LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS

 

 

1º Trimestre de 2020

 

Título: Jesus Cristo — Filho do Homem, Filho de Deus

Comentarista: Thiago Brazil

 

 

Lição 13: A Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo

Data: 29 de Março de 2020

 

 

TEXTO DO DIA

 

Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem(Mt 24.27).

 

SÍNTESE

 

Pensar sobre as últimas coisas, o fim da história e a eternidade deve ser um exercício cotidiano e repleto de esperanças para todos aqueles que servem ao Cristo ressuscitado.

 

AGENDA DE LEITURA

 

SEGUNDA — Lc 13.32

Ele anunciou o que faria

 

 

TERÇA — At 4.2

A ressurreição como tema da pregação na Igreja Primitiva

 

 

QUARTA — 1Co 15.52

Tudo será muito rápido

 

 

QUINTA — 1Ts 4.18

A vinda de Cristo deve trazer-nos consolo

 

 

SEXTA — At 1.11

Ele foi, mas voltará

 

 

SÁBADO — Hb 13.8

Seu amor não mudará

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • DEMONSTRAR a centralidade do conceito de ressurreição para a fé cristã;
  • APRESENTAR os pressupostos bíblicos básicos sobre o arrebatamento;
  • REFLETIR a respeito do nosso estado eterno no céu.

 

INTERAÇÃO

 

Este é o final de mais um trimestre incrível da Escola Dominical. Participar e testemunhar o crescimento da classe de jovens através de uma lição bíblica preparada especificamente para este grupo é uma enorme alegria. Caríssimo educador cristão, finalizamos as palavras de interação semanal com você rogando ao Deus Todo-Poderoso que possa abençoar poderosamente sua vida. Que jamais falte ânimo ao seu coração para continuar ajudando a fortalecer a nova geração de discípulos de Jesus. Não seremos como a geração de Josué, que passou, mas não conseguiu incucar na cabeça e semear no coração, as palavras eternas de Deus. Antes, sejamos mais do que meros torcedores das conquistas de nossos jovens, tornemo-nos apoiadores e defensores. A juventude não é o futuro da Igreja, e sim, seu presente glorioso; prova inconteste de que Jesus está conosco e que as portas do inferno não resistirão!

 

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

 

Material: Malas (podem ser verdadeiras ou feitas a partir de caixas de papelão) uma para cada aluno. Cartazes com nomes ou desenhos de materiais indispensáveis para viagens (roupas, material de higiene, passaporte, visto, etc.) e outros com sentimentos (alegria, coragem, tranquilidade, saudade, empolgação). Também faça cartazes/desenhos com objetos e sentimentos que não devemos levar para uma viagem. Um apito.

Procedimento: Entregue uma mala a cada aluno, e ponha os cartazes e/ou desenhos a uma determinada distância deles. Dê a instrução de que todas as vezes que eles ouvirem o som do apito eles devem ir à mesa e pegar apenas um objeto para a viagem em cinco segundos. A dinâmica pode ser aplicada durante toda aula, ou apenas do começo ao ponto em que trata sobre o arrebatamento.

Tente trabalhar, nessa dinâmica animada, aspectos como o caráter repentino do arrebatamento, e a necessidade de sempre estar pronto. Ao final, conduza uma reflexão sobre a alegria de vivermos na expectativa do arrebatamento.

 

TEXTO BÍBLICO

 

1 Coríntios 15.12-19.

 

12 — Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?

13 — E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou.

14 — E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.

15 — E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam.

16 — Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.

17 — E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.

18 — E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.

19 — Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.

 

COMENTÁRIO DA LIÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

A Igreja não pode ser reduzida a um “balcão de negócios” espirituais ou a um “ call center ” religioso, onde as pessoas só comparecem em virtude de questões de seus interesses privados. A Igreja é um lugar de cura e de propagação da história do amor de Deus. A promessa do céu não é um exagero, e sim, a realização completa da vontade do Criador.

