Título: O Governo Divino em Mãos Humanas — Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel
Comentarista: Osiel Gomes
Lição 4: A degeneração da liderança sacerdotal
Data: 27 de outubro de 2019
“E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios” (1Sm 2.23).
Evitemos o pecado a todo custo, pois a sua prática leva-nos ao mais baixo nível espiritual e moral.
Segunda — Lv 21.6,7
Os líderes têm de viver o ideal da Palavra
Terça — Hb 5.4
O obreiro tem de valorizar a vocação de Deus
Quarta — Mt 25.21
A fidelidade é o caminho do êxito verdadeiro
Quinta — 1Pe 5.3
Os líderes têm de ser o exemplo dos fiéis
Sexta — Dn 5.21-23
Não confunda o sagrado com o profano
Sábado — Ap 2.23
Todo pecado contra Deus recebe sua sentença
1 Samuel 2.22-25; 3.10-14.
1 Samuel 2.22-25
22 — Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que em bandos se ajuntavam à porta da tenda da congregação.
23 — E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? Porque ouço de todo este povo os vossos malefícios.
24 — Não, filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; fazeis transgredir o povo do SENHOR.
25 — Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o SENHOR, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o SENHOR os queria matar.
1 Samuel 3.10-14
10 — Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve.
11 — E disse o SENHOR a Samuel: Eis aqui vou eu a fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambas as orelhas.
12 — Naquele mesmo dia, suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa; começá-lo-ei e acabá-lo-ei.
13 — Porque já eu lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu.
14 — Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a iniquidade da casa de Eli com sacrifício nem com oferta de manjares.
53, 354 e 459 da Harpa Cristã.
Evitar o pecado a todo custo e viver uma vida santa.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
A presente lição trata da degradação da família de Eli. A vida cristã é um caminho de lutas. A todo tempo somos provados. Deus espera que nos achemos aprovados durante o processo. Para isso, precisamos ser vigilantes e, na força do Espírito Santo, não esmorecer na caminhada. Precisamos evitar o pecado a todo custo, viver uma vida santa e sincera com Deus. Aproveite essa oportunidade para conscientizar os alunos acerca da necessidade de uma vida devocional vigorosa. Deus deve ser honrado em toda a área de nossa vida!
INTRODUÇÃO
O tema desta lição é a degeneração da liderança sacerdotal da casa de Eli. Veremos que os filhos deste não corresponderam aos propósitos divinos, e enveredaram pelo caminho do pecado, o que os fez deturpar as características do sacerdócio (Lv 21.6,7). Assim, Deus agiu de modo punitivo para com os filhos de Eli, pois eles, tendo conhecimento das leis divinas, não andaram por elas, mas degeneraram-se, abandonando as virtudes do verdadeiro sacerdócio. Quando Deus escolhe alguém para executar uma missão, deve este alguém observar rigorosamente a vontade divina.
PONTO CENTRAL
O pecado deve ser evitado a todo custo.
I. A DEGENERAÇÃO DOS FILHOS DE ELI
1. Quando não valorizamos o que Deus nos deu. Segundo o relato bíblico, Eli era avançado em idade; tinha 98 anos (1Sm 4.15). Seus dois filhos, Hofni e Fineias, por seu turno, também não valorizaram a posição que Deus lhes dera; degeneraram-se, transformando a Casa do Pai em lugar de imoralidades sexuais (1Sm 2.22). Entretanto, devemos ponderar um ponto sobre o sacerdote Eli. Não se tem menção de abusos cometidos por ele; seu principal erro foi não corrigir os pecados de seus filhos; ele já não tinha autoridade sobre estes. Foi um pecado por omissão e complacência. Logo, o Senhor não demoraria em derramar a sua ira sobre a Casa de Eli (1Sm 3.12).
2. Fazendo uma troca. Os filhos de Eli trocaram o Senhor pelos prazeres da vida — o apóstolo Paulo menciona os que são mais amigos dos prazeres do mundo do que de Deus (2Tm 3.4). Para freá-los, pois o que faziam era por demais escandaloso, foi preciso uma ação do próprio Deus (1Sm 2.25; 4.10.11).
