Título: Poder, Cura e Salvação — O Espírito Santo agindo na Igreja em Atos
Comentarista: Henrique Pesch
Lição 11: A cura de um coxo de nascença
Data: 15 de Dezembro de 2019
“Disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou” (At 14.10).
Por onde Paulo e Barnabé pregavam o Evangelho, sinais e prodígios aconteciam e o nome do Senhor era glorificado.
SEGUNDA — At 9.15
Paulo, escolhido para levar o Evangelho aos gentios
TERÇA — Rm 1.16
O Evangelho é o poder de Deus para salvação
QUARTA — Lc 4.40
Jesus curou muitos enfermos
QUINTA — Sl 60.12
Em Deus faremos proezas
SEXTA — Tg 5.15
A oração da fé salvará o doente
SÁBADO — Êx 20.1-3
Não podemos nos render aos ídolos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Somente Deus pode tornar um perseguidor da Igreja, como foi Paulo, em um de seus maiores representantes. Deus usa as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias. Às vezes temos preconceito em relação a algumas pessoas que são diferentes de nós, de nossa cultura e tradição. No entanto, quando vemos Paulo e Barnabé sendo usados para levar o Evangelho a locais que os outros apóstolos não foram, percebemos que Deus não trabalha da forma que pensamos. Precisamos lembrar as palavras de Jesus quando os discípulos vieram até Ele dizendo que havia um homem expulsando demônios e que não era seguidor deles. E Jesus respondeu-lhes que quem não era contra eles era por eles. A multiforme graça de Deus se manifesta diferentemente, com pessoas distintas.
Para a aula de hoje traga alguns exemplos de missionários que pregaram o Evangelho a povos não-alcançados para demonstrar o desafio que enfrentaram para levar as Boas Novas de Jesus. Você pode trazer nomes como William Carey, considerado o “Pai das Missões Modernas”, que pregou a Palavra de Deus na Índia no século XVIII e que enfrentou tantas dificuldades, e que levou muito tempo para ver o primeiro batizado em terras indianas. Outro exemplo foi Hudson Taylor, missionário na China no século XIX. Ambos passaram por muitas dificuldades e enfrentaram muitas barreiras, mas no fim de seus ministérios, alcançaram milhares de novos cristãos. Daniel Berg e Gunnar Vingren também são exemplos, pois eram jovens e solteiros quando obedeceram à chamada do Senhor para virem ao Brasil.
Atos 14.1-13.
1 — E aconteceu que, em Icônio, entraram juntos na sinagoga dos judeus e falaram de tal modo, que creu uma grande multidão, não só de judeus, mas também de gregos.
2 — Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios.
3 — Detiveram-se, pois, muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios.
4 — E dividiu-se a multidão da cidade: uns eram pelos judeus, e outros, pelos apóstolos.
5 — E, havendo um motim, tanto dos judeus como dos gentios com os seus principais, para os insultarem e apedrejarem,
6 — sabendo-o eles, fugiram para Listra e Derbe, cidades da Licaônia, e para a província circunvizinha;
7 — e ali pregavam o evangelho.
8 — E estava assentado em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o seu nascimento, o qual nunca tinha andado.
9 — Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado,
10 — disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou.
11 — E as multidões, vendo o que Paulo fizera, levantaram a voz, dizendo em língua licaônica: Fizeram-se os deuses semelhantes aos homens e desceram até nós.
12 — E chamavam Júpiter a Barnabé, e Mercúrio, a Paulo, porque este era o que falava.
13 — E o sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade, trazendo para a entrada da porta touros e grinaldas, queria com a multidão sacrificar-lhes.
INTRODUÇÃO
No início da Igreja, Deus separou Paulo e Barnabé para a evangelização dos judeus e gentios. Muitos rejeitaram as pregações de Paulo, porém muitos recebem o Evangelho pela fé e se tornaram discípulos de Cristo, e Deus confirmava a palavra dos apóstolos por meio de sinais e prodígios. As cidades de Icônio e Derbe foram alvos da evangelização de Paulo e, ali, muitas pessoas creram na Palavra de Deus. Na lição deste domingo estudaremos mais um milagre realizado por intermédio dos servos de Jesus. Desta vez, o milagre de cura aconteceu na cidade de Listra onde um coxo de nascença foi curado.
I. A EXPANSÃO DO EVANGELHO
1. Icônio, Listra e Derbe. A cidade de Icônio estava situada na Ásia Menor. Atualmente ela é chamada de Konova. Paulo esteve ali em sua primeira viagem missionária (At 13.51), voltou em sua segunda viagem (At 16.2), e provavelmente em sua terceira viagem também (At 18.23). Icônio era uma importante cidade localizada na fronteira dos distritos da Frígia e da Licaônica, e no ano de 25 a.C. foi incorporada à província romana da Galácia. Listra era uma próspera cidade comercial, a uma distância entre trinta e quarenta quilômetros de Icônio. Fora das portas da cidade estava o templo de Júpiter. Segundo uma lenda, Júpiter e Mercúrio haviam, em tempos passados, visitado a cidade em forma humana. Derbe também era uma cidade que fazia parte da província romana da Galácia. Ficava a 96 quilômetros de Listra. Mais tarde Paulo e Silas visitaram esse lugar em sua viagem pelo ocidente em direção à Ásia Menor. Todas essas três cidades estavam localizadas onde hoje é a Turquia.