 

I. SUA RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO

 

1. A vitória mais importante. A centralidade da fé cristã encontra-se no evento da ressurreição (1Co 15.14). Sem a compreensão, crença e defesa da ressurreição de Jesus Cristo todas as demais doutrinas, tradições e rituais cristãos perdem sentido. As narrativas de eventos correlatos à ressurreição de Cristo em outras tradições — tais como as gregas, egípcias, romanas e babilônicas — diferenciam-se do acontecimento cristão por dois fatores básicos: em primeiro lugar, Jesus não foi vítima de uma conspiração (humana ou cósmica), ao contrário, Ele é protagonista de todos os fatos.

O Mestre sabia o que estava fazendo (Jo 10.17), anunciou que faria (Lc 13.32) e quando fez, deu plena notoriedade ao que realizou (At 1.9,10). O outro aspecto que distancia, de modo qualitativo, a ressurreição de Jesus das narrativas das outras religiões, é a proximidade temporal dos acontecimentos que envolvem o Deus dos cristão. Não foi em eras míticas ou em tempos olímpicos que tudo aconteceu, mas — para parâmetros de tempo relativos à história da humanidade — há apenas dois milênios. Em termos globais, a ressurreição é o ápice da vitória cristã. Não existiu antes, nem existirá depois, acontecimento tão relevante para a fé cristã como o fato de Jesus ter ressuscitado dos mortos. A revelação de que o império das trevas foi de fato derrotado tornou-se inquestionável na cruz do calvário (Cl 2.13-15), mas foi quando a pedra do túmulo moveu-se no domingo pela manhã que a humanidade teve certeza da vitória eterna (Mt 28.2).

2. A ressurreição como pilar da fé cristã. Em um de seus textos mais importantes sobre a questão da ressurreição de Jesus, Paulo afirma em 1 Coríntios 15.12-24 a centralidade deste acontecimento para a fé evangélica. Desta maneira, nosso esforço evangelístico não deve concentrar-se em anunciar títulos de igrejas ou ministérios, e sim no amor de Deus revelado através da obra da ressurreição. Na hierarquia dos processos educativos e proclamativos, a mensagem sobre o Cristo ressuscitado deve ocupar o lugar de destaque (Hb 6.2).

3. De volta para casa. A ascensão do Jesus ressuscitado ao céu é o último ato público do ministério do salvador (At 1.2-11). A convicção de que vamos ser levados para morar eternamente no céu está associada a estes dois argumentos básicos: a promessa feita por Jesus (Jo 14.1-4) e sua ida antes de nós para depois nos buscar (2Ts 1.6,7). O retorno de Jesus ao céu, uma vez ressuscitado, nada mais é do que a prova cabal de que Ele alcançou o cumprimento pleno de sua missão de salvador do mundo.

 

 

II. O ARREBATAMENTO DA IGREJA

 

1. Os argumentos presentes nos Evangelhos em favor do arrebatamento. A promessa da vinda do Senhor Jesus para buscar sua Igreja — antes de um colapso global — é um dos pilares da fé assembleiana, conforme inclusive consta em nosso credo doutrinário. A despeito da existência de outras abordagens escatológicas, nós adotamos uma compreensão de que haverá um tempo de juízo e terror sobre a humanidade, e que antes destes tempos sóbrios estabelecerem-se, Cristo Jesus volta glorioso para poupar sua Igreja da provação que haverá sobre a humanidade. Os evangelistas discutem a questão das últimas coisas a partir dos discursos de Jesus. Textos como Mateus 24.44; 25.13 e Marcos 13.32-37, registram o caráter repentino e imprevisível da vinda do Senhor Jesus.

