Título: O vento sopra onde quer — O ensino bíblico do Espírito Santo e sua operação na vida da Igreja.
Comentarista: Alexandre Coelho
Lição 13: O vento ainda sopra onde quer
Data: 30 de Dezembro de 2018
“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões” (Jl 2.28).
O mover do Espírito e a obra de Deus não estão restritos a uma teologia ou à vontade do homem.
SEGUNDA — Mt 3.11
Jesus batiza com o Espírito Santo
TERÇA — Jl 2.28
Deus derrama do seu Espírito
QUARTA — At 5.39
Cuidado para não lutar contra Deus
QUINTA — At 2.13
Um espírito crítico e sem entendimento
SEXTA — At 2.38
Recebendo o dom do Espírito Santo
SÁBADO — At 1.5
Sereis batizados em breve
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor(a), com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais, você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados mediante os estudos a respeito do Movimento Pentecostal. O Pentecostes não foi estabelecido por homem algum, ele é uma promessa divina feita ainda no Antigo Testamento pelo profeta Joel (Jl 2.28). Você faz parte dessa promessa e desse Movimento, por isso não fique com vergonha ou medo de declarar a sua fé em Jesus e que Ele batiza com o Espírito Santo.
Concluiremos nossa série de estudos mostrando que o mover do Espírito e a obra de Deus não estão restritas a uma teologia ou à vontade humana. Então, use seus dons e talentos para que a Igreja prossiga testemunhando de Cristo e dando continuidade à obra do Senhor.
Chegamos ao final de um trimestre e essa é uma boa oportunidade para fazer uma avaliação a fim de verificar o que os alunos realmente compreenderam das lições e do tema geral. Por isso, sugerimos uma atividade em grupo que vai permitir que você faça uma avaliação a respeito do interesse dos alunos sobre o tema e a real assimilação dos conteúdos. Para tal, será preciso que você chegue com antecedência à classe e reproduza no quadro a tabela abaixo com as questões. Providência papel e caneta. Peça que os alunos formem três grupos. Cada grupo ficará com uma questão. Depois que os alunos terminarem a discussão e responderem a questão, forme um único grupo, mostre o que os alunos produziram e discuta com eles os assuntos.
Atos 2.14-18,37-39.
14 — Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
15 — Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia.
16 — Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel:
17 — E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;
18 — e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão;
37 — Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
38 — E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39 — Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.
INTRODUÇÃO
Chegamos ao fim do trimestre, e mediante o estudo de cada lição observamos que Deus não se vê limitado pelo pensamento humano. Ele pode agir da forma que lhe convier. Sua vontade é que sejamos todos revestidos de poder para testemunhar a respeito da obra de salvação efetuada por Cristo. Ele também deseja que sejamos usados com os dons espirituais para a edificação da Igreja.
E de que forma você tem respondido ao presente de Deus, o batismo com o Espírito Santo? Você tem, realmente, levado a sério aquilo que Deus disse a esse respeito?
I. VOLTANDO A ATOS 2
1. Oração em meio à comemoração. Lucas nos diz que a descida do Espírito Santo se deu no dia de Pentecostes, uma festa tradicional em Israel. Em Jerusalém havia judeus vindos de diversas partes do império para celebrar a festa das colheitas. Enquanto a maior parte dos habitantes de Jerusalém festejava, um grupo de pessoas orava. Enquanto a cidade comemorava uma festa nacional, um grupo de judeus se retirava da aglomeração para esperar a resposta de Deus. Foi naquele grupo de pessoas, em Israel, que Deus inaugurou o que podemos chamar de “era do Espírito Santo”.
Esse grupo de pessoas tinha recebido uma orientação de Jesus, a de ficar em Jerusalém e aguardar pelo batismo com o Espírito Santo (At 1.4.5).
2. O Espírito Santo lhes concedia que falassem línguas estranhas. As línguas que os discípulos de Jesus falaram lhes foram concedidas pelo Espírito Santo, e nenhum estudioso pode dizer o contrário, pois Lucas o registrou dessa forma. Não haviam sido aprendidas de forma pedagógica ou natural, pela convivência com pessoas estrangeiras e o contato com sua forma de falar. Lucas relata que foram reconhecidas línguas de pelo menos 11 grupos étnicos, pessoas que estavam em Jerusalém no dia de Pentecostes (At 2.9-11). A vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes não apenas glorificou a Deus, mas trouxe um revestimento de poder aos que estavam esperando o cumprimento daquela promessa.
