Título: O verdadeiro Pentecostalismo — A atualidade da Doutrina Bíblica sobre a atuação do Espírito Santo
Comentarista: Esequias Soares
Lição 11: Compromissados com a evangelização
Data: 14 de Março de 2021
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” (Rm 1.16).
A nossa responsabilidade para a salvação de todos os seres humanos, mediante o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, nos torna servo de todos.
Segunda — Sl 147.15
Usando as mídias sociais para a divulgação do Evangelho
Terça — Mt 9.36
O mundo é como ovelhas que não têm pastor
Quarta — Mt 13.38
Jesus disse que o campo é o mundo
Quinta — Lc 24.47
O Evangelho deve ser pregado para todas as nações
Sexta — 1Co 9.16
Ai de mim se não anunciar o Evangelho!
Sábado — 1Tm 2.4
É a vontade de Deus que todos seres humanos se salvem
Marcos 16.14-20.
14 — Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado.
15 — E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 — Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 — E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas;
18 — pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
19 — Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus.
20 — E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!
18, 80 e 119 da Harpa Cristã.
Conscientizar a respeito do compromisso com a evangelização.
Abaixo os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com seus respectivos subtópicos.
A evangelização sempre foi e é prioridade no Movimento Pentecostal. A razão para isso é que os pentecostais encarnam na realidade concreta o batismo no Espírito Santo como uma capacitação para testemunhar a Cristo. Os pentecostais também têm em mente que todas as pessoas podem e devem ter acesso a esse testemunho, pois Jesus, o nosso Senhor, morreu para salvá-las. E, finalmente, há um senso de urgência na pregação pentecostal por causa da bendita esperança, ou seja, afirme convicção na iminência da volta do Senhor. São convicções arraigadas na Palavra de Deus que fundamentam a nossa prática de evangelização.
Aproveite essa oportunidade para fazer uma grande conscientização a respeito da urgência da evangelização. É uma incumbência do Senhor Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
O Reino de Deus cresce à medida que os pecadores vão se convertendo ao Senhor Jesus. A igreja é a única agência do Reino de Deus escolhida pelo Senhor Jesus para levar a mensagem do Evangelho a um mundo que perece por causa do pecado. Com isso nós estamos dando continuidade ao trabalho que Jesus começou. Isso aponta para a importância da evangelização e da obra missionária.
PONTO CENTRAL
A evangelização é um compromisso da Igreja com Deus.
I. A EVANGELIZAÇÃO COMO PRIORIDADE
O Evangelho não é uma mensagem alternativa; trata-se de uma questão de vida ou morte. Vida para os que recebem a Jesus como seu Salvador e morte aos que o rejeitam. A divulgação das boas novas de Cristo é tarefa de todos nós.
1. O Evangelho. Essa palavra vem de duas palavras gregas, eu, advérbio, “bem”, e, angelia, que significa “mensagem, notícia, novas”. Assim, a palavra euangelion quer dizer “boas novas, boas notícias, notícias alvissareiras”.
É a mensagem de Cristo que salva o pecador (Jo 3.16). É o meio que Deus usa para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16; 1Co 15.2). Só por meio do Evangelho é que o ser humano conhece a salvação na Pessoa de Jesus.
2. O único Salvador do mundo. O Evangelho são as boas novas que falam do Reino de Deus, da salvação e do perdão dos pecados na Pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. É o evangelho da graça de Deus (At 20.24). As Escrituras nos ensinam que todos os seres humanos são pecadores e precisam se reconciliar com Deus (Rm 3.23; 5.12). Não existe um meio de salvação sem Jesus (At 4.12). Ele mesmo disse: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6) e também afirmou: “o campo é o mundo” (Mt 13.38). A pregação do evangelho é uma necessidade imperiosa porque não existe salvação sem Jesus e o campo é o mundo e isso nos mostra a grande responsabilidade da evangelização local e mundial.
3. Uma agência legítima. O Senhor Jesus constituiu a igreja como única agência do Reino de Deus na terra encarregada de anunciar essas boas novas de salvação. É necessário, pois, a mobilização de toda a igreja para que essas metas sejam alcançadas. Cada crente dos dias apostólicos era um próspero ganhador de almas (At 8.4), devemos seguir o modelo. Jesus foi enviado ao mundo para suprir as nossas necessidades (Mt 11.28-30). Isso é feito mediante o Evangelho, devemos, portanto, agir como o apóstolo Paulo (Rm 1.16).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
O Evangelho é uma questão de vida e morte, por isso a evangelização é uma prioridade.
