segunda — Lv 13.3
A função clínica do sacerdote
Terça — Lv 13.53
A função sanitarista do sacerdote
Quarta — Lv 14.36
A função urbanista do sacerdote
Quinta — Lv 27.18-23
A função civil do sacerdote
Sexta — Nm 18.21-28
A função administrativa do sacerdote
Sábado — Nm 5.11-22
A função judicial do sacerdote
Levítico 13.1-6.
1 — Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo:
2 — O homem, quando na pele da sua carne houver inchação, ou pústula, ou empola branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes.
3 — E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, praga da lepra é; o sacerdote, vendo-o, o declarará imundo.
4 — Mas, se a empola na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o pelo não se tornou branco, então, o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias.
5 — E, ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu parecer, parou, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o encerrará por outros sete dias.
6 — E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará limpo: apostema é; e lavará as suas vestes e será limpo.
75, 434 e 440 da Harpa Cristã.
Refletir a respeito das funções sociais do sacerdote.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Prezado professor(a), na lição deste domingo estudaremos as funções dos sacerdotes. Homens escolhidos e separados pelo Senhor para o serviço no Tabernáculo. Ser sacerdote era ser honrado pelo Senhor mediante uma nobre missão, pois servir a Deus é um grande privilégio. Mas além da honra e do privilégio, havia as responsabilidades e as muitas exigências. O sacerdócio exigia sacrifícios, pois a função mais importante era conduzir o povo segundo a Lei, em santidade e justiça. Essa era uma tarefa das mais difíceis, pois por diversas vezes os hebreus apostataram da fé. Contudo, os sacerdotes também exerciam outras funções, que exigia discernimento e muita sabedoria. Ele tinha que ter consciência do que era puro e impuro, certo ou errado, santo e profano, pois deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange a Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7). Na nova aliança, não é diferente, pois o Senhor continua a exigir de nós, sacerdotes seus, que tenhamos um padrão de santidade e justiça. No Sermão do Monte, o código de ética do Reino de Deus, Jesus nos adverte quanto a sermos “sal” e “luz” desse mundo (Mt 5.13,14).
INTRODUÇÃO
Além de zelar pelo culto do Senhor, os sacerdotes tinham ainda como função inspecionar a saúde de Israel, fiscalizar-lhe as moradias e regular-lhe a vida social e jurídica. Nesse sentido, eles podem ser vistos também como médicos, sanitaristas e juízes. Todavia, a sua função mais importante era conduzir o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um de seus filhos, santidade, pureza e distinção.
Vejamos, pois, como os sacerdotes levaram os israelitas a ser o povo mais ordeiro, distinto e saudável de seu tempo.
PONTO CENTRAL
As funções do sacerdote iam além da liturgia.
I. FUNÇÕES CLÍNICAS
Libertos do Egito, os israelitas corriam o risco de transmitir à próxima geração enfermidades como a lepra (Dt 7.15), a doença mais temida da antiguidade. Por isso, Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar clinicamente o seu povo.
1. A inspeção da lepra. Nos tempos bíblicos, a lepra era a doença que causava mais repulsa devido ao seu aspecto e contágio (Lv 13.2). Se Deus não a curasse, médico algum poderia fazê-lo, haja vista o caso do general sírio Naamã (2Rs 5.1-14). O Senhor Jesus, durante o seu ministério terreno, curou diversos leprosos e ordenou a seus discípulos a que os purificassem em seu nome (Mt 10.8; 11.5).
2. A inspeção clínica. Em sua peregrinação à Terra Prometida, os israelitas não contavam com médicos e sanitaristas. Era um luxo restrito aos egípcios (Gn 50.2). Por isso, Deus encarrega os sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel.
Sempre que alguém apresentava algum dos sintomas da lepra deveria encaminhar-se ao sumo sacerdote para ser examinado (Lv 13.1-37). De acordo com o diagnóstico, o paciente era declarado limpo ou impuro. Se constatada a doença, o enfermo era imediatamente separado da comunidade para evitar uma epidemia (Lv 13.46).
3. A limitação do sacerdote. Cabia aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais preventiva que curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do sacerdote no diagnóstico da doença (Lc 5.14). Quanto à sua cura, só um milagre divino poderia limpar completamente um leproso (2Rs 5.9-14; Mt 8.1-3).
Hoje, apesar dos avanços da medicina, a lepra, modernamente conhecida como Hanseníase, ainda é uma enfermidade assustadora. Entretanto, já não há mais a necessidade de isolar os indivíduos, pois há tratamentos efetivos que curam os portadores da doença.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel.
