Título: Adoração, Santidade e Serviço — Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 12: Os pães da proposição
Data: 16 de Setembro de 2018
“No verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida” (Jo 6.47,48).
A Palavra de Deus é o alimento que nos sustenta a alma, o coração e o próprio corpo; sem ela, a vida é impossível.
Segunda — 1Cr 9.32
Os pães eram feitos pelos coatitas
Terça — Lv 24.5
O material do pão
Quarta — Dt 8.3
A suficiência da Palavra de Deus
Quinta — Êx 16.31-35
O pão que desce do céu
Sexta — Mt 6.11
O pão nosso de cada dia
Sábado — Jo 6.35
Jesus, o pão da vida
Levítico 24.5-9.
5 — Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze bolos; cada bolo será de duas dízimas.
6 — E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a mesa pura, perante o SENHOR.
7 — E sobre cada fileira porás incenso puro, que será, para o pão, por oferta memorial; oferta queimada é ao SENHOR.
8 — Em cada dia de sábado, isto se porá em ordem perante o SENHOR continuamente, pelos filhos de Israel, por concerto perpétuo.
9 — E será de Arão e de seus filhos, os quais o comerão no lugar santo, porque uma coisa santíssima é para eles, das ofertas queimadas ao SENHOR, por estatuto perpétuo.
20, 190 e 311 da Harpa Cristã.
Compreender que a Palavra de Deus é o alimento que nos sustenta a alma, o coração e o próprio corpo.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Professor (a), na lição anterior aprendemos a respeito das lâmpadas da Casa de Deus e hoje estudaremos os pães da proposição. Deus havia recomendado que no Tabernáculo houvesse sempre uma mesa posta com doze pães (Ex 25.30). Não haveria manjares, ou alimentos sofisticado, mas sim o alimento principal diário. Onde há pão não há fome. Temos um Deus que sustenta e supre as necessidades do seu povo, seja de ordem física, emocional ou espiritual.
INTRODUÇÃO
Os pães da proposição ficavam num dos lugares mais nobres e reservados do Tabernáculo. Ali, em frente ao candelabro de ouro, eram iluminados durante toda a noite. A simbologia é claramente cristológica: a luz do Evangelho mostra ao pecador faminto que somente Cristo pode saciar-nos plenamente. Nesta lição, veremos como Deus foi didático a Israel ao mostrar-lhe a suficiência de sua Palavra nos pães da proposição.
PONTO CENTRAL
Os pães da proposição simbolizavam a presença do Deus da provisão.
I. OS PÃES DA PROPOSIÇÃO
A fim de que os pães da proposição fossem introduzidos no tabernáculo, Deus ordenou o fabrico de uma mesa especial. Quanto aos pães, deveriam estes ser preparados de acordo com uma receita bastante específica.
1. A mesa dos pães. A mesa que receberia os pães da proposição, feita de madeira de acácia, tinha essas medidas: dois côvados de cumprimento (90 centímetros), um côvado de largura (45 centímetros) e sua altura, um côvado e meio (70 centímetros) (Êx 25.23-30). A mesa, toda revestida de ouro fino, recebeu adornos da altura de quatro dedos, bastante apropriados para conter os pães sagrados. Suas argolas serviam para transportá-la. A madeira de acácia, por ser medicinal, evitava fungos e parasitas que poderiam contaminar os pães sagrados.
2. Os pães da proposição. Os pães da proposição eram preparados todos os sábados pelos coatitas (1Cr 9.32). Em sua composição, usava-se a flor da farinha de trigo (Lv 24.5). Ou seja, a parte mais fina e nobre deste produto. Depois de cozidos, eram postos em duas fileiras sobre a mesa, sendo entremeados por incenso (Lv 24.6,7). Doze pães, um para cada tribo de Israel.
3. A simbologia dos pães. Os pães da proposição simbolizavam a presença sempre providencial de Deus no meio de seu povo (Jr 32.38). Desta forma, os israelitas deveriam saber que o homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (Mt 4.4). Quanto ao pão estar acompanhado de incenso, significa isso que a presença do Senhor sempre vem acompanhada pelas orações dos santos (Ap 5.8; 8.3,4).
Os pães da proposição, ou da presença, representam ainda a Palavra de Deus, que, através do Evangelho, alimenta o mundo faminto (Jo 1.1).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Os pães da proposição apontavam para Cristo, o único que pode saciar nossa alma.
Prezado (a) professor (a), antes de falar a respeito da mesa e dos pães da proposição no Tabernáculo, é importante conversar com seus alunos e explicar a importância do pão na alimentação dos hebreus. Para auxiliá-lo no trabalho de pesquisa, leia os textos abaixo.
Pão — “A alimentação da maioria dos hebreus era simples. Pão, azeitonas, queijo, frutas e vegetais formavam a dieta fixa. Carne só era comida em raras ocasiões. O pão era um alimento tão básico que se tornou sinônimo da própria vida. ‘Comer pão’ equivalia a ‘fazer uma refeição’. Os egípcios não podiam ‘comer pão’ com os hebreus (Gn 43.31,32). ‘Dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano’ (Lc 11.3) era uma oração para a provisão diária do alimento. O pão era algo tão básico que Jesus se referiu a si mesmo como o ‘Pão da vida’ (Jo 6.35).
