Título: A razão da nossa esperança — Alegria, crescimento e firmeza nas cartas de Pedro
Comentarista: Valmir Nascimento
Lição 13: A vinda do Senhor: A nossa suprema esperança
Data: 29 de setembro de 2019
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pe 3.9).
Embora os descrentes zombem da promessa da volta de Jesus, os cristãos confiam na sua promessa e aguardam esperançosamente a sua vinda.
SEGUNDA — Jo 14.2,3,6
Jesus foi preparar-nos lugar
TERÇA — Mc 13.26,27
O Filho de Deus voltará em poder e grande glória
QUARTA — Lc 21.27
Os sinais da vinda
QUINTA — 1Ts 4.16,17
O arrebatamento da Igreja
SEXTA — Mt 24.36-39
Não sabemos a hora
SÁBADO — Mt 24.42-44
Mantendo a vigilância
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Pedro está chegando ao final da sua Segunda Epístola, e depois de ter advertido os crentes acerca dos falsos mestres e suas heresias, têm uma palavra de ânimo e de esperança firmada na certeza da volta de Jesus, pois foi Ele quem o prometeu. Este é o tema da presente lição que encerra o trimestre. Esperamos que tenha sido um período de crescimento espiritual, firmeza na verdade, fortalecimento da fé e da esperança cristã. Como tivemos a oportunidade de aprender, a esperança cristã permeia todas as dimensões da vida, firmando nossos passos e fortalecendo nossos corações neste mundo em que somos peregrinos. É interessante que Pedro tenha dito que fomos gerados para uma “viva esperança” (1Pe 1.3). Essa expressão qualifica a esperança cristã como sendo cheia de alegria e vivacidade. Ao mesmo tempo, pode ser também um comando para que vivamos a esperança de modo constante e pleno em toda a existência. Viver em esperança implica experimentar a realidade do Reino de Deus hoje, ao mesmo tempo em que inspira a aguardar de modo confiante a consumação de todas as coisas. Maranata!
Prezado(a) professor(a), chegamos ao final do nosso trimestre. Nesta aula, como forma de avaliar e relembrar alguns temas que foram estudados ao longo dos meses, faça um trabalho em grupo. Separe em grupos de 5 alunos. Peça para que cada grupo discuta entre seus componentes pelo menos 3 pontos/aspectos que marcaram o aprendizado deles ao longo do trimestre. Dê 5 minutos para esta atividade. Depois, peça que o representante de cada grupo exponha aos demais a conclusão da sua equipe. É possível que vários temas se repitam. Por isso, enquanto um grupo apresenta, os demais podem contribuir.
2 Pedro 3.1-10.
1 — Amados, escrevo-vos, agora, esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação o vosso ânimo sincero,
2 — para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos,
3 — sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências
4 — e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5 — Eles voluntariamente ignoram isto: que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste;
6 — pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio.
7 — Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios.
8 — Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia.
9 — O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
10 — Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão.
INTRODUÇÃO
Estamos chegando ao final da Segunda Carta de Pedro, e também do nosso trimestre. Antes de concluir a sua Epístola, o apóstolo desperta o ânimo dos seus leitores, fazendo-os lembrar da gloriosa volta de Jesus. Se na sua primeira Carta Pedro incentivou que os cristãos tivessem esperança no meio das provações, nesta segunda ele conclama a Igreja a manter sempre viva a esperança futura, a despeito daqueles que desdenham da promessa de Cristo. Isso porque o retorno do Filho de Deus em poder e grande glória é a nossa suprema esperança. Estudemos esta lição em oração, pedindo ao Espírito Santo que faça arder dentro de nós o forte anseio pelo retorno de Cristo Jesus.
I. AQUELES QUE ZOMBAM DA VINDA DE CRISTO
1. Os escarnecedores dos últimos dias. Pedro previne os seus leitores de que nos últimos dias viriam escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências. “Últimos dias” é uma expressão bíblica que alude ao período que começa com a ressurreição de Jesus e se estenderá até a sua volta, quando estabelecerá o seu reino e julgará toda a humanidade. Neste intervalo, segundo as Escrituras, muitos rirão da verdade (1Tm 4.1,2; 2Tm 3.1-9), num tempo marcado pela multiplicação da iniquidade.
2. O raciocínio herético. A indignação de Pedro era porque os hereges estavam zombando da doutrina da volta de Jesus; brincando com a esperança futura dos crentes. Eles questionavam acerca do cumprimento da promessa da vinda de Jesus: Onde está a promessa da sua vinda? A pergunta maldosa queria dar a entender o seguinte: se Cristo não tinha vindo até aquele momento, Ele nunca mais o faria. Com isso, estavam dizendo que as palavras de Jesus não eram dignas de confiança (Mc 13.26,27; Lc 21.27). Raciocínio idêntico é disseminado em nossos dias, não somente entre os descrentes, mas até mesmo entre alguns círculos cristãos que interpretam as Escrituras de maneira não ortodoxa, não crendo que Jesus retornará.