“Levítico 9 — 10 identifica vários ministérios sacerdotais. Os sacerdotes deviam oficiar em sacrifícios e ofertas, e assim conduzir em adoração. Eles deviam ‘distinguir entre o santo e o profano’ (Lv 10.10). Deviam também ensinar aos israelitas os decretos de Deus. E tem mais: Os sacerdotes deviam diagnosticar males que tornavam adoradores cerimonialmente impuros (Lv 13 — 14). Ofereciam ritual de purificação para aqueles que fossem recuperados. Examinavam todos os animais sacrificiais para verificar se eram saudáveis e sem defeitos (Lv 22.17-21). Os sacerdotes estabeleciam o valor de todas as mercadorias que eram dedicadas a Deus (Lv 27). Eles supervisionavam o cuidado do Tabernáculo e, mais tarde, do Templo (Nm 3; 4). Os sacerdotes anunciavam o início de todas as festas religiosas (Lv 25.9). Atuavam como um tipo de suprema corte, reunida para ouvir os casos difíceis (Dt 17.11). Usavam o Urim e Tumim para transmitir a resposta de Deus a questões expostas pelos líderes da nação (Nm 27.21). E, ainda, acompanhavam o exército, para exortar a confiança em Deus (Dt 20.1-4). Em resumo, eles serviam como guardiões da fé de Israel. Suas obrigações não eram somente rituais, mas chamados para o envolvimento com israelitas comuns em todos os aspectos das suas vidas e relacionamento com o Senhor. Nós que estamos em Cristo somos chamados para o seu real sacerdócio e podemos encontrar direção para o moderno ministério ao meditar na chamada dos sacerdotes do Antigo Testamento” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.81).
II. FUNÇÕES SANITARISTAS
Devido aos povos que a habitavam, Canaã tornou-se doentia e contagiosa (Lv 14.34). Até suas casas e vestes eram tomadas por uma espécie de lepra. Para preservar a saúde dos hebreus, Deus instruiu os sacerdotes a atuarem também como sanitaristas.
1. A função sanitarista do sacerdote. O sanitarista é um especialista em saúde pública; sua função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas e roupas em Israel (Lv 14.34-57).
2. A lepra na casa. A lepra numa casa tinha início com o aparecimento de manchas verdes e avermelhadas, que, via de regra, pareciam mais fundas que a superfície das paredes (Lv 14.37). Sempre que isso ocorria, o proprietário era instruído a recorrer ao sacerdote, que, após examinar o imóvel, ordenava o seu despejo para que a praga não se espalhasse por toda a propriedade (Lv 14.36).
Em seguida, a casa era interditada por sete dias (Lv 14.38). Caso a praga não cedesse, as pedras contaminadas eram retiradas e as paredes todas eram raspadas. Em último caso, o sacerdote tinha autoridade para ordenar a demolição do imóvel (Lv 14.45). Para evitar que a lepra contaminasse outras propriedades, todo o entulho era jogado fora da cidade.
3. A lepra nas vestes. As vestes também estavam sujeitas à lepra. Nesse caso específico, tratavam-se de mofos e fungos igualmente nocivos à saúde (Lv 13.47-50). De imediato, a roupa deveria ser levada ao sacerdote (Lv 13.51). Se a praga se mostrasse resistente, o vestuário deveria ser queimado, a fim de se evitar a propagação de doenças (Lv 13.52).
Deus advertiu solenemente aos israelitas a se guardarem da praga da lepra, pois a doença abria a porta para outras enfermidades e moléstias (Dt 24.8). Por isso, a lepra tornou-se um dos símbolos mais fortes do pecado (Is 1.6).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Os sacerdotes exerciam funções sanitaristas, examinando casas e pessoas a fim de evitar que doenças, como a lepra, se propagassem.
“Isolamento (Lv 13.45,46)
O isolamento das pessoas com males infecciosos na pele tinha benefícios públicos saudáveis. Pela quarentena de tais pessoas ‘fora do acampamento’, a comunidade estava protegida de males como sarampo, escarlatina, varíola, os quais provavelmente causariam epidemias. Outras regras têm benefícios semelhantes, como aquelas que exigiam lavar qualquer coisa tocada por uma pessoa acometida de mal que cause fluxo da carne (Lv 15.1-12). Enquanto que o primeiro propósito das regras relativas à impureza é espiritual, não nos surpreende que elas tivessem benefícios adicionais. Deus está profundamente interessado em nosso total bem-estar. Qualquer um que seguir as normas bíblicas para o bem-estar espiritual também gozará melhor saúde física” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.83).
III. FUNÇÕES JURÍDICAS
O livro de Levítico apresenta várias disposições jurídicas, a fim de proteger a família, a propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava também como juiz.
1. Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); relações incestuosas (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); a homossexualidade e a bestialidade (Lv 18.22,23).
Os filhos de Israel, como adoradores do Deus Único e Verdadeiro, eram obrigados a honrar seus pais e a preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9). Nesse sentido, os sacerdotes atuavam como reguladores da família israelita.
2. Proteção da propriedade privada. A propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8; 1Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22).
Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.
3. Proteção da vida. Também cabia ao sacerdote inspecionar a edificação das casas (Dt 22.8); a criação de animais (Êx 21.36); a preservação da mulher grávida e do filho que ela trazia no ventre (Êx 21.22). Enfim, a vida nas Escrituras é sagrada; um dom do Criador de todas as coisas (Nm 16.22). Por isso, o Senhor determina no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio, que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o querer, matava o seu próximo (Nm 35.10-15).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Os sacerdotes atuavam também como juízes.