O pão parece ter sido sempre partido, e nunca cortado com uma faca, o que fez surgir a frase ‘partir o pão’, usada em Atos 20.7 para descrever o serviço de comunhão” (GOWER, Ralph. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2ª Edição. RJ, 2012, pp.47,48,52).
II. A PALAVRA DE DEUS, O PÃO DA VIDA
O povo de Israel, desde o início de sua história, sempre teve uma convivência cerimonial e tipológica com o pão (Gn 14.18-20). Quer no tabernáculo quer fora do tabernáculo, o pão sempre simbolizou a presença de Deus entre o seu povo.
1. A Palavra de Deus é vida. Durante a peregrinação de Israel no Sinai, os israelitas conscientizaram-se de que nem só de pão vive o homem, mas da Palavra de Deus (Dt 8.3). Durante 40 anos, Deus os sustentou com o maná, o pão que descia dos céus, a cada manhã (Êx 16.31-35). Portanto, a presença divina era perceptível tanto no lugar Santo do Tabernáculo quanto no arraial. Todos sabiam que, apesar das asperezas do deserto, o Senhor jamais os abandonaria naquela árdua caminhada.
2. A Palavra de Deus é o nosso sustento diário. Além do pão, Deus proporcionava cotidianamente ao seu povo água, direção, proteção e iluminação (Êx 13.21; 15.22-27; 17.1-16). Por conseguinte, os israelitas eram sustentados, orientados e protegidos pelo Senhor a cada dia. À semelhança de Davi, eles podiam declarar que o Senhor era o seu pastor; nada lhes faltava (Sl 23.1).
3. A Palavra de Deus é o nosso sustento específico. Na mesa do Tabernáculo, havia, como já vimos, doze pães distribuídos em duas fileiras, sendo um pão para cada tribo de Israel (Lv 24.6). Entre as fileiras de pães, o incenso (Lv 24.7). O que isso significa? Antes de tudo, que Deus alimenta o seu povo tanto coletiva quanto individualmente. Ele conhece perfeitamente nossas necessidades (Sl 103.14; Mt 6.8). O que podemos inferir desta lição? Deus tem uma comida personalizada para mim, para você e para cada servo seu em particular.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Jesus Cristo é o Pão que desceu do céu.
“Em Levítico 24.5-9 somos instruídos com relação à fabricação do pão, tipo de farinha, quantidade, o arranjo do pão sobre a mesa, bem como quem deve comê-lo. Os pães deveriam ser feitos de farinha fina e são símbolo de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (Jo 6.35). A Palavra de Deus é o Pão da Vida para nós. A cada sábado era colocado pão fresco na Mesa da Proposição, doze pães em duas pilhas organizadas contendo seis cada. Bem-aventurados são aqueles que diariamente se alimentam da Palavra. Quando se ajuntarem no Dia do Senhor, encontrarão um novo suprimento de Pão da Vida esperando por eles. O pão que se retirava da mesa seria comido por Arão e seus filhos em um lugar santo. Tomar tempo para alimentar a alma com a Palavra Viva é essencial à nossa experiência. ‘Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti’ (Sl 119.11). Muitas vezes o salmista usa a palavra ‘Selá’ para lembrar-nos de meditar na Palavra” (SPRECHER, Alvin. Tabernáculo no Deserto: O lugar do seu encontro com Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, pp.115,116).
Sobre o Pão da Proposição
“Termo hebraico que se refere ao pão do ritual judaico no Tabernáculo ou Templo. Doze pães eram permanentemente guardados sobre a mesa do lugar santo, e eram trocados por pães frescos toda semana. A expressão ‘pão da proposição’ é mais bem compreendida em seu sentido literal (Nm 4.7)”. Leia mais em Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, p.1455.
III. JESUS CRISTO, O PÃO QUE DESCEU DO CÉU
Os pães da proposição são o mais perfeito símbolo do Senhor Jesus Cristo, pois a sua missão, neste mundo, foi (e sempre será) alimentar-nos com a Palavra de Deus (Jo 1.1).
1. Jesus, o pão da vida. O Senhor Jesus, através de sua palavra, revela-se como a água e o pão da vida (Jo 4.13,14; 8.32; Ap 7.17). Certa vez, Ele foi tão claro acerca de sua missão redentora, que levou alguns de seus discípulos mais chegados a escandalizarem-se com o seu discurso (Jo 6.48-60). O Senhor Jesus, como o pão vivo, não se limitou a ficar no santuário, mas, encarnando-se, trouxe a presença do Pai Celeste a toda a humanidade (Mt 1.23; Hb 1.3).
