Título: Jesus Cristo — Filho do Homem, Filho de Deus
Comentarista: Thiago Brazil
Lição 11: A Cura Divina no ministério de Jesus Cristo
Data: 15 de Março de 2020
“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido” (Is 53.4).
Para todos aqueles que possuem necessidade de cura, Jesus continua sendo, hoje, o mesmo do passado, o Messias que veio trazer saúde a todos os que estão enfermos da alma, mas também do corpo e da mente.
SEGUNDA — Is 61.1-5
A profecia messiânica
TERÇA — Lc 4.16-21
O cumprimento de uma profecia
QUARTA — At 10.38
Ele curou os oprimidos do Diabo
QUINTA — Mc 16.17,18
A Igreja como anunciadora da cura
SEXTA — Lc 5.12,13
Aquele que quebra os protocolos para curar
SÁBADO — Mc 2.11,12
A cura associada à obra da salvação
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Este é um excelente momento para programar a finalização do trimestre. Você mais do que ninguém é conhecedor da dinâmica da Escola Dominical de sua Igreja, deste modo, procure adequar seus desejos a suas possibilidades. Todavia, independente daquilo que se faça coletivamente, valorize seus educandos e pense, de preferência coletivamente com eles, a melhor maneira de realizar uma atividade de conclusão do trimestre. A comemoração simples, mas animada entre vocês, uma troca de presentes — quem sabe livros, ou até mesmo a realização da última lição num outro local (uma praça, um parque, um local arborizado e acolhedor).
Uma outra questão que você deve atentar é a avaliação e autoavaliação do trimestre. Organize uma pesquisa, um conjunto de perguntas onde os alunos possam avaliar o processo de aprendizagem como um todo, e também a eles próprios. A pesquisa pode ser respondida como um momento de partilha em sala, num questionário impresso, ou até numa pesquisa através de um formulário online.
Inicie a sua aula indagando a seus alunos quando foi a última vez que eles oraram por alguém enfermo. Conforme as respostas, faça desse momento um instante de partilha de experiências e vivências espirituais — quem sabe aja até algum de seus alunos que nunca teve a oportunidade de orar por alguém enfermo.
De acordo com a dinâmica de sua aula, realize um momento de oração, pergunte se há alguém enfermo ou com familiares/amigos doentes. Realize então um fervoroso momento de intercessão por aqueles que estão enfrentando dores e sofrimentos.
Incentive seus alunos a orarem uns pelos outros, lembre-os que nosso Senhor Jesus continua o mesmo, e por isso, poderoso para curar toda e qualquer enfermidade. Ao final deste momento de oração e intercessão, lembre seus educandos que a presença de curas e milagres é um sinal distintivo da verdadeira comunidade de discípulos de Jesus.
Lucas 4.16-22.
16 — E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.
17 — E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:
18 — O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,
19 — A apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.
20 — E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.
21 — Então, começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.
22 — E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca; e diziam: Não é este o filho de José?
INTRODUÇÃO
Os milagres de cura têm tornado-se cada vez mais raros em nosso meio. É bem verdade que a ampliação do acesso aos serviços básicos de atendimento à saúde preenche muito do espaço daquilo que antes era um campo exclusivo da ação de Deus. Na época de Jesus, doenças que hoje consideramos simples ou controláveis, oprimiam multidões inteiras. Para estes casos, Jesus revelou a glória do Pai. Nossa lição de hoje refletirá a respeito dos efeitos da operação das doenças na humanidade e sobre o ministério de cura exercido por Jesus durante sua atuação pública.
