LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

2º Trimestre de 2018

 

Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias.

Comentarista: Thiago Brazil

 

 

Lição 5: Vivendo uma vida santa

Data: 29 de Abril de 2018

 

 

TEXTO DO DIA

 

Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas, sim, a Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo(1Ts 4.8).

 

SÍNTESE

 

Deus nos convoca para uma compreensão de santidade que transcende os cerimoniais religiosos e os rituais de purificação humanos.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Cl 3.17

Vivendo para a glória de Deus

 

 

TERÇA — 1Co 6.19

Reconhecer o corpo como templo de Deus

 

 

QUARTA — Jo 8.32

A verdade que liberta

 

 

QUINTA — Lv 25.17

Ninguém oprima o seu próximo

 

 

SEXTA — 1Co 6.11

O Espírito nos santifica

 

 

SÁBADO — Mt 5.24

A relação entre oferta, santidade, adoração e comunhão

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • CARACTERIZAR o tipo de comportamento que agrada a Deus;
  • REFLETIR a respeito do imperativo bíblico acerca da pureza sexual;
  • COMPREENDER que a santidade deve abranger todas as áreas de nossa vida.

 

INTERAÇÃO

 

Esta é uma das lições mais desafiadoras deste trimestre, pois estaremos falando a respeito de santidade e sexualidade; dois temas sempre atuais, presentes constantemente nas discussões entre os jovens, mas também cercado de mitos e tabus. Caro professor(a), é em momentos como este que sua experiência e sensibilidade devem fazer a diferença, você conhece o perfil de sua turma, sabe as questões mais pertinentes a serem abordadas, você é capaz de reconhecer as lacunas que o comentário da lição não conseguiu contemplar.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Para a dinâmica de hoje você vai precisar de uma folha de sulfite de cor branca e outra de uma cor mais escura (preta, cinza ou marrom). Inicie a aula fazendo a seguinte indagação: “Como nos manter puro, íntegro, vivendo em meio a uma sociedade idólatra, pagã e maligna?”. Ouça os alunos com atenção. Em seguida, pegue uma folha de papel sulfite branca. Mostre a folha e diga que o crente precisa viver neste mundo corrupto de forma íntegra, santa, e para isso ele não pode abrir mão dos princípios da Palavra de Deus. O crente precisa ser como uma folha em branco, sem mancha, mácula ou ruga. Depois, passe cola na folha toda em seguida cole a outra folha (cor preta). Diga que quando acabamos por nos aculturar e viver segundo a filosofia deste mundo ficamos unidos a ele. Como Igreja do Senhor, temos que ir contra a maneira de pensar deste mundo. Leia Romanos 12.2. Depois peça que um aluno, sem rasgar a folha branca, tente separá-las. Mostre que é impossível separar as folhas sem rasgá-las. Assim, é impossível o crente viver segundo a filosofia deste mundo e não se contaminar, nem se ferir ou ferir o seu próximo (Adaptado de BUENO, Telma. Boas Ideias para Professores de Educação Cristã. 80 atividades do maternal a adultos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015. pp.127,128).

 

TEXTO BÍBLICO

 

Tessalonicenses 4.1-4.

 

1 — Finalmente, irmãos, vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, assim como recebestes de nós, de que maneira convém andar e agradar a Deus, assim andai, para que continueis a progredir cada vez mais;

2 — porque vós bem sabeis que mandamentos vos temos dado pelo Senhor Jesus.

3 — Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição,

4 — que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra,

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

Depois de ter redigido a parte principal desta sua primeira carta, na qual as temáticas centrais eram o louvor e a gratidão a Deus pela experiência de salvação que desfrutavam os tessalonicenses, Paulo passa a fazer alguns esclarecimentos a respeito de assuntos pontuais para a vida dos irmãos daquela igreja. O início desse novo momento da epístola é demarcado através da primeira palavra de 1 Tessalonicenses 4.1, que é traduzida por “finalmente”, “quanto ao mais”, “de resto”, “ademais”. O apóstolo parece orientar os membros daquela jovem igreja a respeito de algumas dúvidas teológicas que eles possuíam e provavelmente a respeito de algumas questões práticas que Timóteo destacou em seu relatório de retorno a Paulo. Estudar as inquietações dos tessalonicenses torna-se muito relevante, especialmente quando percebemos que estas ainda são muito pertinentes para a Igreja atual.