Após expor o tópico primeiro, apresente a classe passagens do livro dos Atos dos Apóstolos, como a pregação de Pedro (Atos 2), a pregação de Filipe aos samaritanos e o Eunuco (Atos 8), a pregação de Pedro na casa de Cornélio (Atos 10), as viagens missionárias do apóstolo Paulo (Atos 13 em diante). Reflita com ela como a evangelização, a pregação do Evangelho aos gentios, era uma prioridade para a igreja primitiva. Aponte também o papel do Espírito Santo no trabalho de evangelização. Ele confirma a pregação da igreja (Atos 10.44-48). Encerre dizendo que assim devemos esperar que o Espírito Santo confirme a nossa prática de evangelização. Que nossa mensagem seja confirmada pelo seu poder!
II. JESUS MORREU PARA SALVAR TODOS OS SERES HUMANOS
A extensão da obra expiatória de Cristo tem sido debate ao longo dos séculos, mas especialmente depois da Reforma Protestante. Não se pretende aqui fulanizar, pois o que nos importa é a compreensão do assunto à luz da Bíblia.
1. A nossa teologia. Antes convém ressaltar que a nossa teologia é pentecostal e vem diretamente das Escrituras Sagradas, sem intermediação dos teólogos da Reforma Protestante. A teologia pentecostal, que nossos pais nos legaram, não teve nenhum teólogo ou reformador como intermediário. A CPAD vem publicando em vários volumes a coleção de todas as revistas da Escola Bíblica Dominical, publicadas desde 1930. Em nenhuma delas há citação de teólogos ou reformadores para ensinar, esclarecer, ilustrar ou embasar uma interpretação bíblica. A nossa teologia é original e estritamente bíblica. É um dos legados deixados por nossos pioneiros (2Tm 3.14-17).
2. Por quem Jesus morreu? Essa é uma pergunta interessante. Há muitas discussões teológicas sobre o tema, mas nos últimos tempos, os debates se concentram entre duas interpretações das Escrituras: expiação limitada e expiação ilimitada.
a) Expiação limitada. Trata-se da ideia de que Jesus morreu apenas por um grupo restrito de pessoas escolhidas desde antes da fundação do mundo. Tal pensamento vem de uma visão teológica, a nosso ver, equivocada e baseada numa exegese ruim. Como acontece numa interpretação forçada de 1 Timóteo 2.4, que afirma querer Deus “que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade”. Os teólogos defensores dessa teoria, então, concluem que se trata de “todos os homens crentes”. Rejeitamos essa linha de interpretação. Esse é um dos exemplos entre outras passagens bíblicas que eles interpretam de modo a ajustarem a sua teologia.
b) Expiação ilimitada. Isso significa que o Senhor Jesus morreu por toda a humanidade. Esse ensino recebemos de nossos pais, os quais usaram a Bíblia como fundamento dessa doutrina. Jesus é o Salvador do mundo (Jo 4.42), “testificamos que o Pai enviou seu Filho para Salvador do mundo” (1Jo 4.14) e não somente de algumas pessoas. A expiação foi realizada em favor do mundo inteiro: “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (1Jo 2.2). Por isso que Jesus mandou pregar no mundo inteiro e a toda criatura (v.16). É erro teológico afirmar que a expiação é limitada (Jo 3.16; Tt 2.11). Jesus morreu por todos os pecadores.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A expansão da expiação de Cristo é de caráter ilimitado, isto é, Jesus morreu por toda a humanidade.
“Quando a Bíblia diz que ‘Deus amou o mundo de tal maneira’ (Jo 3.16) ou que Cristo é ‘o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo’ (Jo 1.29) ou que Ele é ‘o Salvador do mundo’ (1Jo 4.14), significa isso mesmo.