I. A ORIGEM E A NATUREZA DAS ENFERMIDADES
1. A origem das enfermidades. O mundo criado por Deus foi o melhor para a humanidade. Infelizmente, depois dos eventos trágicos do Éden, Adão e aqueles que seriam seus descendentes tiveram de aprender a conviver num ambiente diferente, numa realidade em que o pecado e todas as suas consequências malévolas passaram a existir. As doenças são resultado direto desta desestruturação da ordem primitiva da Terra. O mundo criado por Deus foi um lugar sem enfermidades, dores ou sofrimento para a humanidade, pois tudo o que Deus faz é perfeito (Tg 1.17). Se pensarmos na perspectiva bíblica, é o pecado que traz consigo toda uma série de consequências malévolas para a semente adâmica — sofrimento da mulher (Gn 3.16); desequilíbrio na natureza (v.18); e a própria morte (v.19). É evidente que as doenças são um meio de operação da morte entre nós; desta forma, em termos gerais, a origem das doenças está diretamente vinculada à Queda adâmica (Rm 7.5).
2. Enfermidades do corpo. Estas são as mais evidentes e conhecidas por nós. Não é correto dizer que enfermidades específicas sempre são originárias de pecados individuais. Lembremo-nos de Jó, aquele que foi oprimido por uma enfermidade de origem satânica (Jó 2.7), e do cego de nascença, uma vítima de doenças que alcançou graça diante de Jesus (Jo 9.1-4), e até mesmo o lamentável caso de Mefibosete, que sofreu consequências em sua vida em virtude de atos impensados dos outros e de um acidente que ele não foi o culpado (2Sm 4.4). Existem doenças que oprimem pessoas durante anos (Jo 5.5; Lc 13.16; At 9.33) e outras são devastadoramente rápidas (2Rs 4.18-20; Jo 11.6,11,14). Desta forma, não é justo dizer que doenças graves e agressivas seriam, necessariamente, castigos divinos a determinadas pessoas; as múltiplas origens de algumas doenças físicas devem levar-nos, todavia, a uma vida de comunhão intensa com Deus, para que possamos permanecer firmes diante do dia mal (Ef 6.13).
3. Enfermidades da mente. A Bíblia não é um manual de Psicologia, muito menos um livro preocupado em relatar quadros psicopatológicos de modo detalhado. No entanto, há vários textos e episódios que apontam para pessoas com sofrimentos psíquicos. Por exemplo, o sofrimento estarrecedor, e profeticamente anunciado, em virtude da desobediência do povo de Israel (Dt 28.34); Amnom e seu desejo compulsivo por Tamar (2Sm 13.2); ou aquilo que Paulo chama de “tristeza para morte” em 2 Coríntios 7.10. O texto de Provérbios 18.14, extraído da cultura sapiencial judaica, demonstra-nos muito bem a relevância da saúde mental. Conforme afirma o sábio, diante de seus sofrimentos físicos, se o indivíduo mantiver sua saúde mental ele ainda terá meios para fortalecer-se; contudo, se houver um adoecimento de seu aspecto psíquico-emocional, como ele se sustentará diante do sofrimento?
II. A CURA DIVINA COMO PARTE DA SALVAÇÃO
1. Naamã e seu mergulho na fé. Existem inúmeros textos nas Escrituras em que a palavra “salvar” deve ser entendido num amplo significado, extravasando assim apenas um aspecto soteriológico e atingindo também elementos da vida material dos indivíduos.
Um dos casos clássicos dessa forte relação entre salvação e restauração física, ainda que do Antigo Testamento, para tomarmos como analogia daquilo que Jesus fez no Novo Testamento, é o do comandante do Rei da Síria, Naamã (2Rs 5.1). Diante do terrível caso de uma doença incurável, restava àquele bravo guerreiro recorrer à última instância que poderia transformar sua sofrível situação: um milagre. Mas o caso de Naamã revela algo mais profundo: existe uma cura, contudo, também se manifesta uma conversão ao Deus de Israel. O homem que saiu das águas turvas do Jordão não estava apenas curado da doença que atacava seu corpo, mas também convicto de que apenas o Altíssimo Deus de Eliseu era o Deus verdadeiro (2Rs 5.15).
