Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves
Lição 6: Sexo, uma dádiva divina
Data: 12 de Maio de 2019
“Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
Deus criou o sexo para proporcionar satisfação e senso de realização, em um casamento sem mácula.
SEGUNDA — Gn 2.18
Deus viu que não era bom que Adão estivesse só
TERÇA — Gn 1.27
Deus criou o homem e a mulher
QUARTA — Gn 1.28; 5.3
Deus criou e ordenou que o homem se multiplicasse
QUINTA — Gn 2.22-24
Deus, como um pai, conduziu Eva até Adão
SEXTA — Ef 5.22; 6.1-4
Modelo ideal para o relacionamento em família
SÁBADO — Hb 13.4
Deus nos criou para termos uma vida sexual de realização no casamento
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor(a), esta lição dará início a uma série de quatro lições que abordará a respeito do tema “sexo no casamento”. Tratar deste assunto na igreja sempre foi temeroso devido aos diversos “tabus” e “mitos” que foram criados ao longo da história sobre este tema. Falar a respeito de sexualidade para jovens é um desafio a mais, porém é sempre bom ressaltar que o sexo não é algo impuro, mas é somente para os casados. Os solteiros devem aguardar e se manterem puros até o casamento. A juventude é a fase ideal para se falar a respeito do assunto. Muitos problemas poderiam ser evitados entre os jovens se o assunto fosse melhor trabalhado em nossas classes na Escola Dominical. Por isso, professor(a) se dedique na preparação das aulas.
Como o assunto pode ser considerando um tanto polêmico, a sua atitude em relação aos alunos e alunas será o primeiro diferencial no resultado do ensino.
Perceba que na lição é destacado o modelo ideal para o sexo, no casamento. É evidente que alguns princípios bíblicos têm sido quebrados constantemente entre os jovens ainda na fase do namoro. Essa aula e as próximas três devem ser preparadas com muita atenção a fim de fortalecer os jovens para que não abram mão dos princípios estabelecidos nas Escrituras Sagradas.
Gênesis 2.21-25
21 — Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22 — E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 — E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24 — Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.
25 — E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.
INTRODUÇÃO
As próximas quatro lições foram reservadas para refletirmos a respeito do sexo. Na lição deste domingo, iremos estudar a respeito da narrativa da criação do mundo e da humanidade na perspectiva conjugal. Veremos como Deus planejou o relacionamento sexual entre o homem e a mulher no casamento e qual o seu propósito. No segundo tópico vamos abordar o modelo bíblico para o casamento e como esse modelo favorece uma vida conjugal feliz e sem pecado.
I. O SEXO E A CRIAÇÃO DO SER HUMANO
1. O homem e a mulher como obra prima de sua criação (Gn 1.1 — 2.22). A narrativa bíblica da criação traz uma sequência lógica na ordem das coisas criadas. Na intenção de criar um local apropriado para suas criaturas, Deus criou os céus e a terra. Por último, vemos a criação do ser humano, e neste momento o padrão da narrativa muda. Surge um tom mais solene e detalhado, afinal passa a ser apresentada a obra-prima de Deus, o homem e a mulher criados à sua imagem, macho e fêmea (Gn 1.27). Diferente dos demais relatos da criação do oriente, em que acreditavam na criação do ser humano para suportar o jugo dos deuses e para servi-los, em Gênesis ele é criado para reinar sobre a criação. Portanto, o relacionamento entre o ser humano e o restante da criação, de espécie diferente, é de domínio e submissão. Domínio sobre a terra (Gn 1.28), os vegetais (Gn 1.29) e os animais (Gn 1.30).
2. Deus criou o homem e a mulher distintos e com objetivos específicos. Em Gênesis 1.28 temos: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse”. Aqui Deus se comunica direto com o ser humano, demonstrando a relação especial, inclusive no processo de fecundação. Para Israel, a fecundidade era precedida de uma palavra de bênção divina.
Deus criou macho e fêmea, homem e mulher, para procriação, mas dentro do casamento. Em Gênesis 2.24, o texto do segundo relato da criação humana, que apresenta primeiro a criação do homem e depois da mulher, é utilizada a expressão hebraica kenegdô, que dá sentido de algo distinto e que se ajusta perfeitamente. Portanto, os dois sexos têm a mesma dignidade de imagem de Deus, para se complementarem e gerar filhos também à sua imagem e semelhança (Gn 5.3). Portanto homem e mulher foram criados para se relacionarem emocional, efetiva e sexualmente entre si no casamento.