3. Temor e zombaria do lado de fora. Uma característica peculiar sobre o falar em línguas é que pode causar temor ou desrespeito por parte dos que estão em volta (At 2.12,13). Lucas é claro ao dizer que a descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes trouxe dupla reação aos que não participavam do evento no cenáculo: temor e zombaria. Algumas pessoas estavam surpresas pelo fato de que na terceira hora do dia, às 9 horas da manhã, um grupo de pessoas estivesse falando das maravilhas de Deus. Outras pessoas, por sua vez, deixaram de ser tomadas por um espírito crítico e debochado, dizendo que os discípulos estavam bêbados, algo questionável naquela hora do dia. O certo é que aquelas línguas vinham do Espírito, independente da opinião das pessoas que as estavam ouvindo. Mesmo hoje há pessoas, até ditas estudiosas, que tentam com suas pesquisas desqualificar aquilo que o próprio Deus vem fazendo em nossos dias.
Pense!
Como temos visto, em nossas igrejas, o mover de Deus? Com respeito ou com escárnio e incredulidade?
Ponto Importante
A concessão do falar em línguas é uma obra do Espírito de Deus, não um frenesi coletivo desregrado e alienado.
II. QUANDO O PODER DE DEUS CHEGA
1. Necessidade de sabedoria na manifestação dos dons. Cremos que as operações do Espírito Santo são reais e edificam a Igreja, pois esse é o seu propósito. Por serem manifestações de um poder não humano, podem trazer reações que precisam ser tratadas com prudência, para que o testemunho dos dons não seja esvaziado. No verdadeiro culto cristão não há espaço para a ausência de domínio próprio por parte daqueles que, uma vez portadores de um dom do Espírito, irão ser usados para a edificação do Corpo de Cristo. Ser usado por Deus não retira da pessoa a inteligência nem o domínio próprio, e caso isso venha a ocorrer, a pessoa deve ser orientada e aprender a forma adequada com que será usada por Deus.
2. Incredulidade. Em nenhum lugar no Novo Testamento é dito que após o fechamento do cânon sagrado ou após a morte do último apóstolo de Jesus que os dons seriam encerrados.
Cremos que o Movimento Pentecostal é, efetivamente, o derramar de Deus sobre toda a carne, conforme está descrito nas Escrituras. Também é dada ao homem a opção de rejeitar crer no mover de Deus e, nesse aspecto, mesmo aqueles que condenam o livre-arbítrio, fazem uso dele para desacreditar o Movimento Pentecostal. Dizer que o batismo com o Espírito Santo, como nos relata a Bíblia, não é para os nossos dias, é questionável, mas o desafio a que experimentem esse poder de Deus está aberto a todos, mesmo aos que não creem nele.
Pense!
O que acontece quando o poder de Deus chega?
Ponto Importante
Cremos que o Movimento Pentecostal é, efetivamente, o derramar de Deus sobre toda a carne, conforme está descrito nas Escrituras.
III. O VENTO SOPRA ONDE QUER
1. O vento como uma representação do Espírito Santo. Jesus, ao encontrar-se com Nicodemos, mestre da lei, não hesitou em comunicar a ele a necessidade do novo nascimento. A estrutura religiosa a que Nicodemos pertencia não era adequada à realidade do Reino de Deus que Jesus estava trazendo, e o Senhor disse a ele que era necessário nascer de novo, ter uma nova experiência com Deus. Jesus trouxe uma forma dinâmica de relacionamento com o Pai.
O Espírito Santo é comparado ao vento, que como disse Jesus, “assopra aonde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai” (Jo 3.8). O que Jesus ensinou é que um fenômeno como o vento não pode ser comandado pelo homem. O homem fez barcos a vela, que conduziram as grandes navegações, e utiliza a energia eólica para gerar eletricidade com grandes torres, mas não pode controlar a corrente natural de ar. Somente Deus controla a origem e a direção do vento.
2. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Ser nascido do Espírito de Deus é ter a experiência do novo nascimento, um nascimento espiritual. E ser cheio do Espírito é o desejo de Deus para os nossos dias. Quem é nascido do Espírito é guiado por Ele, em uma nova visão de mundo, sob a perspectiva de Deus. Quem nasce do Espírito ouve a voz de Deus e aprende a ficar em sintonia com o que Ele quer.
No Pentecostes, os discípulos foram cheios e falaram em línguas, e logo após Pedro, revestido do poder de Deus, não apenas falou em línguas, mas testemunhou de Jesus, e como resultado de sua palavra quase três mil pessoas se arrependeram e foram salvas. Há críticos da doutrina pentecostal que dizem que o batismo com o Espírito Santo só ocorreu com os discípulos em Atos 2, e não com a multidão que recebeu a Cristo após a pregação de Pedro. Com esse pensamento, alegam que a experiência do batismo com o Espírito Santo não foi para todos naquele dia. O que tais críticos não percebem é que Lucas também não diz que aqueles que se converteram naquele dia foram cheios do Espírito Santo. Eles receberam a Cristo sim, e não falaram em línguas, mas também não foram cheios do Espírito naquele dia. Há, portanto, uma diferença clara entre receber a Cristo e ser cheio do Espírito de Deus.