“Os sacerdotes também tinham de atuar como mestres da lei (Lv 10.10,11), uma tarefa que nem sempre desempenhavam corretamente (Ml 3.11). Como pedagogos, eles representavam um limitado meio de revelação em certas áreas da saúde da jurisprudência, incluindo o diagnóstico e a limpeza de certos tipos de lepra (Lv 13; 14), a purificação de homens e mulheres e de artigos de mobiliário tocados por quaisquer fluxos dos corpos de homens e mulheres (Lv 15), a prova do ciúme (Nm 5.11-21), as controvérsias e os castigos por um assassinato duvidoso (Dt 21.5) e outros assuntos de natureza civil (2Cr 19.8-11; Ez 44.24).
O sacerdócio hebreu incluía três classes básicas: o sumo sacerdote, os sacerdotes, e os levitas. Os levitas, como uma classe subsidiária que servia aos sacerdotes, não podem ser facilmente distinguidos porque Arão e seus filhos não constavam entre as tribos de Israel como uma tribo, mas foram nomeados para o serviço do Tabernáculo no deserto, especialmente no tocante à sua movimentação. Havia originalmente uma cuidadosa distinção entre os levitas e os sacerdotes, e isso está claramente ilustrado na rebelião de Corá, Datã e Abirão, cujas vidas e as de suas famílias foram perdidas porque como levitas procuraram usurpar o ofício do sacerdote (Nm 16.1-33)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.1717).
Doenças no tempo do Levítico
“O isolamento das pessoas com males infecciosos na pele tinha benefícios públicos saudáveis. Pela querentena de tais pessoas 'fora do acampamento', a comunidade estava protegida de males como sarampo, escarlina, varíola, os quais provavelmente causariam epidemias”. Leia mais em Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.83.
CONCLUSÃO
A aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de todo o Israel. Eis por que seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7).
Se o Senhor exigiu excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir no âmbito do Testamento Novo? Que o nosso culto seja marcado pelo amor a Deus e ao próximo. Sejamos, pois, uma fiel referência em todas as coisas.
A respeito de “A Função Social dos Sacerdotes”, responda:
Quais as atribuições dos sacerdotes quanto ao relacionamento social dos israelitas?
Conduzir o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um de seus filhos, santidade, pureza e distinção.
Qual a função clínica dos sacerdotes?
Cabia aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais preventiva que curativa.
Descreva a função sanitarista dos sacerdotes.
Sua função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas e roupas em Israel.
Como os israelitas deveriam tratar a propriedade privada?
A propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8; 1Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22). Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.
Que qualidades deveriam ter os sacerdotes de acordo com o profeta Malaquias?
Os seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7).
A função social dos sacerdotes
Na aula desta semana é importante introduzi-la comentando que à época da peregrinação do povo judeu no deserto não havia uma vida social e jurídica organizada, isto é, por exemplo, não havia médicos, sanitaristas e juízes. O sistema sacerdotal, indiretamente, serviria para atender essas necessidades.
Os principais desafios para o povo peregrino, do ponto de vista da saúde, era a lepra; do ponto de vista da organização social, era a família, a propriedade privada e a vida do indivíduo.
A lepra era uma doença incurável e transmissível. Além de uma doença temida, essa enfermidade também era estigmatizante e, por causa do acometimento à Miriã, irmã de Moisés, derivada de sua rebelião, a lepra passou também a ser vista como castigo divino.
Aqui, cabe uma nota de justificação do isolamento das pessoas. Devido à infeliz militância ideológica na hermenêutica bíblica, muitos tendem a fazer uma leitura social deste episódio colocando os líderes judeus como opressores e os leprosos como os oprimidos. Ora, isso é ignorar por completo o contexto antigo da narrativa bíblica. A lepra era uma doença terrível e incurável. Não havia médicos nem o mínimo de estrutura sanitária. Isolar o leproso era garantir, naquele contexto, a sobrevivência das demais pessoas.
É evidente que, ao longo da história, o isolamento promoveu uma quantidade enorme de excluídos sociais, o que neste caso, não se trata de uma leitura sob os óculos de qualquer ideologia, mas a constatação de uma realidade social demonstrada por meio da alegria radiante, por exemplo, que tomava conta de um leproso curado por Jesus. Quando o Senhor fazia isso, Ele não estava apenas curando essa pessoa, mas a libertando da exclusão social e a devolvendo ao convívio das pessoas amadas por ela.
Hoje, graças a Deus!, embora ainda temida, a lepra, atualmente conhecida como hanseníase, é encarada com maior naturalidade, diminuindo a discriminação e o isolamento social. Isso ocorre porque, diferente dos tempos bíblicos, a hanseníase tem cura medicamentosa. Por isso, muitos leprosários já foram desativados.
Além do caso da lepra, a família, a propriedade privada e a vida do indivíduo precisavam de proteção. Os sacerdotes também deveriam atuar para garantir tal proteção.
Reconstruir o contexto explicativo acima ajudará muito seus alunos a compreender o porquê da série de leis proibitivas no Levítico.