Certamente a Bíblia emprega a palavra ‘mundo’ num sentido qualitativo, referindo-se ao sistema maligno que Satanás domina. Mas Cristo não morreu em favor de um sistema. Entregou sua vida em favor das pessoas que dele fazem parte. Em texto algum do Novo Testamento, ‘mundo’ se refere à Igreja ou aos eleitos. Paulo diz que Jesus ‘Se deu a si mesmo em preço de redenção por todos’ (1Tm 2.6) e que Deus ‘quer que todos os homens se salvem’ (1Tm 2.4). Em 1João 2.1,2, temos uma separação explícita entre os crentes e o mundo e uma afirmação de que Jesus Cristo, o Justo, ‘é a propiciação’ (v.2) para ambos” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, pp.360,361).
III. EVANGELIZAÇÃO LOCAL E TRANSCULTURAL
O Novo Testamento nos mostra que evangelismo e missões são tarefas precípuas da igreja. O livro de Atos destaca a obra missionária, registra as missões por todos os ângulos e mostra todas as possíveis atividades de um missionário. Atos ressalta ainda o poder do Espírito Santo, a obra da evangelização e as viagens missionárias do apóstolo Paulo.
1. Evangelização. É o ato de comunicar as boas novas de salvação a todas as pessoas por meio de palavras e ações. É o que Jesus fez (Mt 4.23) e nos mandou que fizéssemos também (vv.16,17). Isso significa testemunhar com ousadia a ressurreição de Jesus pelo poder do Espírito Santo (At 4.33), geralmente é uma ação acompanhada das obras sociais (At 2.42-47), essas coisas são características da autêntica igreja cristã. A visão dos pentecostais clássicos, desde o avivamento da Rua Azusa, era evangelística e missionária. Até se pensava, a princípio, que o dom de línguas era para pregar aos pagãos ao redor do mundo. A xenolalia é isto, a habilidade de falar uma língua que o indivíduo não aprendeu. Mas logo esses pioneiros desistiram dessa ideia xenolálica missionária. Mas, eles continuaram a obra missionária mesmo sem xenolalia.
2. As missões. O trabalho do missionário é a evangelização entre as pessoas de cultura diferente da nossa.
A mensagem é a mesma, é necessário ajustar e adaptar estratégias conforme o costume de cada povo ou grupo étnico. Veja como Paulo introduz a sua pregação na sinagoga da Antioquia da Pisídia para se anunciar a Jesus (At 13.16,17,32) e compare com o discurso no Areópago em Atenas (At 17.22-31). O cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas; sua mensagem, porém, é universal. No dia do triunfo de Cristo e da igreja, cada povo ou etnia se apresentará louvando a Deus na sua própria cultura (Ap 5.11-13). Por isso, o apóstolo Paulo disse que sendo livre se fez servo de todos, judeu para os judeus, sem lei para os sem lei (1Co 9.19-22) para ganhá-los para Jesus.
3. O desafio hoje. Jesus disse: “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Ele não disse que o campo é Jerusalém, nem a Judeia, nem Roma, nem minha cidade e a tua. Jesus não disse para primeiro pregar em Jerusalém, depois na Judeia, depois em Samaria e depois ser testemunha até “os confins da terra”, mas mandou pregar “tanto em Jerusalém como em toda Judeia, Samaria e até os confins da terra” (At 1.8). Isso fala de simultaneidade, do contrário, o Evangelho estaria ainda em Israel, confinado entre os judeus, pois Jesus mesmo disse: “porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem” (Mt 10.23).
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A evangelização local e transcultural é tarefa principal da igreja, de acordo com o Novo Testamento.
“‘Grandes cousas tem feito o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres’.
Desejo dar um relatório da obra do Senhor aqui nesta capital. A 15 de fevereiro de 1927, chegamos a esta cidade [Belo Horizonte], enviados por nosso Senhor Jesus Cristo. Não existia aqui nenhum crente da nossa fé, e ninguém tinha ouvido falar do batismo no Espírito Santo.
[…] Abriram-se muitas portas, de maneira que agora temos oito cultos por semana, dentro da cidade, e num lugar chamado Areias surgiu uma nova congregação. Jesus já batizou ali três irmãos no Espírito Santo. Aleluia! Ele está ouvindo as nossas orações.