3. O argumento falacioso. Como é de costume, os falsos mestres apelavam a um argumento falacioso: algo que tem aparência de verdade, mas no fundo é um enorme mentira. Eles diziam que, desde a antiguidade, a criação de Deus permanecia inalterada, dando a entender que, dentro da ordem natural do mundo, não haveria espaço para acontecimentos extraordinários e miraculosos, muito menos a Segunda Vinda de Cristo em glória. Esta afirmação está embasada numa visão de mundo eminentemente naturalista, que nega qualquer possibilidade de intervenção divina no universo.
II. A CERTEZA DA VINDA DE JESUS
1. Ignorância deliberada. Inicialmente, o apóstolo questiona o método empregado pelos acusadores do cristianismo ortodoxo. Ele afirma que os falsos mestres voluntariamente ignoram algo. Sem dúvida, uma das estratégias das seitas e heresias é exatamente selecionar algumas partes das Escrituras e desprezar outras. Como é frequente, tomam passagens bíblicas isoladas e fora do seu contexto para dar redibilidade às suas falsas doutrinas. O servo de Deus deve estar preparado para refutar este método interpretativo das Escrituras.
2. Criador e Juiz. Para comprovar a veracidade da promessa divina, Pedro apresenta dois argumentos bíblicos e históricos irrefutáveis, os quais são ignorados por aqueles que zombam da fé cristã. São eles: a criação do mundo pelo poder da Palavra de Deus e o julgamento diluviano (vv.5,6). Tais exemplos evidenciam o poder do Criador e o cumprimento fiel à sua promessa, ao julgar os ímpios e salvar o justo Noé e a sua família. Somos lembrados de que Deus não criou o mundo e o abandonou à própria sorte, como defende o deísmo.
3. A promessa não retarda. Até mesmo alguns crentes indagam o motivo da demora do retorno do Rei Jesus. Por isso, do verso 8, Pedro direciona uma palavra de ânimo e esperança ao amados irmãos. São três verdades bíblicas que todo crente deve guardar sem seu coração. Primeiro, o tempo de Deus é diferente do nosso: um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia (Sl 90.4). Segundo, a promessa de Deus não está atrasada como muitos creem; o Eterno é soberano e trabalha de acordo com o calendário dEle. Ter fé implica confiar que Deus está conduzindo a curva da história da melhor maneira, não cabendo a nós duvidar ou questionar os seus desígnios. Terceiro, o Senhor é longânimo, e está dando oportunidade para que os pecadores se arrependam. Ele deseja que todos os homens sejam salvos (1Tm 2.4).
III. PREPARANDO-SE PARA A VINDA DO SENHOR
1. Alerta. Uma vez que que a vinda do Senhor é certa, resta ao crente ter uma vida diligente, aguardando o glorioso Dia do Senhor, que virá como o ladrão de noite. Essa expressão alude à surpresa e à rapidez de um acontecimento inesperado, tal qual a ação do salteador noturno. Ela será brusca, repentina. Pedro está se lembrando das palavras do Senhor no Sermão do Monte quando promete voltar como um ladrão de noite (Mt 24.43). Somente os incrédulos e desavisados serão surpreendidos no dia da volta do Senhor. Os crentes, porém, apesar da surpresa do momento, não estarão desprevenidos, pois vivem como se o Senhor pudesse voltar a qualquer instante, num abrir e fechar de olhos. São como as virgens prudentes que, além das lâmpadas acesas, levaram azeite consigo, preparando-se para a chegada do noivo (Mt 25).
2. Conduta. Aguardar a volta de Cristo não é uma atitude de mera passividade. Tal expectativa requer uma postura vigilante e santa (ver Rm 13.11-14; 2Co 5.1-11; Fp 3.17-21; 1Ts 5.1-11). Enquanto ansiamos os novos céus e a nova terra, somos instados a viver neste mundo incontaminados e irrepreensíveis (vv.13,14). Fica evidente o contraste entre os crentes que aguardam a volta de Jesus, e os ímpios que desdenham do seu retorno glorioso. Enquanto os cristãos são aconselhados a viverem de maneira santa e piedosa, os ímpios são ensinados a procederem de modo imoral. Isso demonstra que as crenças de uma pessoa acerca das coisas futuras definem o modo como ela vive nesta terra. Aqueles que não acreditam em julgamento e vida futura vivem com base no lema “aproveite o momento”. Enquanto isso, aqueles que acreditam que devem prestar contas ao Criador, o qual julgará todo ser humano, vivem a vida presente em santidade e temor a Deus; é uma vida feliz segundo o propósito de Deus.
