Título: Seu Reino não terá fim — Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus
Comentarista: Natalino das Neves
Lição 8: A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém
Data: 25 de Fevereiro de 2018
“E as multidões, tanto as que iam adiante como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Mt 21.9).
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém mostrou que Ele era o Messias, o Rei anunciado pelos profetas.
SEGUNDA — Mt 21.4,5
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém foi predita pelos profetas
TERÇA — Mt 21.6
A obediência e disciplina dos discípulos
QUARTA — Mt 16.21
Jesus prediz que seria morto, e ressuscitaria ao terceiro dia
QUINTA — Zc 9.9
Zacarias prediz a entrada triunfal de Jesus em um jumentinho
SEXTA — 1Rs 1.33
Era costume os reis terem sua mula
SÁBADO — Sl 118.25
“Bendito aquele que vem em nome do SENHOR”
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor(a), o método didático e participativo deve ser incentivado na Escola Dominical. No entanto, para que seja efetivo, o professor(a) necessita ter objetivos claros, distintos e atingíveis. Os objetivos propostos nas revistas servem como um modelo, porém eles deverão ser adaptados à realidade de sua classe.
Os recursos didáticos que forem necessários para a aula deverão ser providenciados antecipadamente para que não haja surpresas durante as aulas. Faça tudo de forma planejada, pois os alunos percebem quando o professor não prepara a aula e esse é um fator desmotivador. Você foi chamado para um excelente ministério, então seja dedicado. Dê o seu melhor, pois o ensino eficaz pode transformar vidas.
A respeito da atividade mencionada na última aula, prepare algumas perguntas sobre a lição e chegue alguns minutos antes da aula começar a fim de fixá-las debaixo de algumas cadeiras da sala. Inicie a aula normalmente, se os alunos perguntarem a respeito da atividade surpresa vá adiando a revelação. Nos últimos 10 minutos de aula, peça para os jovens procurarem, debaixo da cadeira, algo que está colado. Peça aos alunos “sorteados” para lerem as perguntas e, se possível respondê-las. Se o aluno não conseguir responder, transfira para outro. Agradeça as participações e ao final, se for possível, seria interessante presentear os alunos selecionados.
Mateus 21.1-11.
1 — E, quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao monte das Oliveiras, enviou, então, Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:
2 — Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e um jumentinho com ela; desprendei-a e trazei-mos.
3 — E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor precisa deles; e logo os enviará.
4 — Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz:
5 — Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, humilde e assentado sobre uma jumenta e sobre um jumentinho, filho de animal de carga.
6 — E, indo os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara,
7 — trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima.
8 — E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pelo caminho.
9 — E as multidões, tanto as que iam adiante como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!
10 — E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?
11 — E a multidão dizia: Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Este episódio dá início ao quinto bloco narrativo do Evangelho de Mateus (Mt 21.1-11). O texto descreve a chegada de Jesus em Jerusalém, centro do poder religioso. O Mestre já havia predito, aos seus discípulos, que em Jerusalém Ele iria padecer nas mãos dos anciãos, principais sacerdotes e escribas. Jesus afirmou que seria morto, mas ao terceiro dia ressuscitaria (Mt 16.21).
O Messias entrou em Jerusalém montado em um jumentinho, de forma humilde, para que se cumprissem as Escrituras Sagradas e o povo o recebe bem, aclamando-o como enviado de Deus.
I. A ENTRADA DO REI DOS REIS EM JERUSALÉM (Mt 21.1-3)
1. A expectativa da chegada de Jesus em Jerusalém. Talvez, os discípulos estivessem animados e ansiosos em relação à chegada de Jesus na cidade de Jerusalém. Quem sabe eles não pensavam que Jesus iria assumir o poder político ou que algo sobrenatural iria acontecer? Todavia, Jesus reuniu os seus discípulos em particular para informar que em Jerusalém Ele seria perseguido e morto. Esta foi a terceira vez que Jesus predisse a sua morte e ressurreição na cidade de Jerusalém (Mt 16.21; 17.22,23; 20.18).