2. Salvação e restauração da saúde. Em textos como Mateus 9.22, Marcos 10.52 e Lucas 17.15-19, temos o registro de curas e salvações que ocorrem em conjunto. Uma possibilidade de interpretar estes textos, seria a de que Jesus não trata de salvação da alma neles, mas apenas de “salvar” alguém dos efeitos tenebrosos de uma doença. Neste caso, salvar teria um significado mais metafórico do que literal. Mas, quando o texto sagrado diz, por exemplo, que após a cura o cego passou a seguir Jesus (Lc 18.43), o sentido de “salvar” aqui não pode ser compreendido apenas como “libertar da opressão de uma enfermidade”, mas também como conversão da alma.
3. Como deve um salvo cuidar de sua saúde. Nossa fé em Cristo jamais deve ser utilizada como argumento para justificar atitudes irresponsáveis ou de descuidado para com nossa saúde. Proporcionar bem-estar ao corpo é também um modo de glorificar e exaltar a Deus; por isso, em textos como as Epístolas vemos Paulo orientando seus amigos a terem atenção a sua saúde (1Tm 5.23; 2Tm 4.20; Fp 2.25-30). Nossa mordomia do corpo deve estar ligada a um ideal de vida saudável e equilibrada.
III. JESUS CURA OS ENFERMOS
1. A dedicação a cura dos enfermos não foi uma coincidência, mas parte de um plano eterno. Estava profetizado em Isaías que o Servo do Senhor exerceria um ministério de cura, e Jesus declarou o cumprimento das palavras do Antigo Testamento através de sua vida (Is 61.1-5; Lc 4.16-21). Jesus não seria o Messias, se não tivesse como uma de suas tarefas ministeriais, providenciar soluções aos aflitos por enfermidades e doenças. Em vários momentos dos Evangelhos temos o registro da dedicação de Jesus aos doentes (Mt 10.8; 14.14,35; Mc 1.34; Lc 4.40; Jo 6.2). Desta forma, o conjunto de milagres que vemos associado à vida do Salvador é um dos fortes sinais que designam sua messianeidade.
2. Jesus, a única resposta para alguns enfermos. Na época de Jesus os recursos medicinais eram muito limitados e caros; boa parte dos tratamentos eram muito mais místicos-esotéricos do que algo próximo aquilo que chamamos hoje de científico. Por isso, em muitos casos, somente a intervenção divina poderia mudar a vida daqueles que sofriam. Doenças que hoje são completamente tratáveis, como a hanseníase — lepra —, ou condições físicas que são plenamente adaptáveis — como problemas de mobilidade, visão e audição —, naquela época eram circunstâncias terríveis para a vida de qualquer pessoa, e vistas como uma maldição (Nm 5.2). Diante dessas situações-limites, Jesus era a única resposta para o desespero de muitas pessoas (Mt 20.30; Lc 17.13).
3. Não há protocolos para a realização da cura. Pessoas inescrupulosas, com a intenção de extorquir a fé alheia — ou mesmo numa versão contemporânea do farisaísmo — criam complexas exigências para que a cura de Deus aconteça sobre a vida daqueles que sofrem. Isto é o que se pode chamar de “estelionato religioso”. Alguns constrangem enfermos a doarem valores vultuosos em troca de uma cura que nunca virá; outros impõe pesadas rotinas com sequência de vigílias, jejuns exagerados, orações que são verdadeiras torturas; um último grupo ilude pessoas e as leva a uma verdadeira idolatria a pessoas, lugares e objetos. Quando Jesus curava, Ele não seguia receitas pré-programadas.
CONCLUSÃO
Enquanto estivermos nesta vida terrena teremos de conviver com as consequências das dores do mundo. Os milagres de Deus não cessaram, talvez nós, os cristãos, tenhamos nos tornado mais insensíveis à graça de Jesus que é salvadora, mas também que cura.
BUENO, Telma. Igreja Saudável: Educando para uma Vida Plena. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2019.
