LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

1º Trimestre de 2019

 

Título: Rumo à Terra Prometida — A peregrinação do povo de Deus no deserto no livro de Números

Comentarista: Reynaldo Odilo

 

 

Lição 12: Um líder formado no deserto

Data: 24 de Março de 2019

 

 

TEXTO DO DIA

 

Esforça-te e tem bom ânimo, porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. Tão somente esforça-te e tem mui bom ânimo […](Js 1.6,7).

 

SÍNTESE

 

O deserto é uma escola de formação de líderes; por isso, não se deixe abater pelas lutas, provações e dificuldades.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — 2Co 12.15

O amor é a principal característica do líder cristão

 

 

TERÇA — At 13.22

O líder cristão deve ser obediente a Deus

 

 

QUARTA — 1Cr 9.20

As pessoas precisam ver e reconhecer que o Senhor é com o líder

 

 

QUINTA — Sl 100.2

O líder deve servir a Deus e ao próximo com alegria

 

 

SEXTA — 1Tm 3.6

O líder cristão não pode ser neófito

 

 

SÁBADO — 1Tm 3.2

O líder cristão precisa ser irrepreensível

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • MOSTRAR que a formação de Josué se deu no deserto, ao lado de Moisés;
  • CONSIDERAR o fato de que Josué foi escolhido pelo Senhor;
  • COMPREENDER que Josué foi fortalecido por Moisés e por Deus.

 

INTERAÇÃO

 

Prezado(a) professor(a), no próximo domingo será o encerramento do trimestre, portanto programe-se. Desafie seus alunos, peça que tragam o maior número possível de parentes e amigos à Escola Dominical, independentemente da idade, salvos ou não. Os objetivos são: Congregar toda a família, apresentar a classe àqueles que não a conhece e trazer de volta os que andam ausentes. Cuide para que os parentes e visitantes sejam apresentados à igreja. Premie os alunos mais esforçados, na medida do possível. Sugestões de brindes: caixas de bombons que possam ser compartilhadas por seu aluno com os familiares, amigos presentes e/ou livros da CPAD. A Escola Dominical deve ser, sempre, um momento de aprendizado e de celebração da unidade.

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Estimado(a) professor(a), o foco da aula de hoje será Josué, o homem escolhido pelo Senhor para substituir o líder Moisés. Convide, previamente, três alunos para falarem de 3 a 5 minutos, a respeito de algumas peculiaridades desse servo de Deus extraordinário. Os tópicos a serem tratados pelos alunos a respeito de Josué são: A família dele; seu caráter e o serviço de Josué. Depois, entregue uma pequena lembrança para os que participaram da atividade.

 

TEXTO BÍBLICO

 

Números 27.18-23.

 

18 — Então, disse o SENHOR a Moisés: Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e põe a tua mão sobre ele.

19 — E apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação, e dá-lhe mandamentos aos olhos deles,

20 — e põe sobre ele da tua glória, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel.

21 — E se porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o SENHOR; conforme o seu dito, sairão; e, conforme o seu dito, entrarão, ele, e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação.

22 — E fez Moisés como o SENHOR lhe ordenara; porque tomou a Josué e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação;

23 — e sobre ele pôs as mãos e lhe deu mandamentos, como o SENHOR ordenara pela mão de Moisés.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

O deserto é uma escola de formação de líderes onde muitos servos de Deus foram treinados. O deserto prova a nossa fé, expõe os nossos limites, delineia a nossa confiança, quebra o nosso orgulho e revela o nosso caráter. Não é por acaso que o próprio Jesus, no início do seu ministério, foi levado pelo Espírito Santo para o deserto a fim de ser tentado. Na lição de hoje, estudaremos a respeito de Josué, filho de Num, homem valente que foi formado na escola do deserto, e que foi escolhido, pelo Senhor, para substituir Moisés e conduzir os hebreus até a Terra Prometida.

 

I. UM JOVEM VALOROSO

 

1. Cheio de confiança. Josué foi um homem cheio do Espírito de Deus (Nm 27.18). Ele é identificado não somente por sua coragem e seus conhecimentos, mas por sua comunhão com o Senhor. A primeira referência que encontramos a respeito dele está em Êxodo 17.9. Moisés ordena que Josué escolha soldados e saia para pelejar contra os amalequitas. Josué não somente lutou, mas formou o exército. Alguns autores defendem a ideia de que ele foi treinado para a guerra ainda no Egito, razão pela qual assumiu o posto de general das tropas de Israel.

A habilidade para a guerra deve ter sido levada em consideração na escolha de Josué para assumir o lugar de Moisés, entretanto, o seu caráter foi o fator preponderante para a escolha. A fidelidade e o temor a Deus são características indispensáveis do líder cristão. Paulo disse que Jesus Cristo o teve por fiel e, por isso, colocou-o no ministério (1Tm 1.12).