No capítulo 20, Mateus narra o pedido da mãe dos filhos de Zebedeu, Tiago e João, (v.20). Ela intercede pelos seus filhos, a fim de que eles fossem colocados ao lado de Jesus quando Ele assumisse o seu Reino (v.21). Fica claro que a expectativa era de que Jesus assumisse o poder em Jerusalém. Então, Jesus adverte aos discípulos a fim de que eles não brigassem por posição, pois os valores do seu Reino eram superiores aos dos homens, e quem quisesse ser o primeiro, deveria ser servo de todos (v.27). Jesus lhes falava a respeito do Reino dos Céus, mas eles estavam focados nas coisas deste mundo.
2. A entrada em Jerusalém, uma fase de transição. Os discípulos ainda não haviam compreendido o real propósito da missão de Jesus, mesmo depois de Ele predizer algumas vezes a respeito de sua paixão e ressurreição. Por isso, depois da morte de Jesus os discípulos ficaram tão decepcionados e desanimados. Segundo o Evangelho de Marcos e Lucas, dois deles resolveram deixar Jerusalém e seguir para Emaús (Lc 24.13,21).
Mateus narra a chegada de Jesus em Jerusalém de forma que lembra a entrada das comitivas dos reis de Israel e as greco-romanas. Estas entradas incluíam: marchas triunfais, honrarias militares, bem como a chegada de um rei ou soberano montado em uma mula.
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém marcaria um momento importante de transição para a sua paixão.
3. Jesus planejou sua entrada em Jerusalém. Ainda em Betfagé, no Monte das Oliveiras, Jesus dá uma ordem a dois dos seus discípulos: “Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e um jumentinho com ela; desprendei-a e trazei-mos” (Mt 21.2). Percebe-se que Jesus já tinha tudo planejado, diferente de alguns crentes que fazem tudo de modo improvisado.
A primeira impressão que temos, ao ler o relato de Mateus, é que Jesus conhecia o dono dos animais, pois Ele orienta os discípulos dizendo: “E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor precisa deles; e logo os enviará” (Mt 21.3). Mas, fazia parte do costume da época o sistema de angária, ou seja, as pessoas tinham obrigação de ceder ou alugar animais de carga para o serviço dos soberanos.
Pense!
Enquanto muitos querem demonstrar que são importantes, Jesus expõe sua humildade. Jovem, em sua vida cristã, o que você tem procurado exibir?
Ponto Importante
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, montado em um jumentinho, representava o governo humilde do Messias. Tal acontecimento incomodou as autoridades religiosas.
II. A ENTRADA TRIUNFAL DE JESUS MONTADO EM UM JUMENTINHO, UM ATO MESSIÂNICO (Mt 21.4,5)
1. Os profetas e a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Mateus é o único evangelista sinótico que registra que o jumentinho estava preso a uma jumenta. O fato de o animal estar junto à mãe demonstrava que ele ainda não tinha sido desmamado e que nunca havia sido montado. É importante ressaltar que somente Mateus e João registram que as ações de Jesus cumprem as profecias.
O Evangelho de João 12.15,16 deixa claro que os discípulos só conseguiram relacionar a entrada de Jesus em Jerusalém, montado em um jumento, com os textos proféticos, somente depois da morte do Salvador. Mateus cita na primeira linha o texto de Isaías 62.11, e as demais são de Zacarias 9.9.
2. A humildade do Messias. Ao contrário de todas as expectativas messiânicas dos judeus, Jesus, em diferentes ocasiões, demonstrou que seu reinado seria de paz e humildade. O Comentário Bíblico Pentecostal afirma esta ideia ao asseverar que “o jumentinho é um transporte de paz e não de guerra”.
A entrada de Jesus em Jerusalém, montado em um jumentinho, de certa forma, se assemelhava às comitivas reais, mas o Salvador já havia deixado claro que Ele veio ao mundo não para ser servido, mas para servir (Mt 20.28). Jesus estava propagando o Reino de Deus, cujos propósitos e valores são diferentes dos reinos deste mundo.
3. Os discípulos obedecem as recomendações do Mestre. Os dois discípulos obedeceram rigorosamente às ordens de Jesus. Tal obediência foi importantíssima para o cumprimento das profecias e para que o planejamento que Jesus havia feito desse resultado. Sem a obediência dos liderados não existe liderança eficiente.