3. A nossa responsabilidade. Uma vez mais Pedro deixa transparecer em sua Carta a responsabilidade do cristão em relação a sua chamada e vida espiritual. A respeito dessa passagem, Roger Stronstad escreve: “Existe uma óbvia impressão de responsabilidade humana fluindo através das cartas de Pedro. Embora Deus seja aquEle que faz preciosas promessas, e embora recebamos seu divino poder e chamada, a responsabilidade é acrescentada ao elemento divino. Uma vida moral e ética não se adquire instantaneamente após a conversão, antes, é um modo de vida consistente e cotidiano alcançado gradualmente” (Comentário Bíblico Pentecostal).
CONCLUSÃO
Pedro conclui sua Segunda Carta admoestando os crentes a se precaverem contra o engano dos homens abomináveis. Para tanto, diz para crescerem na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Estes são os conselhos que sintetizam as duas Cartas do apóstolos. Para estarmos firmes na verdade é preciso crescer na graça e no conhecimento, isto é, precisamos nos desenvolver espiritual e intelectualmente. Mas, sobretudo, é preciso que seja dada glória e honra ao Senhor Jesus, hoje e eternamente. Amém!
GEISLER, Norman; RHODES, Ron. Resposta às Seitas: Um Manual Popular sobre as Interpretações Equivocadas das Seitas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2000.
1. Segundo a lição, qual o sentido da expressão “últimos dias”?
É uma expressão bíblica que alude ao período que começa com a ressurreição de Jesus e se estenderá até a sua volta, quando estabelecerá o seu reino e julgará toda a humanidade.
2. Quem são os escarnecedores?
São aqueles que zombam, ridicularizam e manifestam desdém por aquilo que deveria ser tratado com reverência e seriedade.
3. Conforme a lição, qual é uma das estratégias das seitas e heresias em relação às Escrituras?
Selecionar algumas partes das Escrituras e desprezar outras.
4. Para comprovar a veracidade da promessa divina, quais argumentos Pedro apresenta?
A criação do mundo pelo poder da Palavra de Deus e o julgamento diluviano.
5. O que é preciso para estar preparado para a volta de Jesus?
Resposta pessoal.
“Os crentes esperam ansiosamente o fim da terra somente porque isto significa o cumprimento de outra das promessas de Deus — sua criação de novos céus e nova terra. O objetivo de Deus para as pessoas não é a destruição, mas a recriação; não é a aniquilação, mas a renovação. Deus irá purificar os céus e a terra com o fogo; a seguir. Ele irá criá-los novamente. Todos os crentes podem alegremente esperar pela restauração do bom mundo de Deus (Rm 8.21). Em uma bela descrição dos novos céus e da nova terra, os crentes têm a segurança de que será um mundo em que habita a justiça, porque o próprio Deus viverá entre o seu povo (veja Ap 21.1-4,22-27). Pelo fato de os crentes poderem confiar na promessa de Deus de lhes trazer uma nova terra, e por eles estarem aguardando estas coisas, eles devem viver imaculados e irrepreensíveis em paz. Em outras palavras, somente esta esperança poderosa pode nos instigar a viver com justiça. O reino de Deus será caracterizado pela paz com Deus; portanto, os crentes devem praticar a paz com Deus agora, preparando-se para vivê-la no reino. Não devemos agir como preguiçosos e ser complacentes somente porque Cristo ainda não retornou. Na verdade, devemos viver em ansiosa expectativa de sua vinda. O que você^ deseja estar fazendo quando Cristo voltar? É assim que você^ deve viver todos os dias” (Comentário do Novo Testamento de Aplicação Pessoal. Volume 1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.758).
Escarnecendo da Promessa da Vinda de Cristo
“Os escarnecedores dirigirão seu escárnio (2Pe 3.4) à promessa da vinda de Cristo — em grego, parousia, palavra usada como termo técnico para indicar a visita de um rei ou imperador a uma província. Fazia-se, pois, uma grande celebração em sua chegada, para que todos pudessem contemplar-lhe a majestade. Mas Jesus deu à palavra novo significado. Ele virá para receber sua Igreja, para ser glorificado em seus crentes e estabelecer seu reino milenar na terra com os vencedores (Ap 3.21). Tentam alguns limitar o significado de parousia à volta de Cristo à Igreja. Contudo, um exame mais atento mostra que tem um sentido mais amplo: inclui tudo que é dito por Paulo nesta assertiva: ‘Estaremos para sempre com o Senhor’ (1Ts 4.17). Indagam os escarnecedores com seus escárnios: ‘Onde está a promessa da sua vinda, porque desde que os pais dormiram, todas as cousas permaneceram como desde o princípio da criação’ (2Pe 3.4). Sua atitude é semelhante a dos impenitentes do Antigo Testamento que zombavam das advertências a respeito da iminência do julgamento de Judá e Jerusalém: ‘O Senhor não faz bem nem faz mal’ (Sf 1.12). Assim o faziam, supondo ser o Senhor impotente para intervir nos problemas deste mundo (Na 1.3)” (HORTON, Stanley M. 1 e 2 Pedro: A Razão da Nossa Esperança. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.101,102).