 

I. A VIDA SANTA QUE AGRADA A DEUS

 

1. Um modelo que é transmitido e compartilhado. A preocupação de Paulo era que os tessalonicenses permanecessem no mesmo conjunto de princípios fundamentais que receberam no início de sua fé, pois se eles assim fizessem, tudo permaneceria bem. Em tempos de fórmulas mágicas ou estratégias mirabolantes, devemos nos fortalecer na confiança de que o Evangelho que nos foi transmitido é verdade espiritual suficiente para nossa edificação. Não necessitamos de complementos ou novas revelações (Gl 1.6-9). As boas-novas de Cristo não são uma verdade complexa e de difícil compreensão que apenas alguns privilegiados terão a capacidade de discerni-las; antes, é um fato simples e de fácil assimilação: Deus nos ama de maneira incondicional. O Evangelho é simples e descomplicado.

2. Vivendo para agradar a Deus. O objetivo de Paulo neste momento de sua carta àquela comunidade era lembrar aos irmãos de que a finalidade de nossas vidas não é atingir metas pessoais ou sonhos individuais, e sim, agradar a Deus em tudo quanto fizermos. Ter uma vida santa é viver segundo o propósito do Senhor (2Tm 1.9). Por isso não tenhamos receio de obedecer a Cristo, sabendo que tal opção de vida nos conduzirá à felicidade e à realização pessoal. A manifestação do Reino de Deus em nós é produtora de vida, libertação e alegria (Sl 16.8-11); certamente passaremos por desafios e lutas, mas nada, nem ninguém, terão o poder de destruir os fundamentos eternos que o Senhor já estabeleceu em nossas vidas por meio da salvação em Cristo Jesus (Rm 8.35-39). Compreendamos que se viver é um privilégio, viver em Cristo é a experiência mais sublime que podemos vivenciar.

3. Vida transbordante, vida em santidade. A presença do Senhor é reconfortante e abençoadora para nós. Se há uma metáfora bíblica que exemplifica de maneira clara a vida cristã, esta é a imagem do transbordamento. Analogias que se referem a rios caudalosos em terras secas (Is 41.18); colheitas produtivas em tempos de crise (Dt 28.8); prosperidade material (Sl 112.1-3). A medida de nossa alegria é a fartura (Sl 16.11), a porção do perdão que nos atinge é transbordante (Lc 6.38), o amor que nos salva é incomensurável (Jo 3.16). Vida cristã é sinônimo de vida santa, não há compatibilidade entre viver em Cristo e viver no pecado (Rm 6.1,2; 11-15). Por isso a nossa experiência de fé é aquela que aponta para uma abundante graça (Rm 5.20). Não é possível estar cheio de Deus, e continuar carregando ainda ódios, mágoas e ressentimentos. Esta é a causa de algumas pessoas não experimentarem a plenitude do Espírito, é preciso esvaziar-se de muita coisa antes.

 

 

Pense!

 

Viva a simplicidade, viva Jesus da forma mais intensa e amorosa possível!

 

 

Ponto Importante

 

Não devemos temer o que Deus preparou para nós; por mais desafiador e espantoso que seja, certamente isto será sempre o melhor.

 

 

II. O IMPERATIVO DA PUREZA SEXUAL

 

1. A santificação como vontade de Deus. Não foi para uma vida de pecados que fomos vocacionados por Deus (1Jo 3.8,9). Aqueles que são guiados pelos valores decadentes do mundo não conseguem aperceber-se da presença do Senhor; veem apenas tragédias, dores e maldades. No nosso caso é diferente, pois por meio da semente da santidade que brotou em nosso ser conseguimos ver Deus em tudo ao nosso redor: reconhecemos as grandezas de Deus na natureza (Sl 19.1); na transformação ocorrida em nossas vidas percebemos a presença do Senhor (2Co 3.18); em tudo o que existe, ao vivermos em santidade, somos capazes de reconhecer a glória de Deus. Uma vez que Deus nos tornou santos devemos fazer de nossa vida um altar de louvor a Ele, de maneira que, assim como o Sumo Sacerdote da Antiga Aliança, todos quantos olharem para nós lembrem-se do lema de nossa vida: “SANTIDADE AO SENHOR!” (Êx 39.30).