Pense!
Os discípulos atenderam as ordens de Jesus e fizeram tudo como Ele havia solicitado. Jovem, como discípulo de Cristo, você obedece a seus líderes?
Ponto Importante
O jumento era um animal de transporte utilizado em tempo de paz. Isso nos mostra que o Reino implantado por Jesus na Terra é um Reino de paz e humildade.
III. JESUS É RECEBIDO COMO REI MESSIÂNICO (Mt 21.8-11)
1. A entrada triunfal de Jesus e sua comitiva. A entrada repentina de Jesus em Jerusalém causou um grande alvoroço na cidade, pois era algo inusitado e que atraiu um público significativo. Tal fato se assemelha à entrada de Salomão quando este foi constituído rei e desceu a Giom, utilizando a mula que pertencia o seu pai, o rei Davi (1Rs 1.33). A ação das pessoas, de espalharem roupas pelo chão na estrada diante de Jesus, também se assemelhou a unção de Jeú quando este foi declarado rei (2Rs 9.13).
Jesus foi recebido como um Rei, porém, como Ele afirmou a Pilatos: “[...] O meu Reino não é deste mundo” [...] (Jo 18.36).
2. Jesus é aclamado como Rei Messiânico. Quando Jesus entrou em Jerusalém a multidão que o seguia o exaltou com partes do Salmo 118.26. Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal, “hosana é a versão grega transliterada da expressão hebraica, ‘salva-nos’” (Sl 118.25). Mateus enfatiza a ação das pessoas ao cortarem e espalharem ramos e gritarem “hosana”, pois tais ações eram muito utilizadas nas festividades judaicas.
Infelizmente, a multidão que gritou “hosana”, foi a mesma que também gritou: “Crucifica-o!”, “Crucifica-o!”. Escolheram soltar Barrabás, um salteador e homicida, e pediram a prisão e morte de Jesus. Por isso, o crente não deve se iludir com a fama e a bajulação das multidões. O importante é conhecer e viver os princípios bíblicos e procurar agradar sempre a Deus.
3. A recepção de Jesus é vista como uma ameaça pelos líderes religiosos de Jerusalém. O alvoroço das pessoas, a aclamação do povo e o reconhecimento de Jesus como uma figura messiânica, abalaram a segurança das principais autoridades religiosas de Jerusalém. Jesus passou a ser uma ameaça ainda mais perigosa. Somente Mateus registra o questionamento da multidão a respeito de quem era Jesus. A resposta foi: “Este é Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia” (v.11). Em determinado período do seu ministério, Jesus atuou mais distante do principal centro religioso da sua época, mas agora Ele chega a Jerusalém e “alvoroça” a cidade com sua presença.
Lucas registra o pedido dos fariseus para que Jesus repreendesse seus discípulos: “[...] Mestre, repreende os teus discípulos [...]” (Lc 19.39). Mas Jesus os repeliu dizendo que se eles se calassem até as pedras clamariam (Lc 19.40). Agora não haveria mais volta, Jesus daria prosseguimento a sua morte de cruz e ao sacrifício que proporcionou a nossa salvação.
Pense!
Jesus conhecia os perigos da fama e do clamor das multidões. Ele demonstrou isso na narrativa da tentação. Jovem, como você lidaria com a fama e a popularidade?
Ponto Importante
A multidão que na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém clamou, “Hosana” foi a mesma que no seu julgamento clamou, “crucifica-o”.
CONCLUSÃO
Na lição de hoje, aprendemos que Jesus realizou sua missão de forma planejada a fim de cumprir com o seu propósito: observar as Escrituras. Sua entrada em Jerusalém, ao contrário de todas as expectativas, demonstra que o seu Reino não era desse mundo, por isso era um reino de paz, humildade e justiça.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009.
1. Quais eram os nomes dos filhos da mulher que intercedeu por eles diante de Jesus para que fossem colocados ao seu lado, quando assumisse o trono?
No capítulo 20, Mateus narra o pedido da mãe dos filhos de Zebedeu, Tiago e João.
