LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

ADULTOS

 

 

3º Trimestre de 2019

 

Título: Tempo, Bens e Talentos — Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 

 

Lição 6: A mordomia da adoração

Data: 11 de agosto de 2019

 

 

VÍDEO DE APOIO

 

 

 

TEXTO ÁUREO

 

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem(Jo 4.23).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Deus procura os verdadeiros adoradores, e não as celebridades.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Mt 2.11

Os magos prostraram-se diante de Jesus

 

 

Terça — Jo 4.20-24

O Pai busca os verdadeiros adoradores

 

 

Quarta — Rm 12.1

O culto racional

 

 

Quinta — 1Co 6.20

Glorificando a Deus no corpo e no espírito

 

 

Sexta — Sl 96.9

Adorando na beleza da santidade

 

 

Sábado — Mt 26.39

Jesus prostrou-se em oração diante do Pai

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

João 4.19-26.

 

19 — Disse-lhe a mulher. Senhor, vejo que és profeta.

20 — Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.

21 — Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.

22 — Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.

23 — Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem.

24 — Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.

25 — A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo.

26 — Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo.

 

HINOS SUGERIDOS

 

51, 124 e 533 da Harpa Cristã.

 

OBJETIVO GERAL

 

Mostrar que Deus procura os verdadeiros adoradores.

 

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

 

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

 

  • I. Conceituar a palavra Adoração;
  • II. Explicar como adorar a Deus;
  • III. Pontuar gestos e atitudes na adoração a Deus.

 

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

 

O culto a Deus é o momento em que Ele se encontra com o seu povo. Esse conceito tem fundamento no Antigo Testamento e é aprofundado por Jesus no Novo Testamento. Aqui, a verdadeira adoração a Deus se realiza “em espírito e em verdade”. Assim, a adoração ao Pai está centrada na pessoa bendita de Jesus Cristo. Nesse sentido, não é o ritualismo ou o simbolismo que pauta a adoração, mas a pessoa de Jesus. Ele é o centro. Ele é o tudo. Ele é o nosso salvador!

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

No Antigo Testamento só se podia oferecer culto no Tabernáculo ou no Templo. No Novo, e do ponto de vista espiritual, Jesus Cristo aprofundou o sentido de adoração, conforme a narrativa do evangelista declara: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23). Nesta lição, veremos que, diferente do Antigo Testamento, a mordomia da adoração no Novo se realiza “em espírito e em verdade”. Assim, a adoração não está mais centrada no ritualismo ou no simbolismo da Antiga Aliança, mas em Cristo.

 

 

PONTO CENTRAL

 

Deus procura os verdadeiros adoradores, e não as celebridades.

 

 

I. O QUE É ADORAÇÃO

 

Adoração vem do latim Adorationem. No sentido etimológico significa “culto ou veneração que se presta a uma divindade”. Para o cristão, adoração é a veneração elevada que se presta ao Deus Único, que subsiste em três pessoas distintas na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

1. No Antigo Testamento. No Antigo Testamento, a palavra hebraica shaha ocorre mais de 100 vezes, e significa “curvar-se diante” ou “prostrar-se diante” de Deus. Há ainda a palavra abad, que traz os sentidos de “adorar”, “trabalhar” ou “servir” a Deus (cf. 2Rs 10.18-23). Essa é a perspectiva de adoração da Antiga Aliança. O livro do Êxodo revela que Deus mandou Moisés, Arão, Nadabe e Abiú, e os setenta anciãos, subirem ao monte e inclinarem-se de longe como sinal de reverência e adoração ao Eterno (24.1).

2. No Novo Testamento. O Novo Testamento registra o verbo grego proskuneo 59 vezes. Ela significa “prostrar-se” ou “adorar” ou “prestar homenagem a alguém” ou “venerar” ou “ser reverente” ou “beijar a mão”. Há também o verbo (prosekúnesa), que passou a significar “prostrar-se como sinal de reverência”, “prestar homenagem”. Nesse sentido, a narrativa da adoração dos magos a Jesus fundamenta a perspectiva de adoração da Nova Aliança (Mt 2.2,11).

3. Outras palavras relativas a adoração. No Novo Testamento, a palavra grega latreía emprega o sentido de “serviço” de adoração no culto (Êx 12.25,26; Hb 8.5; 9.9; 13.10). Dessa palavra vem o termo idolatria, ou adoração a ídolos, prática condenada por Deus. Há também a palavra leitourgia, ou liturgia, que significava serviço prestado em favor do povo.

Atualmente, a palavra liturgia refere-se à forma de organização do culto e seu desenvolvimento. Cada denominação cristã tem uma “liturgia” em que a adoração a Deus se destaca como a essência do culto.

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

 

Com base no Antigo e no Novo Testamento, a adoração é a veneração elevada que se presta ao Deus único e Criador.