2. Que gostava de estar na presença de Deus. Josué subiu o monte de Deus juntamente com Moisés (Êx 24.13). Assim como Jesus queria que seus discípulos o acompanhassem em alguns momentos, Moisés também apreciava a companhia de Josué, nos instantes em que subia ao monte para falar com Deus.

O sumo sacerdote tinha a obrigação de estar a sós com Deus, uma vez por ano no santo dos santos (Hb 9.7). Porém Moisés, diferentemente dos demais sumo sacerdotes, entrava no lugar santíssimo constantemente, devido à sua comunhão com Deus. Todo líder cristão precisa amar e priorizar os seus momentos de oração em particular, sua comunhão com o Senhor

3. Submisso a Deus e ao seu líder. No deserto, ou a pessoa obedece e confia em Deus ou ela murmura contra Ele e a liderança, como aconteceu com a geração que saiu do Egito. Josué submeteu-se à liderança que fora constituída por Deus e suportou com alegria, fé e gratidão às circunstâncias adversas que surgiram em sua caminhada.

Josué sempre esteve ao lado de Moisés em várias ocasiões, nas guerras (Êx 17.9), nos momentos de perplexidade (Nm 11.28) e nos desafios (Nm 13.16). Isso faz diferença na vida do jovem que almeja o ministério da Palavra de Deus. Com isso, aprendemos que é preferível haver duas pessoas bem preparadas (Josué e Calebe), que caminham e sofrem com seus líderes, do que muitos sem formação adequada, amantes apenas das “cebolas, pepinos e panelas de carne” do Egito.

 

 

Pense!

 

Por que é preciso submeter-se aos líderes e aprender com eles, para só depois ser ordenado ao ministério?

 

 

Ponto Importante

 

O líder cristão deve ter conhecimento teológico, mas somente após enfrentar, ao lado do seu pastor, as agruras do deserto, estará apto para ensinar a outros.

 

 

II. “PÕE TUA MÃO SOBRE ELE”

 

1. Escolhido pelo Senhor. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “o nome Josué significa o Senhor é salvação. A forma grega desse nome é Jesus (Mt 1.21)”. Josué é um tipo de Jesus Cristo.

A escolha de Josué para substituir Moisés foi divina, não teve a influência do homem, e foi anunciada pelo Senhor: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e põe a tua mão sobre ele” (Nm 27.18). Seu sucesso em conduzir o povo até a Terra Prometida deve-se a isso e não à sua força ou coragem. Certa vez, para que a vitória de Israel fosse completa, Josué orou e Deus fez o sol parar (Js 10.12,13). Somente do “Senhor é a salvação”.

2. Encarava os desafios. Josué nunca fugiu de um desafio, nunca se acovardou, mas sempre agiu com dignidade, afinal “a vida é muito curta para ser pequena”, como bem dizia Benjamim Disraeli, escritor e político inglês do século XIX. Sem titubear, Josué (e também Calebe) fizeram um ardoroso discurso, inspirando o povo a crer no Deus que fez a promessa da conquista de Canaã (Nm 14.6-9).

Deus conta com pessoas corajosas (não atrevidas) e a intrepidez de Josué, sem dúvida, foi uma das tônicas do seu ministério. Essa também deve ser uma característica marcante dos jovens cristãos atuais.

3. Um coração obediente. Números 32.12 afirma que em meio a uma grande oposição, Josué, juntamente com Calebe, perseveraram em seguir ao Senhor. Eles agiram em total obediência, que é uma condição indispensável para um líder.

Josué sabia que crendo e obedecendo à Palavra de Deus herdaria insondáveis bênçãos (Dt 28.1-14). Ele aprendeu a obedecer em um cenário de escassez, murmuração e conflitos. Ora, obedecer quando tudo vai bem não é tão difícil, pois, como dizia Shakespeare, “em mar calmo todo barco navega bem”, mas, quando tudo parece perdido não é fácil, por isso a provação no deserto tem tanto valor para a formação ministerial.

 

 

Pense!

 

O fato de Deus mandar Moisés apresentar Josué ao sacerdote e ao povo, como sendo seu substituto eventual, não enfraqueceria Moisés politicamente?

 

 

Ponto Importante

 

Deus espera que lhe obedeçamos independente das circunstâncias, pois só Ele sabe o que é melhor para nós.

 

 

III. JOSUÉ É FORTALECIDO

 

1. Deus pede que Moisés anime Josué (Dt 1.38; 3.28). O Senhor afirmou que Josué tinha o Espírito e que ele havia sido escolhido para substituir Moisés. Depois, Deus mandou que Josué fosse apresentado ao sacerdote e ao povo para assumir a posição que fora de Moisés. Segundo Deuteronômio 1.38 e 3.28, Deus ordenou que Moisés cuidasse de Josué animando-o e fortalecendo-o.

2. Deus promete ir adiante de Josué (Dt 31.8). O Senhor prometeu a Josué que ele não estaria sozinho em sua caminhada até a Terra Prometida. O Senhor estaria com ele, portanto, que não temesse, nem se espantasse. Do que mais precisava Josué? Do que mais precisamos nós? Pois Jesus também prometeu que estaria conosco todos os dias (Mt 28.20). A conquista de “novos territórios” para Deus é um desafio para toda a Igreja (Mt 28.19,20). Mas a garantia do nosso sucesso foi outorgada por Jesus (Mt 16.18).