1. Qual a origem das enfermidades?
As enfermidades são derivadas do pecado e diretamente associadas à morte.
2. Que ligação podemos fazer entre o ministério de cura e a messianeidade de Jesus?
Assim como estava anunciado no Antigo Testamento que o Messias viria trazer um tempo de cura e restauração, Jesus viveu para ajudar os aflitos por doenças.
3. As enfermidades atingem apenas o corpo? Justifique sua resposta.
Não, existem enfermidades que também adoecem a mente dos indivíduos; para não dizer do pecado como um todo que é doença para alma.
4. Pode um salvo em Cristo ficar doente? Justifique sua resposta.
Sim, é possível, porque os efeitos danosos da Queda refletem-se sobre todos nós, até que antes do fim de todas as coisas o salvador arrebate sua igreja.
5. Existe um protocolo para a realização de curas?
Não, pois quando o poder de Deus se manifesta opera da maneira que for mais conveniente à vontade do Senhor.
“As curas de Jesus confirmaram e ilustraram a verdade de seu anúncio de que o Reino de Deus estava chegando para o povo por intermédio de seu ministério. […] Jesus atravessou a região da Galileia ‘pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo’ (Mt 4.23). As notícias dessas curas maravilhosas e libertadoras logo se espalharam por toda a terra, e multidões de pessoas doentes reuniam-se em torno de Jesus, aonde quer que Ele fosse (Mt 4.24; Mc 1.32-34; Lc 5.15). Cerca de um terço do Evangelho de Marcos é dedicado ao relato das curas, mas podemos ter certeza de que há muitas outras curas não registradas nos Evangelhos, mas que, ainda assim, trouxeram alívio e alegria para as pessoas que tiveram essa experiência (veja Jo 21.25). As curas milagrosas de Jesus parecem tão maravilhosas que muitas pessoas ao longo das eras presumiram que não passavam de histórias inventadas pelos cristãos primitivos. Algumas pessoas hoje são céticas de que o poder de Deus possa intervir na vida de uma pessoa a fim de trazer cura física e integridade. Entretanto, há boas razões para aceitar os relatos dos Evangelhos como verdadeiros, e afirmar que Jesus curava as pessoas. Primeiro, os oponentes de Jesus nos Evangelhos não tentam negar as curas — o conhecimento delas estava muito disseminado para que fossem capazes de afirmar isso” (MANSER, Martin et al. Guia Cristão de Leitura da Bíblia. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2013. p.72).
“Segundo o seu costume, um segundo particípio ativo perfeito, singular e neutro, de um antigo verbo, estar acostumado. Literalmente, de acordo com o que era costumeiro para Ele (modo dativo). Esta é uma das informações sobre o início da vida de Jesus. Quando menino, Ele tinha o costume de ir à adoração pública na sinagoga, hábito que Ele conservou quando adulto. Se a criança não adquirir o hábito de ir à igreja, é quase certo que quando ela se tomar adulta não o terá. Nós já lemos, nos Evangelhos de Mateus e Marcos, frequentes exemplos da palavra sinagoga, que teve uma grande participação na vida dos judeus depois da restauração da Babilônia. Levantou-se para ler, um segundo indicativo intransitivo ao Cristo, e um infinitivo. Era costume que o leitor se levantasse, exceto quando o livro de Ester era lido, na Festa de Purim, quando podia ficar sentado. Aqui não está escrito que Jesus tivesse tido o hábito de se levantar, para ler aqui ou em outro lugar. Era seu costume ir à sinagoga, para adorar. Desde que iniciou a sua obra messiânica, o seu costume era ensinar nas sinagogas (Lc 4.15). Aparentemente, esta foi a primeira vez que Ele fez isto em Nazaré. Podem ter pedido que Ele lesse, como pediram a Paulo em Antioquia da Pisídia (At 13.15)” (ROBERTSON, A. T. Comentário Mateus e Marcos. À Luz do Novo Testamento Grego. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011. p.86).