 

 

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

 

Esse tópico tem o objetivo de explicar o conceito da palavra “adoração”. Para lhe ajudar nesse propósito, sugerimos que leve em conta, quando da preparação de sua aula, o seguinte texto: “o propósito da adoração é estabelecer ou dar expressão a um relacionamento entre a criatura e a divindade. A adoração é praticada prestando-se reverência e homenagem religiosa a Deus (ou a um deus) em pensamento, sentimento ou ato, com ou sem a ajuda de símbolos e ritos. […] A adoração pura expressa a veneração sem fazer alguma petição, e pressupõe a auto renúncia e a entrega sacrificial a Deus. Estritamente falando, a adoração é a ocupação da alma com o próprio Deus, e não inclui a oração por necessidades e ação de graças pelas bênçãos” (Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2010, p.31).

 

 

II. COMO ADORAR A DEUS

 

1. “Em espírito e em verdade”. Após ouvir de modo atencioso e reverente a palavra de Jesus, a mulher samaritana ficou impressionada e o reconheceu como profeta (Jo 4.19). Nosso Senhor declarou duas coisas importantes sobre a verdadeira adoração. Primeiro, onde se deve adorar a Deus; em segundo lugar, como se deve adorá-lo.

1.1. Onde adorar a Deus? Para a mulher samaritana o lugar correto de adoração era o monte de Samaria. Mas para os judeus, era Jerusalém. Entretanto, nosso Senhor revelou claramente que chegaria um tempo em que o essencial da adoração não seria o lugar geográfico, pois “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.23,24).

1.2. A atitude do adorador. Além de adorar “em espírito”, o cristão deve adorar “em verdade” (Jo 4.24). Nem todo hino ou cântico ou apresentação musical é adoração a Deus. Atualmente, a partir da influência do chamado “movimento gospel”, as músicas têm sido usadas de forma a exaltar “artistas” ou “levitas”. Isso é uma visão deturpada da adoração. Multidões se ajuntam em templos, estádios ou praças, para assistirem “shows gospel”, onde a humildade e a contrição estão longe do propósito original da adoração. Ora, a verdadeira adoração é “em espírito e em verdade”, e para a glória de Deus. Somente Ele é o centro da adoração!

2. Com o “culto racional”. Paulo escreveu aos cristãos de Roma acerca de apresentarmo-nos a Deus em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional (Rm 12.1). O culto racional significa cultuar a Deus “com razão de ser”, motivados espiritualmente, portadores de uma sinceridade profunda: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co 6.20).

O objetivo do culto racional é este: “para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

 

Devemos adorar a Deus “em espírito e em verdade”, a partir de um “culto racional”.

 

 

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

 

“A Verdadeira adoração não tem a ver necessariamente com canções, instrumentos, grupos musicais ou corais. A essência da adoração é uma vida inteiramente ligada a Deus. É ter uma relação íntima com Ele. É falar, pensar, agir, cantar e viver em total sintonia com sua vontade e sua Palavra (1Sm 15.22). Adoração é viver com Ele, por Ele e para Ele. É em tudo glorificá-lo. É ter o desejo constante de agradá-lo, de fazê-lo sorrir e de exalar um cheiro suave e agradável ao Senhor em todo o tempo. É ser amante de Cristo, amá-lo pelo que Ele é, e não apenas pelo que Ele pode fazer.

[…] A adoração não está presa a rituais, nem a fórmulas, nem a expressões esteriotipadas e pré-determinadas pelo tempo, estilo pessoal, ou espaço. […] A adoração deve envolver todo o nosso coração, a nossa alma, o nosso entendimento e toda a nossa força (Mt 22.37)” (SILVA, Edvanderson. Adoração sem Limites: Um coração aos pés de Cristo. RJ: CPAD, 2012, pp.20,21).

 

 

III. GESTOS E ATITUDES NA ADORAÇÃO A DEUS

 

1. Ajoelhar-se e prostrar-se. São gestos de profunda reverência diante de Deus. Salomão, na inauguração do Templo, em Jerusalém, diante de todo o povo, se pôs de joelhos, adorando a Deus: “Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao Senhor esta oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas para os céus, se levantou de diante do altar do Senhor” (1Rs 8.54). Jesus prostrou-se diante do Pai em súplica (Mt 26.39).

2. Louvar e cantar. Davi introduziu o uso de instrumentos musicais, do cântico coral e congregacional no culto a Deus. Ele mandou selecionar e preparar 4.000 cantores oficiais, que se revezavam em turnos (1Cr 23.5,6), acompanhados com instrumentos musicais e dirigidos por 288 maestros (1Cr 25.7). Na Igreja de Cristo, a adoração a Deus também se expressa com cânticos e hinos de caráter espiritual. O apóstolo Paulo nos exorta a praticar a verdadeira adoração de forma consciente e profunda: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Cl 3.16 — grifo meu).

3. Glorificar a Deus. Ao longo das Escrituras Sagradas, aprendemos que devemos glorificar a Deus com a inteireza do nosso ser (1Ts 5.23). Ora, se nós somos templo do Espírito Santo, significa que Ele habita em nós, logo. Deus não aceita nada menos que o todo do nosso ser, isto é, “vosso corpo” e “vosso espírito” (1Co 6.19,20).

