Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus
Comentarista: Natalino das Neves
Lição 3: O batismo de Jesus
Data: 21 de Janeiro de 2018
“E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17).
Deus confirmou a filiação divina deJesus por ocasião do seu batismo.
SEGUNDA — Mt 3.14
João não se sente confortável em batizar Jesus
TERÇA — Mt 3.15
João se permite batizar Jesus
QUARTA — Mt 3.11
O batismo de João era para arrependimento
QUINTA — Mt 28.19
O batismo é uma ordenança de Jesus
SEXTA — Rm 4.1-12
O batismo é um símbolo de fé em Cristo
SÁBADO — Rm 6.3,4
O batismo mostra que pela fé em Jesus estamos mortos para o pecado
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Prezado educador, sabemos da escassez de bons professores para o ensino na Escola Dominical, por isso precisamos investir em ações de capacitação e desenvolvimento de novos talentos. Observe bem os seus alunos e procure descobrir aqueles que possuem mais habilidades para o ensino. No decorrer do trimestre, crie oportunidades para que estes façam a apresentação de algum tópico da lição. Tenha como objetivo ensinar e formar novos talentos para a Educação Cristã.
Depois de orar para iniciar a aula, convide um aluno ou aluna para falar a respeito de como foi o batismo dele(a). Você poderá fazer as seguintes perguntas: “Por que você decidiu se batizar?”; “O que sentiu depois do batismo?”. Para isso, reserve 5 minutos para cada aluno.
Dar a oportunidade para que os alunos falem a respeito de como foi o batismo deles, contribui para que percam a timidez e o medo de falar em público, contribuindo para a formação de novos docentes.
Mateus 3.13-17.
13 — Então, veio Jesus da Galileia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele.
14 — Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
15 — Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.
16 — E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
17 — E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
INTRODUÇÃO
Algumas pessoas não conseguem entender o motivo que levou Jesus, sendo o Deus encarnado, a se sujeitar a ser batizado pelo último dos profetas de Israel (Mt 11.13). No entanto, a narrativa de Mateus, apesar de resumida, mostra o que estava por trás desse gesto de Jesus. A história do batismo de Jesus não era para ser apenas mais um relato de batismo de João, o Batista. Ela teve um significado importante: revelar a divindade de Cristo e a confirmação escriturística de sua missão.
Nesta lição, estudaremos a respeito do gesto humilde de Jesus de vir até João para ser batizado. Veremos também os sinais que aconteceram naquele momento e a relação do batismo de João com o batismo cristão.
I. O PROFETA QUE BATIZOU JESUS
1. João, o batista. Mateus descreve a aparição de João Batista diretamente no deserto. Ele faz uma conexão entre o texto de Mateus 3.3 com Isaías 40.3: “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus”. A profecia de Isaías 40.3 teve um significado especial para os exilados da Babilônia. A interpretação teológica do exílio era de que ele ocorreu devido à desobediência do povo e a libertação estava condicionada ao retorno a Deus. Essa interpretação influencia o discurso de João Batista.
João é comparado a Elias pelo seu estilo de vida e ousadia ao desafiar o povo de Israel a se converter a Deus (1Rs 1.17,18-46). Mateus deixa claro que João tinha uma missão especial já prevista no Antigo Testamento: preparar o caminho para o Messias.
2. O batismo de João. O batismo de João era com água e para arrependimento, um batismo de purificação precedido por uma confissão de pecados. O discurso realizado por João Batista antes do batismo era direto e firme. Uma temática profética semelhante a Moisés (Dt 30.2,10), Oseias (Os 3.5; 6.1), Amós (Am 4.6,8,9), Isaías (Is 9.13), Jeremias (Jr 2.27) e Ezequiel (Ez 14.6). A mensagem de João era de arrependimento para um batismo que realmente simbolizasse a morte do “velho homem”. Se o batismo de João era para o arrependimento e precedido de um discurso duro, por que Jesus vai ao Jordão procurar João para ser batizado? De que teria Ele que se arrepender? Por que ouvir tal discurso? A atitude de João demonstrava que ele não via em Jesus necessidade de arrependimento, mas que tudo foi realizado para se cumprir as Escrituras.
3. João anuncia um batismo superior ao seu. Antes de batizar Jesus, João anunciou que após ele surgiria alguém com um batismo superior ao seu. João estava se referindo a Jesus, pois Ele batizaria aqueles que cressem com o Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11).