3. A fé para receber o revestimento de poder. Deus espera que em nossa vida cristã tenhamos fé. Mas ter fé em quê? Naquilo que Deus disse. Jesus ordenou que seus discípulos aguardassem em Jerusalém para serem visitados pelo Espírito Santo, e o que os discípulos fizeram? Foram viajar, ou saíram de Jerusalém? Não. Eles aguardaram com fé, crendo no que o Senhor Jesus disse, e foram recompensados.
A Bíblia é clara quando diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). O revestimento de poder é bíblico, agrada a Deus e está disponível para àqueles que creem.
A fé no que Deus diz é tão importante para qualquer aspecto da nossa vida, que Tiago diz que se alguém precisa de sabedoria, que peça a Deus, mas que o faça com fé. O irmão do Senhor deixa claro que aquele que duvida é como a onda do mar, sem rumo, e que não receberá do Senhor coisa alguma. Veja que aquilo que começa com um pedido de sabedoria alcança qualquer esfera de nossa vida, se pedirmos com ou sem fé. O que é para Deus nos dar sabedoria? Algo tão simples para Deus é um referencial para outras coisas mais elaboradas e complexas.
O mesmo aconteceu com a experiência do batismo com o Espírito Santo. A promessa está relatada em Joel e no Evangelho de Marcos. O cumprimento está registrado nos Atos dos Apóstolos e em nossos dias. Não é uma promessa apenas para pentecostais, mas para todos os crentes. Do que mais precisamos para acreditar que Deus deseja investir seus servos e servas com poder para testemunhar? Se não crermos nas promessas e projetos de Deus, em que creremos?
Pense!
Deus espera que em nossa vida cristã tenhamos fé. Mas ter fé em quê?
Ponto Importante
A Bíblia é clara quando diz que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11.6). O revestimento de poder é bíblico, agrada a Deus e está disponível para aqueles que creem.
CONCLUSÃO
Da mesma forma que o vento, que não é restrito a nenhum comando ou pensamento humano, o Espírito Santo de Deus não se vê limitado a uma denominação, a uma teologia acadêmica ou a um pensamento. O vento sopra aonde quer. Não podemos necessariamente saber para onde ele vai, mas podemos ouvir a sua voz e ser dirigidos por Ele. O vento do Espírito vai continuar soprando até que Deus termine seus planos para com a Igreja nesta Terra, e até lá, Ele vai revestir pessoas com seu poder para testemunhar de Jesus Cristo.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006.
1. As línguas que os discípulos de Jesus falaram lhes foram concedidas por quem?
As línguas que os discípulos de Jesus falaram lhes foram concedidas pelo Espírito Santo, e nenhum estudioso pode dizer o contrário, pois Lucas o registrou dessa forma.
2. O que é o Movimento Pentecostal?
Efetivamente, o derramar de Deus sobre toda a carne, conforme está descrito na Palavra de Deus.
3. Segundo a lição, o que cremos acerca do Movimento Pentecostal?
Cremos que o Movimento Pentecostal é efetivamente, o derramar de Deus sobre toda a carne, conforme está descrito nas Escrituras.
4. Segundo a lição, o que é ser nascido do Espírito de Deus?
Ser nascido do Espírito de Deus é ter a experiência do novo nascimento, um nascimento espiritual. E ser cheio do Espírito é o desejo de Deus para os nossos dias.
5. O que é necessário para o revestimento de poder?
É necessário ter fé naquilo que Deus disse.
“Para os pentecostais, Atos apresenta modelos claros que têm de ser imitados e diretrizes que têm de ser seguidas. Nossa análise de Lucas-Atos, embora baseadas em métodos hermenêuticos modernos, justifica essa abordagem simples e direta. O propósito de Lucas é fornecer aos leitores modelos para a missão, modelos para a vida e ministério como cristãos. Suas histórias são nossas histórias. Lucas deseja que a igreja leia sua obra em dois volumes exatamente assim.
Por fim, essa leitura de Lucas-Atos também destaca a importância e significância simbólica das experiências do Espírito Santo que inspiraram o falar em línguas. Elas nos lembram de nossa ligação experiencial com a igreja apostólica e nossas chamadas semelhantes. Sua experiência é nossa experiência; sua chamada é nossa chamada. As verdades que descrevemos aqui não são apenas entendidas, mas podem ser sentidas. A compreensão cognitiva e as experiências que tocam as emoções são importantes; elas informam e influenciam uma às outras. Como vimos, o falar em línguas incorpora de maneira única essas duas dimensões. Serve, de certa forma, como sacramento. É um sinal exterior de realidade espiritual” (MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa História é a Nossa História. 1ª Edição. RJ: CPAD. 2016, p.116).