O salmista lembra-nos de que a nossa adoração deve ser expressa da seguinte maneira: “Oferece a Deus sacrifício de louvor e paga ao Altíssimo os teus votos” (Sl 50.14). A Palavra de Deus nos ensina que quem oferece sacrifício de louvor a Deus, o glorifica (Sl 50.23). É um privilégio glorificar a Deus e apresentar-nos diante dEle.

 

 

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

 

Dentre muitos gestos e atitudes que expressam a adoração estão o ajoelhar-se, o prostrar-se, o louvar, o cantar, o glorificar a Deus.

 

 

SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ

 

“Muitas coisas foram ditas sobre o que acontece quando somos cheios com o Espírito — muitas coisas estranhas e controversas, de fato. Mas a Palavra de Deus diz que quando o Espírito de Deus se faz presente em nosso meio, começamos a cantar. Nós admoestamos uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais. O verdadeiro cântico de adoração nasce, em primeiro lugar, desta verdade: o Espírito Santo de Deus veio para viver em seus filhos. Afinamos nossos corações para cantar seu louvor porque Ele é o Único que faz a perfeita afinação.

Esta é a própria confirmação de que Deus está entre nós. Martinho Lutero uma vez escreveu: ‘O Diabo odeia a música porque ele não suporta a alegria. Satanás pode escarnecer, mas não pode rir; ele pode zombar, mas não pode cantar’. Talvez Lutero estivesse pensando neste surpreendente versículo: ‘Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de cânticos; então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes’ (Sl 126.2)” (JEREMIAH, David. O Desejo do meu Coração: Vivendo Cada Momento na Maravilha da Adoração. RJ: CPAD, 2006, pp.129,130).

 

 

CONCLUSÃO

 

Na mordomia da adoração, precisamos saber que Deus não vê apenas o gesto exterior como expressão de louvor, mas também a motivação do coração (1Sm 16.7). Oremos como Davi orou: “Senhor, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento” (Sl 139.1,2).

 

PARA REFLETIR

 

A respeito de “A Mordomia da Adoração” responda:

 

O que significa adoração, no sentido etimológico?

No sentido etimológico significa “Culto ou veneração que se presta a uma divindade”.

 

Atualmente, qual o significado da palavra liturgia?

Atualmente, a palavra liturgia refere-se à forma de organização do culto e seu desenvolvimento.

 

Quais foram as duas coisas importantes que Jesus disse a respeito da adoração?

Primeiro, onde se deve adorar a Deus; em segundo lugar, como se deve adorá-lo.

 

Qual é o objetivo do culto racional?

O objetivo do culto racional é este: “para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

 

Cite aos menos dois gestos e atitudes na adoração a Deus.

Ajoelhar-se e prostrar-se; louvar e cantar.

 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

 

A mordomia da adoração

 

Sinceridade e quebrantamento, assim, Deus busca os verdadeiros adoradores. A lição desta semana tem como objetivo geral mostrar o quanto Deus deseja encontrar pessoas que o adorem verdadeiramente. O nosso andar com Deus deve ser marcado por esta preocupação: ser encontrados por Deus.

 

Resumo da lição

A presente lição está estruturada assim: 1) O conceito da palavra “Adoração”; 2) Como adorar a Deus; 3) Gestos e atitudes na adoração. Em primeiro lugar, a lição conceitua a adoração como “veneração elevada que se presta ao Deus único e Criador”. Em segundo lugar, ela explica como adorar a Deus, mostrando que esse ato deve ser feito em “espírito e verdade”, a partir de um “culto racional”. Finalmente, a lição pontua que o “ajoelhar-se”, o “prostrar-se”, o “louvar”, o “cantar” e o “glorificar” a Deus também são expressões de atitudes ou gestos de adoração.

Adorar a Deus é uma necessidade do ser humano. Quando este não adora o Deus verdadeiro, colocará uma divindade em seu lugar, até mesmo, travestida com o nome de “ateísmo”. O ser humano precisa justificar o seu vazio e a percepção de que tudo não se explica com a matéria. A sede da alma humana por algo que a preencha é a prova cabal de que precisamos do Altíssimo. Rebelar-se contra Deus e colocar outra divindade no seu lugar é um pecado gravíssimo.

Quando adoramos ao Pai, em espírito e em verdade, estamos obedecendo à natureza divina que Ele nos constituiu quando nos criou. Nesse sentido é preciso nos apresentar a Ele com coração quebrantado, espírito reto. Assim, seremos encontrados por Ele.

 

Aplicação da lição

Para aplicar a lição é importante que a relacione diretamente para com a vida devocional do aluno. É o momento em que podemos refletir sobre como adoramos a Deus no lar, na igreja local. Sim, falar dos gestos e das atitudes passa por essa reflexão. Embora não definam a adoração, os gestos e as atitudes apresentados diante do Senhor dizem muito a respeito.

Procure estimular à classe a valorizarem o momento do culto a Deus. Valores como reverência, temor, sinceridade devem estar na ordem do dia. Quando nos reunimos, o fazemos para adorar ao Pai em espírito e em verdade. É o momento onde Deus se encontra com o seu povo. Nesse encontro, podemos viver uma comunhão profunda, espiritual e aquecida pelo Espírito Santo. Nesse sentido, a verdadeira adoração é um estilo de vida.