A missão de Jesus era salvar e purificar os que o aceitam pela fé e o recebem como seu único Salvador, crendo nas palavras do Evangelho.
Pense!
Jesus e João, durante o batismo, demonstraram exemplos de humildade. Jovem, você é um exemplo de humildade?
Ponto Importante
João batista não tinha inveja de Jesus. Ele realça as qualidades e virtudes do Salvador, mesmo correndo o risco de "perder" seus discípulos para Ele.
II. O BATISMO DE JESUS E OS SINAIS DIVINOS
1. Jesus foi batizado para que se cumprissem as Escrituras. A narrativa de Mateus a respeito de Jesus não menciona a infância dEle. Do seu nascimento salta para a visita a João.
A atitude de João, seu primo, ao recebê-lo demonstra que ele conhecia Jesus e não via nEle necessidade de arrependimento e muito menos de ser batizado.
Mateus é o único evangelista que registra o fato de João, a princípio, ter se recusado a batizar Jesus. Sua recusa é consistente com sua humildade (Mt 3.11). Quando Jesus menciona que é para cumprimento de “toda a justiça”, ele se rende e batiza o Salvador. O verbo cumprir que aparece também em textos de Mateus (Mt 1.22; 2.15; 4.14) significa concordância da vontade de Deus com o que está acontecendo no ministério de Jesus, que fora previamente declarado nas Escrituras.
2. Primeiro sinal: a descida do Espírito de Deus em forma de pomba (Mt 3.16). Logo após a saída de Jesus das águas os céus se abrem para Ele. A abertura dos céus revela favor divino a pessoa que estava em consonância com Deus (Ez 1.1; At 7.56; Ap 19.11).
O evangelista afirma que ao sair Jesus das águas o Espírito de Deus desceu sobre Ele como uma pomba (Mt 3.16). O Espírito Santo que já estava ativo no nascimento de Jesus (Mt 1.18) continua presente no início de seu ministério terreno.
Jesus é o Filho de Deus que veio ao mundo para proclamar e libertar o oprimido, conforme a leitura que Ele mesmo fez de Isaías 61.1. Este também era o sinal de um novo governo, diferente do governo do Império Romano, em que os menos favorecidos não tinham quem os representasse.
3. Segundo sinal: uma voz dos céus. Na sequência, Mateus afirma que “e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). Mais uma vez Mateus recorre ao Antigo Testamento, fazendo uma alusão ao Salmo 2.7 e Isaías 42.1.
Mateus apresenta Jesus como o servo sofredor de Deus e como o Messias (Is 42.1-4). Ele demonstra que mesmo sendo Filho de Deus, Jesus tinha a humildade de servir, diferente dos governantes romanos. Mateus também apresenta a figura do Messias, que devia batizar com o Espírito e com fogo. A pomba é símbolo de suavidade e mansidão. Isso nos mostra que, dependendo da atitude do ser humano em relação à vontade de Deus, Jesus pode ser a verdadeira benignidade como também a severidade (Rm 11.22).
Pense!
Jesus recebeu ao mesmo tempo o título de Filho de Deus e Servo Sofredor. Jovem, você sabe lidar com situações de glória e de humilhação?
Ponto Importante
A benignidade ou severidade de Jesus está condicionada à atitude do ser humano em relação à vontade de Deus (Rm 11.22).
III. O BATISMO DE JESUS E O BATISMO CRISTÃO
1. O modelo do batismo de João foi adaptado pelo cristianismo. João Batista não foi o primeiro a praticar o batismo nas águas. Antes dele, os judeus batizavam os prosélitos como símbolo de uma natureza “purificada”. João Batista propagava o batismo do arrependimento, todavia o significado de arrependimento para João não é o mesmo do batismo cristão (At 18.24-26; 19.1-7). O batismo de João era uma preparação para o batismo que Jesus iria instituir depois de sua morte e ressurreição. Jesus é o Cordeiro de Deus, para justificação de todo aquele que crê e depois da sua morte e ressurreição, todos que nEle creem devem ser batizados em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28.20).