3. O sexo foi criado para a procriação e a felicidade no casamento (Gn 2.21-24). No relato da criação, o homem foi criado primeiro. No entanto, teve uma vida solitária, pois lhe faltava uma companheira, do sexo oposto, como tinham os animais. O seu sentimento de solidão “comove” o coração de Deus que afirma não ser bom que ele vivesse só. Deus então decide criar para ele uma companheira (Gn 2.18). Após a criação da mulher, o homem a contempla e diz: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2.23). Agora, ele tem uma companheira consanguínea, que o complementa e com a qual pode se relacionar afetivamente.
II. SEXO, UMA DÁDIVA DIVINA PARA SER DESFRUTADA NO CASAMENTO
1. O sexo no casamento (Gn 2.24). Uma verdade já bem conhecida dos crentes é comprovada neste versículo: O casamento foi a primeira instituição criada por Deus. O texto bíblico de Gênesis 2.24 demonstra que o casamento não é uma união acidental, mas planejada, incluindo a participação das famílias envolvidas. Os pais são os responsáveis pela educação e formação dos filhos e devem também orientá-los na constituição de novas famílias. A Bíblia destaca a importância da família e o respeito entre os seus membros. Em relação ao casamento não podemos ignorar as questões culturais, identificando o que era costume nos tempos bíblicos. Contudo temos que preservar os princípios morais e éticos que foram dados por Deus em relação ao casamento, pois esses são imutáveis.
No modelo do primeiro casamento, podemos ver a figura de Deus como a de um pai, conduzindo a noiva, Eva, até àquele que seria o seu esposo, Adão. Ele os abençoou e deu a autorização para serem fecundos. Esse é o modelo bíblico para a formação das famílias e a consumação do ato sexual.
A Carta aos Efésios fornece alguns preceitos que norteiam o relacionamento familiar, entre o casal, pais e filhos. A recomendação do apóstolo Paulo é de que haja uma plena união entre os casados, uma parceria de amor e de respeito. No que tange aos filhos, ele exorta-os à obediência. Aos pais, recomenda-lhes a cuidar bem de seus filhos (Ef 5.22 — 6.4). O modelo apresentado em Efésios é o modelo ideal, pois segue os preceitos divinos.
2. As Escrituras Sagradas prescrevem o casamento hetero, monogâmico e indissolúvel (Gn 2.24). O casamento entre um homem e uma mulher (monogamia), macho e fêmea (hetero) com plena competência para procriar e gerar novos seres humanos, é o modelo de casamento implícito em Gênesis 2.24. Se fosse criado outro homem para ser a companhia de Adão, a humanidade não existiria. É algo abominável aos olhos de Deus. Portanto, esse é o padrão ideal a ser buscado por aqueles que acreditam na Bíblia como a Palavra de Deus, regra de fé e conduta, e que desejam estar dentro da vontade e bênção do Criador.
O texto diz que o homem deve deixar pai e mãe, mas é evidente que o mesmo se aplica também à mulher. O termo “deixar” pressupõe que ambos estejam em condições de assumir tal compromisso, nos aspectos físico, financeiro e psicológico. O novo casal deve se separar fisicamente de seus pais e assim terão liberdade para conduzir suas vidas, agora independentes. Os pais somente devem ajudar e opinar no relacionamento conjugal dos filhos se forem convidados pelo casal.
A expressão do verbo “apegar-se-á à sua mulher” pressupõe aliança (Dt 11.22-25); afeição, amizade (Rt 1.14; Pv 18.24) e amor que une homem e mulher. A mulher deve ser sujeita ao marido e o marido deve amá-la como a si mesmo.
3. O sexo sem culpa (Gn 2.25). O primeiro casal estava nu e não tinha vergonha de sua nudez. Não havia motivo para se envergonharem ou sentirem culpa. Eles somente vão sentir vergonha no estágio da culpa que veio pela desobediência, ou seja, a perda da inocência. É importante ressaltar que a culpa não veio com o ato sexual, mas pela desobediência à Palavra de Deus (Gn 3.3,6,7). Da mesma forma, se o relacionamento enquanto namorado, noivo ou já casado estiver dentro do projeto ideal de Deus, respeitando os limites estabelecidos por Ele, não haverá sentimento de culpa, mas de prazer e realização.
Diferente do que se defende em algumas culturas e até mesmo religiões, tanto o homem como a mulher foram criados para a procriação e felicidade conjugal. Assim, não deve ser praticado para a satisfação apenas de um dos cônjuges, mas de ambos. Casar sem esse entendimento pode causar sérios problemas no relacionamento entre o casal. Por isso, é fundamental que a compreensão ocorra durante o namoro, para que ao chegar ao casamento desfrutem de uma vida sexual sem culpa e dentro dos princípios estabelecidos pelo Senhor, como convém aos santos.