2. O que lembrava a cena empregada na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém?
Mateus narra a chegada de Jesus em Jerusalém de forma que lembra a entrada das comitivas dos reis de Israel e as greco-romanas.
3. Segundo a lição, Jesus planejou sua entrada triunfal em Jerusalém?
Sim. Jesus dá uma ordem a dois dos seus discípulos: “Ide à aldeia que está defronte de vós e logo encontrareis uma jumenta presa e um jumentinho com ela; desprendei-a e trazei-mos” (Mt 21.2). Percebe-se que Jesus já tinha tudo planejado, diferente de alguns crentes que fazem tudo de modo improvisado.
4. A entrada triunfal de Jesus se assemelhava a qual rei do Antigo Testamento?
Se assemelhava à entrada de Salomão quando este foi constituído rei e desceu a Giom, utilizando a mula que pertencia o seu pai, o rei Davi.
5. Qual foi a resposta de Jesus quando os fariseus pediram para que calasse seus discípulos?
Jesus os repeliu dizendo que se eles se calassem até as pedras clamariam (Lc 19.40).
“A entrada triunfal aconteceu em um domingo. Depois de curar os dois cegos em Jericó, Jesus e os seus discípulos, acompanhados pelos peregrinos da Galileia a caminho da festa da Páscoa, haviam caminhado pela estrada de Jericó em direção a Jerusalém. Isso aconteceu em uma sexta-feira. Desde o pôr do sol da sexta-feira até o pôr do sol do sábado (o sábado judaico). Jesus e os seus discípulos descansaram, talvez na casa de Marta e Maria em Betânia.
No domingo, eles foram para Jerusalém e, no caminho, evidentemente pararam em Betfagé. Essa vila não é mencionada no Antigo Testamento, mas somente em conexão com a entrada triunfal no Novo Testamento. O Talmude fala sobre ela como estando próxima a Jerusalém. Dalman diz, com base na literatura rabínica: ‘Este deve ter sido um distrito situado fora de Jerusalém (um subúrbio, mas não uma unidade independente), que começava na fronteira do santuário, isto é, antes do muro oriental de Jerusalém’. Isso pode sugerir um território que incluía o vale de Cedrom e a encosta ocidental do monte das Oliveiras.
Como de costume, Mateus cita o cumprimento de uma profecia nesse evento da vida de Cristo. A citação corresponde a Zacarias 9.9 (cf. também Is 62.11) onde está previsto que o Rei-Messias viria humildemente, montado em um jumento. [...] Josefo registra a crença popular de que o Messias iria aparecer no monte das Oliveiras” (Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, pp.144-145).
“A questão mais importante é que Jesus deliberadamente se identifica como o Messias e, assim, cumpre a profecia. Até aqui não é feita menção nos Evangelhos de Jesus viajar montado num animal; com certeza Ele não precisaria ir montado num jumentinho para perfazer a distância de Betfagé aos portões da cidade, a qual poderia ter sido percorrido à pé. Dos escritores sinóticos, só Mateus nota que as ações de Jesus cumprem a profecia (Mt 21.4,5; cf. também Jo 12.14,15). Isto é característico do registro frequente de Mateus aludir o cumprimento de profecia com sua expressão introdutória: ‘Para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta’. A primeira parte de sua citação é de Isaías 62.11 e a segunda, de Zacarias 9.9. O monte das Oliveiras é o local da volta do Messias (veja Zc 14.4). No uso que Mateus faz de Zacarias 9.9, ele omite as palavras ‘justo e Salvador’, e a descrição subsequente de um Messias vitorioso, preferindo enfatizar Jesus como humilde (Mt 5.5; 12.18-21). O jumentinho é um transporte de paz, não de guerra; o conquistador vem como pacificador humilde. [...] o fato de outro ‘Filho de Davi’, Salomão, ter montado a mula de Davi, seu pai, quando foi coroado na fonte de Giom no mesmo vale ao longo do qual Jesus esta agora indo montado no jumentinho (1Rs 1.38) não teria passado despercebido pela audiência judaica de Mateus” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.116).