Em Mateus, João Batista aparece pregando o “batismo de arrependimento para remissão de pecados”, enquanto Jesus entra com um discurso do Reino: “Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos céus”. Para a pessoa participar do batismo, é preciso crer na obra vicária de Cristo para ser justificada somente depois disso vem o batismo (At 2.41). O batismo é um símbolo da justificação já realizada por Jesus Cristo.
2. O batismo é uma ordenança de Cristo e não um sacramento. Segundo a doutrina católica, as obras são essenciais para a justificação assim como o “sacramento do batismo”. Tais argumentos repetem a mesma defesa dos judeus com relação à circuncisão como meio de justificação. Em Romanos 4.9-15, Paulo questiona tal prática e chama de hipócrita quem se gloria de obras e sinais externos. Paulo afirma que Abraão foi justificado antes da instituição da circuncisão, tornando irrefutável a afirmação de que a circuncisão não era requisito para a justificação.
O batismo cristão é a ordenança de Jesus proferida pouco antes de sua ascensão, mas a justificação se dá mediante a fé no Filho de Deus (Mt 28.19,20). Jesus deu orientações explícitas de que as pessoas convertidas devem ser batizadas em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Porém, somos salvos pela fé em Jesus, pela sua graça e não pelo batismo em si. O batismo sem fé nenhum valor tem.
3. O batismo cristão ilustra a morte e ressurreição de Cristo. O crente, pela fé em Cristo, torna-se justo diante de Deus e o velho homem é com Jesus crucificado, fazendo surgir uma nova criatura (Rm 6.6; 2Co 5.17). O batismo nas águas é um ato público para atender uma ordenança que formaliza, simbolicamente, o que já ocorreu: o sepultamento do velho homem (Cl 2.12). O batismo nas águas é uma bela representação da nova posição do salvo em Cristo, morto para o pecado (debaixo das águas), justificado e reconciliado com Deus (ao sair das águas). Portanto, o batismo cristão é um ato público que simboliza a justificação ocorrida por meio da fé em Cristo.
Pense!
Se o próprio Jesus, que não tinha pecado, se submeteu ao batismo de João, por que ainda há jovens que resistem o batismo?
Ponto Importante
O batismo nas águas é a ordenança de Jesus, um ritual que simboliza que um pecador justificado está confessando, em público, sua fé em Cristo.
CONCLUSÃO
Jesus demonstrou sua humildade e obediência, ao que estava predito nas Escrituras, ao se submeter ao batismo de João Batista, mesmo não tendo pecado. O batismo de Jesus foi acompanhado de sinais, comprovando que Ele era o Filho de Deus.
MARK, Daver. A Mensagem do Novo Testamento: Uma exposição teológica e homilética. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
1. Como Mateus descreve a aparição de João Batista?
Mateus descreve a aparição de João Batista diretamente no deserto.
2. Qual o significado do verbo “cumprir” que aparece em alguns textos de Mateus, como exemplo, Mateus 1.22; 2.15?
O verbo cumprir que aparece também em textos de Mateus significa concordância da vontade de Deus com o que está acontecendo no ministério de Jesus, que fora previamente declarado nas Escrituras.
3. Segundo a lição, qual era a missão de Jesus?
A missão de Jesus era salvar e purificar os que o aceitam pela fé e o recebem como seu único Salvador.
4. Por que o batismo é considerado uma ordenança e não um sacramento?
Porque o batismo cristão é a ordenança de Jesus proferida pouco antes de sua ascensão, mas a justificativa se dá mediante a fé no Filho de Deus e não pelas obras.
5. De acordo com a lição, como relacionar o batismo nas águas e a nova posição do salvo em Cristo?
O batismo nas águas é uma bela representação da nova posição do salvo em Cristo, morto para o pecado (debaixo das águas), justificado e reconciliado com Deus (ao sair das águas).
“O batismo de Jesus marca o início de seu ministério. João Batista estava chamando os ouvintes para um batismo de arrependimento. Jesus, no entanto, não tinha pecados dos quais se arrepender. Mas Ele, graças à sua submissão ao batismo de João Batista, demonstrou sua identificação com a humanidade pecaminosa. A descida do Espírito Santo em forma de pomba e as palavras de aceitação do Pai que acompanharam o batismo representaram a aprovação de Deus do ministério que se seguiria. [...] No batismo de Jesus, Deus o confirmou como seu Filho e encheu-o com seu Espírito (Mt 3.13-17), capacitando-o para sua missão” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013, p.436).