2. Muitos creram na pregação de Paulo e Barnabé. Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram em uma sinagoga e pregaram de tal modo que uma grande multidão creu, não só de judeus, mas também de gentios. Matthew Henry diz que “os apóstolos falavam com tanta simplicidade, demonstração do Espírito e poder, tão calidamente e com tanto interesse pelas almas dos homens, que aqueles que os ouviam não podiam senão dizer que verdadeiramente Deus estava com eles”. A genuína pregação do Evangelho sempre alcançará corações sedentos pela verdade, como aqueles que Jesus diz que são como a terra boa em que a semente cai e frutificou (Mt 13.23). A graça salvadora de Deus sempre atuará na vida das pessoas que, por meio da fé, podem crer e receber as Boas Novas (Ef 2.8).
3. Muitos rejeitam a pregação de Paulo. Infelizmente, sempre haverá aqueles que rejeitam a Palavra de Deus. Pessoas de dura cerviz e incircuncisos de coração que resistem ao Espírito Santo (At 7.51). A incredulidade é uma opção pessoal e a descrença de alguns judeus incitou e irritou o ânimo dos gentios contra Paulo e Barnabé. Isso levou a algo inusitado: os gentios e judeus se uniram contra os cristãos. Algo parecido aconteceu quando os romanos e judeus se uniram para crucificar Jesus (Mt 27.20). Em Icônio houve uma divisão na cidade entre aqueles que aceitaram a pregação de Paulo e Barnabé e aqueles que a rejeitaram. A oposição foi tão ferrenha que eles foram apedrejados e tiveram que deixar a cidade. Infelizmente cenas como essa ainda acontecem em vários lugares do mundo, onde a pregação do Evangelho é proibida e os cristãos são perseguidos, torturados e até mortos.
A graça salvadora de Deus sempre atuará na vida das pessoas que, por meio da fé, podem crer e receber as Boas Novas (Ef 2.8).
Pense!
Como muitos não creram, mesmo vendo os sinais e prodígios sendo feitos por meio dos apóstolos?
Ponto Importante
Muitos endurecem seus corações a tal ponto que, mesmo vendo o sobrenatural de Deus, o rejeitam deliberadamente.
II. A CURA DO COXO
1. Um homem paralítico. Depois de deixar a cidade de Icônio, Paulo e Barnabé foram para Listra e Derbe, cidades da Licaônica (v.6). Ali encontram um homem que era coxo desde o seu nascimento. Imagine alguém que nunca pôde se locomover e que depende de outras pessoas? Naquele tempo ele estaria enfadado a ter uma vida com muitas limitações.
2. Um homem de fé. Esse homem coxo ouve a pregação de Paulo e a fé surge em seu coração. Então Paulo fixa os olhos nele e vendo que tinha fé para ser curado disse em alta voz: “Levanta-te direito sobre os teus pés” (v.10). Jesus assegurou “que tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23). O coxo creu no Cristo que estava sendo pregado e foi curado.
3. Um homem curado. O coxo viveu três fases: A primeira como uma pessoa carente de cuidados. A segunda como uma pessoa de fé. E agora como uma pessoa curada. Nesse momento, cumpriu-se a profecia do profeta Isaías: “O deserto e os lugares secos se alegrarão com isso […] os coxos saltarão como cervos […]” (Is 35.1-5). Você já recebeu alguma cura da parte do Senhor? Conhece alguém que já foi curado? Jesus não só cura o físico, mas cura as doenças da alma, os traumas, os medos, as angústias, a amargura, a ansiedade. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8).
Pense!
Você tem fé para experimentar um milagre?
Ponto Importante
Deus não mudou e Ele continua curando toda e qualquer enfermidade.
III. A REAÇÃO DA MULTIDÃO
1. O perigo de idolatrar as pessoas. Quando as pessoas viram o milagre que tinha sido feito, disseram que os deuses haviam descido até eles. Então, chamaram Barnabé de Júpiter e Paulo de Mercúrio e trouxeram touros para sacrificar aos apóstolos. Porém Paulo e Barnabé impediram e rejeitaram tal atitude, afirmando que eram homens como eles. Infelizmente muitos têm idolatrado homens e mulheres no meio cristão. Uma coisa é honrar uma pessoa, outra é dar a glória que é somente de Deus a outro ser humano (Is 42.8).