2. Os pressupostos paulinos em favor do arrebatamento. Os textos mais associados à questão do arrebatamento são aqueles presentes na literatura paulina, sendo os dois mais relevantes 1 Tessalonicenses 4.13-17 e 1 Coríntios 15.51-54. Em ambos os textos está bem clara a imagem do encontro entre a Igreja e Jesus, sendo tudo protagonizado pelo Mestre, e isto, sob o comando do Senhor. No momento em que Ele decidir, a Igreja será “tomada” de modo abrupto do mundo. Em 1 Tessalonicenses 4.13-17 Paulo faz uso de uma imagem política muito comum em sua época; a palavra parusía era um termo técnico do mundo político utilizado para definir as medidas cerimoniais adotadas quando uma cidade romana recebia o imperador ou um senador. Em resumo a parusía acontecia da seguinte maneira: Os cidadãos preparavam os festejos de recepção e quando a autoridade — um senador ou o próprio César — chegava, a população saia em seu encontro fora dos muros da cidade e recepcionava-os e depois entravam para celebrar a visita real (a parte realizada pela população, quanto a recepção da personalidade visitante, também possuía um termo técnico: apántesis . Este é o termo que o apóstolo Paulo utiliza em 1 Tessalonincenses 4.17 para falar a respeito do “encontro” com o Senhor).

 

 

III. VIDA ETERNA COM CRISTO

 

1. Salvos pelo amor a Deus e não pelo medo do inferno. O objetivo central do Cristianismo é desenvolvermos um relacionamento contínuo e saudável com Jesus e, por consequência, com todos aqueles que reconhecem a soberania do Mestre. Por isso, uma vez acolhidos pelo amor de Deus e salvos por sua graça, viveremos eternamente com o Salvador. Nossa condição eterna tem causa e objetivos claros e refletir sobre estas questões pode ajudar-nos a entender melhor sobre aquilo que é a vida eterna. Vivemos em tempos de pragmatismo religioso, isto é, em um contexto histórico em que as pessoas estão muito mais interessadas em solucionar inquietações próprias, problemas particulares, do que refletir sobre a essência e fundamento da realidade que nos rodeia. Essa mentalidade também contaminou o mundo religioso, e por isso, testemunhamos muitas pessoas que estão dispostas a qualquer tipo de atitude ou comportamento, desde que seus objetivos imediatos sejam alcançados (Ap 3.17). Na verdade, muitas pessoas nem pensam no céu — estão muito bem em suas vidas medíocres e materialistas na terra — o que elas querem é ter a certeza de que não irão para o inferno.

2. A celebração eterna. Não somos salvos para desaparecermos na eternidade. Também não viveremos como seres inconscientes na eternidade, ou seja, como se tudo o que somos hoje — memória, sentimentos, identidade — tivesse sido apagado. Ao contrário, a Escritura revela que vivemos conscientemente nos céus, saberemos quem é Jesus e lembraremos do que Ele fez por nós, Mateus 25.36-40, (por isso, inclusive, teremos a eternidade para amorosamente agradecer ao Mestre por tudo).

3. O regresso ao estado de plenitude. O desastre do Edén maculou a humanidade de várias formas — pecado, sofrimento, dor, morte etc., contudo, nosso Senhor restaurará todas as suas promessas em nossa vida celestial (Is 49.8). Não haverá mais oportunidade para a operação do Diabo, pois este será finalmente condenado (Ap 20.10). A consequência direta disso é que o pecado não terá mais atuação entre nós (o Diabo estará condenado, o mundo restaurado conforme os planos do Pai, e todos nós libertos da opressão da natureza carnal).

 

 

CONCLUSÃO

 

Algumas pessoas, de modo até sincero, investem muito tempo procurando saber detalhes a respeito de nosso estado eterno no céu. Elas parecem até turistas, que na dúvida entre dois destinos, pesquisam bastante para saber qual a melhor escolha a ser tomada. Não tenha dúvida, o céu é melhor! Os detalhes a respeito da eternidade são supérfluos. O que realmente importa você já sabe: Jesus te ama! Por isso, descanse no Senhor, e viva confiante na certeza de que estará para sempre com Ele.

 

ESTANTE DO PROFESSOR

 

 

BRAZIL, Thiago. A Igreja do Arrebatamento: O Padrão dos Tessalonicenses para os Últimos Dias. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2018.