3. A nobreza de Josué. Ele era tão especial para o Senhor e para o seu povo que nunca foi contestado por ninguém, diferentemente do que aconteceu com Moisés. Contudo, a verdadeira nobreza de Josué não lhe foi outorgada por suas extraordinárias realizações (ele conquistou mais de 30 nações), mas por sua humildade.

Josué, por exemplo, ao escrever o livro que leva o seu nome, apresenta-se como sendo, “filho de Num, servo de Moisés” (Js 1.1), e, ao longo da narrativa, sempre chama Moisés de “servo do Senhor”. Quando, porém, Josué faleceu, alguém escreveu as últimas linhas do livro, chamando-o, por fim, de “servo do Senhor”. Não havia, portanto, nenhum sentimento de autoengrandecimento, vaidade, dominação política, no espírito de Josué. Seu ideal de vida era servir fielmente a Deus, honrar ao seu líder Moisés bem como ao seu povo; por isso o Senhor o honrou de maneira tão distintiva.

 

 

CONCLUSÃO

 

Josué é um exemplo para todo o crente, desde a sua formação como discípulo (servo) de Moisés, no deserto, até a sua ascensão ao posto mais alto da nação. Ele demonstrou um grande senso de serviço e devoção ao Senhor mesmo em tempos difíceis, como a travessia pelo deserto.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

GOWER, Ralph. Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Transcreva a referência em que Josué foi citado pela primeira vez na Bíblia.

“Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, e peleja contra Amaleque; amanhã, eu estarei no cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão” (Êx 17.9).

 

2. Quem, juntamente com Josué, trouxe um relatório de fé ao espiar Canaã?

Calebe.

 

3. Qual era o costume de Josué segundo Êxodo 33.11?

Ele nunca se apartava do meio da tenda.

 

4. Segundo Número 27.18 o que diferenciava Josué dos demais líderes?

Homem em que há o Espírito (Nm 27.18).

 

5. Qual a característica de Josué que você considera a mais importante para um líder?

Resposta pessoal.

 

SUBSÍDIO I

 

“Josué era filho de Num, da tribo de Efraim. Como tinha mais de 40 anos de idade quando deixou o Egito e parecia bem qualificado para assumir o comando das forças israelitas que lutaram contra os amalequitas em Refidim (Êx 17.8-16), é possível que tivesse sido treinado pelo exército de faraó. Durante aquele ano, no Monte Sinai, Josué serviu como auxiliar direto de Moisés quando esse último recebeu as leis, e todas as vezes que ia à tenda onde encontrava e ouvia o Senhor (Êx 24.23; 32.17; 33.21). Mesmo depois de deixar o Sinai, Moisés considerava Josué como um ‘moço’ e achava necessário censurá-lo por proibir dois anciãos do acampamento de profetizar (Nm 11.27-29). Além dos possíveis contatos que pode ter tido antes do Êxodo com Canaã e seus habitantes, que vinham comercializar com os egípcios, ou mesmo que pudesse ter viajado ao Egito em alguma campanha militar, Josué adquiriu experiência dessa terra por ser um dos 12 espias. Quando Moisés e seu sucessor se dirigiram à porta da tenda, Deus comissionou Josué de uma forma direta (Dt 32.14,15,23). Depois da morte de Moisés, o Senhor bondosamente repetiu essa ordem particularmente a Josué, aumentando as suas promessas com a finalidade de encorajá-lo na véspera da invasão de Canaã (Js 1.1-9)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.1095).

 

SUBSÍDIO II

 

“Em muitos aspectos, ‘Josué do Antigo Testamento’ prefigura características do Jesus do Novo Testamento. Não foi registrado nenhum mal contra ele. Ele estava livre de todo o desejo de autopromoção ou cobiça; não existe traço de egoísmo que manche a nobreza simples de seu caráter. Em todas as circunstâncias ele demostrou um desejo supremo: conhecer a vontade de Deus. Sua principal ambição era fazer a vontade divina. Josué foi um homem de coragem inabalável e perseverança invencível que mostrou profunda confiança diante das dificuldades. Suas ações imediatas lhe deram vitórias. As outras pessoas lhe deram grande honra em função da desconsideração altruísta de seus próprios interesses pessoais. Ele nunca deixou de demonstrar uma profunda preocupação pelos interesses daqueles a quem liderava. Desse modo, na plenitude dos tempos, quando Deus precisava de um homem bem preparado, Ele escolheu Josué. O Senhor encontrou naquele homem alguém que ouviria suas instruções. Josué era alguém que cumpriria suas tarefas. Estas qualidades de caráter tão associadas à disposição de Josué são sempre aprovadas por Deus” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume 8. RJ: CPAD, 2015, pp.24,25).