2. Um deus limitado. Quando a multidão ouviu de Paulo que eles eram mensageiros de Deus e que não deveriam ser adorados, ficaram hostis e apedrejaram Paulo. Preferiam a mentira. Ainda hoje há pessoas que possuem suas próprias ideias a respeito de Deus. Ouvem que Deus as ama, mas quando ouvem que Ele não aceita seus pecados, ficam contrariadas e furiosas. Muitos limitam a Deus a uma espiritualidade vazia, sem propósito, que não resolve o problema do pecado. De certa forma, assemelham-se muito com aquelas pessoas de Listra.
3. Persistindo na obra do Senhor. Não seria a experiência negativa em Listra que desanimaria esses dois missionários a continuarem fazendo a obra que Deus lhe confiou. E você, Deus colocou algo em suas mãos para fazer? Se Paulo e Barnabé desistissem, por causa das dificuldades, muitas pessoas não ouviriam sobre o amor de Deus.
Jesus não só cura o físico, mas cura as doenças da alma, os traumas, os medos, as angústias, a amargura, a ansiedade. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente.
Pense!
Só o Senhor é Deus e só Ele é digno de ser adorado.
Ponto Importante
A Bíblia nos adverte para sempre termos nossos olhos em Cristo (Hb 12.2).
CONCLUSÃO
Muitas pessoas receberam a mensagem pregada por Paulo e Barnabé e a Igreja se expandia. Contudo, eles enfrentaram muita perseguição e rejeição, como acontece nos dias de hoje. Porém eles não desanimaram ou desistiram da missão que receberam do Senhor Jesus. Se você tem enfrentado dificuldades e até rejeição, por ser um crente, que prega a Palavra do Senhor, não desista.
A BÍBLIA EM FASCÍCULOS. Atos dos Apóstolos. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2018.
1. Fale a respeito da cidade de Icônio.
A cidade de Icônio estava situada na Ásia Menor. Atualmente ela e chamada de Konova. Era uma importante cidade na fronteira dos distritos da Frígia e Licaônica.
2. Depois de terem de fugir de Icônio, Paulo se dirigiu para qual cidade?
Ele se dirigiu para Listra e Derbe.
3. O que aconteceu na cidade de Listra?
Ali Paulo encontrou um homem coxo. Esse homem ouviu a pregação de Paulo e foi curado em nome de Jesus.
4. Por que as pessoas chamaram a Paulo de Mercúrio?
Porque ele era o que falava.
5. O que Paulo e Barnabé fizeram ao ver que as pessoas queriam oferecer-lhes sacrifícios acreditando que eram deuses?
Eles rasgaram suas vestes e saltaram para o meio da multidão clamando para que não cometessem tal ato.
“Pregação com poder
Paulo, igualmente, tinha coisas tremendas a dizer sobre o poder de Deus operando através do evangelho e de seus mensageiros. Ao final do prolongado argumento que compõe o livro de Romanos, e falando de seu próprio ministério, Paulo declara: ‘Porque não ousaria dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por palavra e por obras; pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde Jerusalém e arredores até o Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo’ (Rm 15.18,19).
E novamente em sua Primeira Carta aos Coríntios: ‘Porque Cristo enviou-me não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus’ (1Co 1.17,18). […] ‘Eu sabia que vocês desejavam’, expressa Paulo nos capítulos iniciais de 1 Coríntios, ‘eu estava resolvido a não concedê-lo. Vocês esperavam que eu me exibisse como um filósofo, com argumentos deslumbrantes, mas eu não faria isso’ (Co 2.4,5)” (PACKER, J. I. O Plano de Deus para Você. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.210,211).
“As consequências da rejeição da mensagem do Reino dos céus
Cada pessoa ou grupo é responsável pelas suas escolhas. A vida é feita de escolhas e cada uma tem suas consequências. No sentido espiritual não é diferente, o que é mais preocupante, pois as decisões na área espiritual têm um impacto para a vida presente e a vida após a morte. Como afirma Storniolo (1991, p.80) ao analisar o comportamento e as consequências que acompanham as decisões, tanto para eles como para todo ser humano: ‘[…] aconteceu com Sodoma e Gomorra (Gn 19). E acontece com todos aqueles que rejeitam a justiça que salva, para continuar a viver sob a injustiça que destrói. Deus dá a possibilidade. Idiotice nossa se não soubermos aproveitá-la’.
Não podemos desanimar com a rejeição das pessoas ao evangelho, mas continuar anunciando, pois quem rejeita hoje poderá aceitar no dia de amanhã, uma vez que as condições mudam e a experiência das pessoas também. Da mesma forma, não podemos incorporar para nós as consequências de quem rejeita, pois a responsabilidade pelas escolhas é individual” (NEVES, Natalino das. Seu reino não Terá Fim. Vida e Obra de Jesus Segundo o Evangelho de Mateus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017, p.76).