Título: A Igreja do Arrebatamento — O padrão dos Tessalonicenses para estes últimos dias.
Comentarista: Thiago Brazil
Lição 11: Firmes na verdade e na Graça de Deus
Data: 10 de Junho de 2018
“E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança” (2Ts 2.16).
Em tempos de crise a melhor mensagem que pode ser anunciada a uma comunidade é a de consolação.
SEGUNDA — 2Ts 2.13
Deus nos elegeu para a salvação
TERÇA — Cl 1.28
Em Jesus somos aperfeiçoados
QUARTA — Ef 5.1
Devemos ser imitadores de Cristo
QUINTA — Rm 6.4
Somos chamados para novidade de vida
SEXTA — Sl 4.8
Somente Deus nos faz habitar em segurança
SÁBADO — Pv 4.23
Devemos guardar o coração
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Caro professor, como é sua relação com seus educandos? Você tem proximidade com eles? Você é uma referência entre os jovens de sua igreja? Você faz com que sua relação com seus educandos extrapolem os momentos da Escola Dominical? A partir de suas respostas a estas questões é possível realizar um diagnóstico de sua atuação como educador cristão; afinal de contas, não atuamos na ED em busca de um salário ou reconhecimento humano, mas para servir ao Reino de Deus — manifesto em cada pessoa e igreja local.
Procure desenvolver uma rede de relacionamentos com os jovens de sua igreja, faça projetos em articulação com a liderança do ministério de jovens, procure ser mais um instrumento de Deus para abençoar a igreja onde você exerce seu chamado para o ensino da Palavra de Deus.
Que tal realizar uma aula em campo? Claro, isso exige toda uma organização prévia: comunicação antecipada aos educandos para que ninguém seja pego de surpresa; pesquisa a respeito do lugar ideal (de preferência visite o local antecipadamente); organização da dinâmica de aula (haverá lanche depois da aula? Que horas começa e quando termina a aula? Haverá louvor? Quem levará um violão?); pense também em como se dará o deslocamento de cada aluno para o local da aula.
Tudo é motivo de alegria e empolgação para os jovens, por isso não é necessário que a aula seja num local distante ou luxuoso, a casa de um dos jovens, um outro espaço coletivo da igreja, ou mesmo um ambiente público fora da igreja, mas agradável para a aula.
Esta também é uma ótima oportunidade para convidar amigos, jovens não matriculados na Escola Dominical e até não evangélicos para um contato com a Palavra de Deus.
2 Tessalonicenses 2.13-17.
13 — Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade;
14 — para o que, pelo nosso evangelho, vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
15 — Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.
16 — E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo, e nosso Deus e Pai, que nos amou e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança,
17 — console o vosso coração e vos conforte em toda boa palavra e obra.
INTRODUÇÃO
A parte final do segundo capítulo de 2 Tessalonicenses trata a respeito do destino que Deus tem para os santos, em comparação com o que vinha sendo tratado anteriormente a respeito do estado final dos desobedientes (2Ts 2.10-12). Os santos serão alcançados pelo amor eterno do Pai. Paulo discorre por que os santos devem permanecer em paz e tranquilidade. Nesse esforço de fundamentar o consolo sempiterno de Deus para o justo, o apóstolo constrói uma magnífica referência à Trindade. Nos versículos 13 e 14, Paulo demonstra que o penhor da salvação é constituído por meio de uma obra realizada pelas três pessoas da trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
I. A AÇÃO DA TRINDADE NA VIDA DO SALVO
1. Eleitos pelo Pai (v.13). A obra da salvação não é uma realização desprovida de sentido, como se fosse uma saída de improviso realizada por um Deus que teria sido pego de surpresa diante do pecado do primeiro casal. O Pai em sua bondade nos elegeu por meio de seu Filho Unigênito Jesus Cristo desde antes da fundação do mundo (Ef 1.4). O fato de o Cordeiro ter sido morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8), nos mostra o propósito eterno de Deus em prover salvação à humanidade. Somos eleitos pelo sacrifício do Filho e não há outro caminho para nós. Nunca possuiríamos méritos sufi cientes para fazermo-nos dignos da salvação, pois esta é uma obra exclusiva de Deus. Portanto, uma vez conscientes disso, devemos operosamente desenvolver nossa salvação (Fp 2.12). Não desprezemos a obra de Cristo por nós e já manifesta em nós, antes; vivamos como filhos da luz, nascidos do alto, restaurados em Cristo.