Não barganhe a posição que o Pai lhe concedeu; valorize o seu ministério, glorificando o Altíssimo e cumprindo a sua vontade. Os que se mantiverem fiéis serão grandemente honrados por Ele junto ao trono divino (Mt 25.21).
3. As consequências para quem peca contra Deus. Quando o homem comete um crime contra outro homem, aqui na Terra, há os tribunais humanos para julgá-lo, como Paulo nos lembra em Timóteo (1Tm 1.9). Entretanto, para os pecados dos filhos de Eli, não haveria tribunal humano, pois eles pecaram direta e deliberadamente contra Deus. Como eles não se arrependeram, o juízo divino era inevitável. A ira de Deus se acenderia contra eles.
Os que estão à frente do rebanho do Senhor devem ser exemplo em tudo. É preciso ser íntegro no ensino, incorruptível, reverente, digno e santo (Tt 2.7). Devemos ser conscientes de que Deus não tolera o pecado, principalmente, aos que ensinam e estão em posição de liderança (Tg 3.1).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Os filhos de Eli não valorizaram o que Deus lhes deu, trocaram pelos prazeres da vida e receberam as consequências por isso.
Ao introduzir a lição, faça um relato sobre os filhos de Eli: Hofni e Fineias. Inicie dizendo que esses dois filhos tinham a responsabilidade de cuidar do que era sagrado, principalmente, da Arca da Aliança (1Sm 4.4). Eles viviam do sagrado. Ao profanarem a sacralidade do ministério, eles afrontaram a Deus. A história dos dois filhos de Eli chama-nos a atenção para o perigo de profanar o que é santo. Quando estamos exercendo um ministério há muito tempo, ou auxiliando em alguma atividade da igreja local, corremos o risco de ficarmos insensíveis às coisas espirituais, e tornarmos um burocrata da fé. Naturalmente, não é esta a vontade de Deus. Devemos nos precaver contra a apostasia e as ofensivas de Satanás.
II. A SENTENÇA DO JUÍZO DE DEUS
1. A experiência profética de Samuel. Numa época em que era bem raro ouvir a voz de Deus, Samuel ouviu clara e reverentemente o Altíssimo (1Sm 3.10). Nessa experiência, o jovem profeta recebeu uma séria e urgente comunicação divina: uma mensagem contra a casa de Eli, o seu mestre. Tal experiência mostra que Deus não faz acepção de pessoas, ou seja, não se importa com a idade de alguém quando a questão é fazer a vontade divina (1Sm 3.15-18).
2. Sentença pronunciada. Eli recebera uma sentença por meio de um profeta desconhecido: Deus iria punir os seus filhos (1Sm 2.31). Prontamente, Eli aceitou a sentença que vinha da parte de Deus. Agora era a vez do menino Samuel. Ele não poderia mudar a mensagem, pois o que Deus lhe havia entregue estava na mesma direção do que entregara ao profeta desconhecido. Sim, Deus havia sentenciado a casa de Eli: viria morte e destruição sobre ela (1Sm 3.12).
Esta sentença seria executada por intermédio da invasão dos filisteus à terra do povo de Deus. Ali, além de muita matança, houve a captura da Arca da Aliança, símbolo da presença divina no meio do povo. Os filhos de Eli foram mortos. E, ao saber disso, e principalmente de que a Arca havia sido levada, Eli caiu e quebrou o pescoço; de imediato, sua nora entrou em trabalho de parto. Logo após, deu o nome ao seu filho, “Icabode”, a glória de Israel se foi, a fim de marcar a tragédia que se abateu contra aquela casa (1Sm 4.18-22). Em seguida, ela morreu.
3. A desgraça da família de Eli. A desgraça sobre a casa de Eli veio como uma grande avalanche. Seus filhos, Hofni e Fineias, bem como a sua nora, morreram. Além disso, 85 sacerdotes pereceram. No reinado de Salomão, Abiatar (um sacerdote da linhagem de Eli) foi expulso e, a partir daí, a casa de Eli passou a ser preterida (1Rs 1.7,8; 2.27,35).