CONCLUSÃO
Nesta lição, nós aprendemos que de acordo com a narrativa bíblica da criação Deus formou o homem e a mulher com um propósito definido. O Senhor também tem um objetivo para o sexo no casamento: a procriação e a felicidade do casal.
O modelo bíblico de casamento é hetero, monogâmico e indissolúvel. Os desvios nos relacionamentos, no casamento e na vida sexual antes do casamento devem ser tratados segundo os preceitos bíblicos. Deus deseja que você tenha, no tempo certo, um casamento e uma vida sexual saudável e feliz. Busque a Deus, ore e leia a sua Palavra para que você agrade sempre ao Senhor.
LOPES, Jamiel de Oliveira. Psicologia Pastoral: A Ciência do Conhecimento Humano como Aliada Ministerial. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017.
1. Segundo a lição, o domínio do homem é sobre quem?
É sobre “os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26).
2. Qual o sentido da expressão hebraica Kenegdô?
A expressão hebraica kenegdô, dá sentido de algo distinto e que se ajusta perfeitamente.
3. De acordo com a lição, qual o propósito do sexo?
O sexo foi criado para a procriação e a felicidade no casamento (Gn 2.21-24).
4. O que a expressão “apegar-se-à à sua mulher” pressupõe?
Esta expressão pressupõe aliança (Dt 11.22-25).
5. A culpa no relacionamento de Adão e Eva foi resultado de quê?
Foi resultado do pecado, da desobência a Deus.
“‘Purifiquemo-nos de toda a impureza, tanto da carne quanto do espírito […]’ (2Co 7.1). Quando Paulo fala de ‘impurezas, tanto da carne quanto do espírito’, referia-se ao fato de que, tanto nosso corpo quanto nosso espírito fazem parte do santuário do Espírito Santo; por isso, ambos devem ser mantidos santificados para servir e agradar a Deus e para a felicidade própria. Mas o que seriam ‘impurezas da carne’? No grego, a palavra ‘impureza’ aparece como molysmos, que significa literalmente ‘contaminação’. Essa mesma palavra grega na forma verbal molyno e quer dizer ‘macular’, ‘fazer impuro’ ou ‘sujar’. Essa palavra é empregada em Apocalipse 14.4 e expressa ‘impureza sexual’. Esses pecados afetam o homem interior, por isso, são condenados de forma definitiva. E as impurezas do espírito? O texto diz: ‘tanto da carne quanto do espírito’ (2Co 7.1). Ora, subentende-se que se trata do espírito humano, que pode pecar contra Deus.
A cultura moderna da sociedade ensina que a masturbação é uma prática normal, especialmente dos adolescentes. Entretanto, essa prática não se restringe apenas aos adolescentes quando desponta a libido em suas vidas, mas é uma prática também de adultos. Os especialistas denominam-na como uma das anormalidades sexuais. É o prazer sem a presença do sexo oposto. A masturbação é, indiscutivelmente, uma das ‘impurezas da carne’ citadas por Paulo na carta aos Coríntios (2Co 7.1)” (CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã. 1ª Edição. RJ: CPAD, p.63).
“Escolhi não namorar durante todo o tempo da escola. Fiz as minhas observações e também perguntei para diversas pessoas (professores, pastores de jovens, pais, conselheiros) a respeito dessa questão vital. E todos concordaram que poucos casais que namoram na escola, talvez nenhum, chegam realmente a se casar. E todos concordaram que poucos casais que se encontram na escola, caso haja algum, realmente termina por se casar. Então qual é a finalidade do namoro? Você provavelmente observou que a maioria das tentações de um jovem rapaz são (e continuarão a ser) tentações sexuais. E um encontro sem um objetivo divino não faz sentido. Tudo o que ele faz é envolvê-lo em um turbilhão emocional que pode acabar conduzindo a problemas de natureza sexual.
Escolha ocupar-se de atividades em grupo, preferivelmente atividades na igreja. Aproveite esse tempo para observar como se comportam as jovens cristãs. O que elas observam? O que está no coração delas? (Lembre-se que da mesma forma que você procura encontrar amigos rapazes espirituais, é vital escolher também garotas espirituais para serem suas amigas)” (GEORGE, Jim. Um Jovem Segundo o Coração de Deus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.128).