2. Santificação que se exige de solteiros e casados. Há em 1 Tessalonicenses 4.3-5 uma explícita e contundente exortação paulina quanto a pureza sexual. Não nos concentraremos no debate a respeito do que significa o termo vaso no v.4, pois o mais relevante é compreender que o Senhor conclama os seus filhos a reconhecerem a sexualidade como um componente tão sagrado do ser humano quanto tudo o mais que nos envolve é. Não há nada de profano ou pecaminoso no relacionamento sexual entre os casados. Lembre-se disso: seu corpo é templo e morada do Espírito Santo (1Co 3.16), não profane o templo de Deus, você! (1Co 6.15-19; Hb 13.4).

3. Vivendo num nível diferente de espiritualidade. Se de fato nossa espiritualidade é viva, é necessário que o padrão moral e comportamental do povo de Deus não seja o mesmo daquele que é adotado pelo mundo. Essa é a orientação de Paulo àquela jovem comunidade (1Ts 4.5). Aqueles que estão cegos em seus delitos e pecados possuem uma maneira distorcida de encarar aspectos essenciais da vida, como a sexualidade, por exemplo, que não condizem com nossa maneira de compreender a realidade. Fomos vocacionados à salvação para, através de nosso testemunho, anunciarmos os valores de um Reino superior, de cima, do céu (Mt 5.13-16; Jo 3.31).

 

 

Pense!

 

Em tempos de decadência espiritual, exige-se de cada cristão coragem para contrapor-se à lógica lasciva desta sociedade.

 

 

Ponto Importante

 

A santificação produzida por Deus em nossas vidas não tem efeitos apenas para o futuro; na verdade, os efeitos da obra de Cristo já repercutem agora em nós.

 

 

III. SANTIFICAÇÃO EM TODA MANEIRA DE VIVER

 

1. Negócios honestos. Santidade, todavia, não é algo que se refere apenas ao corpo ou a exterioridade das pessoas. Devemos ser santos e honestos também em nossos negócios (1Ts 4.6). A corrupção é uma prática usual em nosso país; entretanto, nós temos de ser diferentes (Ml 3.18). Não podemos defender o lucro a todo custo, a pirataria, o desvio de verba, a balança injusta (Pv 11.1; Mq 2.2). Somos um ser integral, logo, é impossível ter um padrão de santidade nos momentos litúrgicos, isto é, na igreja, e não apresentar um testemunho santo em nossa vida fora do templo. Na verdade, fomos chamados para anunciar as verdades do Reino aos que estão distantes de Deus, se, em virtude de um comportamento inadequado, não somos capazes de fazer isso, nosso cristianismo é falso e nossa fé morta (1Co 8.9; Tg 2.17). É impossível ser cristão e não ser santo.

2. Relacionamentos sadios. Não existe santidade na vida de quem promove violência, injustiça e discórdia. Como alguém pode declarar-se nascido de novo, mas ser responsável pelo fim de um casamento, pela promoção de inimizades entre pessoas, por semear a contenda entre irmãos? Isto é simplesmente impossível (Pv 6.16-19). Deus nos chamou para relacionamentos mutuamente edificantes, não devemos ser fardos para ninguém. Como anuncia Paulo, o Senhor é vingador do injustiçado (1Ts 4.6). Numa referência direta a Levítico 25.17, o apóstolo assegura que as trapaças humanas podem passar desapercebidas pelas demais pessoas, todavia, jamais serão desconsideradas pelo Senhor que é Deus da Justiça (Is 61.8). Ele “vingará” o violentado, restituirá o roubado, justificará o fraudulentamente acusado (Hb 10.30). Nossa esperança se estabelece no Senhor, em época como a nossa em que instituições sociais e seus compromissos com a equidade estão fragilizados.