2. Jesus, o pão de nossa comunhão com o Pai. Jesus, como o pão vivo que desceu do céu, não precisa ser trocado todos os sábados, como os pães da proposição (Lv 24.8). Nosso Salvador, além de ser um sumo sacerdote infinitamente superior a Arão, é o pão divino; e, do próprio sábado é Senhor (Mt 12.8; Jo 6.41; Hb 7.17-25). Aliás, Jesus Cristo é o próprio tabernáculo de Deus. Ao encarnar-se, tornou-se semelhante a nós (Jo 1.14; Hb 9.11,12). E, com a sua morte e ressurreição, fez-nos acessível o trono da graça, no qual, hoje, entramos ousadamente (Hb 4.16).
3. Dai-lhes vós de comer. Hoje, ao proclamarmos o Evangelho, outra coisa não fazemos senão alimentar os famintos com a Palavra de Deus (Mt 28.18-20; Lc 9.13). Portanto, evangelizemos e façamos missões enquanto há tempo. A fome espiritual nunca foi tão acentuada como nos dias de hoje (Am 8.11,12).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Jesus Cristo é o Pão que desceu do céu.
“Jesus é a Palavra (Verbo) viva. A Bíblia é a Palavra escrita. Jesus é o ‘pão da vida’ e em Mateus 4.4 Ele disse: ‘Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’. Portanto, comemos a sua carne ao receber à Palavra de Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1584).
CONCLUSÃO
No Antigo Testamento, apenas o sumo sacerdote e seus filhos tinham direito de comer dos pães da proposição. A única exceção foi Davi e seus homens (Mc 2.25,26). Através de Cristo, porém, temos acesso não somente aos pães da proposição como também ao lugar mais santo do tabernáculo. E, todas as vezes que nos reunimos para celebrar a Ceia do Senhor, lembramo-nos de que Jesus é a presença eterna do Pai entre nós (1Co 11.23,24). Ele é o pão da vida. Amém.
A respeito de “Os Pães da Proposição”, responda:
Como os pães da proposição eram preparados?
Os pães da proposição eram preparados todos os sábados (1Cr 9.32). Em sua composição, usava-se a flor da farinha de trigo (Lv 24.5). Depois de cozidos, eram postos em duas fileiras sobre a mesa, sendo entremeados por incenso (Lv 24.6,7).
Quem eram os encarregados de fazê-los?
Os coatitas.
Onde ficavam os pães da proposição?
Sobre a mesa.
O que eles simbolizam?
Os pães da proposição simbolizavam a presença sempre providencial de Deus no meio de seu povo (Jr 32.38).
Por que Jesus é o pão vivo que desceu do céu?
Porque a sua missão, neste mundo, foi (e sempre será) alimentar-nos com a Palavra de Deus (Jo 1.1).
Os pães da proposição
Como o candelabro tinha uma simbologia diretamente aplicada ao Israel de Deus do Antigo Testamento, “os Pães da Proposição” tem uma simbologia aplicada mais tarde diretamente ao nosso Senhor. Sim, o nosso Senhor é o Pão da Vida descido dos céu para saciar o pecador faminto. Só Cristo pode saciar plenamente o ser humano que vive em busca de um significado para vida.
Os Pães da Proposição
No Antigo Testamento a simbologia dos Pães da Proposição refletia a presença providencial de Deus para o seu povo. Uma presença que substituía qualquer meio material para trazer-lhe alguma solução, pois, assim, o povo de Israel aprenderia que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4.4). Sim, os pães da proposição mostravam que a presença de Deus no meio do seu povo era suficiente, providencial e definitiva.
A Palavra de Deus, o Pão da vida
“E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas que de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem”, é o que diz a Palavra de Deus (Dt 8.3). Mais do que o pão material, o pão espiritual é que sustentaria o povo no deserto. O pão espiritual é a Lei de Deus. Ora, não adiantava o povo de Israel alimentar-se bem da comida material, mas não comer o pão espiritual, isto é, guardar a Lei do Senhor e amá-la de todo coração. Sem o pão espiritual, a nação morreria.
O problema mais grave é quando o ser humano confia somente em seu braço material, na suficiência do dinheiro, ou na beleza dos bens. É quando a visão cega, o coração esfria e a alma morre sem a presença do Altíssimo. Portanto, a verdadeira vida está na Palavra de Deus! O sustento diário está na Palavra de Deus! O sustento específico está na Palavra de Deus!
Jesus Cristo, o Pão que desceu do céu
Toda a beleza da Palavra de Deus, o provimento da Lei do Senhor e a essência do Verbo que vem do Criador estão plenamente revelados em Cristo Jesus, o Pão Vivo que desceu do céu. É o pão da vida que foi partido por nós, para nos trazer salvação e vida eterna (Lc 22.14-23). Jesus Cristo é a síntese de toda providência divina para dar sentido à alma do ser humano e prover-lhe salvação e vida eterna.
Quando o homem “come” desse pão, ele sacia a alma e a fome espiritual para sempre. E compreende definitivamente que não só de pão o ser humano vive, mas de toda Palavra de Deus.