As predições do profeta desconhecido e de Samuel se cumpriram na totalidade, ainda que levassem aproximadamente 130 anos para seu desfecho. Isso nos mostra que o pecado contra Deus tem a sua sentença, o seu juízo. O Novo Testamento corrobora tal assertiva. Veja o caso da igreja em Tiatira (Ap 2.23). A Bíblia revela que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A sentença tratava-se da punição de Deus aos filhos de Eli. Ela seria executada por intermédio da invasão dos filisteus.
“Prova de Samuel (3.1-17). A primeira mensagem que Samuel deveria entregar serviu como uma prova severa. Ele tinha um íntimo e afetivo relacionamento com Eli. Passaria ele a mensagem de iminente condenação com total honestidade? Em sua prova, Samuel prefigura o ministério de muitos dos profetas que o seguirão. A maioria dos profetas do AT foi chamada para advertir Israel da vinda dos julguemos divinos! Os profetas não foram especialmente populares no tempo em que viveram!” (RICHARDS, Lawrence. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. RJ: CPAD, 2005, p.182).
III. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
1. O preço do pecado. O pecado sempre traz consequências. A Bíblia revela alguns exemplos sobre isso: (1) a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, a morte física e espiritual (Gn 3.1-7,23; Rm 5.12); (2) Acã e sua família perderam a vida (Js 7.24,25); (3) Ananias e Safira foram mortos (At 5.1-11). Como vimos, as consequências do pecado são trágicas. Eli tinha conhecimento do pecado de seus filhos, mas sua covardia era visível. Por causa de sua omissão e da irreverência de seus filhos, sua família foi tirada do sacerdócio. É bom lembrar que Eli não era somente pai, mas principalmente, sacerdote. Por isso, cabia-lhe a responsabilidade paternal e judicial; nisso ele falhou.
A Palavra de Deus nos mostra que, se os filhos não forem bem encaminhados, no caminho do Senhor (Pv 29.15), se tornarão uma vergonha aos seus pais e, se persistirem no erro, sofrerão consequências gravíssimas. Portanto, além de orarmos por nossos filhos, precisamos conduzi-los à comunhão com Deus (Dt 6.4-9), para, enfim, dizermos: “eu e a minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24.15).
2. Os males da falta de repreensão. Provérbios 15.10 diz que aquele que aborrece a repreensão morrerá. De acordo com o hebraico, a palavra repreensão (heb. towkachath) quer dizer correção, censura, punição, castigo. Nesse sentido, o próprio Deus aplica a sua repreensão: “Porque o SENHOR repreende aquele a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem” (Pv 3.12). Por não atentar para ela, a casa de Eli padeceu. Muitos já não acreditam no juízo de Deus. Ele é justiça! Ele é Santo!
3. Pecados voluntários e deliberados não têm perdão. O apóstolo João disse que há pecados pelos quais não se deve orar (1Jo 5.16). Esse tipo de pecado gera morte. Nesse caso, é impossível que a pessoa se renove para o arrependimento. Entretanto, a Bíblia revela que o que confessa o pecado e o deixa, alcança misericórdia. Mas não houve misericórdia para os filhos de Eli, pois eles não se humilharam, não se quebrantaram na presença de Deus. Eles pecaram voluntária e deliberadamente; zombaram do Senhor.
Como seguidores de Jesus Cristo, tenhamos temor e tremor. O pecado voluntário e deliberado leva à morte eterna (Hb 10.26).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A família de Eli foi tirada do sacerdócio de Israel como consequência dos pecados de seus filhos.
“A razão do fracasso de Eli em lidar com a imoralidade de seus filhos pode ser explicada parcialmente em função de sua idade avançada. Tal imoralidade era agravada por ser cometida no próprio Tabernáculo. A presença de mulheres ligadas ao funcionamento do Tabernáculo é expressa em Êxodo 38.8. O escândalo era evidente (2.24). A advertência de Eli a seus filhos abrangia tanto o efeito da conduta deles sobre os outros — fazei transgredir o povo do Senhor (24) — como as consequências sobre eles mesmos (25). A conduta ética imprópria — o pecado de um homem contra outro — poderia ser julgado nas cortes da lei; mas o pecado religioso contra Deus seria punido pelo próprio Senhor. Pelo fato de o termo hebraico traduzido como juiz ser há-Elohim, que também significa ‘Deus’, a ARA e outras traduções modernas trazem: ‘Pecando o homem contra o próximo, Deus lhe será o árbitro’, ou ‘Deus o julgará’” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. RJ: CPAD, 2005, p.183).