Estamos debaixo de uma onda de revivificação; nossos cultos são muito concorridos e o poder de Deus se tem manifestado com a salvação de pecadores. Nesses últimos três meses, 47 pecadores se entregaram a Jesus, 19 irmãos foram batizados nas águas e 11 receberam o batismo no Espírito Santo! Aleluia!” (AZA, Clímaco Bueno. Na Seara do Senhor. In: Mensageiro da Paz: Os artigos que marcaram a história e a teologia do Movimento Pentecostal no Brasil. Volume 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.56,57).
CONCLUSÃO
A Bíblia afirma que não existe salvação sem Jesus. Ele mesmo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Essas boas novas são o poder de Deus para salvação e libertação disponível a todos os povos. Mas há necessidade de alguém para levar essa mensagem de vida. Já faz quase dois mil anos que os cristãos vêm pregando esta mensagem e ela continua sendo cada dia uma mensagem nova.
A respeito de “Compromissados com a Evangelização” responda:
Qual o significado da palavra “evangelho”?
Essa palavra vem de duas palavras gregas, eu, advérbio, “bem”, e, angelia, que significa “mensagem, notícia, novas”.
Por que a pregação do Evangelho é uma necessidade imperiosa?
Porque não existe salvação sem Jesus e o campo é o mundo e isso nos mostra a grande responsabilidade da evangelização local e mundial.
Por quem Jesus morreu?
Jesus morreu por todos os pecadores.
O que é evangelização?
É o ato de comunicar as boas novas de salvação a todas as pessoas por meio de palavras e ações. É o que Jesus fez (Mt 4.23) e nos mandou que fizéssemos também (vv.16,17).
O que é o trabalho do missionário?
O trabalho do missionário é a evangelização entre as pessoas de cultura diferente da nossa.
COMPROMISSADOS COM A EVANGELIZAÇÃO
Evangelizar é o compromisso áureo da nossa igreja. Ela existe para ser testemunha de Cristo na terra. Nesse sentido, é a igreja visível que se identifica com Cristo para pregar o Evangelho a toda a criatura.
A evangelização é uma prioridade para o Movimento Pentecostal. O Pentecostes só tem a razão de existir por causa da natureza intrínseca evangelizadora desse acontecimento. Ora, no dia de Pentecostes quase três mil almas foram convencidas pelo Espírito Santo (At 2.41). A igreja pentecostal se confunde com a igreja que evangeliza.
O Corpo de Cristo, a Igreja, nasceu historicamente no Dia de Pentecoste, conforme narrado pelo evangelista Lucas em Atos 2. Esse evento foi posterior ao questionamento feito pelos discípulos ao Senhor ressurreto acerca do futuro escatológico (At 1.6-11): “Senhor quando restaurarás tu neste tempo o reino a Israel”. De modo que a resposta à pergunta desembocou na grande promessa feita a respeito da volta do Senhor: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o viste ir” (v.11).
Portanto, podemos dizer que a Igreja é pentecostal porque historicamente nasceu sob o derramamento do Espírito Santo (At 2.1-13). E, ao mesmo tempo, ela é escatológica porque ela nasceu historicamente debaixo da promessa da vinda do nosso Senhor. Uma promessa confirmada também no “Pentecostes” conforme a profecia de Joel pronunciada pelo apóstolo Pedro (Jl 2.31,32; At 2.20,21).
Essa dimensão pentecostal e escatológica forjou a natureza urgente que os pentecostais têm com a evangelização. Se hoje a Assembleia de Deus tem uma congregação em cada bairro brasileiro foi porque essa urgência sempre foi latente em nossa natureza como igreja. Ou seja, a nossa atividade evangelística deriva dessa consciência pentecostal e escatológica que nos impulsiona a evangelizar cada ser humano.
Teologicamente evangelizamos porque Jesus derramou o Espírito Santo sobre nossa vida para fazer isso com ousadia. Evangelizamos porque temos a consciência de que o nosso Senhor pode voltar a qualquer momento para arrebatar a sua Igreja e trazer juízo aos ímpios. Devemos, portanto, remir o tempo e aproveitar cada oportunidade para evangelizar e ganhar almas para o Senhor Jesus.
Aproveitemos a oportunidade na classe para conscientizar cada aluno dessa nossa identidade pentecostal e assembleiana.