2. Santificados pelo Espírito (v.13b). Uma vez chamados à salvação pelo Pai, é o Espírito Santo, que numa obra de transformação contínua, faz Cristo manifesto em nós (Cl 1.27,28). Como prometido por Jesus, não estamos órfãos neste mundo, temos a presença acalentadora do Santo Espírito que, numa relação simultânea de consolação e orientação, guia nossa trajetória no curso de nossa jornada ao céu (Jo 14.18; 16.7-11). Nossa luta cotidiana contra as astutas ciladas do inimigo somente pode ser superada por meio da ação do Espírito em favor de nós, o qual constantemente aperfeiçoa-nos o caráter de modo a tornarmo-nos, progressivamente, imitadores de Deus manifestando cada vez mais nossa condição de filiação (Ef 5.1). A ação do Espírito é incessante em nossa vida, pois enquanto estivermos no caminho para o céu temos muito o que nos aperfeiçoar (2Co 7.1).
3. Vocacionado para a glória do Filho. A promessa feita por Jesus a nós é que onde Ele estiver (na eternidade) nós estaremos com Ele (Jo 14.3). A oração do Mestre ao Pai em nosso favor era para que nós fôssemos participantes da glória que Ele vivenciara antes da fundação do mundo (Jo 17.24). Não possuímos uma vocação para uma vida imortal aqui na terra; ao contrário, somos convidados a abandonar todas as coisas que aqui são perecíveis e passageiras em nome de uma chamada para aquilo que é eterno. O ponto áureo da salvação não é a isenção de sofrimentos terrenos ou a promessa de galardões celestiais; o ápice da redenção é a certeza de que experimentaremos uma eternidade na presença de Jesus, em comunhão com Ele. Nosso maior bem é o Senhor, e todas as demais coisas, na presença dEle, constituem-se em nada.
II. A FIRMEZA DO CRISTÃO
1. Persistência no ensino dos apóstolos. Diante de um quadro de falsas profecias no seio da igreja local e charlatões da fé, é necessário fixar um ponto de segurança. Tal ponto, sem dúvida alguma, é a Bíblia Sagrada. Essa foi uma exortação paulina à Igreja em Tessalônica (vv.15,17). Para evitar a propagação de heresias e falsos ensinos, Paulo recomendou àquela comunidade que persistisse no modelo de cristianismo que havia recebido, tanto por meio do testemunho vivo dos pregadores do genuíno Evangelho, como por meio das orientações escritas que já circulavam pelas igrejas. Nossa fé, para ser madura, precisa ter alicerces sólidos, e a Palavra é o melhor e mais confiável de todos (Lc 6.46-49).
2. Convicção nas tradições. Para além da doutrina — infalível, imutável e fundamentada exclusivamente nas Escrituras — cada igreja local possui uma série de costumes e tradições que garante o bem-estar dos relacionamentos locais. A orientação do apóstolo é que os tessalonicenses também se mantenham firmes nessas práticas (v.15). Há em nossa geração um “culto ao novo”, de tal maneira que alguns líderes de jovens procuram incessantemente a fórmula para o culto perfeito. Nesta busca desenfreada o culto virou “balada” e muitos jovens estão se perdendo. Precisamos de novidade de vida (Rm 6.4), e não apenas de coisas novas. Não devemos ter vergonha de nossas tradições, pois foram elas que nos trouxeram até onde estamos. Não precisamos de novos costumes, basta nos revestirmos de significado para este tempo.
3. Confirmados em boas obras. A salvação de Deus em nossa vida produz um impulso positivo para a prática de boas obras (Ef 2.10). A fé dos tessalonicenses seria comprovada por meio da adoção de um estilo de vida que espelhasse o testemunho de Cristo. Para usar uma metáfora paulina podemos dizer que demonstrar nossa comunhão com Jesus na sociedade atual é similar a exalar uma excelente fragrância (2Co 2.15). O mundo ao nosso redor não conhece a Cristo e de muitos modos rejeita sua Palavra, cabe-nos então, por meio de uma vida piedosa e edificante, pregar o Evangelho sempre, inclusive quando estivermos em silêncio. Não se pode esconder uma cidade construída sobre uma montanha, os sinais de sua existência manifestam-se de modo natural (Mt 5.14). Assim, aquilo que somos espontaneamente se revela em nosso falar e proceder.
III. O CONSOLO DE DEUS AOS SANTOS
1. Confortados em amor e graça. Tendo refletido anteriormente a respeito do final dos injustos (2Ts 2.10-12) e sobre a bênção eterna da salvação, Paulo fala a respeito do consolo dos cristãos. A fonte do conforto anunciado pelo apóstolo não são as circunstâncias humanas favoráveis ou os bens materiais que aqueles irmãos poderiam possuir, mas a maravilhosa graça e o grande amor de Deus.
2. Eternamente consolados. Deus deseja construir algo de eterno em nós. Por isso, o Espírito que nos consola é eterno (Hb 9.14). O Reino para onde somos chamados é eterno (2Pe 1.11), o propósito dEle para conosco é eterno (Ef 3.11). Mas não apenas isso, o consolo que o Senhor oferece-nos é sem fim (2Ts 2.16). Por isso, não devemos nos angustiar se, por alguma circunstância aleatória, as coisas não estão conforme nossos planos. Devemos crer que o amanhã que nos está preparado é sem lágrimas, desesperos ou medos (Rm 8.18). Se é para a eternidade que somos vocacionados, não devemos nos iludir com os efêmeros encantos que este mundo pode nos oferecer.