CONCLUSÃO
O pecado tem o seu salário. O pecado tem as suas consequências. Por isso, se andarmos segundo a Palavra de Deus, se formos fiéis aos seus mandamentos e se procedermos com sinceridade e verdade, Deus nos confirmará em sua presença.
A respeito de “A Degeneração da Liderança Sacerdotal”, responda:
Em que consistia o pecado de Eli?
Devemos ponderar um ponto sobre o sacerdote Eli. Não se tem menção dele cometendo abusos em seu ministério, mas seu principal erro foi não corrigir os abusos de seus filhos, perdendo, assim, sua autoridade sobre eles.
Contra quem os filhos de Eli pecaram?
Os filhos de Eli pecaram contra Deus.
Na experiência profética de Samuel, que mensagem ele recebeu de Deus?
Nessa experiência, o jovem profeta recebeu uma pesada comunicação divina: uma mensagem contra a casa de Eli, o seu mestre.
Cite os exemplos de consequências do pecado.
A Bíblia revela alguns exemplos as consequências do pecado: (1) a expulsão de Adão e Eva do Paraíso, a morte física e espiritual (Gn 3.1-7,23; Rm 5.12); (2) Acã e sua família perderam a vida (Js 7.24,25); (3) Ananias e Safira foram mortos (At 5.1-11).
Como seguidores de Jesus, o que devemos evitar?
Como seguidores de Jesus Cristo, devemos sempre evitar o pecado voluntário e deliberado, pois nós temos a mente de Cristo (1 Co 2.16).
A DEGENERAÇÃO DA LIDERANÇA SACERDOTAL
A vida cristã está diretamente em confronto com o pecado. Nesse sentido, a lição tem como objetivo geral nos conscientizar a evitar o pecado a todo custo. Naturalmente, isso não ocorre a partir de obras próprias, mas por meio do Espírito Santo que nos capacita a viver uma vida santa diante de Deus e dos homens.
Resumo da lição
O primeiro tópico destaca a degeneração dos filhos de Eli, mostrando que eles não valorizaram o que Deus lhes deu, trocando pelos prazeres da vida; mas receberam as consequências dessa decisão trágica. O segundo tópico pontua a sentença do juízo de Deus, esta se tratava da punição de Deus aos filhos de Eli. Ela seria executada por intermédio da invasão dos filisteus. O terceiro tópico mostra as consequências do pecado e, logo, a retirada da família de Eli do sacerdócio de Israel como consequência dos pecados de seus filhos.
Aplicação da lição
Nesta lição é preciso deixar claro a gravidade e a seriedade do pecado. Num tempo em que os absolutos morais são relativizados, o conceito de pecado, infelizmente, também o é em muitos lugares. Ora, o pecado é uma iniquidade, uma violação a lei de Deus e, como consequência trágica, ele nos separa dEle (Is 59.2). Além disso, ele pode se revelar por diversas facetas: incredulidade, orgulho, egoísmo, rebelião, corrupção moral, idolatria e muitas outras combinações entre si. O propósito de tratar esse assunto na classe deve ser o de trazer maior vigilância para o cultivo da vida espiritual e moral. Não podemos brincar com o pecado, pois ele definha a vida espiritual e, suas consequências, são cruéis.
Um ponto relevante
A respeito do pecado, especificamente sobre o benefício de falarmos sobre ele, o teólogo Bruce Marino diz: “o conhecimento do pecado deve gerar santidade na vida do indivíduo e uma ênfase à mesma santidade, na pregação e no ensino à igreja. A igreja deve reafirmar a sua identidade, a de comunidade de pecadores salvos por Deus, ministrando na confissão, no perdão e na cura. A humildade deve caracterizar todos os relacionamentos cristãos, à medida que os crentes tomam consciência, não somente da vida e morte terríveis das quais foram salvos, mas também do preço ainda mais terrível daquela salvação” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 1996, pp.297,298).