3. Santificação como experiência de viver no Espírito. O poder santificador do Espírito nos torna progressivamente mais santos (1Co 6.11). Somos convocados por Deus para uma experiência de santificação instantânea e constante (Jo 17.19). O fato de o mundo estabelecer relacionamentos fraudulentos e moralmente decadentes, além de ser um desrespeito ao outro — obra do amor do Criador, imagem e semelhança da própria divindade — torna-se um afrontoso pecado contra o Espírito Santo. Ao tratarmos outras pessoas fora do nível de amor e respeito que elas merecem, como filhos e filhas de Deus, estamos voltando-nos contra o próprio Senhor (1Ts 4.8). A adoração a Deus sem comunhão com o próximo é puro rito religioso vazio, desprovido do real sentido do culto a Deus. Deste modo, viver no Espírito é uma experiência de comunhão verdadeira com o Criador e seus filhos.

 

 

Pense!

 

Os conceitos de santidade e profanação são guiados por componentes culturais ou por princípios bíblicos? Se Jesus permaneceu santo entre ladrões e meretrizes, casamentos e jantares, como devemos compreender a santidade?

 

 

Ponto Importante

 

Em um mundo de ódio, preconceitos e posturas cada vez mais radicalizadas, somos convidados para ser agentes do amor, movidos pelo Evangelho de Cristo, por uma íntima compaixão que nos faça ver as pessoas que, se não forem evangelizadas, não terão qualquer oportunidade de ver o rosto de Deus.

 

 

CONCLUSÃO

 

Não existe santidade quando há isolamento, ódio e negação do outro. Se somos as pessoas deixadas por Deus nesta sociedade para que ela não apodreça em seus extremismos sociais, cabe-nos a tarefa de iluminar os corações entenebrecidos por preconceitos e discriminações, e dar sabor às vidas desesperançosas de justiça, bondade e paz. Ser santo é estar a serviço do bem-estar do outro.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

LIMA, Elinaldo Renovato de. Ética Cristã. Confrontando as Questões Morais do Nosso Tempo. 9ª Edição. RJ: CPAD, 2015.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. O que significa viver para agradar a Deus?

É ter uma vida santa vivendo segundo o propósito do Senhor (2Tm 1.9).

 

2. Segundo a lição, o que é necessário fazer para ter uma vida transbordante?

Esvaziar-se de tudo aquilo que não glorifica a Deus — ódios, mágoas, pecados — e encher-se das dádivas do Espírito Santo.

 

3. De que modo a Palavra nos exorta a compreender a sexualidade?

Como um componente sagrado da natureza humana, incluído em nosso ser pelo próprio Deus.

 

4. Deus exige de nós santidade apenas com relação à sexualidade? Justifique sua resposta.

Não, o princípio apresentado por Paulo em 1Ts 5.23 declara que Deus quer de nós uma santidade integral.

 

5. É possível adorar a Deus sem uma vida de comunhão com aqueles que estão próximos a nós? Justifique sua resposta.

Não, pois é impossível viver em santidade quando há isolamento, ódio e negação do outro. Ser santo é estar a serviço do bem-estar do outro.

 

SUBSÍDIO

 

“A santificação começa na conversão, quando uma pessoa se arrepende e volta para Deus, passando a ser um ‘santo’ (que significa, literalmente, ‘uma pessoa separada ou consagrada’). Esse, porém, é apenas o começo de um processo contínuo e progressivo. Não leva muito tempo entrar num trem, mas leva tempo até chegar ao destino. A pessoa se torna santa por um ato de fé em Cristo Jesus, que nos atribui esse título, mas ser santo em cada aspecto da vida leva tempo. O trem não chega ao seu destino num pulo único, e nem nós nos tornamos santos desenvolvidos de um dia para outro. Precisamos crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. Do ponto de vista prático, a santificação é o processo mediante o qual os separados se tornam santos na prática, os que estão sob a graça de Cristo se tornam graciosos, e os cristãos se tornam semelhantes a Cristo. A santificação é a cristianização dos cristãos. [...] A santidade prática exige crescer espiritualmente; pessoas santas são ‘perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal’ (Hb 5.14). Criancinhas espirituais, como criancinhas físicas, estão dispostas a engolir tudo que acham! (Ef 4.14)” (PEARLMAN, Myer. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1998. pp.184,194).