 

HORA DA REVISÃO

 

1. Qual a importância da ressurreição para a fé cristã?

Ela é uma doutrina, na verdade, sem fé na ressurreição não existe qualquer sentido para acreditar em outros aspectos do Cristianismo, tais como céu, arrebatamento, perdão etc.

 

2. Que relação as Escrituras apresentam sobre a ressurreição do Senhor Jesus e a nossa?

A associação é direta, assim como Cristo ressuscitou, devemos crer que também seremos ressuscitados e venceremos a morte.

 

3. Cite quatro versículos que fundamentem uma opção escatológica pré-tribulacionista

1 Coríntios 15.51-54; Apocalipse 3.10; 1 Tessalonicenses 4.13-17; Mateus 24.44.

 

4. Que garantia podemos ter de que a vida eterna será algo maravilhoso?

Através das promessas de Jesus e da certeza de que a plena comunhão com o Salvador já nos fará plenos e realizados.

 

5. Como viveremos no céu?

De acordo com o plano eterno de Deus, aquele que tragicamente foi quebrado no Éden, mas restaurado no Calvário.

 

SUBSÍDIO I

 

 

“O relato de Timóteo sobre a confusão que surgiu entre os tessalonicenses, alertou Paulo sobre a necessidade de discursar a respeito desse assunto, trazendo uma instrução mais profunda. Podemos reconstruir a essência de sua indagação como a seguir: ‘Paulo, acreditamos que Jesus está retomando em breve, assim como você nos ensinou. Mas o que será daqueles que já morreram? Sabemos que estão no paraíso, mas será que perderão o privilégio de participar desse evento glorioso?’ Em sua resposta, Paulo emprega o eufemismo comum ‘aqueles que dormem’, referindo-se àqueles que morreram (cf. Dt 31.16; Dn 12.2; 1Co 11.30; 15.51), embora não seja contrário ao uso do termo ‘mortos’ ( nekros ), como vemos no versículo. A questão tessalonicense provavelmente não seja hipotética; antes, devido à perseguição e a causas naturais, alguns certamente já haviam falecido. A instrução de Paulo é confortante; não há motivo para uma tristeza irremediável, pois a esperança brilha. Foi a esperança em Deus que deu forças a Paulo para suportar a aflição de ser forçado a se separar dos tessalonicenses (2.19), e está confiante de que quando compreendermos a realidade da esperança em Deus, receberemos forças para superar quaisquer circunstâncias” (ARRINGTON, F. L. e STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006. p.1395).

 

SUBSÍDIO II

 

 

“Quanto a nós, além de não sabermos quando Jesus voltará, é-nos totalmente vedado fazer especulações (At 1.7; 1Ts 5.1). Acerca do Arrebatamento, o Senhor disse: ‘Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora’ (Mt 25.13). Estejamos, pois, preparados para aquele grande acontecimento (2Tm 4.8).

Quando será o Arrebatamento? Embora não sejamos capazes de determinar uma data, a esperança de que veremos Jesus antes de morrermos deve estar bem viva (Tt 2.13). Somente os escarnecedores agem como se Jesus fosse demorar muito a voltar (2Pe 3.3). O crente fiel sabe que o Arrebatamento pode acontecer a qualquer momento! Afinal, por que a Palavra de Deus enfatiza os sinais desse acontecimento? Para nos manter vigilantes e cheios de esperança (Mt 24.42). Os profetas dos tempos do Antigo Testamento também anunciaram a Segunda Vinda, mesmo não tendo a devida compreensão acerca dela (Dn 7.13; Zc 14.4; Ml 3.2; etc.). E os escritores do Novo Testamento fizeram o mesmo: Paulo (1Co 15.51,52); Tiago (5.8); Pedro (2Pe 3.10); João (1Jo 2.28; 3.1-3); Judas (v.14); e o desconhecido autor de Hebreus (9.28). Ademais, o testemunho da Ceia do Senhor, por Ele ordenada, é mais uma evidência de sua volta (1Co 11.26)” (ZIBORDI, C.S. In: GILBERTO, Antonio. et al. Teologia Sistemática Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008. pp.501,502).