3. Intimamente aliviado. O alívio que Paulo anuncia a Igreja em Tessalônica é algo profundo, manifesto no interior dos irmãos; é consolo para o coração (2Ts 2.17). Vivemos em tempos difíceis. De uma maneira geral, as pessoas teatralizam suas vidas: fingem ser felizes, mascaram seus medos, fazem de suas vidas uma patética representação. Não foi para exterioridades que o Senhor nos vocacionou. Deus nos chamou para uma restauração interior. Chega de superficialidade! O Evangelho é algo mais profundo. Está diretamente relacionado com o nosso ser, nosso interior, nosso coração.
CONCLUSÃO
As palavras de Paulo àquela comunidade tinham como objetivo o desenvolvimento sadio dos crentes. Eles nem deveriam angustiar-se quanto às coisas futuras, muito menos estarem aflitos com relação ao seu estado eterno. Consolo é a palavra-chave para entender este momento da escrita apostólica aos irmãos em Tessalônica. Que a certeza de consolo para aqueles irmãos fortaleça também nossos corações.
BRANDT, Robert L. e BICKET, Zenas. Teologia Bíblica da Oração. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007.
1. De que modo pode-se fazer uma correlação entre a parte final do segundo capítulo de 2 Tessalonicenses e o momento inicial do texto?
A porção final do segundo capítulo de 2 Tessalonicenses é um esforço paulino em demonstrar o destino que Deus tem projetado aos santos. Os santos serão alcançados pelo amor eterno do Pai.
2. De que modo pode-se perceber a operação da Trindade na salvação do justo em 2 Tessalonicenses?
Somos eleitos pelo Pai, santificados pelo Espírito e vocacionados pelo Filho.
3. Quais os três aspectos que Paulo orienta os tessalonicenses a ficarem firmes?
No ensino dos Apóstolos, nas tradições constituídas na Igreja e na prática de boas obras.
4. Quais as características do consolo que é prometido ao justo em 2 Tessalonicenses?
O consolo é eterno, cheio de amor e graça, operando poderosamente em nosso íntimo.
5. Qual a importância de termos um consolo interior nos dias atuais?
Em dias agitados e confusos como os atuais, a serenidade interior — oriunda de uma comunhão genuína com o Pai — nos trará paz e segurança nas promessas do Senhor.
“Paulo sabia que os tessalonicenses iriam enfrentar pressões das perseguições, dos falsos pregadores ou ensinadores, do materialismo, e da apatia. Eles se sentiriam tentados a se afastar da verdade e até mesmo a deixar a fé. Com tudo isto em mente, Paulo insistiu para que eles estivessem firmes e retivessem as tradições que lhes tinham sido ensinadas por ele e por seus cooperadores. Os tessalonicenses tinham recebido muito ensino pessoalmente, e tinham também as cartas de Paulo. Eles precisariam se agarrar à verdade que lhes tinha sido ensinada.
Por intermédio da sua graça. Deus e Cristo deram aos crentes uma eterna consolação e boa esperança. O cristianismo não é uma crença de perguntas e preocupações, nem uma crença na qual os crentes precisem esperar até o final para ver se conseguirão alcançar o objetivo maior. Na verdade, os crentes recebem esperança e incentivo com a certeza das promessas de Deus. Entretanto, orar pelos crentes de todas as partes é algo que sempre será útil, especialmente por aqueles que enfrentam perseguições por causa da sua fé, para que Deus os console e lhes dê conforto para que continuem fazendo a boa obra” (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Volume 2. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010. p.468).
“Algumas pessoas questionam a conclusão de que Tomás de Aquino considerava a Bíblia como única revelação de Deus à Igreja apelando para o seu comentário sobre 2 Tessalonicenses 2.15, no qual ele diz que ‘muita coisa não foi escrita pelos apóstolos e que, portanto, também devem ser observadas’. Entretanto, esta interpretação despreza o contexto e o restante da sua citação (de 1Co 11.34), na qual Paulo diz: ‘Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco’. No contexto dos apóstolos vivos, sim, havia ainda autoridade apostólica não-escrita. Entretanto, depois da morte deles, Tomás de Aquino jamais parece se referir a qualquer tipo de autoridade apostólica ou revelatória que excedesse a Bíblia. A sua única referência isolada (em Jó) à queda do Diabo como sendo parte da ‘tradição da igreja’ pode facilmente ser compreendida como ‘ensino’ da igreja baseado nas Sagradas Escrituras. Afinal de contas, Tomás de Aquino cria que muitas passagens bíblicas claramente ensinam a queda de Satanás tanto antes (cf. Gn 3) quanto depois de Jó (cf. Ap 12), e ele próprio as cita” (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010. p.272).